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Inclusão e Tecnologia
2013
Editoração, pré-impressão, impressão e acabamento:
Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
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NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD
Coordenação Geral
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Coordenador UAB/UFSJ
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Coordenação Acadêmico-Pedagógica
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COMISSÃO ORGANIZADORA
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CONSELHO EDITORIAL
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REVISÃO
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 13
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
Resumo
O presente trabalho trata do ensino de Geografia na Escola Básica e
tem como lócus a cidade de São João del-Rei/MG. Reflete sobre as
possibilidades de interlocução entre a Geografia Acadêmica e Escolar
e a contextualização do conhecimento geográfico, tendo como referência
o espaço de vivência dos alunos. Refere-se também à construção do
conhecimento, à mediação pedagógica e à formação de conceitos
geográficos nas escolas estaduais do município. Entre os procedimentos
metodológicos encontram-se o estudo da proposta curricular das escolas
pesquisadas e a coleta de dados a partir da aplicação de questionário.
O resultado da pesquisa reflete o quanto os alunos apresentam
dificuldades para contextualizar os conceitos trabalhados nos livros
didáticos.
1 Introdução
O presente artigo busca conhecer a Geografia que atualmente é
ensinada para os alunos da Escola Básica em São João del-Rei - MG
e, a partir daí, entender melhor as possibilidades de interlocução entre
a Geografia ensinada no curso de licenciatura da Universidade Federal
de São João del-Rei – UFSJ - e a Geografia ensinada pelos professores
da Escola Básica. Como lócus da pesquisa escolhemos as escolas
estaduais de diferentes bairros de São João del-Rei e que possuem
poder de polarização na cidade, são elas: Escola Estadual Dr. Garcia
de Lima no Bairro das Fábricas; Escola Estadual Cônego Oswaldo
3 Resultados Preliminares
Percebemos, a partir das respostas dos alunos, que estes ainda
apresentam dificuldades para contextualizar os conceitos trabalhados
nos livros didáticos. Os alunos têm dificuldades ao pensar alguns
conceitos a partir do seu espaço de vivência. É possível perceber um
número elevado de alunos que afirmaram ‘não sei’, ou ‘não
responderam’, até as respostas ligadas ao senso comum que, de uma
forma ou de outra, estão certas, porém em sua totalidade ficam vagas
quando o assunto é entender a realidade local. Compreendemos que
muitas vezes os alunos não entendem alguns conceitos trabalhados no
ensino da Geografia e que se encontram presentes em sua cidade. É
como se só existisse a Geografia do livro didático. Acreditamos que o
livro didático poderia ser melhor utilizado quando o professor e os alunos
Resumo
Este trabalho refere-se à produção de um Blog Educacional como um
recurso pedagógico para cursos presenciais. O conteúdo é constituído
por jogos educacionais de diversas áreas do conhecimento elaborados
pelos alunos dos cursos de Licenciatura no decorrer da disciplina de
Psicologia da Educação no ano de 2011. O objetivo consistiu em
oferecer aos alunos das Licenciaturas um espaço de interação,
publicação e socialização das atividades sobre jogos desenvolvidas
na disciplina de Psicologia da Educação. Inicialmente realizou-se a
revisão da literatura, a seleção do conteúdo a ser desenvolvido no
Blog, a construção do Blog Educacional de Jogos a partir do material
disponibilizado pelos alunos, publicação do Blog para socialização do
conteúdo e participação dos alunos e produção escrita do trabalho.
Os resultados iniciais constituíram de uma satisfação imensa dos
alunos ao encontrar suas produções publicadas e disponibilizadas para
interação e socialização, além, do reconhecimento pelos alunos do
Blog como um espaço efetivamente educacional. Verificou-se que nem
todos os alunos se envolveram de forma efetiva, restando ao professor
mediador fomentar a participação de todos os alunos.
1 Introdução
Datam de 1999 as primeiras iniciativas de inserção dos blogs,
abreviatura de Weblog, neste período, a partir dos hábitos dos pioneiros
em acessar a web para escrever sobre suas viagens virtuais.
1.2 Desenvolvimento
O produto construído consiste em um Blog Educacional, cujo
conteúdo diz respeito a jogos elaborados por alunos da Licenciatura
em sua respectiva área de ensino para desenvolver em salas de aula
do Ensino Fundamental e Médio.
Os alunos da Licenciatura encontram-se no 1º, 2º ou 3º ano do
curso e as áreas são Artes, História, Ciências Biológicas, Matemática e
Letras: Inglês, Espanhol e Literatura.
A produção do Blog Educacional ocorreu em aproximadamente
um mês após estar com todo o conteúdo dos jogos em mãos para
publicação. Porém, até a construção dos jogos, ocorreram várias etapas
que duraram seis meses.
Resumo
O presente estudo refere-se ao Trabalho de Conclusão do Curso
de Especialização em Mídias na Educação oferecido pela Universidade
Federal de Ouro Preto/MG em 2011. Tem como objetivo primordial
viabilizar a interface do uso das mídias com o ensino da cultura afro-
brasileira. Para tanto, um levantamento bibliográfico se fez necessário
para uma compreensão do panorama dessa questão no Brasil, de modo
a ajudar também na elaboração de formas de intervenção no âmbito
educacional. Como aporte teórico utilizaram-se estudos sobre as
relações étnico-raciais no Brasil como os de Munanga (2000) e aqueles
que defendem o uso das mídias no cotidiano escolar como as discussões
apresentadas por Moran (1997), que apresentam discussões pertinentes
à proposta em epígrafe. Na sequência, promoveu-se uma Gincana
Cultural numa Escola Municipal do Cel. Fabriciano/MG; a fim de
demonstrar as possibilidades do uso das mídias, de forma dinâmica,
motivadora, prazerosa, etc., conjuntamente com o ensino da cultura
afro-brasileira. Assim, através das possibilidades e desafios para o
ensino da cultura afro-brasileira via utilização dos recursos midiáticos,
almeja-se contribuir para uma discussão no âmbito educacional capaz
de satisfazer as diretrizes e normas curriculares para o ensino
fundamental. Na oportunidade, frisa-se a importância da formação
continuada de professores para que novas maneiras de ensinar e
aprender se efetivem no âmbito das escolas.
1 Especialista em Mídias na Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP (2011),
Licenciada em Geografia pela Unileste/MG (2006), professora da rede municipal de ensino de
Cel. Fabriciano/MG e aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia oferecido pela Universidade
Federal de São João del-Rei – UFSJ. E-mail: macedodogeo@yahoo.com.br
2 Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais; Mestre em Educação Popular
pela Universidade Federal da Paraíba (2008), e graduação em Pedagogia pela Universidade Federal
de Pernambuco (2005. Professor Orientador de Trabalho de Conclusão de Curso/UFOP (2011).
E-mail: itacirluz@gmail.com
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
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1 Introdução
A sociedade contemporânea se vê num processo de busca por
um desenvolvimento condizente com as novas formas de relações
interculturais, de modo a proporcionar os espaços adequados para o
respeito à diversidade e eliminar a desigualdade (D’AMBRÓSIO, 2001,
p. 92).
É notório que estamos vivendo a era da revolução científica e
tecnológica nas diferentes esferas: política, social, educacional, etc.
Considerando que vivemos numa sociedade midiática, percebemos que,
como resultado destas mudanças, há também uma preocupação com
a formação humana, o que repercute diretamente na escola, tanto no
que se refere aos docentes, quanto dos discentes, de modo a torná-los
capazes de lidar com essa nova realidade. A partir disso, o uso das
Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) passa a
desempenhar um papel fundamental em todo o processo de ensino-
aprendizagem.
A utilização desses recursos no espaço escolar como um
instrumento pedagógico mostra ser uma ponte de colaboração
simultânea, aproximando tanto alunos e professores, quanto alunos
entre si, da mesma forma que dinamiza o acesso à informação como
nunca antes visto. Nessa perspectiva, os professores se veem diante
de um grande dilema: se por um lado têm um desafio enorme, por
outro, observa-se uma grande oportunidade.
Trata-se da oportunidade de utilizar os recursos midiáticos como
forma de construção e difusão de conhecimentos e, adicionalmente,
concretizar a necessária mudança de paradigma educacional. Observa-
se que o educador estará criando e direcionando esforços para elaborar
e reorganizar situações como as de ensino-aprendizagem.
À medida que os recursos tecnológicos vão ganhando espaço, o
professor se vê diante das inúmeras possibilidades de acesso às
informações, de diferentes aplicações e possibilidades de uso das
tecnologias no espaço escolar. Significa um “desabrochamento” das
ideias e a adaptação dos conteúdos, o que vai libertando tanto
professores quanto alunos das tarefas cristalizadas e repetitivas
concentrando-se, portanto, em aspectos mais relevantes e engajadores
no processo educativo.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
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A infinidade de recursos multimídias oferece um enorme leque de
informação que pode viabilizar comunicação mais dinâmica em sua prática
pedagógica devendo, portanto, se inteirar desses recursos e fazer uso
deles, não se limitando unicamente à aula expositiva e ao tradicional livro
didático, ou à lousa e o giz. Esta nova panorâmica educacional exige
também uma mudança não só na postura, mas também na formação do
educador, ou seja, demanda uma formação constante, capacitando-o a
lidar com estas tecnologias e, simultaneamente, instigando-o a introduzir
este conhecimento no espaço de sua escola.
Levy (1999, p. 22) enfatiza que “pela primeira vez na história da
humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no
começo de seu percurso estará obsoleta ao fim de sua carreira”. Seria
entender que a escola torna-se cada vez mais dinamizada, dialogando
com um novo mundo que vem mudando de forma em certa medida
abrupta com a inserção de uma infinidade de tecnologias e demais
recursos da vida moderna.
Acreditamos que essa mesma conjuntura e os novos instrumentos
sociais e pedagógicos, que dela emergem, também devem ser
problematizados e relacionados à obrigatoriedade da inserção do ensino
da cultura afro-brasileira no cotidiano escolar, de forma interdisciplinar e/
ou transdisciplinar. É sobre esta temática que se propõe o presente estudo,
associar os conhecimentos do curso de especialização em Mídias na
Educação à experiência docente e à realidade educacional atual.
5 Considerações Finais
A experiência prática apresentada permite enfatizar que a escola
pública precisa reestruturar o seu projeto político pedagógico e procurar
incluir em sua proposta curricular, práticas mais efetivas de combate a
atitudes preconceituosas e racistas, em prol de uma educação mais
inclusiva, humana e democrática. O projeto evidencia e oportuniza estas
práticas. No que tange à gincana desenvolvida com os alunos, acredita-
se que houve o ensino da cultura afro-brasileira, por conseguinte da
cultura africana, atendendo às diretrizes no que tange à
interdisciplinaridade e transdiciplinaridade.
Assim, o projeto aqui desenvolvido permitiu perceber que o
processo ensino-aprendizagem é um nome adotado para um complexo
sistema de interações comportamentais entre professores e alunos,
mais do que simplesmente se pode imaginar ou significar nos verbetes.
Nessa perspectiva, o uso das mídias na escola é de grande
importância para a construção do conhecimento, pois através dessas
práticas os alunos se tornam mais interessados nas aulas, onde a prática
pedagógica inserida contribui de maneira motivadora e enriquecedora
para os resultados. Percebeu-se que os alunos ao desenvolver a
pesquisa na internet do campo virtual, analisaram de forma diferenciada
e com entusiasmo, pois tiraram conclusões interessantes, buscando
analisar e confrontar suas opiniões nas imagens durante a pesquisa,
trazendo para o mundo do conhecimento suas habilidades, bem como
a exploração da leitura e interpretação.
Referências
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. São
Paulo, Revista Educação e Pesquisa, v 31, 2001, p. 90-120.
Resumo
Este artigo mostra o uso de uma ferramenta da área de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC), potencializada por várias mídias
integradas e com a tecnologia da Realidade Aumentada, inseridas em
um mesmo artefato, que pode ser usada online, diretamente da Internet,
ou localmente com sua instalação no computador do usuário. Esse
artefato tecnológico é composto de uma figura com vários botões ao
seu redor, que pode ser mostrada no monitor ou projetor. Os botões
são capazes de acionar elementos, envolvendo áudio, imagens, páginas
web, objetos 3D e vídeos, visando auxiliar o professor em suas aulas,
motivando a aprendizagem dos alunos. Foi realizado estudo de caso
com professores da Rede Pública Estadual de Minas Gerais, no qual,
através de questionário aplicado aos professores, foram avaliados os
seguintes aspectos: i) aula tradicional, com o tema Ecologia; ii) aula
com a ferramenta tecnológica com multimídias e Realidade Aumentada
integradas - Tema Ecologia; iii) impressão dos professores quanto aos
dois tipos de aula (tradicional e com tecnologia); e iv) opinião dos
professores, quanto à utilização das tecnologias na escola.
1 Introdução
Com as mudanças advindas do uso da tecnologia, é preciso uma
séria adequação e reestruturação de sua utilização dentro das escolas,
exigindo-se planejamentos pedagógicos ajustados a essa nova
realidade. O papel do professor agora mudou; ele é o facilitador, fazendo
2 Metodologia
Foi utilizada, neste estudo, a pesquisa qualitativa baseada em
estudo de caso, que “se caracteriza como um tipo de pesquisa, cujo
objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Isto visa ao exame
detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação
em particular” (GODOY, 1995).
O estudo foi aplicado no laboratório de Informática da
Universidade Federal de Itajubá-MG, com vinte professores que
lecionam na Escola Estadual Florival Xavier, em Itajubá-MG. As
disciplinas lecionadas pelos professores são: Matemática, Biologia,
Língua Portuguesa, Química, História, Geografia, Língua Inglesa,
Filosofia e Educação Física.
O principal objetivo deste estudo é o de colher as impressões
dos professores quanto às potencialidades de uso da ferramenta
tecnológica REMIIO e verificar se a produção e utilização dessa
ferramenta é viável dentro da escola.
A escolha desse tipo de estudo é direcionada para a necessidade
de oferecer ferramentas tecnológicas educacionais para professores,
diante da necessidade de se ajustar a tecnologia dentro da escola,
trazendo benefícios para o planejamento dos professores e o
aprendizado de seus alunos.
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3 A Ferramenta Tecnológica REMIIO
O REMIIO é um recurso educacional criado para auxiliar e ajudar
no ensino e aprendizagem. É composto por elementos integrados que
envolvem textos, áudio, vídeo, imagens, narrações, sons, visualizações
3D, páginas Web e Realidade Aumentada, entre outros recursos.
Segundo Kirner e Kirner (2008), a Realidade Aumentada pode ser
definida como:
Realidade Aumentada é a inserção de objetos virtuais no ambiente
físico, mostrada ao usuário, em tempo real, com o apoio de algum
dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada
para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais. (KIRNER, C.;
KIRNER, T.G., 2008).
Uma das vantagens de utilizar a Realidade Aumentada (RA) na
educação é o baixo custo do material utilizado e pouco treinamento
necessário para sua manipulação. A RA pode ser facilmente inserida no
contexto educacional, podendo ser utilizada no enriquecimento do
currículo escolar, na aplicação de jogos educacionais, no desenvolvimento
das matérias que serão apreendidas em sala de aula, na construção de
artefatos que podem ser utilizados por professores e alunos. A RA se
apresenta como um método inovador e motivador tanto para o docente
como para seus alunos, deixando as aulas mais dinâmicas e atraentes.
Com todas essas mídias integradas na ferramenta, o REMIIO
apresenta várias possibilidades que auxiliam o usuário na forma com
que ele vai interagir, conhecer, criar, aprender e pensar, redefinindo e
fornecendo uma ajuda externa à cognição de maneira flexível, sequencial
ou mista, de acordo com as necessidades do aprendiz.
Esse artefato pode ser produzido por qualquer educador que tenha
o mínimo de conhecimento de informática, utilizando um template que é
disponibilizado gratuitamente no site http://ckirner.com midias. O usuário
precisa, para montar o REMIIO, de configurações mínimas em seu
computador: um microfone, um software gravador de voz, software de
captura de imagem, um software para edição de páginas HTML e acesso
à Internet.
Essa ferramenta rompe com a linearidade tão comum no ensino
formal, tornando o aprendizado dinâmico e fazendo com que o aluno
participe ativamente do processo, usando as possibilidades que a
ferramenta dispõe por meio de seus aplicativos. O professor faz a
Figura 1.
Exemplo
do REMIIO
Ecologia
6 Considerações finais
Concluímos com esse estudo de caso que a ferramenta REMIIO
causou grande impacto aos olhos dos professores, mostrando as
possibilidades que a ferramenta dispõe e sua capacidade de viabilizar
a elaboração de material didático expressivo para a aprendizagem e
construção de conhecimento dos alunos.
Ao professor é dada a alternativa de flexibilizar o aprendizado do
aluno, por intermédio dos aplicativos disponíveis no REMIIO. Dessa
forma, o professor interage com os alunos, clicando nos ícones
selecionados por eles, levantando e problematizando as dúvidas que
forem surgindo, através do material apresentado e permitindo a eles a
integração direta com a tecnologia.
Esperamos ter ficado claro neste estudo que a ferramenta pode
trazer ganhos significativos, para o aprendizado de nossos alunos, e
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que a utilização da tecnologia com objetivos pedagógicos dá base aos
professores para o encontro com o conhecimento, a colaboração e o
interesse individual de nossos alunos, cumprindo, assim, o objetivo
principal da escola, que é a construção do conhecimento.
Referências Bibliográficas
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de Administração de Empresas. São Paulo,v.35, n.3, p.20-29, mai/junho 1995.
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REZENDE, Flavia; COLA, Cláudio dos Santos Dias. Hipermídia na educação:
flexibilidade cognitiva, interdisciplinaridade e complexidade, 2005.
Resumo
O presente trabalho objetiva analisar as propostas, desafios e articulações
para a utilização das mídias em EAD no ensino de História. Para tanto,
serão analisadas as propostas metodológicas do ensino de História,
observando as possibilidades da EAD como espaço formativo, levando
em consideração os eixos propostos pelos PCNs. A metodologia a ser
utilizada será a triangulação entre as orientações presentes nos PCNs,
as propostas metodológicas do Ensino da História e as mídias em EAD,
por meio de levantamentos acerca da produção sobre o tema. Os
resultados apontam para as diversas formas de utilização das Mídias na
EAD para o ensino da História, possibilitando assim um olhar diversificado
sobre a produção do conhecimento e o aprendizado da História.
1 Introdução
Iniciemos as nossas reflexões com a seguinte questão: o que é
aprender e o que é ensinar a História? Muitos de nós, habituados com
o ensino tradicional e até mesmo escolástico da História que outrora (e
até hoje) se vê na escola, poderão responder: a História, na escola, é o
estudo dos fatos, dos personagens, dos episódios. Será?
Ensinar e aprender a História vai mais além do “be-a-bá” histórico.
Estamos vivendo transformações sociais, econômicas e culturais, e a
escola, como parte dessa engrenagem complexa, mas ao mesmo tempo
contextualizada em seu meio, não pode ficar fora desse movimento.
Antes, alunos e professores tinham como suportes de ensino e
aprendizado somente o caderno escolar, o livro didático e obras de
1 Doutoranda em Educação pela UFMG. Mestre em Educação e Pedagoga pela UFSJ. Professor
Pesquisador II no curso de Pedagogia. Pesquisadora dos seguintes grupos de pesquisa em
Educação e História da Educação: Gephe/UFMG, Historiar, Moderno Modernidade e Modernização
e Pensar a Educação, Pensar o Brasil/UFMG. Endereço eletrônico: alicechristofaro@hotmail.com
4 Considerações Finais
Pensar o ensino de História na atualidade envolve pensar na
perspectiva de uma educação multifocal, em que as novas tecnologias
se transformaram em ferramentas cuja utilidade poderá ser de extrema
importância para o aprendizado.
A EAD tem se caracterizado como uma nova modalidade de
ensino em que as distâncias não mais existem. Esse pressuposto
oferece amplas possibilidades ao ensino da História, uma vez que as
ferramentas existentes nas plataformas possibilitam inserções nas
fontes, lugares e espaços que outrora não seriam facilmente acessíveis
em virtude das distâncias físicas. Esse deslocamento metodológico
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
56
se constitui como um desafio à prática docente, que precisa buscar
novas formas de pensar sua prática pedagógica.
Referências
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e
métodos. São Paulo: Cortez, 2011.
BLOCH, Marc. Introdução à História. 4. ed. Publicações Europa-América, s.d.,
1946. (Coleção Saber).
SAMARA, Eni de Mesquira. TUPY, Ismënia Spínola Truzzi. Metodologia &
Pesquisa e Metodologia de pesquisa. São Paulo, Autêntica: 2007
VAINFAS, Ronaldo. História das Mentalidades e História Cultural. In:
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da História:
ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
Resumo
Este trabalho se propõe a analisar a tecnologia, como objeto precursor
dos novos conceitos na educação. Para isso, será realizada uma reflexão
com foco na interferência desses conceitos no comportamento dos
indivíduos que, por sua vez, são influenciados pelos métodos propostos
por essa sistemática, caracterizada pelo rompimento com o cotidiano e
o tradicional no processo ensino/aprendizagem. Face à necessidade
inicial da pesquisa, busca-se compreender que o binômio Educação/
Tecnologia não se propõe como um novo paradigma, mas como uma
nova postura de desenvolver o estudo e a aprendizagem da matemática
entre seus agentes: professor, tutor, aluno e sociedade.
1 Introdução
Este trabalho se propõe a analisar a tecnologia como precursora
dos novos conceitos na educação. Para isso, atrelou-se a essa análise
o contexto histórico do período oitocentista, com o objetivo de demonstrar
que a educação correspondeu ao eixo da compreensão, no processo
de modificação político-administrativa e, principalmente, social de uma
nação que necessitava se fortalecer, frente aos conflitos sociais e
econômicos que enfrentara naquele período. Em outro momento,
buscou-se compreender a educação, sob a égide dos novos tempos e
rumos que a sociedade trilhava – a importância da educação como
direito social. A tecnologia e a educação são apresentadas no artigo
com novos contornos, rompendo os paradigmas impostos pela história
e cultura social.
4 Considerações Finais
Conceituar a educação e sua importância para a sociedade e o
Estado, é localizá-la no tempo e no espaço sem que seja possível
fragmentá-la. Paradigmas, ao longo dos diversos momentos históricos,
são levantados e discutidos, mas todos se firmam em um único processo,
gerando um resultado que é quase inevitável. Esse resultado consiste
em determinar que o homem, através de seus saberes, passe a influenciar
a trajetória de sua sociedade e com isso transformá-la e modificá-la.
Referências
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Humanos e Direitos Sociais. Educação e Sociedade: Revista Quadrimestral
de Ciências da Educação. 6.(17): 51-89, abril,1984.
GONDRA, José Gonçalves; SCHUELER, Alessandra. Educação,poder e
sociedade no Império brasileiro.São Paulo:Cortez, 2008. p.649-676.
MIZUKAMI, Maria das Graças. Ensino-aprendizagem: as abordagens do
processo. São Paulo: EPU, 1985.
MONTEIRO, Agostino Reis. Educação para os direitos humanos e a paz.
Universidade e Sociedade, v.11, n.24, p.85-96, jun. 2011.
PERRENOUD, Philippe. Utilizar novas tecnologias. In: Dez novas competências
para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000, p.124-139.
VEIGA, Cynthia Greive.O processo escolarizador da infância em Minas Gerais
(1835-1906):geração, gênero, classe social e etnia. Disponível em <http://
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VIANA, Fabiana da Silva. Relações entre governo, escola e família no processo
de institucionalização da instrução pública elementar em Minas Gerais(1830-
1840).2006.145p.Dissertação(Mestrado em Educação) - Faculdade de
Educação da UFMG,Belo Horizonte. 2006.
ZICHIA, Andréa de Carvalho. O direito à educação no Período Imperial: um
estudo de suas origens no Brasil.2008.128p.Dissertação(Mestrado em Educa-
ção)-Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo,São Paulo, 2008.
Resumo
A Rádio educativa ocupa, ou deveria ocupar um espaço
significativo no panorama educacional, dada a sua capacidade de
difusão do conhecimento. Isso justifica a relevância desta abordagem,
cujo objetivo é demonstrar as influências que as rádios educativas
podem exercer sobre alunos do ensino médio, quanto à escolha do
curso superior e mesmo da profissão a seguir. Trata-se de uma pesquisa
realizada em 2011, em uma escola estadual da cidade de São Paulo.
Procuramos investigar, via questionário, como se dá o efetivo acesso
ao rádio, a frequência com que acessam as programações diversas,
dentre outras questões, com intuito de conhecer as expectativas desses
futuros ingressantes em cursos de graduação. O resultado revelou que
emissoras que veiculam informações relevantes sobre o mundo
acadêmico acabam influenciando os alunos do ensino médio quanto à
escolha do curso de graduação, sinalizando que o rádio possui amplas
possibilidades educativas.
1 Introdução
Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa.
Todos nós ignoramos alguma coisa.
Por isso aprendemos sempre.
(Paulo Freire)
2 Metodologia
O pressuposto teórico-metodológico que orienta esta pesquisa é
voltado ao mesmo tempo para a pesquisa, a reflexão e a discussão dos
resultados, para, posteriormente partir para a ação educativa, decorrente
da fase anterior. Essa metodologia é denominada de pesquisa-ação.
Neste sentido, inicialmente apuramos, via questionário, como se dá o
efetivo acesso ao aparelho rádio, a frequência com que acessam as
programações diversas, e por fim, conhecemos as expectativas
explícitas desses estudantes e futuros ingressantes em cursos de
graduação, seja em instituições públicas, particular ou técnica, visando
à construção do saber competente e colaborativo à sociedade da qual
participa.
Além disso, para conhecer melhor o papel educativo do rádio,
como um dos mecanismos de acesso às informações, fizemos uma
revisão bibliográfica, passando em revista as possíveis contribuições
dos meios de comunicação, com destaque para o rádio e sua influência
na formação de opinião acerca das decisões tomadas ao longo da vida
do estudante, ou seja, o papel informativo do rádio, para a efetiva
contribuição à formação dos jovens, sobretudo, à sua formação cultural
e acadêmica.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
67
3 Um pouco de história: nas ondas do rádio
Setembro
- dias: 2, 9, 16, 23 e 30 Observação atenta e constituição
- horário: 16h às 18h do diálogo investigativo
Outubro
- dias: 7, 14, 21 e 28 Aplicação de questionário,
- horário: 16h às 18h exposição e discussão dos
- Aplicação de questionário, resultados
no horário determinado
às reuniões.
5 Considerações finais
Se quisermos oferecer aos alunos de hoje um futuro melhor para
o mundo que herdarão amanhã, não há dúvida de que é preciso buscar
recursos, que possam demonstrar melhor flexibilização do ensino, numa
perspectiva de promover o desenvolvimento das habilidades de
autoaprendizagem.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
72
Fica, portanto, a certeza de que a educação tem que encantar,
conquistar os estudantes sempre, trilhar possibilidades de novos
conhecimentos e práticas. Portanto, exercitar a curiosidade, a
imaginação, desenvolver a criatividade dos estudantes, são construções
educacionais que contribuem ao acesso da pluralidade cultural,
promovendo o seu desenvolvimento integral. Nesse sentido, é
indispensável que a escola repense o trabalho com a rádio, por ser um
veículo de fácil acesso e utilizado pela grande maioria das pessoas,
conforme se constatou nesta pesquisa.
Referências
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subjetividade: em busca de vozes singulares. CONGRESSO BRASILEIRO
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ii-&Itemid=56>. Acesso: 10 ago. 2011
Resumo
A “memória”, caracterizada por diferentes definições e empregos dentre
as várias áreas educacionais, vem sendo analisada frente a aspectos
voltados para o uso dos ciberespaços em relação à preservação do
patrimônio cultural no contexto do emprego das chamadas Tecnologias
de Informação e Comunicação (TICs) para o desenvolvimento do
processo educacional. Nesta conjuntura, o objetivo deste artigo é
contribuir para a construção de um referencial teórico sobre a relação
entre as práticas contemporâneas de comunicação e o processo
educacional frente à preservação do patrimônio cultural. Para tanto,
como procedimento de investigação foi adotada a pesquisa bibliográfica,
a fim de levantar dados em artigos, teses e documentos correlatos à
presente temática. Os resultados obtidos indicam que o crescente uso
de homepages, como meio de comunicação e busca de informações,
está transformando os ciberespaços em ferramentas essenciais à
formação cultural no desenvolvimento de procedimentos educacionais.
1 Introdução
As práticas contemporâneas de comunicação, denominadas
Cibercultura, estão cada vez mais próximas e acessíveis, o que ocasiona
um número maior de acessos e divulgação das informações pelos
dispositivos virtuais de comunicação, dispostos pela Internet.
5 Considerações finais
Com base na investigação, é possível observar o ciberespaço
como palco para preservação da memória na sociedade contemporânea,
uma vez que o espaço virtual é um ambiente onde podemos encontrar
registros de todas as culturas do mundo.
Uma vez que a cibercultura é um produto da pós-modernidade,
ela configura uma das maiores manifestações culturais já presenciadas,
rompendo com as barreiras de espaço e tempo, facilitando a
comunicação entre usuários e forjando novas identidades culturais.
Não obstante, a Internet não se identifica apenas como um
instrumento de informação e comunicação, pois ela passa a ser uma
ferramenta aliada à divulgação e à preservação da memória e do
patrimônio cultural. Assim, por meio dos espaços virtuais o usuário passa
a conhecer e fazer parte de uma história coletiva.
As observações apresentadas pela investigação comprovam que
o uso cotidiano dos ciberespaços e a mudança cultural do homem
contemporâneo, ocasionada pela interação e construção da memória
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
80
coletiva, possibilitam que os espaços virtuais se tornem ferramentas
educacionais.
Referências
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HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro:
DP&A, 1999.
Resumo
Neste estudo, propõem-se reflexões críticas sobre o uso de vídeos na
Educação a Distância, com o objetivo de apresentá-lo como importante
recurso para se (re)criar espaços de aprendizagens e conhecimento
que proporcionem o compartilhamento de ideias e experiências,
possibilitando trabalho colaborativo, exercício da criatividade e autoria.
Parte do pressuposto que o vídeo é um suporte midiático, que para
além do modismo requer um planejamento diferenciado do processo
pedagógico, tudo com base em uma revisão bibliográfica que dialoga
com relatos de experiências da utilização de vídeos em momentos
acontecidos na EAD. Tais reflexões reafirmam o uso de vídeos como
objeto de aprendizagem e conhecimento, superando dificuldades e
garantindo práticas educativas inovadoras.
1 Introdução
O contexto educacional da atualidade passa pela experiência de
um novo momento tecnológico, pois utiliza todo e qualquer recurso para
promover a informação e a comunicação, principalmente se tais recursos
estiverem correlacionados às mídias digitais, possibilitadas pelo
computador e a internet, que ampliam velozmente as possibilidades de
circulação de qualquer tipo de informação e o estabelecimento da
comunicação, provocando intensas mudanças em nossa maneira de
viver e, principalmente, de aprender.
Um recurso tecnológico que pode ser considerado como
importante instrumento para (re)dimensionar e dinamizar a propagação
Referências
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para uso do vídeo na EAD. CINTED-UFRGS – Novas Tecnologias na Edu-
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considerações sobre o uso de tecnologias na Educação a Distância. In: MILL,
D.; PIMENTEL, N. M. (Org). Educação a Distância: desafios contemporâneos.
São Carlos – SP – Edufscar, 2010.
1 Introdução
Na primeira década deste século têm sido apresentados vários
indicadores de mudanças da educação no mundo e, particularmente,
no cenário educacional da sociedade brasileira. As mudanças que vêm
ocorrendo são necessárias e urgentes e levam a reflexões importantes.
Como consequência introduzem práticas inovadoras para atender os
novos esquemas mentais cognitivos. Mudanças essas que se utilizam
2 Desenvolvimento
A elaboração do projeto apresentado é importante, porque
possibilitou a visita e revisita a vários teóricos que discutem essa
modalidade de ensino atualmente no país e, quiçá no mundo. O projeto
entre outras propostas também é importante porque vai ao encontro à
carência de ofertas de EAD para o público alvo deste segmento da
educação básica, especificamente, o ensino médio.
Assim, o objetivo deste estudo é discutir o Design Instrucional
Virtual adotado no projeto do curso de Designer Instrucional elaborado
durante as disciplinas do curso de Pós-Graduação de Designer
Instrucional Virtual. Esse modelo é um modelo aberto, que garante maior
flexibilidade, menos sofisticação além de proporcionar a construção de
forma prática e sequencial fazendo uso da inter e transdisciplinaridade
(FILATRO, 2010). Prova disto são as atividades das aulas teóricas e
práticas que buscam a contextualização dos temas e subtemas
trabalhados no mapa de atividades. Nas aulas práticas buscou-se
conduzir o cursista de maneira a atingir os objetivos de aprendizagem
propostos no planejamento. Consolidando desta maneira a autonomia
do aluno na construção do conhecimento e na reflexão de como
empregar esses conhecimentos em sua comunidade.
Portanto, a relevância do design proposto se dá tanto pela
contextualização do tema com a origem local dos alunos, como pela
expectativa de uma nova educação online que promova um design
educacional renovado que propõe e se envolve em todas as etapas do
curso trazendo uma aprendizagem “situada em contextos realistas e
que interessem aos alunos” (FILATRO, 2010, p. 87).
Como resultado do curso de Educação Ambiental e Turismo
Sustentável espera-se sensibilizar os jovens que estão concluindo o
ensino médio, incluindo também os egressos recentes desta modalidade
de ensino, para a possibilidade de acessar por meio da EAD, conteúdo
de Educação Ambiental Turismo Sustentável, com objetivo de fazer uma
reflexão das práticas de turismo na sua comunidade. No modelo de
3 Considerações finais
O presente trabalho não se esgota com esta apresentação, haja
vista as muitas possibilidades sobre do tema Educação Ambiental e
Turismo Sustentável que, com certeza, estarão em foco com os eventos
que se avizinham para os próximos anos. O estudo exposto neste
trabalho teve a intenção de contribuir para uma reflexão das
possibilidades de trazer um olhar para a Educação Básica,
especificamente para o Ensino Médio inserido na Educação a Distância.
O que moveu a proposta do projeto foram as características
socioeconômicas e ambientais da região, combinadas com as condições
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
97
das estruturas tecnológicas da DRE que estão subutilizadas para o
público do projeto.
Salienta-se que a efemeridade do tema com relação aos eventos
da Copa e das Olimpíadas deverá ser minimizada com atualizações ou
até mesmo sofrer adequação, utilizando o mesmo tema para outra
região, mantendo assim a contextualização como a propulsora da
aprendizagem dos jovens.
Poderá também haver uma adequação do curso de EATS para
ser oferecido aos professores como capacitação em Educação
Ambiental e Turismo de forma interdisciplinar.
Para quebrar o limitador e exercer a flexibilidade do DIC, o projeto
do curso proposto, há que abrir permanentemente a possibilidade de
renovação dos materiais instrucionais compatíveis com as facilidades
de atualizações disponíveis aos conteúdos da internet, visando à
reprodução e manutenção do projeto.
São considerados como fatores relevantes ao bom
desenvolvimento e execução do projeto do curso virtual de Educação a
Distância – EATS, a qualidade e permanência da equipe de EAD e a
experiência profissional do Designer Instrucional. Para tanto, tem-se
que observar as recomendações de atentar para as condições de
formação da equipe multidisciplinar, buscando profissionais que tiveram
contato com esta modalidade de ensino à distância e que tenham
confirmada experiência com NTICs.
Quanto ao DI, é indispensável uma sólida formação pedagógica
com especialização específica que garantirá a qualidade e sucesso da
proposta do curso que será ofertado aos jovens. Uma sugestão
pretenciosa, que na verdade se constitui como um desafio, seria a de
introduzir a disciplina de DI (com o nome de Design Educacional) no
currículo de cursos de licenciatura para todas as áreas de conhecimento,
independentemente de serem cursos de EAD ou presenciais.
Assim, compreende-se que as NTICs estão definitivamente
instauradas na educação. Seu uso poderia ser uma grande aliada na
restauração de relações de ensino e aprendizagem mais harmônicas e
equilibradas.
No curso de EATS a principal mídia selecionada foi internet devido
ao custo, ao acesso dos alunos e a flexibilidade para os diferentes estilos
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
98
de aprendizagem. Porém, não deverá ter qualquer impedimento que
permita outras adequações ou mesmo complementações de mídias
audiovisuais no futuro. Novas alternativas de comunicação e novas
formas de utilização de mídias já conhecidas estão surgindo a cada
momento. Neste sentido, o objetivo é sempre desafiar o aluno, utilizando
os recursos da internet o máximo possível, estimulando assim sua
produção permanente (FRANCO, 2010).
Como atrativo para o curso propõe-se que o mesmo possa ser
inserido no histórico escolar dos cursistas além do certificado de
conclusão, constando os conteúdos e o desempenho final do aluno.
Na avaliação final do curso, os alunos devem ser chamados a
apresentar sugestões que deverão ser analisadas pela equipe do
Designer Instrucional no sentido de produzir versões mais vinculadas
com as expectativas dos cursistas e assim tornar mais atraente e efetiva
a aprendizagem dos alunos.
Ainda, deve-se registrar a preocupação em se ter atenção com
relação à necessidade de estudos mais aprofundados de determinados
itens essenciais ao DI: com relação a permanente atualização do AVA,
das abordagens pedagógicas, dos estilos deaprendizagem, da legislação
sobre direitos autorais e modernização das mídias para EAD.
Por último, mostra-se muito importante a percepção que
atualmente a EAD tem-se colocado como uma “escolha” de política
pública para universalizar a educação superior no país. Muitos estudos,
congressos, seminários estão acontecendo, buscando discutir essa
modalidade e trazê-la para a pauta dos discursos acadêmicos e
educacionais. Enfim, há um desejo demonstrado pelos estudos
realizados de que as novas gerações possam usufruir, num futuro
próximo, de cursos de EAD em Ambientes Virtuais de Aprendizagens,
que tragam mais qualidade e equidade à educação brasileira.
Referências
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Referenciais de Qualidade para
Educação à Distância, Secretaria de EAD, MEC, Brasília, 2007. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf Acesso
em 02/09/2012.
Resumo
Este trabalho é o relato e análise da experiência de uso da rede social
Facebook como estratégia para ensino-aprendizagem de Francês
como Língua Estrangeira (FLE) em um projeto de extensão
universitária da Universidade Federal de São João del-Rei. A revisão
de literatura mostra que as redes sociais possibilitam situações reais
de interação em que a língua estrangeira (LE) pode ser utilizada. Tal
utilização representa uma das etapas de apropriação da Internet pelo
ensino de LEs. Acredita-se também que a integração entre os meios
tecnológicos, o interesse dos alunos e as práticas didáticas promovem
a melhoria dos processos de ensinoaprendizagem de LE. A coleta de
dados realizou-se mediante a aplicação de um questionário
semiestruturado sobre os hábitos de uso da Internet e da rede social
e acerca da aprendizagem de FLE. Aponta-se que as redes sociais
atuam como meio de comunicação e ferramenta didática empregada
em favor do ensino-aprendizagem de FLE, cabendo aos professores
refletirem sobre sua possibilidade de utilização como estratégia para
o ensino de idiomas. As redes sociais são comumente acessadas por
grande parte da população atendida pelo projeto e têm sido utilizadas
para troca de informações e comunicação na LE pelos professores e
alunos. Foram criadas três categorias sobre a utilização da rede social
no projeto: didáticopedagógica; interacional e administrativa, sendo
que o uso da rede social foi avaliado positivamente.
1 Graduando em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei. Bolsista de extensão
universitária no Projeto Expressions, do Departamento de Letras, Artes e Cultura (DELAC/UFSJ).
Endereço eletrônico: rodolfo_rllb@hotmail.com.
2 Professor do Departamento de Letras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del-
Rei (DELAC/UFSJ). Coordenador geral do Projeto Expressions. Endereço eletrônico:
marcpf@yahoo.com.
3 Conforme Martínez (2009), a abordagem comunicativa pode ser caracterizada como um método
de ensino de LE voltado para o desenvolvimento das quatro habilidades comunicativas - fala,
escuta, leitura e escrita - em situações de interação, nas quais são utilizadas as LEs. Destaca-se
também a utilização de imagens, sons e interações que reproduzam situações reais de comunica-
ção no idioma aprendido (TONDELLI et al., 2005).
4 O Facebook oferece várias formas de interação a partir do momento em que os usuários estão
conectados como um chat online, publicações de postagens no mural pessoal ou da rede de
usuários e possibilidade de comentar, compartilhar e curtir as publicações realizadas no mural.
Esta última tem sido utilizada, geralmente, como meio de identificação do interesse pela publica-
ção realizada entre os usuários.
5 É interessante notar que o termo regular (assim como bom e excelente) foi bastante utilizado nas
respostas dos alunos. Consideramos que a utilização de tais termos apontam para um modelo
escolar de aprendizagem em que o grupo no Facebook é tomado como um espaço virtual anexo
ao espaço físico da sala de aula.
4 Considerações finais
Além de meio de comunicação e interação social, as redes sociais
podem também atuar como ferramentas pedagógicas a serem
empregadas em favor do ensino-aprendizagem de LEs. Neste sentido,
cabe aos professores refletirem sobre sua possibilidade de utilização e
os modos como elas afetam os processos que se dão em sala de aula.
Portanto, a partir da análise dos dados coletados mediante a aplicação
dos questionários, considera-se que o uso da rede social para a
aprendizagem de FLE é avaliado positivamente, visto que essa utilização
permite a aproximação e o convívio cotidiano com o idioma.
Chegando ao final deste trabalho, é necessário ainda apontar
que as considerações a que os autores chegaram corroboram Miccoli
(2010) quando tal autora afirma que o professor não ocupa o papel de
detentor exclusivo do conhecimento buscado pelo aluno. Em outros
termos, a utilização da Internet permite ao aluno criar redes de
relacionamento e de contatos que auxiliem em seus processos de
ensino-aprendizagem, possibilitando o desenvolvimento de sua
autonomia.
6 Quando marcado em uma postagem, o usuário da rede social recebe uma notificação de atualização
instantaneamente em sua página de perfil.
Referências
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aula de idiomas: breves considerações a partir de uma investigação em
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de Psicologia do Desenvolvimento. Brasília: ABPD, 2011. 1366p.
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ao ensino de língua inglesa. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado em Linguística
Aplicada) - Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte. 2006.
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e formação dos professores nos cursos de licenciatura do estado de Santa
Catarina. 2001. 83 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2001.
MARTINEZ, P. Didática de Línguas Estrangeiras. São Paulo: Parábola, 2009.
111p.
Resumo
O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) pode se
converter em instrumentos de formação continuada. O objetivo deste
trabalho é apresentar o Programa de Treinamento Profissional em banco
de dados e informações municipais, uma atividade de extensão oferecida
pela UNIPAC Barbacena. A finalidade principal do grupo e do referido
treinamento é qualificar docentes, de áreas interdisciplinares para
atuarem no magistério e em pesquisa, no campo da Gestão Ambiental
e promover as habilidades de leitura e interpretação de dados obtidos
em sites públicos como IBGE. Tem como resultado a capacitação de
docentes e a oferta de um programa de extensão universitária, além da
organização de banco de dados com informações municipais, aplicados
ao ensino e ao planejamento ambiental.
1 Introdução
O Grupo de Pesquisa Gestão Ambiental e Sociedade (GPGAS)
da Universidade “Presidente Antônio Carlos” – UNIPAC, Campus
Barbacena (MG) foi criado em abril de 2012 por iniciativa dos professores
dos cursos de Geografia-Meio Ambiente e Tecnologia em Gestão
Ambiental e conta com o envolvimento de quinze discentes dos mesmos
cursos. O grupo tem como objetivos principais qualificar docentes de
5 http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3597/000296048.pdf?sequence=1
6 http://www.educarede.org.br/educa/img_conteu-do/marcelobuzato.pdf
3 Metodologia
No segundo semestre de 2012, o GPGAS, em parceria com a
coordenação dos cursos de Geografia – Meio Ambiente e Tecnologia
em Gestão Ambiental, ofereceu aos discentes uma atividade de
Extensão Universitária “Treinamento em Banco de Dados e Informações
Municipais”, com carga horária de sessenta horas. Este treinamento
teve como objetivo complementar a carga horária do estágio
supervisionado no bacharelado em Geografia, bem como treinar
discentes na elaboração do banco de dados e informações aplicados à
consultoria ambiental, produção de planos diretores, estudos ambientais
diversos e análise ambiental de Barbacena e região.
O primeiro encontro dos interessados ocorreu em 18 de agosto
de 2012. Neste encontro foi apresentado aos interessados o cronograma
dos próximos encontros que aconteceriam nos sábados letivos. O
término das atividades foi definido para o dia 15 de dezembro de 2012,
com a entrega do material elaborado.
Os alunos foram agrupados em duplas, sendo que cada dupla
escolheria um município da Mesorregião Campo das Vertentes. Assim,
foi explicado aos discentes sobre a organização administrativa do
território, promovida pelo IBGE, que divide os estados da federação em
“mesorregiões” e estas, divididas em “microrregiões”, que por sua vez
agregam os municípios em torno de polos microrregionais.
Assim, a coleta dos dados e informações, foi baseada em sites,
disponíveis gratuitamente e escolhidos pelo professor orientador do
programa, devido à complexidade e amplitude das bases de dados, a
saber: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), Fundação João Pinheiro
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
116
(FJP), Departamento de Informática do SUS (DATASUS), Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e prefeituras
municipais.
O banco de dados foi construído através da plataforma Windows
utilizando-se os programas Word e o Excel. A inserção dos dados foi
baseada na organização sistematizada de dados e informações
municipais. Através do programa do Word, os arquivos textuais gerados
foram organizados em “pastas temáticas”, com os seguintes temas:
Educação, Geografia, História, Demografia, Economia, Saúde,
Infraestrutura, Cultura e Lazer e Meio Ambiente. Os temas, aprovados
por todos os envolvidos no programa de treinamento, foram definidos
a partir das áreas necessárias ao contexto da Gestão do Território,
Educação Ambiental, Ensino de Geografia, Sociedade e cidadania.
Para finalizar as atividades, os discentes elaboraram relatórios
explicando a aplicabilidade dos dados e informações coletadas, bem
como as possibilidades de utilização dos arquivos na elaboração dos
estudos ambientais, aplicadas ao planejamento do território, educação
ambiental e ensino de geografia, meio ambiente e sociedade. Os dados
e informações foram armazenados em CDROM, a fim de registrar as
atividades, bem como a aplicação dos mesmos na elaboração de um
anuário regional.
4 Resultados
As atividades desenvolvidas durante o programa de treinamento
profissional contribuíram para o desenvolvimento de habilidades de
leitura e pesquisa, bem como interpretação das informações e dados
obtidos na gestão do território, na produção de aulas sobre a sociedade
e o ambiente local.
Os discentes envolvidos aprimoraram o uso das ferramentas
no contexto digital-informacional. A manipulação dos sítios eletrônicos
e seus mecanismos de geração de dados foi uma habilidade que
contribuiu para o aprimoramento do letramento acadêmico. O
tratamento das informações e dados obtidos e suas respectivas
aplicações constituíram um importante meio para o fortalecimento da
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
117
formação profissional obtida juntamente com a graduação oferecida na
instituição.
Os procedimentos de captura e organização dos dados e
informações contribuíram para inserir os discentes no contexto do mundo
digital, visto que muitos discentes não possuíam uma visão prática da
aplicação de dados e informações em seu contexto profissional.
O programa oferecido atraiu trinta jovens nas primeiras reuniões.
Porém, devido ao ritmo e número das atividades (encontros, práticas
de pesquisa, levantamento de dados, manipulação dos mecanismos
de busca nos sítios) podem ter contribuído para a evasão de metade
do público inicial.
As atividades foram integralizadas por quinze docentes que, em
uma conversa informal no encontro final e pela qualidade do material
produzido, entregue ao orientador, pode-se constatar um ótimo
rendimento dos envolvidos. Houve a certificação dos discentes que
levam consigo um certificado de formação profissional complementar
à graduação, com carga horária de sessenta horas.
A divulgação do banco de dados e informações obtidos necessita
de uma editoração final para agregar todos os arquivos gerados. Isto
implica numa oferta de outro programa de pesquisa e treinamento, bem
como a disponibilidade financeira para gerar um material institucional.
5 Considerações finais
A capacidade de agrupar e cruzar dados é uma das vantagens
oferecidas pelos bancos de dados e informações os quais proporcionam
agilidade e facilidade no manuseio de informação. A retroalimentação
dos dados deve ser considerada um dos aspectos fundamentais para o
contínuo processo de aperfeiçoamento, gerência e controle da qualidade
dos dados. Tal prática deve ocorrer nos seus diversos níveis, de forma
sistemática, com periodicidade previamente definida, de modo a permitir
a utilização das informações na tomada de decisão e nas atividades de
planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos e avaliação
dos programas desenvolvidos.
O banco de dados permitirá, aos gestores e técnicos da aérea
ambiental, agregar novas informações em diferentes escalas, elaborar
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formação e qualificação de trabalhadores da construção civil. Disponível
em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3597/
000296048.pdf?sequence=1> Acesso em: 12 fev. 2013.
Resumo
A preocupação com a disseminação e a democratização do acesso e
uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDCI) vem
ganhando grande destaque nos últimos anos. Neste contexto, propõe-
se uma análise crítica de como o computador pode ser utilizado para
potencializar o processo de ensino aprendizagem, como objeto de
aprendizagem. Discute-se também o uso de computadores em uma
visão instrucionista e construcionista. Trata-se de um artigo de revisão
bibliográfica, que tenta encontrar respostas às maneiras de como os
computadores estão sendo disponibilizados aos alunos, como estão
sendo utilizados os laboratórios de informática instalados nas escolas
e as possibilidades de uso dos computadores em atividades escolares.
Como resultado constata-se a necessidade de usar o computador de
forma construtiva e significativa para que o conhecimento se consolide.
1 Introdução
O mundo em que estamos inseridos está em constante
transformação. E na escola tal processo pode também ser percebido
através da inserção e incorporação das diversas tecnologias sejam elas
5 Considerações Finais
O acesso fácil às informações tem gerado grandes mudanças
na sociedade, que refletem nas escolas, nas salas de aula, na postura
dos alunos e consequentemente interferem no trabalho dos professores.
Essas mudanças têm feito com que os professores busquem uma
reorientação de suas práticas pedagógicas, se interajam mais com
as possibilidades vindas das TDICs e que busquem inserir novas
maneiras de ensinar e aprender no ambiente escolar.
Os laboratórios de informática instalados nas escolas, sejam elas
públicas ou particulares, reafirmam a necessidade de adesão dos
recursos tecnológicos em ambientes escolares por parte dos
professores, pois são eles os responsáveis pela participação ou pelo
abandono destes objetos de aprendizagem, que são os computadores.
O professor precisa entender que também está diante de um
constante processo de aprendizagem. A realidade escolar norteia para
práticas mais adequadas, o professor adquire conhecimentos
necessários para desenvolver atividades direcionadas com o uso dos
computadores para que não caiam na prática tecnicista e tradicional de
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
130
ensino, onde o aluno apenas recebe informações. É necessário que o
computador colabore com a aprendizagem do aluno de forma construtiva
e significativa para que o conhecimento se consolide.
A visão de que todos os problemas relacionados com o uso bom ou
mal das TDICs em ambientes escolares recaem sobre o professor deve
ser revista, pois constatamos que para clarear os limites deste problema
devemos ressaltar questões mais amplas que envolvem políticas públicas,
recursos físicos e preparo de pessoal, além do professor.
Problemas como esse perduram, o que deixa claro que há falhas
neste processo de inserção das TDICs nas escolas com o objetivo de
promover a melhoria do processo educacional e a inclusão social e
digital das comunidades escolares brasileiras. Nossa intenção foi
apresentar a situação real do que se passa dentro das escolas, mas
sabemos que estes estudos devem ser aprofundados.
Referências
ALMEIDA, M. E. B. Tecnologias na Educação: dos caminhos trilhados aos
atuais desafios. Rio Claro: Bolema. 2008. p.99-129.
ALVARENGA, C. E. A. Autoeficácia de professores para utilizarem
tecnologias de informática no ensino. Dissertação (Doutorado em Psicologia
Educacional), Campinas, UNICAMP. 2011.
ARRUDA, E. E. R. V. G. S. A Implementação do Programa Nacional de
Informática na Educação (PROINFO), no Brasil e no Estado de Mato Grosso
do Sul, no período de 1997 a 2006. In: Anais VIII Jornada do HISTEDBR “A
Organização do Trabalho Didático na História da Educação”. GT: Políticas
Públicas, p.p.1-20. Campo Grande-MS, 2007.
BLIKSTEIN, P.; ZUFFO, M. K. As sereias do ensino eletrônico. In: SILVA,M.
(Org.). Educação online. São Paulo: Loyola, 2003. p. 23-38.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Proinfo. Disponível em: <http:/
/portal.mec.gov.br /> Acesso em: 20/10/12
FREIRE, F.M.P., PRADO, M.E.B.B. (1996) Professores Construcionistas: a
Formação em Serviço. Anais do 3º Congreso Iberoamericano de Informatica
Educativa - Barranquilla,Colômbia.
LIMA, L; RIBEIRO, J. W. Formação de Professores de Ciências: Tecendo
relações telecolaborativas entre saberes. Fortaleza, 2012. Disponível em: <http:/
/www.abed.org.br/congresso2012/anais/58c. pdf> . Acesso em: 10 Fev 2013.
Resumo
O relato de experiência em questão traz a memória das ações do
Programa de Educação e Desenvolvimento Social, a partir de um
intercâmbio de perspectivas de ações entre a UFSJ e a Universidade
de Artes de Braunschweig, na comunidade ribeirinha Santa Izabel, no
município Careiro Castanho (AM-Brasil). O Projeto integra professores
de diversas áreas do conhecimento da Universidade Federal de São
João del-Rei (UFSJ) e prevê a interação sociocultural entre artistas,
arte educadores, educadores, pessoas interessadas na troca de
diferentes saberes, dos diferentes modos de se construir e habitar o
mundo, buscando a sensibilização, a conscientização e a consequente
transformação das pessoas, no que diz respeito aos paradigmas sociais,
políticos, econômicos e ambientais que o planeta vem enfrentado. No
presente relato, apresentam-se experiências de duas visitas técnico-
pedagógicas realizadas em dois momentos distintos, em que
destacamos intervenções desenvolvidas pela equipe da UFSJ na
comunidade no campo da educação e do desenvolvimento social, das
quais se destacam: a trajetória da viagem, o encontro com a associação
de moradores, o contato dos educandos e educadores do Projeto Igarité
- Centro de Mídias de Educação do Amazonas e o acompanhamento
técnicopedagógico no que tange à formação de professores que atuam
e atuarão na região.
3 Metodologia e Desenvolvimento
A partir das ações da Casa do Rio, constituiu-se um grupo de
estudos por meio do qual observou a precariedade da educação formal
na comunidade Santa Izabel. Praticamente ignorada pelo poder público
local, a única escola existente na região atendia às crianças somente
até a conclusão da primeira fase do Ensino Fundamental, caracterizada
pela multisserialização, agregando todos os níveis que vão do primeiro
ao quinto ano numa mesma turma, contando com apenas um professor.
Por meio das ações do projeto Afluentes, realizou-se, em março
de 2011, a primeira visita da UFSJ à comunidade ribeira de Santa Izabel,
representada pelas professoras Maria Lúcia Monteiro Guimarães do
Departamento de Ciências da Educação e da professora Juliana Motta,
do Departamento de Letras Artes e Cultura, juntamente com a professora
4 Considerações finais
O homem como um ser de relações está no mundo e com o
mundo, enfrentando os desafios que a natureza lhe coloca, precisando,
inicialmente, encontrar meios para responder às suas necessidades
básicas de sobrevivência. Procuramos assim unir forças ao compilar
diversas ações de atuação e cooperação em uma única comunidade,
buscando um objetivo comum, vendo a educação como um pilar base,
levando a todos a consciência do seu direito à educação.
O impulso que leva o ser humano à educação é ontológico, ou
seja, decorre de sua própria natureza: “É na inconclusão do ser, que
se sabe como tal, que se funda a educação como processo
permanente. Mulheres e homens se tornam educáveis na medida em
que se reconhecem inacabados. Não foi a educação que fez mulheres
e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que
gerou sua educabilidade” (FREIRE, 2006). A educação apresenta uma
dupla dimensão: política e gnosiológica. A dimensão política é a leitura
de mundo, e a dimensão gnosiológica é a leitura da palavra, dos
conceitos, das categorias, das teorias, das disciplinas, das ciências,
enfim, das elaborações humanas anteriormente formuladas. A
dimensão política dá os fundamentos da dimensão gnosiológica (de
conhecimento).
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
143
A cooperação é uma importante ferramenta para o
desenvolvimento e consiste no esforço realizado conjuntamente por
grupos distintos, com o objetivo de combater as dificuldades econômicas
e sociais de parcelas da sociedade de forma sustentável e duradoura
que tem por finalidade de, em longo prazo, alterar estruturas de âmbito
sociais, econômicas e políticas a partir da consolidação de ações de
forma a combater problemas ocasionados pela ausência da garantia
de direitos, promovendo assim a cidadania. Segundo Paulo Freire (1987)
“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se
libertam em comunhão”.
Referências
ABREU, Jânio Caetano de. Estratégias e oportunidades locais: um estudo
sobre rede dinâmica em aglomerados de empreendedores de base artesanal.
Tese. 2002. (Doutorado) – COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, 2002.
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Antropologia dos archivos da
amazônia. Rio de Janeiro: Casa 8/Fundação Universidade do Amazonas, 2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. 46 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
PACHECO, José et al. Caminhos para inclusão: um guia para o
aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PERRENOUD, Philippe. Escola e cidadania: o papel da escola na formação
para a democracia. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005.
SINGER, Paul. A Economia Solidária como ato pedagógico. In KRUPPA, Sonia
M. Portella (Org.). Economia Solidária e Educação de Jovens e Adultos.
Brasília: Inep/MEC, 2005. p.13-20.
Resumo
Este artigo teve por objetivo abordar a educação a distância (EAD) no
Brasil, enfocando sua definição, origem, público alvo, metodologias,
potencialidades e limitações. É uma pesquisa bibliográfica, cujo aporte
teórico foi feito por meio de leitura de livros e artigos científicos. Os
resultados mostraram que a modalidade de ensino a distância vem se
expandindo muito devido às suas características e especificidades,
oferecendo ensino de qualidade a um custo reduzido, propiciando
inclusão e flexibilidade. Na EAD, o ensino se sustenta no tripé educando
– educador - tecnologias de informação e comunicação e a
responsabilidade do sucesso e alcance dos objetivos recai tanto sobre
a instituição quanto professores/tutores, tecnologias adotadas e,
sobretudo, sobre o aluno. Concluiu-se que a educação a distância é
uma boa estratégia para a inclusão social, pois é uma tipologia de ensino
de baixo custo e fácil acesso a uma camada expressiva da população.
2 Desenvolvimento
A fim de se atingir o objetivo proposto, dar-se-á ênfase aos
seguintes assuntos: definição, origem da educação a distância,
metodologias utilizadas, premissas, público-alvo, particularidades,
pontos positivos e limitações.
A Educação a Distância para Diaz Bordenave (1986, p.34) pode
ser entendida como:
3 Considerações finais
Os trabalhos e publicações consultados nesta pesquisa levaram
ao entendimento de que a educação a distância não é um fato novo no
mundo e vem, gradativamente, conquistando mais espaço nas
sociedades. No Brasil, a cada ano se expande o número de estudantes
e cursos oferecidos nesta modalidade.
Pôde-se concluir que a EAD para ter sucesso precisa da interação
entre educador, tecnologias de informação e comunicação e educando.
Sendo o aluno o principal responsável por seu planejamento e
Referências
ALONSO, Kátia. Avaliação da aprendizagem em EAD. Curitiba: IBPEX, 2002,
p.11-17.
ALVES, João Ribeiro Moreira. “Educação a distância e as novas tecnologias
de informação e aprendizagem”. In: Artigo do Programa Novas Tecnologias
na Educação. Disponível em: http://www.engenheiro2001.org.br/programas/
980201a1.htm, em 10 de fevereiro de 2011.
Anuário Brasileiro Estatístico e de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD).
“Cursos voltados para profissionalização por EAD crescem e motivam projetos
nacionais”. In: http://www.abraEAD.com.br/noticias.cod=x1.asp, em 08 de
fevereiro de 2011.
COSTA, E. de B. O; RAUBER, P. História da Educação; Surgimento e
Tendências Atuais da Universidade no Brasil. Revista Jurídica UNIGRAN,
Dourados/MS, vol.11, n.11, p.241-253, Jan./Jun. 2009.
DIAZ BORDENAVE, Juan. Pode a Educação à Distância Ajudar a Resolver os
Problemas Educacionais do Brasil? In: Tecnologia Educacional, vol 15, n.70,
p. 34-39, Jan/Abr 1986.;
FERREIRA, Jéssica R.; BETEMPS, P. Educação a Distância. In: http://www.
slideshare.net/paulo23/educao-a-distnciappt20, em 08 de fevereiro de 2011.
Resumo
O presente trabalho apresenta resultados parciais do projeto de extensão
intitulado “Experimentações e Aplicações em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA): implantação de um modelo para docência em cursos
técnicos oferecidos a distância pelo IF Sudeste MG Campus Barbacena”.
Foram estudados 94 discentes de cursos na modalidade EAD do IF
Sudeste MG – Campus Barbacena. O objetivo principal foi traçar um
perfil dos estudantes e verificar como esses se relacionam com a sala de
aula virtual, delimitar suas principais dificuldades, os recursos utilizados
e as relações estabelecidas entre material didático e as ferramentas da
plataforma Moodle. Os dados foram coletados por meio de questionário
online, com perguntas fechadas, através da ferramenta LimeSurvey. Os
resultados indicam que a sala de aula virtual deve ser (re)pensada a
partir da colaboração entre professores e estudantes.
Palavras-chave: Perfil dos Estudantes, Sala de Aula Virtual,
Colaboração.
1 Introdução
Este trabalho apresenta os primeiros resultados do projeto de
extensão intitulado “Experimentações e Aplicações em Ambientes
Virtuais de Aprendizagem (AVA): implantação de um modelo para
docência em cursos técnicos oferecidos a distância pelo IF Sudeste
MG Campus Barbacena”.
Com o avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs), que diminuem os espaços e a temporalidade, torna-se
2 Procedimentos metodológicos
Para traçar o perfil dos estudantes dos cursos técnicos a
distância, disponibilizamos no Ambiente Virtual de Aprendizagem um
questionário com perguntas fechadas, que foi respondido por 94
alunos, o que representa 22% do total de estudantes que acessam o
ambiente virtual. A criação do questionário e a coleta de dados se
deram com a utilização da ferramenta LimeSurvey, que é um software
livre para aplicação de questionários online, escrito em PHP. A
ferramenta permite que usuários, sem conhecimento sobre
desenvolvimento de software, possam publicar e coletar respostas de
questionários. Para armazenar os dados, utilizamos o banco de dado
MySQL.
As principais vantagens do LimeSurvey são: o número ilimitado
de questionários e participantes; variedade de tipos de perguntas;
geração de relatórios estatísticos e gráficos em formatos conhecidos
como PDF, XLS e HTML; possuir gerenciamento de usuários, podendo
definir questionários como públicos ou restritos.
3 Resultados parciais
Com o objetivo de entender as principais dificuldades
apresentadas pelos estudantes dos cursos técnicos a distância do IF
Campus Barbacena, listar os principais recursos utilizados e as
relações estabelecidas entre os sujeitos que atuam na sala de aula
online, disponibilizamos aos estudantes um questionário com questões
fechadas, conforme descrito anteriormente.
Primeiramente, buscamos traçar um perfil dos estudantes,
incluindo-se questões socioculturais e da trajetória escolar de cada
respondente. Em um segundo momento, apresentamos questões
diretamente ligadas à sala de aula virtual.
Total %
Nível de escolarização
Pai Mãe Pai Mãe
Não estudou 16 16 17% 17%
1ª a 4ª série do EF 51 52 54% 55%
5ª a 8ª série do EF 11 11 12% 12%
Ensino Médio incompleto 4 4 4% 4%
Ensino Médio completo 8 8 9% 9%
Ensino Superior incompleto 2 0 2% 0%
Ensino Superior completo 1 2 1% 2%
Pós-Graduação 1 1 1% 1%
4 Conclusões preliminares
Ao chegarmos a este tópico, apresentamos as primeiras
conclusões sobre a sala de aula virtual, levando em conta a perspectiva
dos estudantes dos cursos à distância do IF – Campus Barbacena, no
entanto, sem o objetivo de esgotar o assunto abordado.
Detectamos uma significativa discrepância entre o número de
estudantes regularmente matriculados (434) e aqueles que responderam
ao questionário apresentado no AVA (94), sendo uma possível
justificativa a dificuldade de grande parte dos estudantes com a
informática.
Ao traçar o perfil dos estudantes, destacamos que a maioria dos
respondentes é do gênero feminino; com faixa etária entre 35 e 45
anos; branco; estudou em escolas públicas durante o Ensino
Fundamental e Médio, em escolas regulares ou Educação de Jovens e
Adultos; em relação aos pais e mães, ressaltamos a prevalência da
baixa escolaridade, a maioria com Ensino Fundamental incompleto (até
a antiga 4ª série).
De modo geral, ao tratar das questões relacionadas à sala de
aula virtual, a maioria dos respondentes apontou questões positivas, e
informou ter pouca dificuldade para realizar tarefas e na interação com
os colegas, tutores e professores. Porém, cerca de 20% dos estudantes
apontaram questões que devem ser analisadas, como: o material nem
sempre está coerente com o conteúdo da sala de aula; a organização
da sala de aula precisa melhorar para facilitar o estudo; além de
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
162
dificuldades pontuais para responder ao fórum, realizar uma tarefa,
encontrar a nota da disciplina e realizar a leitura de textos.
Nesse sentido, ratificamos a necessidade do constante zelo por
parte daqueles envolvidos no processo ensino-aprendizagem, na
modalidade EAD, para que os estudantes não sejam prejudicados pelo
uso da tecnologia. Através do perfil dos estudantes, poderemos repensar
o modelo para a docência, tendo em vista que a educação é um processo
de troca, sendo necessário criar condições para que o estudante de
fato aprenda, construindo o conhecimento de forma autônoma e
colaborativa.
Referências
COLL, C. & MONEREO, C. Psicologia da Educação Virtual: aprender e ensinar
com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed,
2010.
Resumo
A dificuldade de acesso à educação tem contribuído para a migração de
jovens rurais para os centros urbanos. O presente trabalho teve por
objetivo conhecer a realidade dos jovens rurais do Sul de Minas Gerais e
estudar a Educação a Distância - EAD, como ferramenta viável para sua
inclusão social. Realizou-se uma pesquisa exploratória, por meio de
entrevista estruturada com 129 jovens rurais, representando 40 municípios
da região. Os resultados evidenciaram dados importantes da população
estudada: 44,2% trabalham em atividades rurais com a família; para 40,6%
a educação é a alternativa para melhorar suas condições de vida e que
pretendem continuar os estudos; 66,7% tem acesso a internet e 75,2%
afirmaram que não pretendem sair do meio rural. Considerando que a
EAD é uma opção efetiva de acesso ao ensino, entende-se que pode ser
uma ferramenta de inclusão social capaz de possibilitar a melhoria da
qualidade de vida e permanência digna do jovem no campo.
2 Desenvolvimento
A pesquisa foi realizada no Sul do Estado de Minas Gerais, região
composta por cerca de 180 municípios, onde a importância da Agricultura
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
166
Familiar é evidenciada pela alta produção de café, leite, olerícolas,
frutas e intensa atividade agroindustrial.
O universo da pesquisa foi composto por 129 jovens rurais,
provenientes de 40 municípios da macrorregião Sul de Minas Gerais,
na faixa de 16 a 29 anos, participantes do Projeto Transformar em
2012 7. Neste ano, o projeto foi realizado durante a IV Semana do
Jovem Agricultor, em parceria com o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), Campus
Inconfidentes, onde se deu a capacitação.
É uma pesquisa quali-quantitativa, cujos dados foram coletados
por meio de questionário semiestruturado, os parâmetros estudados
para o alcance dos objetivos foram: perfil pessoal, perfil familiar,
atividades desenvolvidas e suas implicações no cotidiano. Os dados
foram analisados estatisticamente de forma descritiva, por meio de
tabelas simples e cruzadas, utilizando-se o software estatístico SPSS
(SPSS, 2003).
Os resultados evidenciaram que o público alvo deste estudo
foi composto na maioria por jovens do sexo masculino (76%), da cor
branca (78,3%), com ensino médio incompleto (47,6%), de religião
católica (89,1%). Em relação à educação, a maioria (85,3%) estudou
em escolas municipais e, na sua visão, a categoria escola é vista
como uma oportunidade de crescimento e necessidade. Destes
jovens, cerca de 20% já havia cessado os estudos pelo menos uma
vez, sendo que dentre os motivos apresentados observou-se: por
não gostar de estudar (28,6%), por morar distante da escola (14,3%),
devido a dificuldades financeiras (10,7%) e por outros motivos
(35,7%) (Tabela 1).
7 Programa da EMATER-MG, que tem como objetivo a capacitação de jovens rurais, entre 16 e 29
anos de idade, filhos(as) de agricultores familiares.
Resposta Percentual
Continua
Sim 64,3
Não 34,1
Não respondeu 1,6
Sim 80,6
Não 16,3
Não sabe 3,1
3 Considerações finais
Diante das características, apresentadas pela população rural
do sul de Minas Gerais, especialmente a juventude rural, destacando
as dificuldades de acesso à educação, historicamente vivenciadas no
campo, além do desejo de permanência e valorização do rural, aliado
ao anseio pela continuidade dos estudos, é importante discutir
mecanismos de oferta de ensino que sejam compatíveis com a realidade
e possibilidades tecnológicas disponíveis atualmente.
Nesta perspectiva, reconhecendo os avanços, as características
e as possibilidades inerentes a EAD no Brasil, juntamente com a
realidade dos jovens rurais do Sul de Minas já apresentada,
consideramos esta modalidade de educação, como uma oportunidade
para a continuidade dos estudos pelos jovens, superando as dificuldades
relatadas de acesso e necessidade de trabalhar e ainda, garantindo
condições para permanência e manutenção da qualidade de vida no
campo.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao IFSULDEMINAS e a EMATER/MG,
pelo apoio financeiro e técnico durante a realização do trabalho.
Referências
ABRAMOVAY, R.; SILVESTRO, M.; CORTINA, N.; BALDISSERA, T.; FERRARI,
D.; TESTA, V.M. Juventude e agricultura familiar. Brasília: UNESCO. 1998.
104p.
BENJAMIN, C.;CALDART, R.S. Projeto popular e escolas do campo. Brasília,
DF: Articulação Nacional Por Uma Educação Básica do Campo, 2000. (Coleção
Por Uma Educação Básica do Campo, n°. 3). Disponível em www.ufrb.edu.br.
Acesso em 10 de fevereiro de 2013.
FERREIRA, B.; ALVES, F. Juventude Rural: alguns impasses e importância
para a agricultura familiar. In: JUVENTUDE E POLÍTICAS SOCIAIS NO
Resumo
A presente investigação busca responder as seguintes questões: será
que a predisposição maior ou menor para confiar nas pessoas se
relaciona com as concepções que as pessoas têm em relação à
deficiência? Ou a deficiência é algo tão pregnante que, mesmo entre
pessoas que têm uma propensão maior para confiar, a confiança nas
possibilidades das pessoas com deficiência (PcDs) é menor? As
matrizes de interpretação da deficiência identificam os tipos de
concepções sobre a deficiência compartilhadas e construídas ao longo
da história. O construto confiança é definido como uma disposição de
alguém em estar vulnerável às ações de outrem. A pesquisa foi realizada
por meio de questionários com 800 universitários que poderão vir a
trabalhar com PcDs em função da Lei de Cotas. Os resultados
evidenciam que a percepção de confiança ou desconfiança influencia
na maneira como as pessoas concebem a deficiência. Esse resultado
indica que a deficiência, por si só, não é um atributo que modifique a
propensão para confiar das pessoas. Considerando os resultados da
presente pesquisa, sugere-se a inclusão de conteúdos que focalizem
aspectos relacionais e que promovam a reflexão e a ressignificação
dos processos de confiança nos outros, como elementos relevantes na
formação para o trabalho com PcDs.
5 Segundo Ferdman et al. (2009), a inclusão se refere tanto ao julgamento ou percepção de aceitação
coletiva experienciada pelas pessoas incluídas, quanto aos comportamentos que promovam o
sentimento de pertença por parte dessas pessoas.
2.2 Instrumentos
Inventário de Concepções de Deficiência em Situações de
Trabalho (ICD-ST): é uma escala autoadministrada, elaborada por
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
180
Carvalho-Freitas e Marques (2010), para a avaliação das concepções
de deficiência (normalidade, inclusão, espiritual, desempenho, vínculo,
benefícios da contratação) historicamente reproduzidas. Para avaliar a
propensão para confiar e desconfiar, foi construído, no presente estudo,
o Inventário de Confiança. É uma escala autoaplicável, composta por
11 itens, ancorada nos pressupostos teóricos do modelo de confiança
organizacional elaborado por Mayer, Davis e Schoorman (1995).
2.3 Procedimentos
Após a aprovação do projeto pela Comissão de Ética da
universidade, os dados foram coletados em sala de aula. Durante a
aplicação, foi instruído aos universitários que respondessem de forma
honesta e sincera, de acordo com a afirmação que mais expressasse
sua opinião. Os alunos também responderam um questionário que
continha dados sociodemográficos e aspectos relacionados às possíveis
dificuldades em se inserir pessoas com deficiência nos diversos espaços
sociais.
Posteriormente, após a coleta de dados, as respostas foram
categorizadas, na forma de banco de dados, por meio do software –
SPSS for Windows (Statistical Package for Social Sciences) versão 20.
A apresentação e análise dos dados envolveram a utilização de técnicas
estatísticas, tais como: estatística descritiva, para caracterização da
amostra e correlação de Spearman.
3 Resultados
Fator 1 Fator 2
Propensão para confiar Propensão para desconfiar
Benefícios - -
Vínculo - -
Normalidade - 0,076* 0,193**
Inclusão 0,08* -
Desempenho - 0,074*
Espiritual - -
Fonte: DADOS DA PESQUISA, 2012.
* Correlação é significante ao nível de 0,05 (2-tailed)
** Correlação é significante ao nível de 0,01 (2-tailed)
4 Considerações finais
A partir dos resultados da pesquisa, foi possível constatar que as
formas como as pessoas percebem as pessoas com deficiência estão
associadas à maior ou menor confiança que depositam nas pessoas,
de uma maneira geral.
Os resultados dessa pesquisa trazem relevo para os estudos
sobre a inserção de pessoas com deficiência e os processos educativos,
pois mostram que as resistências em relação a essas pessoas não podem
Referências
BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991 (1991). Dispõe sobre os Planos
de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.
CARVALHO-FREITAS, M. N. ; SOUTO, J. F. ; SIMAS, A. L. B. ; COSTA, N. B.;
SANTOS, L. M. M. . Trabalhar com Pessoas com Deficiência: futuros
profissionais têm essa disposição?. In: XXXVI EnANPAD, 2012, Rio de Janeiro.
Anais do XXXVI EnANPAD. Rio de Janeiro: ANPAD, 2012. p. 1-15.
CARVALHO-FREITAS, M. N.; MARQUES, A. L. Concepções de Deficiência
em Situações de Trabalho: Modelo de Análise e Avaliação de Estabilidade
Temporal. Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 3, Edicão Especial,
p. 100-129, 2010.
CARVALHO-FREITAS, M. N.; MARQUES, A. L. Pessoas com deficiência e
trabalho: percepção de gerentes e pós-graduandos em Administração.
Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, n. 2, p. 244-257, 2009.
Resumo
O presente estudo tem como foco o sistema do governo federal,
denominado Universidade Aberta do Brasil (UAB); objeto de análise em
âmbito maior no nível de doutoramento. O objetivo do estudo foi o de
levantar pesquisas no nível profissionalizante, de mestrado e doutorado
referente ao tema UAB, entre os anos de 2006 a 2011, no banco de
teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes). A metodologia utilizada foi a análise
exploratória de dados. Dentre os resultados obtidos foram identificados
ao todo 79 trabalhos que foram analisados em seus títulos e resumos,
fato que propiciou a elaboração de categorias de análise para os temas
identificados, as instituições onde os trabalhos são defendidos e as
regiões nacionais com maior predominância de trabalhos. Como
conclusão, esse estudo apontou que o tema UAB vem crescendo nas
produções de pesquisas acadêmicas. Verificou-se que a hipótese de
poucos trabalhos acerca da gestão é fato. A educação é a área
predominante de estudos. A região nordeste é a que mais produz
trabalhos acerca da UAB, sendo a UFAL a que mais se destaca e os
estados de Alagoas e São Paulo os que mais estudam o tema.
Palavras-chave: Educação a Distância, UAB, CAPES.
1 Introdução
Na última década o governo federal investiu em políticas públicas
para acesso ao ensino superior. Para isso, no âmbito da modalidade a
distância lançou em 2006 um programa denominado de Universidade
Aberta do Brasil (UAB). O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto Federal
Nº 5.800/2006 (BRASIL, 2006), que define “o desenvolvimento da
Figura 1: Funcionamento do
sistema UAB (Fonte Própria).
11 Tutoria 12 Gestão
13 Avaliação
Total de Temáticas
Formação de Professores 19
Ambiente Virtual de Aprendizagem 11
Processos de Ensino e Aprendizagem 11
Material Didático 10
Políticas Públicas 9
Evasão 6
Gestão 3
Avaliação 2
Tecnologia em EAD 2
Experiências Internacionais 1
Metodologias de Ensino 1
Polos 1
Tutoria 1
TOTAL 77
Nordeste
Instituição Estado Qtade
UFAL AL 11
UFC CE 8
UECE CE 3
UFPB PB 3
UNEB BA 2
UFMA MA 2
UFRN RN 1
3 Considerações finais
Como conclusão, esse estudo apontou que o tema UAB vem
crescendo nas produções de pesquisas acadêmicas (LITTO, 2009).
Verificou-se que a hipótese de poucos trabalhos acerca da gestão é
fato. A educação é a área predominante de estudos. A região nordeste
é a que mais produz trabalhos acerca da UAB, sendo a UFAL a que
mais se destaca e os estados de Alagoas, Ceará e São Paulo os que
mais estudam o tema. O tema EAD aponta para estudos crescentes
como apontados por Alves (2007).
Referências
ALVES, J. R. M. A Educação a distância no Brasil. Instituto de Pesquisas
Avançadas em Educação, Brasil, 2007.
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LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. M. Educação a Distância: o estado da arte.
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 297-303.
TUKEY, J. W. Exploratory Data Analysis, New York: Addison-Wesley, 1977.
Resumo
A Educação a Distância (EAD) desafia-nos a utilizar de interfaces que nos
permitam mais interação entre as pessoas que atuam nesta modalidade
de ensino. Neste contexto, este trabalho consiste em relatar experiência
do Centro de Educação a Distância da Universidade Federal de Lavras
(CEAD/UFLA) sobre atividades direcionadas com tutores(as) a distância,
no qual foram realizados chats que envolviam coordenação pedagógica,
gestoras e tutores/as baseado em roteiro previamente preparado e de texto
para fundamentação teórica de Alves (2009). Percebe-se uma aceitação
pelos(as) tutores(as) com o uso dessa ferramenta. Esta dinâmica contribuiu
para maior interatividade com tutores(as) a distância, favorecendo a
compreensão de realidades e percepções diferentes dos cursos de
graduação oferecidos pelo CEAD/UFLA.
1 Introdução
Este relato de experiência apresenta como temática de estudo a
formação continuada de tutores/as do Centro de Educação a Distância
4 Chats
Considerando esta interface, o Chat, segundo Alves (2009),
permite sua realização com objetivos pedagógicos estabelecendo-se
algumas regras para possibilitar a participação de todos. Essas não
têm objetivo de inibir a participação dos sujeitos e sim dar voz a todo o
grupo possibilitando a construção coletiva do conhecimento.
Neste contexto, vislumbrando a vertente da aprendizagem, Palloff
e Pratt (2002) consideram que “as chaves para que se obtenha uma
aprendizagem em comunidade, bem como uma facilitação online, são
simples: honestidade, correspondência, pertinência, respeito, franqueza
e autonomia” (p.43). Tais considerações contribuem para a dinâmica
proposta e a construção coletiva da aprendizagem.
Pretende-se com esta dinâmica ampliar segundo Serra e Silva
(2008), a participação do/a tutor/a no processo de construção dos cursos,
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
198
retirando do/a tutor/a a função de apenas executar as ações já
estabelecidas. Oportunizou-se com a ampliação deste diálogo que o/a
tutor/a participasse ativamente de decisões e definições de posturas
para garantir o sucesso dos trabalhos dentro dos cursos de EAD.
Incentiva-se com o uso dos chats entre os/as tutores/as a
construção efetiva das comunidades de aprendizagem, nas quais as
pessoas têm possibilidades de melhorar as suas práticas com o apoio
de outros colegas que também atuam no mesmo curso. As
aprendizagens são adquiridas por intermédio das trocas que são
estabelecidas de forma síncrona e que provocam desdobramentos em
outros momentos da formação e atuação dos envolvidos nos cursos.
Desta forma, observa-se que há possibilidade de uma facilitação
na interação com o uso dos chats como meio de contato, segundo esses
autores, em que “a melhor facilitação é aquela em que se modela a
metodologia, isto é, aquela em que se atua como um membro do grupo
que contribui para o processo de aprendizagem” (PALLOFF e PRATT,
2002, p. 42).
Acredita-se que estes quatro itens não são novidade para qualquer
trabalho de tutoria, e foram colocados aqui apenas para reforçar a
necessidade de uma rotina insistente para evitar o abandono por parte
dos cursistas. Os próximos itens de 5 a 10 são mais importantes e foram
discutidos com bastante objetividade e clareza.
6 Considerações finais
Percebe-se uma aceitação pelos/as tutores/as no uso dessa
ferramenta, pois conseguimos atingir uma participação de 51% dos/as
tutores/as que no momento atuavam nos cursos a Distância.
Os/as tutores/as que não puderam participar do encontro síncrono
receberam um e-mail para que pudessem fazer as suas justificativas e
neste e-mail foram orientados/as a fazerem leitura da sessão encerrada
e, desta forma, foram inseridos na conversa. Das justificativas recebidas
percebe-se que 90% da não participação no chat foi por motivo de
compromisso de trabalho em outras instituições.
Cabe destacar que os/as tutores/as que não participaram do chat
se mostraram disponíveis para que em outras oportunidades estarem
prontos a participar e que a leitura da sessão encerrada permitiu a eles/
as a aproximação com a metodologia e com os pontos debatidos.
Durante a realização de um dos chats tivemos problemas com
queda de energia do CEAD/UFLA, assim o chat foi reagendado e a
adesão da equipe de tutores/as foi percebida com a insistência para
nova data da atividade.
Ainda, esta dinâmica contribuiu para maior interatividade com
tutores/as a distância, favorecendo a compreensão de realidades e
percepções diferentes dos cursos de graduação oferecidos pelo CEAD/
UFLA.
Referências
ALVES, Lynn; BARROS, Daniela; OKADA, Alexandra. Moodle: Estratégias
Pedagógicas e Estudos de Caso. Salvador: EDUNEB, 2009.
Resumo
Este trabalho justifica-se pela necessidade de desenvolver e buscar
práticas pedagógicas que dinamizem o ensino, possibilitando estimular
a criatividade, a autonomia, a imaginação e a sensibilidade dos alunos
do terceiro ano do ensino fundamental. Para tanto, busca-se trabalhar
com a multiplicidade de linguagens na busca de conhecer e decodificar
o mundo que nos cerca, permeando a descoberta de novos horizontes
de ensino e de aprendizagem. A partir da experiência de contadoras de
historia na Biblioteca Municipal de São João Del-Rei, levamos essa
prática de contar histórias para a turma da Escola Estadual Inácio Passos
com o intuito de desenvolver a oralidade e o gosto pela leitura, utilizando
a literatura infantil especificamente, as narrativas que abordam a
temática da diferença. Perante a análise dos estudos e práticas
realizadas, pode-se constatar que o objetivo de proporcionar uma
educação baseada na utilização do lúdico foi alcançado com êxito,
possibilitando um trabalho diferenciado que respeite as possibilidades
e limitações de cada aluno.
1 Introdução
Os relatos aqui apresentados são baseados nas experiências
obtidas a partir do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência – PIBID, lançado pelo ministério da Educação, integrado ao
conjunto de reformas iniciadas em 2001, com a promulgação de
Diretrizes Nacionais para a formação, em nível superior, de professores
Referências
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Vozes, 8. ed. 2005.
DUARTE, João Francisco Júnior. Porque Arte-Educação?. 6 ed. São Paulo:
Papirus,1991.
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2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Cortez, 2003.
LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da Capacidade
Criadora, 1 ed. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes. A organização do tempo e do espaço escolar. In:
Creches: crianças, faz-de-conta e Cia. Petrópolis: Vozes, 1994.
SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a
Alfabetização como processo discursivo Ana Luiza Bustamante Smolka – 6
ed- São Paulo : Cortez: Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de
Campinas, 1993.
Resumo
A Educação a Distância (EAD) tem sido uma solução para a
operacionalização de atividades de Treinamento e Desenvolvimento de
funcionários de empresas diversas. Esta ferramenta promove, entre
outros benefícios, a redução de custos, o acesso por parte de um maior
número de indivíduos, a integração de diferentes recursos educativos e
a possibilidade de atualização constante (SCHRÖEDER, 2005). O
presente estudo faz parte de um projeto de pesquisa instituído no
Hospital Regional Dr. João Penido (HRJP), em Juiz de Fora, MG, desde
dezembro de 2011. O delineamento para o desenvolvimento deste
estudo é o da pesquisa transversal, descritiva, com enfoque qualitativo.
A amostra é constituída por todos os fisioterapeutas do HRJP. As
atividades de treinamentos, fóruns de discussão e construção de
documentos, entre outras, são realizados no formato de curso, através
do Site www.aprenderlivre.com.br/moodle, Aprender Livre – Educadores
Associados. Este processo foi utilizado como forma de Educação
Continuada ao longo do ano de 2012 e, a partir de 2013, os resultados
obtidos nas avaliações dos treinamentos serão incorporados à
metodologia de Avaliação Individual de Desempenho, pela qual passa
o servidor público estadual anualmente.
1 Introdução
A globalização que se vive atualmente promove a experimentação
de inovações tecnológicas que se apresentam com muita rapidez,
2 Métodos
O delineamento para o desenvolvimento deste estudo foi o da
pesquisa transversal, descritiva, com enfoque qualitativo. Constituíram
a amostra desta pesquisa todos os fisioterapeutas do HRJP que,
quando convidados, concordaram em participar da pesquisa, por meio
do TERMO DE CONSENTIMENTO deste estudo.
3 Considerações finais
Diversas organizações têm percebido que a Educação a Distância
é um meio eficaz de ensino, em que custos podem ser reduzidos sem
prejudicar a aquisição dos conhecimentos. Nos processos de Treinamento
e Desenvolvimento, o uso de recursos multimídia tem crescido de forma
significativa, principalmente pela possibilidade de acesso a muitas pessoas
distantes fisicamente (CARVALHO; ABBAD, 2006).
Tais características tornaram este tipo de treinamento o ideal para
ser aplicado no Hospital Regional Dr. João Penido. O Hospital passou,
durante o ano de 2012, por um intenso período de preparação para a
Auditoria Certificadora da Organização Nacional de Acreditação (ONA),
um programa de qualidade dos serviços de saúde. Dessa forma, muitos
esforços foram unidos, entre os funcionários, no sentido de adequação
aos padrões da Acreditação.
Além disso, tivemos ainda em 2012 (de janeiro a dezembro desse
ano), um grande número de admissões de profissionais de várias
classes, inclusive fisioterapeutas, por meio de concurso público. Tal
fato gerou uma grande demanda de treinamento para adaptação dos
novos funcionários à realidade do hospital.
No entanto, tantas alterações no planejamento inicial dificultaram
a coleta de dados prevista. Porém, os esforços foram válidos, pois o
Projeto de Pesquisa aqui apresentado funcionou como um Projeto Piloto
ao longo do ano de 2012. Acumulou-se experiência. Foram definidas
novas metas. Descobriram-se formas de melhoria do processo.
A partir de 2013, o Projeto será novamente desenvolvido no
Hospital, dando continuidade aos trabalhos iniciados em 2012. A
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
217
Gerência a qual pertence o serviço de fisioterapia utilizará os dados
coletados na Avaliação de Desempenho dos fisioterapeutas do hospital.
Todo esse processo contribui para a ratificação da Certificação
em Nível 1 para o HRJP pela ONA.
Os fisioterapeutas aderiram plenamente ao treinamento,
utilizando-se das ferramentas da EAD. Outras categorias profissionais
estão planejando fazer o mesmo, o que evidencia o sucesso da iniciativa.
Sendo assim, o projeto continuará para os fisioterapeutas no ano de
2013 e tentaremos abrir novas turmas de outras categorias profissionais.
Referências
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diferencial e integral I, na modalidade de educação a distância, na UNESC.
2004. 136p. Monografia. Criciúma, 2004.
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suporte à transferência e impactos no trabalho. Revista de Administração
Contemporânea, v. 10, n. 1, p. 95-116, jan./mar. 2006 .
DORNELLES, R. J. A utilização de tecnologias de Internet na educação a
distância: o caso de uma disciplina de graduação da Escola de Administração
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2001. 94p. Dissertação
(Mestrado em Administração). Escola de Administração. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, julho de 2001.
NAKAMURA, R. Moodle: como criar um curso usando a plataforma de Ensino
a Distância. São Paulo: Farol do Forte, 2009. 160 p.
SCHRÖEDER, C.S. Critérios e indicadores de desempenho para sistemas de
treinamento corporativo virtual: um modelo para medir resultados. 2005. 214p.
Dissertação (Mestrado em Administração). Escola de Administração.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
Resumo
Alguns pesquisadores chamam a atenção para a necessidade de
deslocar o foco da pessoa com deficiência (PcD) para o contexto em
que a deficiência se configura. A investigação teve por objetivo verificar
a disposição de futuros profissionais para trabalhar com PcDs. O
referencial teórico utilizado foi de crenças e atitudes sociais. A pesquisa
foi realizada com 575 graduandos que, em função da Lei de Cotas
(1991), poderão trabalhar com PcDs. Os instrumentos utilizados foram:
Inventário de Concepções de Deficiência em Situações de Trabalho
(ICD-ST); Inventário de Consequências de Trabalhar com Pessoas com
Deficiência (ICT); e Inventário de Ações Possíveis no Processo de
Inserção de Pessoas com Deficiência (IAP). Para avaliar a favorabilidade
em se trabalhar com PcDs em função da Lei de Cotas (atitude) foi
incluída uma pergunta relativa à concordância com a Lei de Cotas para
o trabalho dessas pessoas no Brasil. Foram identificados três padrões
de disposição: a disposição orientada para a deficiência; a disposição
pouco favorável à inserção de pessoas com deficiência; e a orientação
mais voltada para a acessibilidade. Esses resultados constatam
empiricamente que grande parte das dificuldades de inserção de PcDs
se encontra no ambiente e nas condições sociais, e não na deficiência
ou na PcD propriamente dita. Assim, a possibilidade de mudanças e de
contribuição das políticas de diversidade é potencializada, pois podem
promover ações de inserção que favoreçam o contato entre pessoas
com e sem deficiência, além de estimular a adequação dos espaços e
a utilização de novos recursos que potencializem o trabalho das PcDs.
2 Metodologia
A pesquisa foi realizada com 575 alunos de graduação de uma
universidade pública do estado de Minas Gerais que, em função da Lei
de Cotas (1991), poderão vir a atuar com PcDs no mercado de trabalho.
A distribuição dos graduandos por curso foi a seguinte: 14,3% de
Engenharia Mecânica; 12% de Psicologia; 11% de Administração; 8,2%
de Engenharia de Produção; 7,1% de Engenharia Elétrica; 6,6% de
Educação Física; 5,6% de Ciência da Computação; 5,4% de Teatro;
4,7% de Geografia; 4,7% de História; 4,2% de Letras; 4,2% de
Pedagogia; 3,5% de Matemática; 3% de Arquitetura; 3% de Educação
Musical; e 2,8% de Filosofia.
A amostra foi composta por 53,2% de estudantes do sexo
masculino e 46,8% do sexo feminino, com idade média de 24 anos,
sendo que 1,4% dessas pessoas possui algum tipo de deficiência. Em
relação às informações sobre a necessidade de adequação do meio
ambiente para pessoas com deficiência, 40,7% relataram ter
informações, mas não o necessário para trabalhar com essas pessoas;
32,9% afirmaram ter informações que podem ajudar a identificar
dificuldades de acessibilidade; e 24,5% disseram ter apenas informações
superficiais.
Para analisar as dificuldades para inserir pessoas com deficiência,
foram aplicadas 5 questões dispostas em forma de escala Likert,
variando de 1 a 6 (discordo totalmente a concordo totalmente), na qual
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
221
os universitários atribuíram, em termo de concordância, as variáveis
que consideravam como possíveis obstáculos no processo de inserção.
Sendo assim, encontrou-se que 59,8% atribuem essas dificuldades à
falta de conhecimento sobre como tornar os espaços físicos acessíveis;
88,3% atribuem à falta de preparação dos profissionais para o trabalho
com essas pessoas; 71,1% acreditam que seja em função da falta de
convivência com pessoas com deficiência; 78,4% concordam que sejam
em função da falta de conhecimento sobre recursos materiais e
tecnológicos para auxiliar essas pessoas; e 60,4% acham que seja em
função da falta de recursos financeiros das instituições para fazer
adaptações no ambiente. Para avaliar a favorabilidade em se trabalhar
com PcDs em função da Lei de Cotas (atitude), foi incluída uma pergunta
relativa à concordância com a Lei de Cotas para o trabalho dessas
pessoas no Brasil. Para avaliar as crenças, foi utilizado o Inventário de
Concepções de Deficiência em Situações de Trabalho (ICD-ST), que é
uma escala autoadministrada, proposta por Carvalho-Freitas (2007;
2012), para a avaliação das concepções de deficiência historicamente
reproduzidas.
Para verificar as consequências de se trabalhar com pessoas
com deficiência, foi construído o Inventário de Consequências de
Trabalhar com Pessoas com Deficiência (ICT) que é uma escala de
autorrelato, proposta para avaliar as possíveis consequências ao se
trabalhar com pessoas com deficiência. Para avaliar a percepção do
grau de facilidade ou dificuldade para inserir pessoas com deficiência
(crenças sobre o controle), foi construído o Inventário de Ações Possíveis
no Processo de Inserção de Pessoas com Deficiência (IAP), que se
trata de uma escala autoaplicável.
3 Análise de dados
Para a apresentação e o tratamento dos dados foram utilizados
os seguintes procedimentos estatísticos: estatística descritiva; e análise
de Cluster e o teste de quiquadrado.
4 Resultados
No estudo realizado, foram identificados três padrões de
disposição para o trabalho com pessoas com deficiência. A disposição
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
222
orientada para a deficiência e a disposição pouco favorável à inserção
de pessoas com deficiência indicam que grande parte dos profissionais
que irão ingressar no mercado de trabalho ainda compartilha crenças e
atitudes que potencialmente dificultam a inserção, permanência e
crescimento dessas pessoas nas organizações, conforme estudos já
realizados (Lewis e Allee, 1992; Tanaka e Manzini, 2005). Por outro
lado, é possível identificar entre parte desses futuros profissionais uma
disposição orientada para a acessibilidade, em que os pressupostos do
modelo social da deficiência são predominantes (Finkelstein, 1980;
Oliver, 1996), indicando uma mudança na disposição para trabalhar
com pessoas com deficiência.
Ratificando o estudo conduzido por Shannon, Tansey e Schoen
(2009), os cursos de origem dos futuros profissionais estavam
relacionados com crenças sobre a deficiência e suas consequências.
Foi também verificada associação entre as disposições para a inserção
de pessoas com deficiência e a percepção de dificuldades para inserir
essas pessoas. As dificuldades identificadas como relacionadas às
disposições são variáveis cujas origens são sociais: da falta de
conhecimento de como tornar os espaços físicos acessíveis (qui-
quadrado = 31,402, p = 0,001); falta de preparação dos profissionais
para o trabalho com pessoas com deficiência (quiquadrado = 24,749, p
= 0,006); falta de convivência com pessoas com deficiência (qui-
quadrado = 35,378, p = 0,000); falta de conhecimento sobre recursos
materiais e tecnológicos para auxiliar as pessoas com deficiência (qui-
quadrado = 19,552, p = 0,034) e falta de recursos financeiros das
instituições para fazer adaptações no ambiente (quiquadrado = 20,994,
p = 0,021). Esses achados são similares a alguns resultados da pesquisa
realizada por Bruyère (2000), que identificou como uma barreira para
empregar pessoas com deficiência à falta de conhecimento dos
supervisores sobre as acomodações necessárias a elas. Esses
resultados reforçam os estudos que têm como pressuposto o modelo
social, pois constata, empiricamente, uma premissa defendida pelos
pesquisadores (Oliver, 1996; Thomas, 2002) de que grande parte das
dificuldades de inserção de pessoas com deficiência se encontra no
ambiente e nas condições sociais, e não na deficiência ou na pessoa
com deficiência propriamente dita.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
223
Ainda que as características das pessoas com deficiência possam
influenciar atitudes de colegas e supervisores (Schur, Kruse e Blanck,
2005), os resultados da presente pesquisa indicam que as disposições
para a inserção dessas pessoas dependem da percepção de
dificuldades relacionadas às questões de aprendizagem (falta de
conhecimento), de convivência e de percepção de recursos disponíveis
para as modificações necessárias no ambiente. Nesse sentido, a
possibilidade de mudanças e de contribuição das políticas de diversidade
é potencializada, pois podem promover ações de inserção que
favoreçam o contato entre pessoas com e sem deficiência, além de
estimular a adequação contínua dos espaços e a utilização de novos
recursos materiais e tecnológicos que potencializem o trabalho das
pessoas com deficiência.
5 Considerações finais
Neste estudo, que incluiu 575 universitários brasileiros que muito
provavelmente irão trabalhar com pessoas com deficiência, em função
da Lei de Cotas, foram considerados quatro construtos que se
mostraram relevantes para a identificação da disposição para a inserção
de pessoas com deficiência: a atitude frente à Lei de Cotas; as crenças
sobre a deficiência; as consequências de trabalhar com pessoas com
deficiência; e as ações possíveis de serem realizadas para a inserção
(crenças sobre controle). Foram identificados três padrões de disposição
para o trabalho com pessoas com deficiência: disposição orientada para
a deficiência; disposição pouco favorável à inserção de pessoas com
deficiência; e disposição orientada para a acessibilidade. Também foi
constatado que essas disposições estavam associadas à percepção
de dificuldades para inserir pessoas com deficiência, tais como: falta
de conhecimento sobre recursos materiais, tecnológicos e de processos
para garantir a acessibilidade dos espaços físicos, além de falta de
convivência com as pessoas com deficiência.
Dentre esses universitários, mais da metade deles, teriam
dificuldades para trabalhar com pessoas com deficiência (disposição
orientada para a deficiência e disposição pouco favorável ao trabalho
com pessoas com deficiência), pois focam principalmente em aspectos
relacionados às limitações das pessoas com deficiência. Possivelmente,
Referências
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CARVALHO-FREITAS , M. N.. A inserção de pessoas com deficiência em
empresas brasileiras: um estudo sobre as relações entre concepções de
deficiência, condições de trabalho e qualidade de vida no trabalho (Tese de
Doutorado). Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. 2007.
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Deficiência em Situações de Trabalho (ICD-ST). Psico-USF, 17(1), 33-42. 2012.
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OLIVER, M.. Understanding disability, from theory to practice. London:
Macmillan. 1996.
Resumo
Apresentamos uma revisão bibliográfica pautada em estudos dos últimos
dez anos referente às contribuições da Psicologia para a Educação a
Distância (EAD). Apesar de a EAD, na sua versão contemporânea
baseada nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), ser
modalidade relativamente nova de ensino e aprendizagem, permanecem
questões que vão além do distanciamento físico. A Psicologia se mostra
como saber que tem contribuído nessa área, levantando questões que
envolvem, por exemplo, o lugar da afetividade nas interações on-line e
da aprendizagem significativa como favorecedora de um clima de
interesse, curiosidade e motivação no contexto da EAD. Em nossa
revisão articulamos e sintetizamos artigos científicos que abordam a
temática. A partir da análise, concluímos que o conceito motivação tem
se mostrado importante para a discussão da temática da inclusão na
EAD. Porém, outros desafios persistem na integração Psicologia-EAD-
Inclusão, sugerindo que novos estudos sejam realizados.
1 Introdução
O objetivo do presente trabalho é verificar quais são as
contribuições da Psicologia para a Educação a Distância (EAD). Tais
contribuições foram elencadas a partir da leitura de artigos científicos,
2 Considerações finais
Há de se considerar, a partir do levantamento de pesquisas
realizado, que a Psicologia contribui e ainda tem muito a contribuir com
suas teorias e técnicas à Educação a Distância. Verificamos que alguns
importantes conceitos muito difundidos na área da EAD - como
afetividade, interação, aprendizagem etc. - muitas vezes são usados
sem se atentar para seu embasamento teórico e sobre seu real
significado. Não obstante, são de suma importância a busca e
compreensão desses conceitos para que o processo de
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
236
ensinoaprendizagem e a construção teórica e prática na EAD sejam
cada vez mais efetivas e credoras de credibilidade.
Finalizamos a presente revisão bibliográfica reconhecendo e
reafirmando algumas das considerações listadas por Franca, Matta e
Alves (2012): a articulação entre Psicologia e EAD é recente e, no
entanto, verifica-se uma crescente e profícua produção acadêmica sobre
o tema. Alguns temas têm encontrado maior vazão (afetividade, agentes
de inteligência artificial – AI, estilos de aprendizagem dentre outros),
mas outros precisam de maior investimento acadêmico (a questão da
inclusão, aprendizagem significativa são alguns poucos exemplos).
Em um mundo no qual a tecnologia nos surpreende a cada dia,
com novos artefatos, novas possibilidades de interação, novos modos
de pensamento, continuar a busca da compreensão dos diversos fatores
envolvidos à luz da Psicologia, pode ainda ser um grande manancial de
ideias, posturas e práticas inovadoras.
Referências
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pedagógica na Educação a Distância: um enfoque na prática docente na
disciplina de Psicologia da Educação. Novas Tecnologias na Educação v. 6,
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n.1 dez. 2007. Disponível em: <www.periodicos.udesc.br/index.php/
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KALATZIS, A. C.; BELHOT, R. V. Estilos de aprendizagem e educação a
distância: perspectivas e contribuições. XIII SIMPEP - BAURU, SP, 2006.
KOLB, D. A. (1984). Experiential learning. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice-
Hall, 1984.
LÉVY, Pierre Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora
34, 2009.
Resumo
A educação especial é um assunto em discussão e em desenvolvimento
pelos profissionais da educação, causando diversas dúvidas,
principalmente, quando se dirige à temática do currículo, das adaptações
curriculares. Este é o mais complexo dos problemas referentes à
educação especial. Neste sentido, este artigo demonstra como se
concebe as adaptações curriculares, conforme a visão da Secretaria
de Educação Especial (MEC) e de alguns teóricos renomados. Para
isso, enfocam-se referenciais bibliográficos e experiências didáticas em
sala de aula inclusiva, refletindo a teoria e a prática.
2 Para Jurandir de Almeida Araújo, “A democratização do ensino tornou as escolas públicas brasilei-
ras em uma escola das “faltas”: falta professor, faltam materiais didático adequado, faltam salas
de aula, falta merenda, falta acessibilidade, falta um currículo que atenda as necessidades e
interesses dos sujeitos atendidos, no entanto, o discurso das autoridades competentes é de que
está tudo bem com a educação no país, que temos escolas e vagas disponíveis o suficiente para
manter todos estudando, e que se os estudantes fracassam ou não frequentam a escola a culpa
não é do governo, e sim do aluno e/ou da família que não o incentivou.” (ARAÚJO, 2011 pág. 5).
3 Alunos considerados deficientes são os que “(...) têm impedimentos de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter
restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade.” (SEE, 2008, pág. 15).
Podemos dizer que o público desta modalidade de ensino são os cegos, com baixa visão, surdos,
aqueles com déficit intelectual, deficiente físico e alunos com altas habilidades/superdotação,
hiperativos, com transtornos funcionais específicos, como: discalculia, disortografia, etc. O fato é
que as categorizações não esgotam o pensar sobre quem é o público alvo, e sim, nos faz refletir
sobre sua capacidade de modificação “(...) a fim de superar a situação de exclusão.” (SEE, 2008,
pág. 15). Com o passar do tempo, desenvolveram-se categorias para as deficiências, como: leve,
moderada, severa.
4 Conforme Marta Relvas: “A Neurociência aplicada na Educação vem como um estudo a mais (...).
Não é uma teoria e nem tão pouco uma tendência pedagógica. É um estudo científico de como o
cérebro pode aprender melhor e guardar saberes. A função do professor é potencializar os cérebros
na sala de aula. Aliás, no olhar neurocientífico, os atrasados não existem, não existem pessoas
que não aprendem. O que existe são cérebros com ritmos neuronais, desejos e experiências
diferentes e que recebem os mesmos estímulos / informações / conteúdos ao mesmo tempo e
coletivamente na sala de aula.”
9 O exemplar acima foi reescrito, corrigindo-se os desvios ortográficos, como: Arvore / Árvore serio
/ sério iso / isso ta / está falano / falando. Ao ser aconselhada quanto à necessidade de estudos
referentes à leitura / à ortografia, etc, a menina se sente constrangida, talvez pela própria dificuldade
cognitiva que já sabe lhe pertencer. Muitas vezes também ela se nega ou não consegue
acompanhar a leitura de textos narrativos, um pouco extensos, do livro didático. Como então
ajudá-la, sem as adaptações curriculares?
3 Considerações finais
Conforme demonstrado, as adaptações curriculares podem
constituir-se como essenciais para o progresso cognitivo dos EPAEE,
se estruturadas pelos olhares pedagógico-sociais do professor e toda
equipe pedagógica atenta às barreiras e potencialidades próprias de
seus alunos. Retirar a denominação mecânica e simplista de adaptações
curriculares e experimentar, com o olhar científico e investigativo, os
diversos caminhos de aprendizagem será um passo a mais para apoiar
esta ‘ansiedade grupal’ que é própria do campo da educação.
Referências
ARAÚJO, Jurandir de Almeida, et al. Educação, desigualdade e diversidade: os
grupos menos favorecidos frente ao sistema escolar brasileiro. III Encontro
Baiano de Estudos em Cultura, Cachoeira: UFRB, 2012.
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial
na educação básica. Secretaria de Educação Especial–MEC/SEESP, 2001.
BRASIL, Ministério da Educação. Saberes e práticas da inclusão: Dificuldades
de comunicação e sinalização deficiência visual. Secretaria de Educação
Especial–MEC/SEESP, Brasília, 2006.
BRASIL, Ministério da Educação. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e
permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades
educacionais especiais, Adaptações curriculares de grande porte Brasília:
Secretaria de Educação Especial, 2000.
BRASIL, Ministério da Educação. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e
permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades
educacionais especiais, Adaptações curriculares de pequeno porte Brasília:
Secretaria de Educação Especial, 2000.
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial (SEESP).
Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
Brasília: MEC, 2008.
CASTANHEIRA, Maria Lucia; GREEN, Judith e DIKSON, Carol. Práticas de
letramento em sala de aula: uma análise de ações letradas como construção
social. Revista Portuguesa de Educação. Braga, v. 20, n. 2, p.7-38, 2007.
Resumo
Este artigo teve por objetivo enfocar o processo de avaliação na
educação a distância, abordando os métodos mais utilizados e sua
relação com o processo de ensino-aprendizagem. Por ser uma pesquisa
bibliográfica, o aporte teórico foi feito por meio de leitura de livros e
artigos científicos. Os resultados indicam que a educação a distância
tem sido uma alternativa que possibilita inclusão social. A avaliação foi
entendida como um processo contínuo e primordial para que a educação
alcance os objetivos a que se propõe. Concluiu-se que o primordial não
é comparar a avaliação nos diferentes tipos de educação, presencial e
a distância, mas, sim, estudar se as ferramentas utilizadas são as
adequadas para cada modalidade de ensino e se o educando, por meio
dos materiais e suporte oferecido, tem sido capaz de construir seu
conhecimento e produzir aprendizagens significativas.
1 Médico Veterinário pela Unifenas, Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior pela Finom.
ottinhovet@yahoo.com.br
2 Graduada e Mestre em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa/MG; Licenciada
em Pedagogia pela ULBRA; Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior pela Finom, atua
como Extensionista de Bem-Estar Social na EMATER-MG, no município de Conceição dos Ouros
e tutora Ead do curso de Pedagogia pela Uniararas em Conceição dos Ouros/MG.
aline.guidis@emater.mg.gov.br
3 Graduado em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa; Mestre em Educação Agrícola pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Nutricionista IF Sul de Minas; Professor Faculdades
Asmec. ppoliveira2000@yahoo.com.br
4 Graduado em Agronomia e Doutor Entomologia pela UFLA/MG. Professor no IFSULDEMINAS -
Câmpus Inconfidentes, luiz.rocha@ifs.ifsuldeminas.edu.br
5 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa, Técnico em Assuntos Educacionais
no IFSul de Minas. aloisia.hirata@ifsuldeminas.edu.br
3 Considerações finais
A partir da realização deste trabalho, pôde-se concluir que a
educação, ao longo da história, passou por momentos distintos e é o
retrato da cultura, economia e política, tendo funções ligadas à
mentalidade e valores de cada sociedade.
No Brasil, a educação tem o acesso dos cidadãos garantido
por lei, mas ainda há muito por se fazer. A Educação a Distância tem
sido uma importante alternativa de inclusão social e capacitação para
o mercado de trabalho e melhoria de vida das famílias, sobretudo,
as da classe média e baixa.
Observou-se que o processo de avaliação é essencial na
educação e na EAD, o mesmo perpassa por ajustes e avaliações
constantes, a fim de garantir o alcance dos objetivos da educação e
profissionais qualificados, autônomos para construir seu
conhecimento e capazes de refletir e criticar sua realidade social.
Referências
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DISTÂNCIA (ABRAEAD). “Cursos voltados para profissionalização por EAD
crescem e motivam projetos nacionais”. In: http://www.abraead.com.br/
noticias.cod=x1.asp. Acesso em 08 de fevereiro de 2011.
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Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel (Orgs.). Educação a distância: o
estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
FERREIRA, Jéssica R.; BETEMPS, P. “Educação a Distância”. In: http://
www.slideshare.net/paulo23/educao-a-distnciappt20. Acesso em 12 de
novembro de 2011.
HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática,
2002.
JÉLVEZ, J. A. Q. História da Educação. Curitiba: Ibpex, 2008.
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de dezembro de 1996. Brasília, 1996.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo, Cortez, 1991. Ministério da Educação
(MEC). Secretaria de Educação a Distância. In: http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_content&view=article&id=15961&Itemid=1097. Acesso
em 13 de novembro de 2011.
PILLETTI, N; PILLETTI, C. História da Educação. São Paulo: Ática, 1997.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
261
PRETI, O. Educação a Distância: uma prática educativa mediadora e
mediatizada. In: http://www.nead.ufmt.br/index.asp?pg=7. Acesso em 12 de
novembro de 2011.
SANTOS, J.F.S. Avaliação no Ensino a distância. In: Revista Iberoamericana
de Educación. Disponível em: http://www.rieoei. org/1372.htm. Acesso em 10
de novembro de 2011.
Resumo
Tendo em vista a expansão dos cursos na modalidade EAD, surgiram
novas demandas e espaços de aprendizagem que se diferenciam
claramente dos cursos na modalidade presencial. O presente trabalho
de pesquisa tem por objetivo o estudo da relação entre tutor e alunos
dentro de um contexto de Educação a Distância por meio da análise de
relatos de experiências dos tutores presenciais do polo UAB Franca/
SP. Nesse contexto, o papel do tutor se reveste de grande importância,
uma vez que se constitui como mediador entre a proposta pedagógica
dos cursos oferecidos, os recursos midiáticos e os alunos. A relação
entre tutor e aluno é essencial tanto para contribuir para a permanência
deste no curso, quanto para estimular o sucesso acadêmico dos
graduandos e pós-graduandos. A qualidade dessa relação, bem como
a parceria tutor e tutorado, reflete diretamente na aprendizagem e
permite o desenvolvimento da autonomia intelectual.
1 Introdução
A Educação a Distância, também conhecida como EAD, é hoje
um instrumento interessante para a democratização do acesso ao ensino
e para a formação continuada de milhões de trabalhadores,
especialmente de áreas como a educação e a saúde. Um país das
dimensões continentais e dos graves contrastes sociais e regionais,
como o Brasil, não pode abrir mão de mecanismos que irão colaborar
para a redução das desigualdades que ainda atravancam seu
desenvolvimento. A EAD pode servir como meio de atingir populações
1 Graduado e Mestre em História pela Unesp- Franca/SP e Doutorado em Educação pela UFSCar/
SP. Graduado em Pedagogia pela CEUCLAR/SP. Tutor presencial do Polo UAB Franca/SP. Email:
imenesgarcia@uol.com.br
2 Graduação e Especialização em Ciências Contábeis e Graduação em Letras pela Universidade de
Franca. Tutor presencial do Polo UAB Franca/SP. Email: wfferreto@yahoo.com.br.
3 Considerações finais
São várias as exigências para o exercício da função de tutor. A
começar pelo domínio do conteúdo ministrado. Não basta apenas a
experiência da prática docente como referência. Mais do que isso é
necessário a reflexão constante sobre as leituras teóricas para que elas
sirvam de meios norteadores do fazer do tutor. No caso específico do
curso de Pedagogia na modalidade EAD é essencial que o tutor tenha
uma visão crítico-reflexiva sobre a educação no Brasil, seus dilemas e
perspectivas, a fim de encaminhar discussões e orientações que
possam, de fato, contribuir para formação profissional dos alunos.
O constante diálogo entre os tutores e os professores é importante
para alinhar os discursos e construir uma proposta sólida de trabalho.
O tutor deve estar antenado com as perspectivas metodológicas e
pedagógicas do curso, procurando em suas intervenções colaborar para
atingir os objetivos definidos pelo plano do curso.
Além dessas e de outras tantas qualificações essenciais a um
bom tutor, a mais importante é o espírito de humanidade. É preciso
conduzir, tanto nos contatos presenciais como a distância, atitudes que
envolvam a humanização das relações que demonstrem um
compromisso de fato com a educação e com a construção de novos
profissionais abertos aos desafios e com subsídios adequados para
enfrentá-los. Tudo isso sem artificialismos ou falsos comportamentos.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
269
Não é pelo fato de a formação ser presencial ou a distância que
faz com que a qualidade do curso seja maior o menor, mas sim o tipo
de interação que se estabelece entre os sujeitos da aprendizagem, os
recursos disponíveis e a criação de um ambiente de fato de construção
do conhecimento. A perspectiva adotada ao longo da formação é
fundamental e repercute na própria relação ativa do educando com o
saber. Valorizar o espírito crítico, o uso da pesquisa como meio
indispensável de ampliar e buscar novos conhecimentos, a construção
da autonomia intelectual e dos mecanismos de aprendizagem constante
faz a diferença e agregam qualidade na formação profissional.
Nessa perspectiva a tutoria pode de fato contribuir para elevar a
qualidade dos futuros profissionais. Tudo isso vai repercutir, em última
instância, no próprio desenvolvimento da nação.
Referências
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Cadernos de Pesquisa, n.119, 2003,15p. Disponível em: <http://scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=SO100-15742003000200010>.Acesso em:
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NISKIER, Arnaldo. Educação a Distância: a tecnologia da esperança.São
Paulo, Loyola, 1999.
SEVERINO, Antônio. A escola de 1º grau: organização efuncionamento. São
Paulo: FDE, 1991.
WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. SãoPaulo: Ática,
2001.
Resumo
Este artigo apresenta um relato de experiência a partir de um curso
on-line de formação continuada realizado em uma IES particular da
cidade do Rio de Janeiro. O trabalho tem como objetivo demonstrar a
importância da formação continuada para a inserção, com sucesso e
credibilidade, da cultura de educação a distância nas instituições de
ensino. Mediante a resistência da maioria dos docentes e
coordenadores à implantação da EAD na IES, com o apoio da
coordenação de EAD, um grupo de funcionários administrativos,
docentes e coordenadores foram convidados a realizar o curso
“Formação para docência em EAD”, visando à integração de seus
recursos humanos aos novos projetos institucionais. Apesar da
desconfiança inicial para realizar o curso on-line, aqueles que aceitaram
o desafio puderam conhecer na teoria e na prática as múltiplas
possibilidades interativas e dialógicas da EAD mediada por
profissionais comprometidos, com apoio das tecnologias digitais. O
resultado final foi satisfatório para a IES e para os cursistas. Através
da análise do discurso, foram constatadas mudanças expressivas com
relação a preconceitos e equívocos sobre a EAD.
1 Introdução
Diante da expansão da Educação a Distância (EAD) no Brasil
e no mundo, já constatada na literatura, e da ampliação de
possibilidades tecnológicas relacionadas a essa modalidade de
3 Momento de reflexão...
Ao dar início às ações de planejamento e execução, o CEAD
tratou de apurar sua escuta com relação às vozes institucionais e refletir
sobre as seguintes questões:
• Do CEAD
>> De que forma os setores já estão engajados no projeto para
uma execução segura em que se garantam confiança - treinamento -
conhecimento?
• Da Equipe Administrativa
>> E agora, como executar os fluxos na EAD?
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
274
>> Como conciliar as informações já existentes com as novas?
• Da Equipe Docente
>> Vamos diminuir a qualidade do ensino nas turmas presenciais
com a EAD?
>> Que metodologia é essa? Funciona?
>> Vamos ser rebaixados a tutores?
>> Qualquer um(a) pode ser tutor(a)?
>> Vamos ter mais alunos por remuneração inferior?
3.1 O recomeço
Ficou claro que as inquietações desses profissionais eram reais
e significativas; além disso, segundo Buarque (2012, p. 146), “[...] a
formação do professor nunca foi tão fundamental. Mais do que formado,
ele precisa ser reformado, reinventado [...]”. Com base nessa visão, o
CEAD tomou suas primeiras providências, considerando que envolver
os setores nas ações voltadas para EAD era importante para o processo
e, assim, trouxe funcionários dos vários setores para se integrarem às
ações do próprio CEAD, pois, com a proximidade que eles já possuíam
de outros funcionários, seriam o próprio canal de divulgação e inclusão
de mais um aspecto na cultura institucional.
O segundo passo foi pensar na formação continuada, não apenas
uma capacitação para “saber fazer algo”; precisava ser uma ação mais
abrangente, que fizesse com que a EAD se transformasse em assunto,
questionamento e conhecimento dentro da instituição, pois “a
curiosidade pelo saber é uma das competências necessárias ao
professor” (TARCIA e CABRAL, 2012, p. 151) e, segundo as mesmas
autoras (p. 150), a formação continuada se torna válida para que “o
professor se aproprie do universo de conhecimentos e práticas
envolvidos no universo da EAD e, a partir daí, assuma o papel exigido”.
Mas a equipe do CEAD queria provocar essas mesmas
inquietações e apropriações em todos os setores institucionais; então
desenvolveu um curso on-line e convidou docentes, coordenadores e
funcionários a participarem. Essa ação de misturar profissionais de áreas
distintas foi a primeira quebra de barreiras que intrigou e ao mesmo
tempo estimulou em muito a participação interativa no curso.
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
275
3.2 A experiência
• Curso: “Formação para docência em EAD” – curso on-
line de 180h – 5 módulos – 4 meses - 4 Mediadoras: 2 da
instituição e 2 externos
• Reação inicial dos Docentes: negativa
• Reação inicial dos funcionários administrativos:
curiosidade e receio
• Total de inscritos na 1ª turma: 47
• Concluintes da 1ª turma: 23
A proposta era de que os cursistas se apropriassem das seguintes
temáticas:
• Histórico da EAD.
• Legislação: regulação, supervisão e avaliação.
• Resultados: parâmetros do MEC e aceitação dos cursos
a distância no mercado.
• Organização estrutural da EAD (pedagógica, de sistemas,
administrativa).
• Prática docente: presencial x EAD.
• Metodologias diversas: foco na interatividade.
• Ambiente virtual e tecnologias digitais no cenário da EAD.
O curso foi dividido em 5 módulos e contou com 4 docentes
formadoras distintas, sendo que uma delas ministrou 2 módulos:
- Módulo 1 = 30h = Fundamentos da EAD = 3 semanas
- Módulo 2 = 30h = Regulação, Supervisão e Avaliação da EAD
= 2 semanas
- Módulo 3 = 40h = O AVA, as TICs e os Materiais Didáticos na
EAD = 3 semanas
- Módulo 4 = 40h = Avaliação da aprendizagem na EAD = 3
semanas
- Módulo 5 = 40h = Docência: planejamento e tutoria na EAD = 3
semanas
O processo de formação visou a trabalhar com a teoria aliada à
proposta de educação a distância defendida pela instituição, uma
educação dialógica e explorando todas as possibilidades de
interatividade no AVA, considerando interatividade como
Referências
BUARQUE, Cristovam. Formação e invenção do professor no século XXI. In:
LITTO, F, FORMIGA, M. (org.). Educação a distância: o estado da arte. São
Paulo: Pearson, 2012. p. 145-147.
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caminho formativo. In: Anais eletrônico do I Simpósio Regional de Educação
e Comunicação. Aracaju, 2010. p.1-14. Disponível em: <http://EAD.unit.br/
simposioregional/htm/download.php?file=../gt01/TUTORIA_REATIVA.pdf>.
Acesso em: 15 nov. 2012.
SANTOS, Edméa. Articulação de Saberes na EAD online: por uma rede
interdisciplinar e interativa de conhecimentos em ambientes virtuais de
aprendizagem. In: Silva, Marco (org.). Educação online. São Paulo: Loyola,
2003. p. 217-230.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2002.
TARCIA, Rita; CABRAL, Ana. O novo papel do professor na EAD. In.: LITTO,
F, FORMIGA, M. (org.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo:
Pearson, 2012. p. 148-153.
Resumo
Segundo dados do IBGE (2010), 23,9% da população brasileira é
constituída por pessoas com deficiência (PcDs). Apesar do aumento
das matrículas das PcDs em escolas regulares (Brasil, 2012), apenas
0,7% dessas pessoas possuem emprego formal (RAIS, 2010). O objetivo
desta pesquisa foi fazer levantamento da escolarização das PcDs de
São João del-Rei e das escolas da cidade que tinham alunos com
deficiência. A estratégia metodológica adotada foi a de bola de neve.
Foram feitas entrevistas, aplicado questionários e realizado grupos de
discussão com as PcDs. Participaram da pesquisa 55 PcDs com idade
superior a 18 anos; e 20 escolas. Das PcDs, 21,2% têm ensino médio
completo; 13,5% tem curso superior; 64,8% já teve reprovação escolar;
e 51,9% não está estudando. A maioria das adaptações nas escolas se
circunscreve às adequações arquitetônicas. Outras pesquisas serão
necessárias para identificar os principais motivos do alto índice de
reprovação escolar entre as PcDs.
1 Introdução
Na contemporaneidade, a questão da inclusão das pessoas com
deficiência (PcDs) tem virado para si os holofotes da sociedade, fazendo
1 Discente do curso de Psicologia da universidade Federal de São Joao del-Rei (UFSJ). Bolsista de
Iniciação Científica do CNPq. E-mail: Victor.dinalli@yahoo.com.br
2 Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João
del-Rei (UFSJ). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Diversidade, Acessibilidade e Trabalho
(NACE – www.ufsj.edu.br/incluir). (nivalda@ufsj.edu.br)
3 Graduando do curso de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
(a.luiz88gmail.com)
4 Graduanda do curso de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
(jefsouto@gmail.com).
2 Método
Este trabalho constituiu-se em duas etapas:
1 Levantamento de dados sobre as PcDs e as escolas de São
João del-Rei.
Para a realização desse levantamento buscou-se uma listagem
das instituições de ensino no portal da Secretaria Municipal de Educação
da cidade (www.educacaosaojoaodelrei.mg.gov.br) e na lista telefônica
virtual (www.telelistas.net). Das 34 escolas encontradas, 20 aceitaram
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
281
participar da pesquisa. Para se levantar tais dados foram aplicados
questionários junto aos gestores das escolas.
Para o levantamento sobre as PcDs verificou-se na própria
instituição a presença de PcDs interessados em participar da pesquisa.
Ademais, procurou-se no Sistema Nacional de Empregos (SINE) de
São João del-Rei e nas escolas participantes da pesquisa, outras PcDs,
maiores de 16 anos, interessadas em participar da pesquisa. Utilizou-
se também o método Bola de Neve, no qual o participante indica outros
que atendam às características da pesquisa. Com relação às PcDs
vinculadas ao NEAD, apenas uma aceitou participar do levantamento
de dados.
Para a realização desta etapa utilizou-se de entrevistas
semiestruturadas que abordaram as opiniões e sentimentos dos
participantes, referentes à inclusão, ao processo de escolarização
vivenciado por estes e os sentimentos e opiniões dos mesmos referentes
à própria deficiência. Ao todo 55 PcDs aceitaram participar desta etapa
do levantamento.
2, Realização de um Grupo de Discussão junto às pessoas com
deficiência, no qual visou-se apreender e compreender as vivências,
opiniões e sentimentos dos participantes acerca da deficiência, da
questão da inclusão, assim como o processo de escolarização dos
mesmos. Dentre as 55 pessoas participantes do levantamento foram
convidadas PcDs de diferentes deficiências e idades (todas com mais
de 18 anos) para fazer parte do grupo.
A técnica utilizada foi de Grupo Focal no qual o coordenador
estabelece um tema a ser abordado e os participantes compartilham
suas experiências, aquilo que sentem e opiniões acerca do tema
proposto (AFONSO, 2002). O grupo foi constituído por sete pessoas
com deficiência, sendo quatro homens – dos quais três eram PcD física
e um visual – e três mulheres – duas pessoas com deficiência auditiva
e uma física.
3 Resultados
Com relação às escolas que participaram da pesquisa, verifica-
se na Tabela 1 suas principais características no que diz respeito à
acessibilidade e inclusão de PcDs.
Educação Infantil = 4%
Ensino Fundamental do
1° ao 5° ano = 24%
Grau de
Ensino Ensino Fundamental do Possui Sim = 16%
6° ao 9° ano = 28% funcionário
com deficiência Não = 84%
Ensino Médio = 40%
Outros = 8%
5 Considerações finais
A partir dos resultados apresentados neste projeto, pode-se
chegar a algumas conclusões acerca da questão da inclusão.
Primeiramente, este evidenciou como, ainda na sociedade, o processo
de inclusão está muito longe de ser verdadeiramente efetivo. Percebeu-
se também que falta nas escolas adequações que contemplem a
necessidade dos diversos tipos de deficiência. A população, de maneira
geral, possui um conceito distorcido da deficiência, da pessoa com
deficiência e da inclusão – demonstram não saber como realizar tal
processo. As adaptações, geralmente, privilegiam as pessoas com
deficiência física, e mesmo assim essas não têm todas suas
necessidades atendidas. Deste modo, não se está incluindo, mas sim
inserindo a PcD, perpetuando a marginalização e a segregação das
PcDs. Tal panorama torna-se mais evidente quando se verifica que
64,8% já tiveram reprovação escolar.
Outro aspecto relevante abordado neste projeto foi o sentimento
das PcDs em relação à sua própria deficiência, e não somente o
sentimento destas em relação ao preconceito de sociedade. Tal
levantamento desses aspectos subjetivos propiciou apontar que essas
PcDs possuíam sentimentos negativos, de frustração em relação à sua
deficiência, apesar de algumas pessoas, em um primeiro discurso,
mascararem esses sentimentos, sob a forma de frases que dizem que
não se consideram PcDs ou que não se importam com o fato terem a
deficiência. Isto demonstra a reprodução da visão normativa, tão vigente
Educação a Distância - Inclusão e Tecnologia
287
na sociedade e na própria PcD, já que a mesma se vê como desviante
da norma.
Diante disso, vê-se como é necessária a transformação da
sociedade em verdadeiramente inclusiva, uma vez que, assim sendo,
haverá mudanças positivas no sentido da inclusão na educação, no
lazer e no trabalho – uma sociedade acessível a todos. Assim sendo,
uma sociedade inclusiva propiciará uma mudança de visão nas pessoas
com e sem deficiência acerca desta, permitindo que a própria PcD se
veja de maneira mais positiva.
Referências
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