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OSASCO
2014
JULIANA PEREIRA FLOR
LALIA VIANA LISBOA
NELSON ALVES FERREIRA JUNIOR
OSASCO
2014
JULIANA PEREIRA FLOR
LALIA VIANA LISBOA
NELSON ALVES FERREIRA JUNIOR
Orientador: ____________________________________________________
Prof. Me. Jefferson Malavazi
Examinador: ___________________________________________________
Cristiano Sartori de Oliveira
Examinadora: __________________________________________________
Leila Garcia Reis
Examinador: ___________________________________________________
Paulo Eduardo Alves Fernandes
The subject of this paper work was to investigate the effect of the treatment
carried out on the morphology of the -Al5FeSi intermetallic compound phase. Alloys
A413 and A356 were produced with and without the treatment above referred.
Representative samples of above alloys were produced in permanent mold casting
process in accordance with ASTM B108 standard; tensile test was carried out on
these samples in order to evaluate their mechanical properties. Fracture analysis
were performed on the samples fractured surfaces by means of scanning electron
microscopy (SEM). Also, areas were measured in terms of percentage on the
fractured surfaces in order to observe the presence of the intermetallics by means of
image analyzer equipment. We also performed optical microscopy on samples taken
near from the fractured surface in order to evaluate their microstructure. We could
conclude the conditions which the work were performed, the strontium addition in the
alloys causes any changes in the morphology of the intermetallic compound in A413
and A356 alloys, however alloy A413 has presented it as fractured. Related to the
mechanical properties, alloy A413 has presented increased ultimate tensile strength
as well as elongation caused by morphology changes on the B-Si and also
intermetallic fragmentation. On the other hand, alloy A356 presented its properties
decreased due to the intermetallic compounds morphology and due to the trend for
microporosity increasing caused by modification treatment.
Figura 2 – Microestrutura das ligas Al-Si: (a) ligas hipoeutéticas, (b) ligas
eutéticas e (c) ligas hipereutéticas ....................................................................... 28
Gráfico 3 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A413 ...
.................................................................................................................................. 50
Gráfico 6 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A356 ...
.................................................................................................................................. 63
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO .......................................................................................22
CONCLUSÃO.........................................................................................70
REFERÊNCIAS ......................................................................................73
22
INTRODUÇÃO
1 OBJETIVOS DO TRABALHO
Tabela 1 – Comparação das características dos três metais mais utilizados na indústria
No Brasil, seu consumo é cada vez mais crescente (tabela 2), e em indústrias
automobilísticas, é cada vez mais utilizado na fabricação de peças para reduzir o
peso do veículo e economizar o consumo de combustível. Essa crescente utilização
em veículos está relacionada principalmente com sua baixa densidade que além de
melhorar o desempenho dos veículos, também os tornam mais leves e menos
poluentes (FURLAN, 2008, p.1-2).
26
Ano
Tipos de Produtos
2012 2013 2014 (p)
Chapas 533,5 579,7 636,0
Folhas 88,6 93,8 100,6
Extrudados 340,7 367,5 383,3
Fios e Cabos 147,7 134,8 132,0
Fundidos 220,8 230,9 231,9
Pó 39,8 34,0 34,7
Usos destrutivos 41,4 40,8 41,0
Outros 28,3 31,0 32,0
TOTAL 1440,8 1512,5 1591,5
(p)
– Previsão
Fonte: ABAL, 2014c
1300
Líquido
Temperatura em ºC
1100
+
300
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100 Porcentagem em peso de Silício
Figura 1 – Microestrutura das ligas Al-Si: (a) ligas hipoeutéticas, (b) ligas eutéticas e (c) ligas
hipereutéticas
Al5FeSi
Al15(Fe,Mn)3Si2
Mg2Si
Tabela 4 – Comparação das propriedades mecânicas da liga A413 com a liga 1070
Liga LR (MPa) LE (MPa) A (%) Dureza (HB)
1070 (99,7 % Al) 60 25 23 18
A413 (Coquilha) 170 90 2,5 55
Processo Si Fe Cu Mg Mn Ni Zn Sn Ti Outros
Sob 1,3 1,0 0,1 0,35 0,5 0,5 0,15 - 0,25
11,0 -13,0
pressão máx máx máx máx máx máx máx máx
Areia ou 0,5 0,1 0,05 0,35 0,05 0,10 0,25 0,20
11,0 -13,0 -
Coquilha máx máx máx máx máx máx máx máx
A liga A356 é uma das ligas mais utilizadas na indústria automotiva. Possui
uma composição hipoeutética, com um teor de silício entre 6,5 e 7,5 %. A
solidificação dessa liga é do tipo pastosa, onde as dendritas de fase começam a
se solidificar próximas a parede do molde e a medida que a temperatura vai
diminuindo, formam-se mais dendritas, aprisionado o líquido eutético nas regiões
interdendríticas formando microporosidades distribuídas, em função da contração
volumétrica, conforme ilustra a figura 5. (MALAVAZI, 2013a, p. 53-56).
A reciclagem das ligas de alumínio tem se tornado uma prática comum nas
fundições de peças automotivas, principalmente pela economia de energia
associada a ela. Porém, o uso destes materiais acaba gerando um aumento no nível
de impurezas, em particular o ferro, que traz um impacto negativo sobre
propriedades mecânicas (ASHTARI; et. al., 2004, p. 937, tradução nossa).
O ferro normalmente se apresenta sob a forma de compostos intermetálicos
em combinação com alumínio, silício e outros elementos. Seu limite de solubilidade
no alumínio líquido é baixo, em torno de 0,03% na temperatura de 650°C
(MALAVAZI, 2013b, p. 2; TAYLOR, 2012, p. 20, tradução nossa), conforme figura 6:
Figura 7 - Micrografia de uma liga Al-Fe 1,5% fundida em areia. Nos espaçamentos
interdendríticos verifica-se a presença do composto intermetálico Al3Fe. Ampliação 200x
Partículas
de Al3Fe
-Al5FeSi
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
35
-Al8Fe2Si
Fonte: Os autores
Figura 13 – Microestrutura obtida por microscopia óptica de uma liga Al-Si 6%:
(a) sem modificação, (b) modificada com Sr
a b
Fonte: Os autores
Figura 14 – Microestrutura obtida por microscopia eletrônica de uma liga Al-Si 6% submetida a
ataque profundo com NaOH 20%: (a) sem modificação, (b) modificada com Sr
a b
Fonte: Os autores
38
Partículas de fase
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para elaboração da liga A413, foi utilizado um forno elétrico para fusão da
carga, com capacidade de 300 kg. Após a fusão da carga, uma amostra foi retirada e
analisada em um espectrômetro de emissão ótica GNR Metallab 75-80J para
controle da composição química.
Os corpos de prova foram vazados em coquilha de aço H13, fabricada
conforme norma ASTM B 108 (2003, p. 6). Para facilitar a extração dos corpos de
prova, a coquilha foi pintada com tinta à base de grafite, Dycote 61, fornecida pela
Foseco e utilizada conforme recomendação do fornecedor. Foi utilizado uma
temperatura em torno de 300 ºC para pré-aquecimento da coquilha.
A temperatura de vazamento foi em torno de 730 ºC. Após o vazamento da 1ª
amostragem (sem tratamento de modificação), foi adicionado uma ante liga de Al-
10%Sr ao banho, e após a dissolução da mesma, uma outra amostra foi retirada
novamente para verificação da composição química, depois vazou-se a 2ª
amostragem (com tratamento de modificação).
Para elaboração da liga A356, foi utilizado um forno a gás para fusão da
carga, com capacidade de 8 kg. Após a fusão da carga, uma amostra foi retirada
para controle da composição química. Os corpos de prova foram vazados em
coquilha de aço H13, a mesma utilizada para obtenção dos corpos de prova da liga
A413.
Verificou-se que a porcentagem de ferro não estava na faixa desejada, então
adicionou-se um lingote com aproximadamente 1,7 kg de uma liga Al-3%Fe ao
banho e retirou-se outra amostra para análise da composição química. Logo após,
40
3.3 ENSAIOS
Para o ensaio de tração, foram utilizados dez corpos de prova das ligas A413 e
cinco corpos de prova das ligas A356. O ensaio foi realizado em máquina universal
EMIC DL-60000 com capacidade de 600 kN. As amostras para fractografia e
metalografia foram obtidas dos corpos de prova ensaiados (figura 16).
Figura 16 - Corpos de prova obtidos em coquilha de aço H13 com a identificação do local onde
foram retiradas as amostras para ensaio fractográfico e metalográfico
Fonte: Os autores
41
Fonte: Os autores
Partícula de
fase -Al5FeSi
a b
Fonte: Os autores
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A413 Si Fe Cu Mg Mn Zn Sn Ti Sr
Sem
12,34 0,73 0,19 0,016 0,009 0,162 0,019 0,005 -
modificação
Modificada 12,66 0,82 0,19 0,017 0,012 0,157 0,018 0,009 0,022
Fonte: Os autores
44
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
45
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
4.1.3 Fractografia
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
a b
Fonte: Os autores
*Área de ~ 4mm2
Fonte: Os autores
50
Fonte: Os autores
4.1.5 Metalografia
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
-Al8Fe2Si
-Si
Fonte: Os autores
-Al5FeSi
-Si modificado
Fonte: Os autores
permite concluir que nas condições em que foram realizadas este experimento, a
modificação com estrôncio não favoreceu a formação do intermetálico -Al8Fe2Si,
embora Ashtari; et al (2004, p. 955), mencione que ocorre a formação do mesmo.
1 3
3 1 2
1 2 1
2
1
a b
Fonte: Os autores
Tabela 12 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 28a e 28b
% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2 Partícula 3
Al 53,76 99,12 0,37
A413
Si 31,47 0,88 99,63
Sem modificação
Fe 14,77 - -
Al 54,77 90,20 49,66
A413
Si 27,13 9,80 50,34
Modificada
Fe 18,10 - -
Fonte: Os autores
Partículas de
Si primário
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
As figuras 33a e 33b mostram o local onde foi realizada a caracterização das
fases encontradas, por meio de análise de EDS, das ligas A413 e a tabela 13 mostra
os valores obtidos em cada ponto analisado.
2 2
1
1
a b
Fonte: Os autores
Tabela 13 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 33a e 33b
% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2
Al 52,11 1,26
A413
Si 17,73 98,74
Sem modificação
Fe 30,16 -
Al 55,55 27,59
A413
Si 26,21 72,41
Modificada
Fe 18,24 -
Fonte: Os autores
A356 Si Fe Cu Mg Mn Ti Sr
Sem
6,45 0,50 0,28 0,25 0,017 0,010 -
modificação
Fonte: Os autores
1 180 91 3
2 191 103 3
3 180 101 3
4 185 99 3
5 182 97 3
Média 184 98 3
Mínimo 180 91 3
Desvio 4 4 0
Fonte: Os autores
58
1 177 112 3
2 155 99 2
3 179 99 3
4 168 100 2
5 181 104 3
Mínimo 155 99 2
Desvio 10 5 0
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
a b
Fonte: Os autores
60
4.2.3 Fractografia
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
As figuras 39a e 39b, obtidas da superfície de fratura das ligas A356, sem e
com tratamento de modificação respectivamente, mostram a distribuição dos
intermetálicos pela superfície de fratura.
a b
Fonte: Os autores
Condição CP N. Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Média Máximo Mínimo Desvio
1 2,07 1,68 3,33 4,01 3,48 2,92 4,01 1,68 0,99
Sem
3 1,22 2,29 2,63 4,53 4,00 2,93 4,53 1,22 1,33
modificação
5 2,27 2,88 2,32 2,14 1,54 2,23 2,88 1,54 0,48
1 5,93 3,69 4,06 5,88 4,69 4,85 5,93 3,69 1,03
Modificada 3 6,14 7,11 4,52 3,87 2,35 4,80 7,11 2,35 1,88
5 5,11 3,19 4,36 3,57 4,38 4,12 5,11 3,19 0,75
*Área de ~ 4mm2
Fonte: Os autores
63
Fonte: Os autores
Como pode ser observado no gráfico 6, a média e o desvio padrão das áreas
analisadas foi menor na liga sem modificação do que na liga modificada,
comprovando que as porosidades encontradas na superfície de fratura além de
diminuírem as propriedades mecânicas, também contribuíram para uma
concentração não uniforme dos intermetálicos, pois segundo Fuoco e Corrêa (2009,
p. 16-17), o tratamento de modificação além de promover uma alteração na
morfologia das partículas de silício, também promove alterações na morfologia das
dendritas, ocasionando um engrossamento dos braços secundários de dendritas e
um aumento na espessura dos canais interdendríticos, contribuindo para uma maior
rejeição de soluto em seu entorno, que explica a maior concentração de
intermetálicos, bem como a maior tendência a formação de microporosidades.
64
4.2.5 Metalografia
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
-Al8Fe2Si
Fonte: Os autores
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
Num detalhe com maior aumento é possível observar que na amostra sem
modificação as partículas intermetálicas se apresentam com morfologia do tipo
escrita chinesa, enquanto na liga modificada as partículas apresentam formato de
plaquetas de fase -Al5FeSi.
66
3
1 1
1
3
2
1
2
2
a b
Fonte: Os autores
% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2 Partícula 3
Al 76,75 24,04 92,86
A356
Si 11,68 75,96 7,14
Sem modificação
Fe 11,57 - -
Al 55,28 50,74 92,54
A356
Si 27,94 49,26 7,46
Modificada
Fe 16,78 - -
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
-Al15(Fe,Mn)3Si2
Fonte: Os autores
-Al5FeSi
Fonte: Os autores
1
1
2
2
1
1 2
1
a b
Fonte: Os autores
Tabela 19 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 49a e 49b
% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2
Al 68,91 27,80
A356 Si 12,43 72,20
Sem modificação Mn 1,19 -
Fe 17,47 -
Al 58,65 36,09
A356
Si 24,69 63,91
Modificada
Fe 16,66 -
Fonte: Os autores
Por meio da análise de EDS, pode-se constatar que na liga A356 sem
modificação, formou-se o composto intermetálico -Al15(Fe,Mn)3Si2, favorecido pela
velocidade de resfriamento que é mais lenta no núcleo e permitiu a nucleação e o
crescimento deste composto.
70
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ASTM - American Society for Testing and Materials. Standard Specification for
Aluminum Alloy Permanent Mold B108 – 03a, Sept, 2003.
CAO, X., CAMPBELL J. Morphology of β-Al5FeSi Phase in Al-Si Cast Alloys. The
Japan Institute of Metals. Materials Transactions, 2006, v. 47, n. 5.
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