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PRÁTICAS
E SABERES
DE
EXTENSÃO
Volume II
Realização: Apoio:
ISBN 978-85-8443-017-8
Multideia Editora Ltda.
Rua Desembargador Otávio do Amaral, 1.553
80710-620 - Curitiba – PR
+55(41) 3339-1412
editorial@multideiaeditora.com.br
Conselho Editorial
Marli Marlene M. da Costa (Unisc) Orides Mezzaroba (UFSC)
André Viana Custódio (Unisc) Sandra Negro (UBA/Argentina)
Salete Oro Boff (Unisc/IESA/IMED) Nuria Bellosso Martín (Burgos/Espanha)
Carlos Lunelli (UCS) Denise Fincato (PUC/RS)
Liton Lanes Pilau (Univalli) Wilson Engelmann (Unisinos)
Daniele Annoni (UFSC) Neuro José Zambam (IMED)
Luiz Otávio Pimentel (UFSC)
PRÁTICAS
E SABERES
DE
EXTENSÃO
Volume II
Curitiba
2015
SUMÁRIO
Daniel Preve
Mestre. Unesc – drp@unesc.net
RESUMO: O presente capítulo tem por objetivo apontar as possibilidades da extensão uni-
versitária no contexto das universidades comunitárias, a partir de postulados conceituais
e normativos, pautado nas ciências sociais aplicadas. A extensão universitária é um dos
componentes, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e demais legislações corre-
latas, indissociáveis do ensino e da pesquisa com o papel de construir, produzir e socializar o
conhecimento vivenciado no ambiente universitário. Deste modo, para o desenvolvimento
deste estudo, utilizou-se a revisão bibliográfica, por meio de uma pesquisa descritivo-a-
nalítica. Assim, no transcorrer do estudo, verificou-se que a Política Nacional de Extensão
Universitária implantada, a partir de 2012, ampliou a concepção de extensão nas universi-
dades brasileiras. A extensão deixou de ser apenas um instrumento de ações isoladas de
cunho meramente assistencialista ou de prestação de serviço para ser considerada como
um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político. Neste novo contexto,
a extensão passa a promover a interação transformadora entre as universidades e diversos
segmentos da sociedade civil. Nas universidades comunitárias, constituídas como institui-
ções de ensino superior públicas não estatais, a extensão universitária as compromete, prin-
cipalmente com a transformação social da comunidade em que estão inseridas. Tal com-
prometimento possibilita a democratização e o acesso das comunidades ao conhecimento
acadêmico, e também o contato do meio acadêmico com um novo conhecimento que pode
resultar da interação social. Portanto, verifica-se que para as Instituições de Ensino Superior
Comunitárias, a extensão revela-se como um componente diferencial e indispensável para
sedimentar seu compromisso social com a comunidade.
1 INTRODUÇÃO
A concepção de extensão nas universidades brasileiras agregou
(e ainda agrega) diversas nuances, como, por exemplo, oferta de cur-
sos com curta duração, prestação de serviços, voluntariado, consulto-
rias, assistencialismo, redenção da função social da universidade, entre
outras. Passadas pela Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional – LDB e a regulamentação do Fórum de
Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras – FOR-
PROEX, essas concepções vêm sendo superadas. Após amplo debate so-
bre a questão, o Forproex (2012, p. 16) apresenta a Extensão Universi-
tária como “um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico
e político que promove a interação transformadora entre Universidade
e outros setores da sociedade”. Assim, a extensão universitária centrali-
za-se “como prática acadêmica, como metodologia inter e transdiscipli-
nar e como sistemática de interação dialógica entre a Universidade e a
sociedade”, legitimando a universidade como “parte ativa e positiva de
um processo maior de mudança” (FORPROEX, 2012, p. 11).
Independentemente do conceito atribuído ou da abrangência dos
objetivos pretendidos, a Extensão Universitária caracteriza-se, indis-
cutivelmente, como espaço propício para aprendizagem e desenvolvi-
mento de competências de discentes e docentes. Neste século, no qual a
realidade das universidades gira em torno da multiplicidade de funções
assumidas, especialmente no que tange ao seu compromisso social,
torna-se recorrente na agenda de discussões, envolvendo a excelência
universitária, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão no
sentido de construir, produzir e socializar o conhecimento vivenciado
no ambiente universitário e concretizá-lo por meio da prática extensio-
nista. Outro imperioso desafio é submeter o aprendizado desta concre-
tude à reflexão e transformá-lo em publicações científicas divulgando
as experiências vivenciadas com um número maior de interessados.
Assim, a troca de saberes entre universidade e sociedade, além apro-
ximá-las, também oportuniza a criação e realização de projetos exten-
sionistas em outras instâncias, democratizando não só o conhecimento
acadêmico acumulado, mas também um novo conhecimento advindo da
interação social.
Este artigo pretende apontar as possibilidades da extensão uni-
versitária no contexto das universidades comunitárias, a partir de pos-
tulados conceituais e normativos pautado nas ciências sociais.
Práticas e Saberes de Extensão
11
Volume II
1
Respectivamente, Decreto 19.850 e 19.851 (iniciativa de Francisco Campos).
Práticas e Saberes de Extensão
15
Volume II
2
O Forproex entende como instituições públicas de educação superior as universidades,
os centros de ensino e as faculdades federais, estaduais e municipais e institutos fede-
rais de educação, ciência e tecnologia (FORPROEX, 2012).
Práticas e Saberes de Extensão
19
Volume II
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Ricardo Pieri
Especialista – rpi@unesc.net
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
i) Trabalha de forma local e suas ações são pouco abrangentes e conhecidas fora de
sua área de atuação.
Fonte: Adaptado de Nassif; Prando e Cosentino (2010 p. 332).
3 METODOLOGIA
O presente estudo possui como fim de investigação a pesquisa
descritiva, pois visa descrever a experiência de acadêmicos extensio-
nistas e professores da extensão universitária sobre o campo do em-
preendedorismo e empoderamento socioeconômico. Já em relação ao
meio de investigação, foi utilizada a observação participante, pois os
pesquisadores se envolveram com os pesquisados (VERGARA, 2009).
Em relação às técnicas de coleta de dados, foram utilizados diá-
rios de campo (MINAYO, 1993) como forma de registros de percepções
dos acadêmicos extensionistas em todos os encontros. De acordo com
os encontros, os extensionistas compunham os diários individualmen-
te, a fim de obter várias percepções, e depois refletiam com os professo-
res orientadores do projeto extensionista.
A pesquisa deu-se por métodos qualitativos (SAMPIERI; COLLA-
DO; LÚCIO, 2006), tendo os resultados apresentados pelos relatórios
dos acadêmicos extensionistas, mediante a observação do desempenho
dos participantes, bem como a percepção destes sobre o conteúdo mi-
nistrado em cada encontro.
A população-alvo deste estudo são homens e mulheres, sob risco
social e/ou pessoal, moradores do condomínio Amanda Costa, situado
no bairro Cristo Rei em Içara, SC.
Inicialmente, o projeto teve 50 inscritos, com encontros (horas-
-aula) realizados semanalmente, nas terças-feiras, das 13h30 às 16h30.
Após a considerável evasão, pois hoje há apenas nove participantes/be-
neficiados, o projeto encaminhou-se para outro modelo de ensino, o de
consultoria pessoal, fazendo com que extensionistas e professores acom-
panhassem os participantes individualmente, proporcionando a solução
de dúvidas e o auxílio nos processos de gestão empresarial.
4 RESULTADOS
A Unesc, enquanto universidade comunitária, possui a missão
de “Educar, por meio do ensino, pesquisa e extensão, para promover a
qualidade e a sustentabilidade do ambiente de vida”. Frente a tal pers-
pectiva, este trabalho buscou promover ações de extensão universitária
direcionadas ao Empreendedorismo e Plano de Negócios em comunida-
des desprovidas de emprego e renda, a fim de promover a autonomia e
o empoderamento econômico e social.
Práticas e Saberes de Extensão
33
Volume II
4.1 A demanda
A partir de experiências anteriores de quatro professores do Cur-
so de Administração da Unesc em atividades de extensão em comuni-
dades desprovidas de autonomia e empoderamento socioeconômico,
surgiu a ideia de expandir a prática do Empreendedorismo e Plano de
Negócios em outras comunidades. Nesse sentido, a equipe de professo-
res visitou a Prefeitura de Içarapara apresentar a proposta, a qual foi
bem recebida pelo atual prefeito e pela secretária de assistência social,
que apresentou o desafio de implantar o projeto numa comunidade
contemplada pelo Programa do Governo Federal “Minha Casa Minha
Vida” e com as mulheres do Clube de Mães do mesmo bairro onde o
condomínio foi construído. É importante frisar que o programa “Minha
Casa, Minha Vida” é destinado a famílias de baixa renda na obtenção da
sua casa própria, mas não aborda questões como geração de renda, ou o
seu melhoramento e a administração dos recursos pessoais.
A justificativa para a escolha dessas duas comunidades apresen-
tadas pelo prefeito e pela secretária de assistência social foi de que os
Abel Corrêa de Souza; Gisele Silveira Coelho Lopes, Ricardo Pieri,
34
Guilherme Spiazzi dos Santos; Isabel Ap. Pizzoli Padilha & Silvio Freitas dos Santos. Jr.
Formas de organização de
Oficina III empreendimentos (empresa 10 horas jun.2013
individual, associativismo etc.);
Interdisciplinaridade no processo
de gestão de um empreendimento
Oficina IV 25 horas jul./set.2013
(mercadológica, estratégica,
operacional e gestão financeira);
cia e nível cultural para acompanhar o raciocínio das oficinas. Foi per-
ceptível que as pessoas queriam ser compreendidas individualmente e
as oficinas tratavam de esclarecer os problemas coletivamente.
As evidências de que alguma coisa tinha que melhorar foi manifes-
tada pela evasão de alguns participantes. À medida que os acadêmicos
entravam em contato com os faltantes, eles manifestavam tais descon-
tentamentos, além de outras justificativas como não ter mais idade para
estudar, é mais importante procurar um emprego do que estudar, etc.
Diante dessa realidade, melhorias se fizeram necessárias na meto-
dologia até então utilizada, as quais serão apresentadas na seção seguinte.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ARROYO, D. M. P.; ROCHA, M.S.P.M. L. Meta-avaliação de uma extensão univer-
sitária: estudo de caso. Avaliação, São Paulo, v. 15, n. 2, p.131-161, 8 abr. 2010.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aval/v15n2/a08v15n2.pdf>. Aces-
so em: 15 ago. 2013.
CKAGNAZAROFF, I.B.; MACHADO, M. L.J. Empoderamento de mulheres: avalia-
ção de impacto de uma ONG na Região Metropolitana de Belo Horizonte. XXXII
Encontro Anpad, Rio de Janeiro, p.1-16, 10 set. 2008. Disponível em: <http://
www.anpad.org.br/ler_pdf.php?cod_edicao_trabalho=8792&cod_evento_edi-
cao=38>. Acesso em: 15 ago. 2013.
CKAGNAZAROFF, I. B.; REIS, A. M.; PEREIRA, G. C. O Papel das ONGs em proces-
sos de empoderamento de mulheres na Região Metropolitana de Belo Horizon-
te. Anpad, São Paulo, p.1-12, 24 nov. 2006. Disponível em: <http://www.anpad.
org.br/ler_pdf.php?cod_edicao_trabalho=6539&cod_evento_edicao=21>.
Acesso em: 15 ago. 2013.
CRUZ, B. P.A. et al. Extensão universitária e responsabilidade social: 20 anos
de experiência de uma instituição de ensino superior. Revista de Gestão Social
e Ambiental, São Paulo, v. 5, n. 3, p.3-16, dez. 2011. Disponível em: <http://
www.anpad.org.br/ler_pdf.php?cod_edicao_trabalho=12015&cod_evento_edi-
cao=53>. Acesso em: 15 ago. 2013.
Abel Corrêa de Souza; Gisele Silveira Coelho Lopes, Ricardo Pieri,
40
Guilherme Spiazzi dos Santos; Isabel Ap. Pizzoli Padilha & Silvio Freitas dos Santos. Jr.
Andréia Cittadin
Unesc – aci@unesc.net
Edson Cichella
Unesc – cichella@cssd.com.br
Everton Perin
Unesc – everton@unesc.net
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
6º 27 27 100%
7º 26 26 100%
8º 30 30 100%
9º 75 75 100%
6º 27 25
7º 26 24
8º 25 23
9º 52 45
Amarela 0% 0% 0% 0% 9%
Não opinaram 0% 4% 0% 0% 0%
Foi solicitado aos alunos para definirem o que eles entendem por
empreendedorismo. Constatou-se que 25% dos alunos do 6º ano enten-
dem que empreendedorismo é saber administrar o dinheiro, 24% acre-
ditam que é fazer algo que gostam, 24%, ter uma profissão,para 18% é
saber planejar o futuro e 9% não responderam. Dos alunos do 7º ano,
34% entendem que empreendedorismo é a escolha de uma profissão,
34% acreditam que auxilia a ter ideias inovadoras, 7% responderam
que facilita a administração do dinheiro e 15% não responderam. Dos
alunos do 8º ano, 34% responderam que é essencial para montar um
negócio próprio, 54% acreditam que ajuda a ter ideias inovadoras e
12% não responderam à pergunta. Dos alunos do 9º ano/turma 1, 42%
entendem que o empreendedorismo auxilia para um comportamento
Práticas e Saberes de Extensão
61
Volume II
Não opinaram 4% 8% 0% 6% 0%
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29,
30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as dire-
trizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos
para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos
de idade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11274.htm>. Acesso em: 29 jun. 2014.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 8.035. Aprova o Plano Nacio-
nal de Educação para o decênio 2011-2020 e dá outras providências. Projetos
de Leis e Outras Proposições. Disponível em:<http://www.camara.gov.br/pro-
posicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=79222B859328AC817E39C-
49004DD2F85.proposicoesWeb2?codteor=1033265&filename=REDACAO+-
FINAL+-+PL+8035/2010> Acesso em: 29 jun. 2014.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
RICHARDSON, Robert Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. Ed. São Pau-
lo: Atlas, 1999.
Ricardo Pieri
Especialista – rpi@unesc.net
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho relata a experiência de um projeto de extensão uni-
versitária aprovado pelo Edital nº 07/2011 da Unidade de Ciência So-
ciais Aplicadas da Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc,
cujo objetivo foi desenvolver atividades para estimular jovens e ado-
lescentes do Bairro da Juventude na geração de trabalho e renda, com
inclusão social, por meio de capacitação empreendedora. A área temá-
tica que enquadrou este projeto é o trabalho, cujas linhas de extensão,
são: o empreendedorismo, a educação profissional e o emprego e renda.
A relevância deste trabalho se justifica por ele atenderà determinação
da LOAS, Lei 8.742/93, artigo 25, cujo texto contempla “investimento
econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira
e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade pro-
dutiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência,
elevação do padrão da qualidade de vida […]”.
O trabalho foi desenvolvido em uma instituição do terceiro setor,
o Bairro da Juventude, que atua há 62 anos em Criciúma – SC como ins-
tituição beneficente. Seu propósito é: “Promover e oportunizar a forma-
ção integral da criança e do adolescente em situação de risco pessoal
e/ou social, com qualidade, através da educação escolar solidária e as-
sistência social, junto à família, assegurando a todos o pleno exercício
da cidadania” (BAIRRO DA JUVENTUDE, 2011, p.1). Atualmente, atende
mais de 1.400 jovens e adolescentes, em tempo integral, em programas
de educação infantil, ensino fundamental, laboratórios educativos e
educação profissional. Em função da idoneidade do trabalho desenvol-
vido e da abrangência social da instituição na comunidade e do público
que atende, foi identificada uma oportunidade de realizar um trabalho
educativo, com foco na capacitação em empreendedorismo, plano de
negócios e responsabilidade social, com os jovens e adolescentes matri-
culados no curso profissionalizante de eletroeletrônica da instituição. O
intuito deste trabalho foi contribuir para a formação e geração de novas
oportunidades para o futuro dos participantes, ao vislumbrar a geração
de trabalho e renda com inclusão social.
A realização das atividades na instituição ocorreu com a parti-
cipação de dois acadêmicos extensionistas e quatro professores orien-
tadores. Desse modo, foi elaborado um cronograma estabelecido entre
a Universidade e a Instituição Beneficiada, além de um plano de ativi-
dades para um período de sete meses. Duas turmas do curso de ele-
Práticas e Saberes de Extensão
69
Volume II
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.2 Empreendedorismo
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Interdisciplinaridade no pro-
maio/jun.
Oficina II cesso de gestão de um em- 13 horas
2011
preendimento;
Estruturação do plano de
Oficina III 25 horas jul./set. 2011
negócios;
Apresentação do produto;
Elaboração do plano de negó-
Oficina IV 20 horas set./out. 2011
cios usando o software Negó-
cio Certo do SEBRAE.
I O que é empreendedorismo;
Vale frisar que a segunda oficina teve caráter mais técnico, sendo
possível envolver os jovens e adolescentes nas especificidades estrutu-
rais de um empreendimento.
No primeiro encontro,trouxeram-se à tona as quatro grandes
áreas de uma empresa – mercadológica, recursos humanos, produção
e financeira –, cujo discurso do acadêmico extensionista foi alertá-los
para a importância da interdependência de todas as áreas no cotidiano
de uma organização. Em seguida, apresentou-se um organograma de
uma empresa qualquer para exemplificar essa interdependência. Como
Abel Corrêa de Souza; Gisele Silveira Coelho Lopes; Ricardo Pieri;
82
João Batista da Silva; Ana Paula Silva dos Santos & Júlia Pavei De Luca
I Apresentação do produto;
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Augusto Bom
Acadêmico. Unesc – katatalm@hotmail.com
Bruna Batista
Acadêmica. Unesc – psicologia.bruna@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Ricardo. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. 2. ed.
São Paulo: Unicamp, 1992.
ARROYO, J. C. T.; SCHUCH, F. C. Economia popular e solidária: a alavanca para um
desenvolvimento sustentável e solidário. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,
2006.
BIALOSKORSKI NETO, S. Estratégias e cooperativas agropecuárias: um estudo
analítico. In: SEMINÁRIO DE POLÍTICA ECONÔMICA E AGRONEGÓCIOSDA UFV,
2002. Disponível em: <http://www.fearp.usp.br/~sigbial/inserir_out2002/
Estrategias_e_Cooperativas_Sig2.pdf>. Acesso em: 14 jun.2014.
BIALOKORSKI NETO, Sigismundo. Estratégias e cooperativas agropecuárias:um
estudo analítico. Ribeirão Preto: USP. 2002. Disponível em: <http://www.
fearp.usp.br/~sigbial/inserir_out2002/Estratégias_e_cooperativas_Sig2.pdf>.
Acesso em: 12 out. 2014.
EID, F.; CHIARELLO, C. L. Organização do trabalho em cooperativas tradicionais
e populares:dialogando com a teoria liberal e marxista. In: ENCONTRO NACIO-
NAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 27, 2007, Foz do Iguaçu. Anais eletrôni-
cos... Foz do Iguaçu: ENEGEP, 2007. Disponível em: <http://www.abepro.org.
br/biblioteca/ENEGEP2007_TR600448_9859.pdf>. Acesso em: 20 out. 2013.
ESTEVAM, D. O.; BATTI, C. B.; LANZARINI, J. J. S. O cooperativismo virutal ou
não patrimonial na perspectiva da economia solidária:estudo de caso na Coo-
perativa de Agricultura e Pesca Familiar de Içara – SC (COOPAFI). In: CON-
GRESSO LUSO AFRO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS: “DIVERSIDADES E
(DES)IGUALDADES”, 11, 2011, Salvador. Anais eletrônicos… Salvador: UFBA,
Joelcy José de Sá Lanzarini; Dimas de Oliveira Estevam; Augusto Bom;
110
Bruna Batista & Marina Constante Pereira
Luciana Mandelli
Unesc. lucianamandelli79@yahoo.com.br
Melissa Watanabe
Unesc. melissawatanabe@unesc.net
Zeli Felisberto
Unesc. zeli.eu@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
2 GESTÃO DO CONHECIMENTO
3 MATERIAIS E MÉTODOS
a) Categoria 1 – Domínio
b) Categoria 2 – Comunidade
3) Categoria 3 – A prática
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Ricardo Pieri
Especialista – rpi@unesc.net
RESUMO: Este artigo tem como objetivo evidenciar a experiência do extensionista univer-
sitário por meio do diário de campo na caminhada dos três anos de existência do projeto
de extensão “Ações direcionadas à capacitação em empreendedorismo, plano de negócios
e responsabilidade social”. No projeto, os acadêmicos, auxiliados pelos professores da Uni-
versidade do Extremo Sul Catarinense, lecionam o curso de empreendedorismo e plano
de negócios na instituição de terceiro setor denominada Bairro da Juventude dos Padres
Rogacionistas. A metodologia, quanto aos fins de investigação, se caracteriza como uma
pesquisa descritiva e de abordagem qualitativa, considerando o relato dos 124 diários de
campo produzidos durante o período do projeto em estudo. Os resultados expõem os gan-
hos relacionados ao desenvolvimento das pessoas e profissionais adquiridos ao longo da
execução do projeto estão relacionados na busca do conhecimento e postura dos acadê-
micos extensionistas perante as turmas dos diversos cursos profissionalizantes envolvidos.
Abel Corrêa de Souza; Gisele Silveira Coelho Lopes; João Batista da Silva;
126
Ricardo Pieri; Ana Paula Silva dos Santos & Cléia Baltazar Anhaia da Silva
Como conclusão, é possível dizer que este projeto desenvolve os alunos e os acadêmicos,
nas mais diversas áreas.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 METODOLOGIA
4 RESULTADO
4.1 Unesc
4.3 Projeto
[…] depois foi a minha vez de falar um pouco, percebi que não con-
seguia transmitir em palavras tudo o que sentia, mas fiz o máxi-
mo possível, ao fim todos bateram palmas para mim. Naquele mo-
mento pedimos um feedback para os alunos, alguns falavam que
havia sido bom, outros disseram que não faziam ideia do que era
empreendedorismo até o início da aula, que não sabiam qual era
o processo para abrir uma empresa. Um aluno falou que o plano
inicial da equipe dele, referente ao projeto, era enrolar até o dia
da apresentação do projeto e depois simplesmente não apresentar,
mas, com o nosso empenho[extensionistas e professores da uni-
versidade]e do professor[das demais disciplinas]eles fizeram e
ganharam o terceiro lugar.
5 CONCLUSÃO
É uma equipe que tem muitos argumentos, tem alguns que parecem
às vezes cansados, pois acordam muito cedo, mas a grande maioria
sempre está bem disposta a participar, porém quando alguém se
nega a participar das dinâmicas, eu vou até a pessoa com jeitinho a
impulsiono-a a se levantar.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Paulo Gitirana Gomes; MATTOS, Pedro Lincoln Carneiro Leão de.
Empreendedorismo e Práticas Didáticas nos Cursos de Graduação em Admi-
nistração: os Estudantes Levantam o Problema.Anpad, 2003. Disponível em:
<http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=trabalho&cod_edicao_subse-
cao=48&cod_evento_edicao=7&cod_edicao_trabalho=1746>. Acesso em: 13
ago. 2013.
SAMPIERI, R.H.; COLLADO, C.F.; LUCIO, P.B. Metodologia de pesquisa. 3. ed. São
Paulo: McGraw-Hill, 2006.
SILVA, Luciana Batista da; BARROS, Cristiana Carvalho; COSTA, Carmem Lúcia
Neves do Amaral. Extensão Universitária em Parceria com a Sociedade. Cader-
nos de Graduação-Ciências humanas e Sociais. Caderno de GraduaçãoCiências
Humanas e Sociais, Aracaju, v. 1, n. 16, p. 149-155, mar. 2013. Disponível em:
<https://periodicos.set.edu.br/index.php/cadernohumanas/arti cle/…/255>.
Acesso em: 15 ago. 13.
RESUMO: A Síndrome da Alienação Parental (SAP) é um mal que necessita ser erradicado
de nossa Sociedade. Em geral, é desencadeada no processo de separação conjugal e traz
consequências psicológicas danosas às crianças e adolescentes. O projeto de extensão que
ora se apresenta tem como objetivo geral contribuir para a prevenção e erradicação da
SAP aos assistidos pelas Casas da Cidadania da Criciúma. Até o momento de execução do
projeto (2013 e junho 2014), já participaram 225 pessoas diretamente e foram beneficiadas
indiretamente 490 crianças e adolescentes, filhos dos participantes. O conhecimento acerca
da SAP fará com que alienadores pensem duas vezes antes de causar danos irreparáveis a
seus filhos.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO TEÓRICA
As famílias não são mais como eram antes. Essa é uma frase co-
mum entre os que já passaram dos trinta, quarenta anos. É fácil perce-
ber a imensa mudança, basta qualquer um de nós olhar nossas próprias
experiências, observando a vivência junto aos avós e aos pais e percebe-
remos que a família de hoje não é como a de outrora.
Práticas e Saberes de Extensão
145
Volume II
1
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou amplia-
da aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e man-
tém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) (BRASIL,
2014b)
Práticas e Saberes de Extensão
149
Volume II
3 METODOLOGIA
4 EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO
5 RESULTADOS
2
As Casas da Cidadania, um projeto de parceria do curso de Direito da Unesc, do Tribunal
de Justiça de Santa Catarina e das Prefeituras Municipais de Criciúma e de Cocal do Sul,
são os Gabinetes Avançados de Cidadania do Centro de Prática Jurídica do curso de
Direito da Unesc. Prestam atendimento jurídico gratuito em nível de consultoria, asses-
soria, conciliação, mediação e escritório modelo à comunidade de Criciúma, Cocal do
Sul e região. Têm como objetivo principal possibilitar a conciliação e mediação, na tenta-
tiva de resolver conflitos pelo diálogo direto, buscando implementar o acesso à Justiça,
evitando o processo judicial. Além das Casas da Cidadania, o curso de Direito da Unesc
também atua no JIU (Juizado Informal Universitário) e no PAC (Posto de Atendimento e
Conciliação). Todavia, as Casas concentram o maior número de casos que envolvem Di-
reito de Família, como os pedidos de guarda. Assim, o projeto também tem adequação
aos critérios definidos pela LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social).
3
Localizada na Avenida dos Imigrantes, n. 1.340, no Centro Comercial Pierini, com atendi-
mento externo de segunda a sexta-feira, das 8:30 às 11:30 e terças e quintas-feiras, das
14:00 às 17:00 horas (fone: (48) 3442-1879).
4
A Casa da Cidadania do Bairro Próspera fica localizada na rua Sergipe, n. 90 (ao lado do
Correio), Criciúma – SC, com atendimento externo de segunda a sexta-feira, das 8:30 às
11:30 e das 14:00 às 17:00 horas.
Anderson Pereira Tomaz; Daiane Ribeiro Preve;
160
Renise Teresinha Mellilo Zaniboni & Sheila Martignago Saleh
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Revista Síntese Direito de Família,São Paulo, Síntese, n. 75, v. 14, p. 60-78, jan.
2013.
COULANGES, Fustel de; FONSECA, Eduardo. A cidade antiga. 5. ed. Rio de Janei-
ro: Duetto, 2002.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 9. ed., rev. atual. ampl. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalen-
te>. Acesso em: 23 jun. 2014.
GIORGIS, José Carlos Teixeira. Arranjos Plurais e seus efeitos. Revista Síntese
Direito de Família.São Paulo, SP: Síntese, 2010.
1 INTRODUÇÃO
1
De acordo com o artigo 5º da Lei 11.340/06, configura-se violência de gênero contra
as mulheres: “[...] qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.” (BRASIL,
2011).
Práticas e Saberes de Extensão
165
Volume II
2
O termo femicídio é empregado para definir o assassinato de mulheres como violência
baseada em gênero, e foi inserido pelas autorasDiana Russell e Jill Radford, a partir da
edição do livro Femicide: The Politics of Woman Killing, publicado em 1992, para exami-
nar essa modalidade extrema de violência contra as mulheres (RUSSEL; CAPUTI, 1992,
p. 2).
Monica Ovinski de Camargo Cortina; Talita Just Mandelli
166
& Ivan Luiz Antunes
2 REVISÃO TEÓRICA
3
Os projetos de pesquisa foram intitulados: “Violência de gênero e Lei Maria da Penha
(Lei 11.340/06): estudo do monitoramento processual das medidas protetivas para mu-
lher no município de Criciúma, entre os anos de 2006 e 2007, à luz da Criminologia
Feminista”; “Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) e violência de gênero: monitoramento
processual das medidas protetivas para as mulheres no município de Criciúma, entre os
anos de 2008 e 2009, na perspectiva da Criminologia Feminista”; e “A violência domés-
tica e a apreciação judicial das medidas protetivas de urgência de caráter civil, assegu-
radas pela Lei Maria da Penha, nas Comarcas do Extremo Sul Catarinense e da Região
Carbonífera que não possuem o Juizado de Violência Doméstica e Familiar”. Todos os
projetos foram orientandos pelas docentes que compõem este projeto de extensão.
Práticas e Saberes de Extensão
167
Volume II
cas e lutas por demandas distintas. Um dos marcos históricos dos movi-
mentos feministas é a Revolução Francesa, quando Olympe de Gouges,
na França, escreveu a Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã,
em 1791, como resposta à exclusão destas da Declaração sustentada
pelos revolucionários, e Mary Wollstonescraft, em Londres, em 1792,
defendeu a igualdade entre homens e mulheres em vários aspectos da
vida social, como a educação (ALIMENA, 2010, p. 12-13). No entanto,
a melhor compreensão dos movimentos feministas é dada por Nancy
Fraser (2007, p. 292-293), ao distinguir os feminismos em três distintas
ondas:
4
Como a defendida por Heleieth Saffioti, na obra Gênero, Patriarcado, Violência (2004).
5
Ao relativizar as mulheres como vítimas da violência, emerge a concepção das mulheres
como “cúmplices”, conforme Maria Filomena Gregori, na obra “Cenas e Queixas: um
estudo sobre mulheres, relações violentas e a prática feminista” (GREGORI, 1993).
Práticas e Saberes de Extensão
171
Volume II
3 MATERIAL E METODOLOGIA
4 EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
para esse tipo de crime, contando apenas com uma delegacia de aten-
dimento geral para o município inteiro, o qual conta com uma popula-
ção estimada, em 2012, de 60.374 (sessenta mil e trezentos e setenta
e quatro) pessoas. O município também não possui casa abrigo para o
alojamento temporário de famílias vítimas de agressão, nem Instituto
Médico Legal para realizar os exames de corpo de delito (as mulheres
têm de se deslocar mais de vinte quilômetros para ir ao IML de Criciú-
ma, que é regional e atende vários municípios) e há relatos de dificulda-
des de acesso a atendimento psicológico adequado.
Tal realidade foi levantada como um motivo importante para ex-
plicar o número elevado de casos de agressão, o que estimula a des-
crença das mulheres atendidas pelo projeto em relação à Lei Maria da
Penha, ou da sua execução de fato. Elas sentem-se desprotegidas pela
Lei, pois em inúmeros casos o efetivo policial não foi suficiente para
evitar ou intervir nos casos relatados de agressão. Da mesma maneira, a
descrença está também sobre as instituições ligadas ao Poder Judiciário
(Ministério Público e Poder Judiciário), devido à demora na resolução
dos processos ou na aplicação de penas consideradas insuficientes pe-
las mulheres, para que seja coibida a reincidência da agressão. A partir
dessa realidade, a denúncia, que consideramos um dos principais meios
de erradicação da violência doméstica familiar, torna-se rara, pois as
ofendidas não têm coragem de fazê-la diante da possível impunidade do
agressor. Dessa forma, isso também funciona como incentivo aos agres-
sores a darem continuidade na frequência e na intensidade das práticas
de violência doméstica.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALIMENA, Carla Marrone. A tentativa do (im)possível: feminismos e criminolo-
gia. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
BLAY, Eva Alternamn. Assassinatos de mulheres e direitos humanos. São Paulo:
Editora 34, 2008.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
BRASIL. Lei nº 10.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em:
19 fev. 2014.
FRASER, Nancy. Mapeando a imaginação feminista: da redistribuição ao re-
conhecimento e à representação.Rev. Estud. Fem., Florianópolis,v. 15,n. 2,ago.
2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&-
pid=S0104-026X2007000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:6abr. 2014.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado (Org.).
Rio de Janeiro: Edições Graal, 2002.
GREGORI, Maria Filomena. Cenas e Queixas: um estudo sobre mulheres, rela-
ções violentas e a prática feminista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
Monica Ovinski de Camargo Cortina; Talita Just Mandelli
178
& Ivan Luiz Antunes
1 INTRODUÇÃO
O Presídio Santa Augusta e a Penitenciária Sul, estabelecimentos
prisionais situados na cidade de Criciúma – SC, não diferem da reali-
dade nacional no que diz respeito ao sistema carcerário caótico e de-
fasado que, infelizmente, não cumpre sua função principal no papel
de ressocialização e humanização da pena e do cárcere. A triste situa-
ção deve-se, entre outros fatores, também à superlotação que impede
a execução de projetos a serem desenvolvidos. É necessária uma ação
conjunta, contínua e urgente focando, principalmente, naqueles que já
cumprem penas e esperam pelo deferimento dos benefícios da Execu-
ção Penal, previstos na Lei de Execuções Penais, como a progressão de
regime, livramento condicional, saída temporária, comutação de penas,
indulto, remição, trabalho externo ao presídio ou liberação de pecúlio
para assistência à família do recluso ou egresso do sistema prisional,
propiciando o contato do reeducando com sua família, bem como com o
trabalho que edifica e ocupa mentes vazias.
O projeto “Assistência Judiciária para os Reeducandos do Presí-
dio Santa Augusta de Criciúma – SC”, vinculado ao curso de Direito da
Unesc, com apoio do curso de Psicologia, proporciona aos apenados
alento, esperança e perspectiva, tendo em vista que serão revistas suas
penas, o tempo restante de prisão e os benefícios a que eles têm direi-
to, bem como orientá-los no tocante aos seus deveres para que possam
conduzir o cumprimento da pena imposta de forma disciplinada e reta,
com comportamento adequado, um dos requisitos fundamentais, jun-
tamente ao critério objetivo (tempo de pena) para obtenção dos benefí-
cios da execução penal. A par disso, referidos reeducandos, após análise
da situação prisional na qual se encontram, terão seus pedidos imedia-
tamente encaminhados para o Juízo da Execução Penal da comarca de
Criciúma, caso necessitem de decisão judicial como, por exemplo, re-
missão de pena, indulto, comutação, saída temporária, progressão de
regime, defesa nos incidentes de regressão de regime por prática de fal-
ta grave, liberação de pecúlio para assistência à família, entre outros. Os
Defensores Públicos nomeados no concurso que iniciou as atividades
da Defensoria Pública no estado de Santa Catarina, indicados para a co-
marca de Criciúma, não atenderão à demanda da população carcerária,
fazendo com que ocorram atrasos prejudiciais na análise dos pedidos
das pessoas que cumprem pena nos ergástulos catarinenses.
Além disso, preceitua Prado (2013, p. 474) que:
Práticas e Saberes de Extensão
183
Volume II
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
2 REVISÃO TEÓRICA
3 METODOLOGIA
4 EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO
Quando se está em campo, deixa-se de ser somente acadêmico,
para ser, também, um novo profissional – mesmo que em fase de apren-
dizado. E o sentimento não é aquele de dever cumprir horários ou de
apenas mais um dia de serviço; o sentimento é de excitação. E o motivo
disso é que nunca se sabe o que pode acontecer numa tarde destinada
às atividades junto à comunidade. É diferente quando se está estudan-
do, pesquisando, escrevendo artigos. Quando se está na comunidade,
tudo é novo. Nunca se sabe quando um caso totalmente diferente, com
uma problemática completamente diversa, que necessita de um cuida-
do redobrado, aparecerá para ser analisado, estudado, e, se possível,
solucionado.
É perfeitamente compreensível quando, no início das atividades,
há aquela sensação de receio. Receio por não conseguir conciliar a teo-
ria, estudada em sala de aula, com a prática. Ser acadêmico extensionis-
ta não significa precisar saber tudo, precisa ter conhecimento, sim, mas
precisa ter, também, consciência de que está ali para aprender, além de
trabalhar. O campo na extensão é ambiente de aprendizado.
São muitos os fatores que contribuem para que a experiência de
viver a extensão seja proveitosa como é. Um deles é o ambiente de tra-
balho, acompanhado pelos colegas. Como preconiza o artigo 16, da Lei
de Execução Penal, todo o estabelecimento penal deve ter serviço de
Larissa Alves Benitez; Tamires do Nascimento Teixeira;
190
Alfredo Engelmann Filho; Karin Martins Gomes & Leandro Alfredo da Rosa
uma nova perspectiva que precisa ser tomada quando sair de lá. É essa
consciência que o permite tomar atitudes diferenciadas para percorrer
caminhos distintos daquele que o condenou para que se transforme em
novo cidadão com nova visão de mundo e de sociedade.
5 RESULTADOS
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
LUNA, Everardo da Cunha. Capítulos de direito penal. São Paulo: Saraiva, 1985.
Práticas e Saberes de Extensão
199
Volume II
PIMENTEL, Manoel Pedro. Prisões fechadas e prisões abertas. São Paulo: Cortez
& Moraes, 1978. Série Estudos Penitenciários.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro.13. ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
REALE Júnior, Miguel. Novos rumos do sistema criminal. Rio de Janeiro: Forense,
1983.
RESUMO: O artigo faz análise das abordagens dos problemas locais presentes na comunica-
ção radiofônica, por meio de uma prática extensionista realizada no município de Blumenau
– SC, a partir do projeto Informação e Cidadania (Furb). A principal atividade é desenvolver
programetes radiofônicos de cunho educativo e cidadão focados nos Objetivos do Desenvol-
vimento do Milênio (ODM), definidos pela ONU (Organizações das Nações Unidas), no ano
2000. Esta pesquisa se classificou como exploratória, analítica e interpretativa dos conteú-
dos. A partir dos resultados alcançados, percebeu-se a falta de articulação dos problemas
locais nos trabalhos realizados. Esta realidade conduziu para uma reflexão metodológica
sobre as atividades realizadas no projeto e a necessidade de mais inserção da realidade
local nas abordagens da pauta dos programetes radiofônicos realizados.
1 INTRODUÇÃO
2
Essa atividade de extensão se dá a partir das disciplinas de Redação Publicitária II – Au-
diovisual e Produção Publicitária em Rádio. Outros cursos também estiveram presentes
atuando como parceiros do projeto, a partir da disciplina Comunicação e Sociedade, que
foram: Administração, Ciências Contábeis, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e
Educação Física.
Práticas e Saberes de Extensão
207
Volume II
3
A partir da análise de oficinas de rádio e promoção de conteúdo por estudantes de uma
escola no interior do Paraná, em 2008.
Rafael Jose Bona
210
Relacionado 0
1) Redução da pobreza 5 Não
5
relacionado
Relacionado 1
2) Atingir o ensino básico
6 Não
universal 5
relacionado
Relacionado 0
4) Reduzir a mortalidade na
5 Não
infância 5
relacionado
Relacionado 0
5) Melhorar a saúde ma-
4 Não
terna 4
relacionado
Relacionado 0
6) Combater o HIV/AIDS, a
6 Não
malária e outras doenças 6
relacionado
Relacionado 4
7) Garantir a sustentabilida-
10 Não
de ambiental 6
relacionado
Relacionado 8
Não se enquadra nos ODM 18 Não
10
relacionado
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO TEÓRICA
preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem,
sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um
pensando no bem de todos e no próprio bem.
Singer (2000) descreve que a economia solidária surge como
modo de produção e distribuição alternativo ao capitalismo, estabele-
cendo a unidade entre a posse e o uso dos meios de produção e distri-
buição. Do mesmo modo, Kruppa (2005) acrescenta que na economia
solidária todos que trabalham são seus donos igualmente, pois têm os
mesmos direitos de decisão sobre o seu destino. Cada trabalhador é res-
ponsável pelo que ocorre no grupo, participando tanto dos prejuízos
como das sobras.
Entre as atividades desenvolvidas na economia solidária, Asse-
burg e Ogando (2006) elencam: a produção de bens, finanças solidárias,
comércio justo, prestação de serviço e consumo solidário. E ainda afir-
mam que os empreendimentos econômicos solidários compreendem as
organizações: (1) coletivas (associações, cooperativas, redes, entre ou-
tras) do meio rural ou urbano; (2) permanentes, abrangendo empreen-
dimentos que estão em funcionamento, ou em processo de implantação
com as atividades definidas; (3) o grupo constituído, com graus de for-
malização, predominando a existência real; e (4) quem realiza ativida-
des econômicas de produção de bens, de prestação de serviços, de fun-
dos de crédito, de comercialização e de consumo solidário.
Sobre os critérios, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária
(FBES, 2008, p. 55), na IV Plenária Nacional de Economia Solidária,
apresentou o que reconhece por empreendimentos de economia soli-
dária as organizações que seguem, entre outros, os seguintes critérios:
2.2 Cooperativismo
A história do cooperativismo registra o surgimento das primeiras
cooperativas no início do século passado, principalmente na Alemanha
e na Inglaterra, sendo que a primeira cooperativa formal partiu da ini-
ciativa de um grupo de trabalhadores em Rochdale, na Inglaterra, em
1844, cujos princípios se tornaram referência para todo o movimento
cooperativista internacional (RECH, 2000).
Etgeto et al. (2005) complementam que as cooperativas têm au-
mentado em todo o mundo, principalmente a partir de meados do sécu-
lo passado até os dias de hoje. Sua origem remonta às necessidades dos
artesãos, agricultores e operários que se organizaram como forma de
defesa frente às condições de mercado.
3 METODOLOGIA
4 EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO
sua criação até os dias de hoje, este Projeto é marcado pela presença de
inúmeras pessoas que se engajaram, de forma corajosa e destemida, na
concretização de que outro mundo é possível (ZANATTA, 2012).
Icaza e Freitas (2006) entendem que o Projeto Esperança/Cooes-
perança procura desenvolver um novo modelo de cooperativismo, a eco-
nomia popular solidária, tratando da inclusão social por meio de alterna-
tivas concretas de desenvolvimento urbano, solidário e sustentável, e da
“reinvenção da economia”, colocando o trabalho acima do capital.
Sendo assim, devido à sua relevância para o desenvolvimento
social e econômico da sociedade atual, pretende-se relatar algumas
atividades desenvolvidas por professores e acadêmicos, no sentido de
colaborar de alguma forma para o sucesso deste novo modelo de coo-
perativismo.
No decorrer de sua evolução histórica, pôde-se contribuir princi-
palmente com a execução de pesquisas de avaliações das Feiras anuais
de âmbito estadual, nacional e internacional, desde 2007 até 2013, e
também com pesquisas específicas nos grupos do Projeto Esperança/
Cooesperança, assim como a divulgar os resultados desses estudos em
eventos, revistas e capítulo de livro, oferecendo subsídios para o aper-
feiçoamento dos projetos de economia solidária.
Essa experiência de extensão começou com o envolvimento do
Curso de Administração da Universidade Federal de Santa Maria com
empreendimentos solidários, abrangendo atividades pioneiras desen-
volvidas por alguns de seus professores e acadêmicos nas décadas de
1980 e 1990.
Tais atividades consistiram em captar ideias junto ao Projeto Es-
perança/Cooesperança, da então Diocese de Santa Maria, e transformá-
-las em projetos que foram gradativamente sendo implementados por
grupos de empreendedores vinculados ao movimento cooperativista
da economia solidária. Os empreendimentos contaram, ainda, com o
acompanhamento de alguns professores da Administração e Economia
auxiliando a coordenação, por meio de debates nas diversas localidades
integrantes.
Em continuidade, a partir do ano de 2007, um grupo de professo-
res e acadêmicos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e de
outras áreas do Centro Universitário Franciscano começou a participar
da aplicação da pesquisa do PAFES, exigida pelo Governo Federal, para
Élio Sérgio Denardin; Flaviani Souto Bolzan Medeiros;
228
Lisandra Taschetto Murini & Lourdes Maria Staudt Dill
5 RESULTADOS
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
_____. Os caminhos da economia solidária no Rio Grande do Sul. In: SINGER, P.;
SOUZA, A. R. de (Orgs.). A economia solidária no Brasil: a autogestão como res-
posta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.