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FACULDADE DE TECNOLOGIA

SENAI “NADIR DIAS DE FIGUEIREDO”

JULIANA PEREIRA FLOR


LALIA VIANA LISBOA
NELSON ALVES FERREIRA JUNIOR

EFEITO DO TRATAMENTO DE MODIFICAÇÃO SOBRE


A MORFOLOGIA DE COMPOSTOS INTERMETÁLICOS DE
FASE -Al5FeSi EM LIGAS DE Al-Si

OSASCO
2014
JULIANA PEREIRA FLOR
LALIA VIANA LISBOA
NELSON ALVES FERREIRA JUNIOR

EFEITO DO TRATAMENTO DE MODIFICAÇÃO SOBRE


A MORFOLOGIA DE COMPOSTOS INTERMETÁLICOS DE
FASE -Al5FeSi EM LIGAS DE Al-Si

Projeto Integrador apresentado à


Faculdade de Tecnologia SENAI
“Nadir Dias de Figueiredo” em
Processos Metalúrgicos para a
obtenção do título de Tecnólogo
em Processos Metalúrgicos sob
a orientação técnica do Prof. Me.
Jefferson Malavazi e orientação
metodológica do Prof. Me.
Wagner Moschella.

OSASCO
2014
JULIANA PEREIRA FLOR
LALIA VIANA LISBOA
NELSON ALVES FERREIRA JUNIOR

Projeto Integrador apresentado à Faculdade SENAI de Tecnologia em Processos


Metalúrgicos para obtenção do título de Tecnólogo em Processos Metalúrgicos.
Orientador: Prof. Me. Jefferson Malavazi.

EFEITO DO TRATAMENTO DE MODIFICAÇÃO SOBRE


A MORFOLOGIA DE COMPOSTOS INTERMETÁLICOS DE
FASE -Al5FeSi EM LIGAS DE Al-Si

Orientador: ____________________________________________________
Prof. Me. Jefferson Malavazi

Examinador: ___________________________________________________
Cristiano Sartori de Oliveira

Examinadora: __________________________________________________
Leila Garcia Reis

Examinador: ___________________________________________________
Paulo Eduardo Alves Fernandes

Osasco, ______ de Dezembro de 2014


Dedico este trabalho aos meus pais, Josefa e
Joseilto, que deixaram seus sonhos para que eu
sonhasse e perderam noites de sono para que eu
dormisse tranquila. E ao meu esposo Marcos, pelo
incentivo e apoio nos momentos mais difíceis, e
principalmente por se privar da minha companhia
para que eu pudesse me dedicar a este curso.
Juliana Pereira Flor
Dedico este trabalho à meus pais, João e Dalva, ao
meu esposo Eduardo e toda a minha família, por se
constituírem diferentemente enquanto pessoas,
igualmente belas e admiráveis em essência. São
estímulos que me impulsionaram a buscar vida nova
a cada dia. Agradeço por terem aceitado se privar de
minha companhia pelos estudos, concedendo a mim
a oportunidade de me realizar ainda mais.
Lalia Viana Lisboa
Dedico este trabalho à minha esposa Edvânia, que
com amor e paciência me ajudou a superar as
dificuldades e os desafios que surgiram ao longo da
elaboração deste trabalho, e aos meus pais Nelson
e Geralda pelo apoio e incentivo aos estudos.
Nelson Alves Ferreira Junior
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à Deus, por direcionar


nossos caminhos e nos dar forças todos os dias
para alcançarmos nossos objetivos. Ao nosso
orientador técnico, Prof. Me. Jefferson Malavazi,
pelo auxílio na elaboração das ligas e obtenção dos
corpos de prova, pela disponibilidade com que
sempre nos orientou e principalmente pela
motivação e apoio. Ao nosso orientador
metodológico, Prof. Me. Wagner Moschella, por toda
dedicação e apoio durante toda a elaboração do
trabalho escrito. Ao Prof. Carlos Marchioli e ao
Leandro Cosme, por disponibilizarem tempo,
materiais e equipamentos para obtenção dos corpos
de prova. Ao Prof. Pedro Shigueyoshi Nagay e ao
Prof. Juliano da Usinagem, por nos auxiliar
disponibilizando equipamento para o corte dos
corpos de prova e pelo apoio técnico. Ao Prof.
Odilon de Moraes Junior por nos ajudar na revisão
do Abstract. Ao Nilton César, André Arakaki e Ana
Carolina, do Laboratório de Prestação de Serviços
da Escola SENAI Nadir Dias de Figueiredo, pela
execução das análises químicas e ensaios de
tração. A Bruna da AAPM, por encadernar os
trabalhos impressos. Aos nossos gestores Marcos
Luís Henrique, Nailson Lima e Neusvaldo Lira, pela
disponibilidade no nosso horário de expediente para
a realização do trabalho prático. E ao Laboratório de
Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, pela disponibilidade de equipamentos
e recursos que foram essenciais para conclusão
deste projeto.
EPÍGRAFE

(...) Eu odiava cada minuto do meu treinamento,


mas eu disse: “Não pare! Sofra agora para viver o
resto de sua vida como um campeão". (Muhammad
Ali)
RESUMO

O objetivo deste projeto foi verificar o efeito do tratamento de modificação


sobre a morfologia do composto intermetálico de fase -Al5FeSi. Para isto, foram
elaboradas duas ligas comerciais: A413 e A356, ambas com e sem tratamento de
modificação. Os corpos de prova de tração produzidos foram fundidos em coquilha
confeccionada segundo a norma ASTM B108, e tracionados para avaliação das
propriedades mecânicas. As superfícies de fratura obtidas no ensaio de tração foram
submetidas a uma análise fractográfica, por meio de microscopia eletrônica de
varredura (MEV). Na superfície fraturada também foi medido a porcentagem de área
ocupada por intermetálicos, por meio de analisador de imagem. Foram retirados
corpos de prova próximos a superfície de fratura para análise microestrutural, feita
por microscopia óptica e eletrônica. Nas condições em que o estudo foi realizado, a
adição de estrôncio não promoveu a modificação da morfologia do composto
intermetálico na liga A413 e A356, porém na liga A413 observou-se uma
fragmentação do mesmo. Com relação as propriedades mecânicas, a liga A413
apresentou um aumento no limite de resistência e alongamento, promovido pela
alteração da morfologia do -Si e da fragmentação dos intermetálicos. Já na liga
A356 houve uma diminuição, que está associada ao tipo de morfologia encontrada e
também devido a maior tendência a formação de microporosidades ocasionada pelo
tratamento de modificação.

Palavras chave: Ligas de alumínio. Morfologia. Intermetálicos. Modificação. Ferro.


ABSTRACT

The subject of this paper work was to investigate the effect of the treatment
carried out on the morphology of the -Al5FeSi intermetallic compound phase. Alloys
A413 and A356 were produced with and without the treatment above referred.
Representative samples of above alloys were produced in permanent mold casting
process in accordance with ASTM B108 standard; tensile test was carried out on
these samples in order to evaluate their mechanical properties. Fracture analysis
were performed on the samples fractured surfaces by means of scanning electron
microscopy (SEM). Also, areas were measured in terms of percentage on the
fractured surfaces in order to observe the presence of the intermetallics by means of
image analyzer equipment. We also performed optical microscopy on samples taken
near from the fractured surface in order to evaluate their microstructure. We could
conclude the conditions which the work were performed, the strontium addition in the
alloys causes any changes in the morphology of the intermetallic compound in A413
and A356 alloys, however alloy A413 has presented it as fractured. Related to the
mechanical properties, alloy A413 has presented increased ultimate tensile strength
as well as elongation caused by morphology changes on the B-Si and also
intermetallic fragmentation. On the other hand, alloy A356 presented its properties
decreased due to the intermetallic compounds morphology and due to the trend for
microporosity increasing caused by modification treatment.

Keywords: Aluminum Alloys. Morphology. Intermetallics. Modification. Iron.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama de equilíbrio Al-Si ................................................................. 27

Figura 2 – Microestrutura das ligas Al-Si: (a) ligas hipoeutéticas, (b) ligas
eutéticas e (c) ligas hipereutéticas ....................................................................... 28

Figura 3 – Microestrutura de uma liga A356.1 mostrando a presença de


eutéticos secundários. Ampliação: 560x ............................................................. 29

Figura 4 – Sequência de solidificação das ligas eutéticas ................................. 30

Figura 5 – Sequência de solidificação das ligas hipoeutéticas ......................... 31

Figura 6 – Diagrama de equilíbrio Al-Fe ............................................................... 32

Figura 7 – Micrografia de uma liga Al-Fe 1,5% fundida em areia. Nos


espaçamentos interdendríticos verifica-se a presença do composto
intermetálico Al3Fe. Ampliação 200x .................................................................... 33

Figura 8 – Plaquetas de fase -Al5FeSi em formato de agulhas alongadas em


uma liga Al-Si 9% com 0,80% Fe ........................................................................... 34

Figura 9 – Porosidade associada às plaquetas da fase -Al5FeSi em uma liga


Al-Si 12% com 0,80% Fe ........................................................................................ 34

Figura 10 – Partículas de fase -Al8Fe2Si em uma liga Al-Si 9% ........................ 35

Figura 11 – Efeito da temperatura de superaquecimento e teor de ferro sobre a


morfologia dos intermetálicos nas ligas (a) Al-6%Si e (b) Al-11%Si ................. 36

Figura 12 – Efeito da adição de Sr (a), Sr/Mn (b) e Sr/Li (c), na microestrutura de


uma liga Al-Si 7% ................................................................................................... 36
Figura 13 – Microestrutura obtida por microscopia óptica de uma liga Al-Si 6%:
(a) sem modificação, (b) modificada com Sr ....................................................... 37

Figura 14 – Microestrutura obtida por microscopia eletrônica de uma liga Al-Si


6% submetida a ataque profundo com NaOH 20%: (a) sem modificação, (b)
modificada com Sr ................................................................................................. 37

Figura 15 – Microestrutura de uma liga Al-Si 6% modificada com estrôncio


evidenciando a presença do eutético secundário -Al5FeSi .............................. 38

Figura 16 – Corpos de prova obtidos em coquilha de aço H13 com a


identificação do local onde foram retiradas as amostras para ensaio
fractográfico e metalográfico ................................................................................ 40

Figura 17 – Superfície de exame fractográfico .................................................... 41

Figura 18 – Imagens obtidas em microscópio eletrônico com (a) detector de


elétrons secundários e (b) detector de elétrons retroespalhados ..................... 41

Figura 19 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A413 sem


modificação ............................................................................................................ 47

Figura 20 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A413 modificada ...


.................................................................................................................................. 47

Figura 21 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A413 sem


modificação ............................................................................................................ 48

Figura 22 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A413 modificada ... 48

Figura 23 – Aspecto da distribuição dos intermetálicos na superfície de fratura:


(a) liga A413 sem modificação e (b) liga A413 modificada .................................. 49
Figura 24 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 sem modificação
.................................................................................................................................. 51

Figura 25 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 modificada ....... 51

Figura 26 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 sem modificação


.................................................................................................................................. 52

Figura 27 – Microestrutura próximo a superfície da liga A413 modificada ....... 52

Figura 28 – Microestruturas próximas à superfície das ligas A413: (a) sem


modificação e (b) modificada ................................................................................ 53

Figura 29 – Microestrutura próximo ao núcleo da liga A413 sem modificação


.................................................................................................................................. 54

Figura 30 – Microestrutura próximo ao núcleo da liga A413 modificada .......... 54

Figura 31 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A413 sem modificação


.................................................................................................................................. 55

Figura 32 – Microestrutura próximo ao núcleo da liga A413 modificada .......... 55

Figura 33 – Microestruturas próximas ao núcleo das ligas A413: (a) sem


modificação e (b) modificada ................................................................................ 56

Figura 34 – Porosidades encontradas na superfície de fratura da liga A356


modificada ............................................................................................................... 59

Figura 35 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A356 sem


modificação ............................................................................................................ 60

Figura 36 – Aspecto da fratura próximo à superfície liga A356 modificada ..... 60


Figura 37 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A356 sem
modificação ............................................................................................................ 61

Figura 38 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A356 modificada ... 61

Figura 39 – Aspecto da distribuição dos intermetálicos na superfície de fratura:


(a) liga A413 sem modificação e (b) liga A413 modificada ................................. 62

Figura 40 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 sem modificação


.................................................................................................................................. 64

Figura 41 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 modificada ....... 64

Figura 42 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 sem modificação


.................................................................................................................................. 65

Figura 43 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 modificada ....... 65

Figura 44 – Microestruturas próximas à superfície das ligas A356: (a) sem


modificação e (b) modificada ................................................................................ 66

Figura 45 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 sem modificação


.................................................................................................................................. 67

Figura 46 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 modificada .......... 67

Figura 47 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 sem modificação


.................................................................................................................................. 68

Figura 48 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 modificada .......... 68

Figura 49 – Microestruturas próximas ao núcleo das ligas A356: (a) sem


modificação e (b) modificada ................................................................................. 69
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Limite de resistência e escoamento para as ligas A413 .................. 45

Gráfico 2 – Alongamento das ligas A413 .............................................................. 46

Gráfico 3 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A413 ...
.................................................................................................................................. 50

Gráfico 4 – Limite de resistência e escoamento para as ligas A356 .................. 58

Gráfico 5 – Alongamento das ligas A356 .............................................................. 59

Gráfico 6 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A356 ...
.................................................................................................................................. 63
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação das características dos três metais mais utilizados na


indústria ................................................................................................................... 25

Tabela 2 – Consumo de produtos transformados de alumínio ........................... 26

Tabela 3 – Aplicação de algumas ligas de Al-Si em componentes automotivos


.................................................................................................................................. 26

Tabela 4 – Comparação das propriedades mecânicas da liga A413 com a liga


1070 .......................................................................................................................... 29

Tabela 5 – Composição química nominal em % da liga A413 ............................. 30

Tabela 6 – Composição química nominal em % da liga A356 ............................. 31

Tabela 7 – Comparação das propriedades mecânicas da liga A356 com e sem


tratamento térmico ................................................................................................. 31

Tabela 8 – Composição química em % das ligas A413 obtidas ......................... 43

Tabela 9 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A413 sem


modificação ............................................................................................................ 44

Tabela 10 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A413 modificada


.................................................................................................................................. 44

Tabela 11 – Porcentagem de área* ocupada por intermetálicos nas ligas A413


.................................................................................................................................. 49

Tabela 12 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras


28a e 28b ................................................................................................................. 53

Tabela 13 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras


33a e 33b ................................................................................................................. 56

Tabela 14 – Composição química em % das ligas A356 obtidas ........................ 57


Tabela 15 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A356 sem
modificação ............................................................................................................. 57

Tabela 16 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A356 modificada


.................................................................................................................................. 58

Tabela 17 – Porcentagem de área* ocupada por intermetálicos nas ligas A356


.................................................................................................................................. 62

Tabela 18 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras


44a e 44b ................................................................................................................. 66

Tabela 19 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras


49a e 49b ................................................................................................................. 69
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A (%) Alongamento em Porcentagem


ABAL Associação Brasileira do Alumínio
ASTM American Society for Testing and Materials
BSE Back-Scattered Electrons
Cal Caloria
cm Centímetro
CP Corpo de prova
EDS Electron Dispersive Spectrum
g Gramas
HB Dureza Brinell
IACS International Annealed Cooper Standard
kg Quilograma
LE Limite de Escoamento
LR Limite de Resistência
mm Milímetro
MPa Mega Pascal
N. Número
SE Secondary Electrons
µm Mícron
LISTA DE SÍMBOLOS

A413 Classificação de uma liga de alumínio silício eutética


A356 Classificação de uma liga de alumínio silício hipoeutética
Al Alumínio
α Solução sólida rica em alumínio com até 1,65% de silício
α-Al8Fe2Si Composto Intermetálico presente nas ligas de Alumínio Silício
Al3Fe Composto Intermetálico presente nas ligas de alumínio ferro
Al15(Fe,Mn)3Si2 Composto Intermetálico presente nas ligas de Alumínio Silício
Al-Sr Liga de alumínio estrôncio
β Solução sólida rica em silício com até 0,1% de alumínio
β-Al5FeSi Composto Intermetálico presente nas ligas de Alumínio Silício
ºC Graus Celsius
Cu Cobre
Fe Ferro
H13 Nomenclatura referente à classificação de um aço ferramenta
H2SO4 Ácido Sulfúrico
L Calor Latente
Mg Magnésio
Mg2Si Composto Intermetálico presente nas ligas de Alumínio Silício
Mn Manganês
NaOH Hidróxido de Sódio
Ni Níquel
Si Silício
Sn Estanho
Sr Estrôncio
Ti Titânio
Zn Zinco
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................22

1 OBJETIVOS DO TRABALHO ..........................................................24


1.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 24
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 24

2 O ALUMÍNIO E SUAS LIGAS ..........................................................25


2.1 DIAGRAMA DAS LIGAS AL-SI ................................................................... 27
2.2 A LIGA A413 ............................................................................................... 29
2.3 A LIGA A356 ............................................................................................... 31
2.4 A FASE -AL5FESI ...................................................................................... 32
2.5 A FASE -AL8FE2SI .................................................................................... 35
2.6 MODIFICAÇÃO DAS LIGAS AL-SI ............................................................. 37

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................39


3.1 ELABORAÇÃO DA LIGA A413 .................................................................. 39
3.2 ELABORAÇÃO DA LIGA A356 .................................................................. 39
3.3 ENSAIOS ..................................................................................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .....................................................43


4.1 LIGA A413 ................................................................................................... 43
4.1.1 Composição química ........................................................................... 43
4.1.2 Propriedades mecânicas .................................................................... 44
4.1.3 Fractografia .......................................................................................... 47
4.1.4 Porcentagem de área .......................................................................... 49
4.1.5 Metalografia.......................................................................................... 51
4.2 LIGA A356 ................................................................................................... 57
4.2.1 Composição química ........................................................................... 57
4.2.2 Propriedades mecânicas .................................................................... 57
4.2.3 Fractografia .......................................................................................... 60
4.2.4 Porcentagem de área .......................................................................... 62
4.2.5 Metalografia.......................................................................................... 64

CONCLUSÃO.........................................................................................70

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................71

REFERÊNCIAS ......................................................................................73
22

INTRODUÇÃO

As ligas de alumínio silício correspondem por grande parte das ligas de


alumínio utilizadas no mercado. Sua grande importância comercial baseia-se
principalmente na sua densidade, fluidez e baixa contração durante a solidificação,
além de sua resistência à tração e à corrosão. Na indústria automotiva, são cada vez
mais utilizadas para tornar os veículos mais leves e reduzir o consumo de
combustível. (KHALIFA; et al., 2006, p.156; tradução nossa; MALAVAZI, 2013b, p.1).
Embora seja cada vez mais crescente sua aplicação, alguns fatores, como a
presença de impurezas, por exemplo, ainda precisam ser melhorados para que se
obtenham materiais cada vez mais eficientes.
Uma impureza muito comum presente nas ligas de alumínio silício é o ferro,
proveniente do processo de obtenção do alumínio primário, podendo ser também
decorrente de contaminações durante os processos de reciclagem ou até mesmo
pelo manuseio do metal líquido com ferramentas de aço (MALAVAZI, 2011, p.1;
TAYLOR, 2012, p. 20, tradução nossa).
Como a solubilidade do ferro no alumínio é baixa (cerca de 0,03% no estado
sólido), o excesso a este valor, forma compostos intermetálicos de Al-Fe-Si que são
prejudiciais às propriedades mecânicas dos fundidos. Dentre os compostos
formados, a fase -Al5FeSi é a mais comum e sua morfologia em formato de agulhas
alongadas, além de causar interrupções na estrutura da matriz, também gera pontos
de propagação de defeitos, como trincas e porosidades (MALAVAZI, 2013b, p. 2;
TAYLOR, 2012, p. 20, tradução nossa).
Ainda não se conhece nenhum processo capaz de remover o ferro nas ligas
de alumínio silício e em alguns casos, como nos processos de fundição sob pressão,
a presença do ferro é necessária e importante para diminuir a aderência do alumínio
com a matriz metálica (MALAVAZI, 2011, p. 1-2; TAYLOR, 2012, p. 20, tradução
nossa).
23

Muito se tem pesquisado sobre o controle do tamanho da fase -Al5FeSi e


sua morfologia. A adição de certos elementos como manganês, cromo, berílio e
níquel, podem alterar a morfologia de fase -Al5FeSi para fase -Al8Fe2Si ou fase
Al15(Fe,Mn)3Si2, com morfologia do tipo escrita chinesa (CAO; CAMPBELL, 2006, p.
1304; CHO; et. al., 2008, p. 2435, tradução nossa).
O tratamento de modificação com estrôncio é uma prática comum das ligas
de alumínio silício e tem como objetivo principal melhorar as propriedades
mecânicas, em especial a ductilidade, por meio da modificação das partículas de
silício do eutético de lamelar grosseira para lamelar fibrosa, promovendo uma maior
continuidade da matriz. (FUOCO; CORRÊA, 2009, p. 6-7).
Adições de estrôncio acima de 0,01% também tem sido mencionado como
elemento modificador da fase -Al5FeSi para -Al8Fe2Si (CHO; et. al., 2008, p.
2435). Outros estudos propõem que o estrôncio além de modificar a morfologia da
fase -Si do eutético, também promove um aumento dos locais de nucleação,
fragmentando as partículas de fase -Al5FeSi. (ASHTARI; et. al., 2004, p. 955; CAO;
CAMPBELL, 2006, p. 1304; EIDHED, 2008, p. 46, tradução nossa).
Pretende-se com esse projeto verificar a morfologia das partículas de fase β-
Al5FeSi em ligas de Al-Si com e sem tratamento de modificação e comprovar se é
possível, através da modificação com adição de estrôncio, avaliar a sua influência
sobre a formação dos intermetálicos -Al8Fe2Si e β-Al5FeSi, correlacionando os
resultados obtidos na análise metalográfica com as propriedades mecânicas.
24

1 OBJETIVOS DO TRABALHO

1.1 OBJETIVO GERAL

Estudar o efeito do tratamento de modificação com estrôncio sobre a


morfologia de compostos intermetálicos de fase -Al5FeSi.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar a morfologia das partículas de fase β-Al5FeSi em ligas de Al-Si com e


sem tratamento de modificação;

 Verificar se é possível através do tratamento de modificação com adição de


estrôncio, promover a formação do intermetálico de fase -Al8Fe2Si;

 Verificar se a modificação proporciona uma fragmentação dos intermetálicos ricos


em ferro;

 Correlacionar os resultados obtidos com as propriedades mecânicas e a estrutura


resultante.
25

2 O ALUMÍNIO E SUAS LIGAS

O alumínio é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre,


perdendo apenas para o oxigênio e o silício. Apesar de ser conhecido na
antiguidade, cerca de 6000 a.C. (encontra-se presente nas argilas, como óxidos, que
eram utilizadas para fabricação de potes pelos povos da antiga Mesopotâmia), é o
metal mais jovem a ser comercialmente industrializado, devido às dificuldades de
sua extração a partir do minério. Mas com o avanço da tecnologia e a economia de
energia obtida com o uso da reciclagem, tornou-se um dos metais mais aplicados na
indústria, principalmente em redes de transmissão de energia e bens de consumo
por conta de suas propriedades térmicas e elétricas (WIKIPEDIA, 2014; ABAL,
2014a).
O alumínio possui baixo ponto de fusão, baixo peso específico, e alta
condutibilidade elétrica e térmica (tabela 1). Além de ser um material altamente
reciclável, uma importante característica para o desenvolvimento sustentável das
indústrias em geral (ABAL, 2014b).

Tabela 1 – Comparação das características dos três metais mais utilizados na indústria

Propriedades físicas típicas Alumínio Aço Cobre


Densidade (g/cm³) 2,70 7,86 8,96
Temperatura de fusão (°C) 660 1500 1083
Módulo de elasticidade (MPa) 70000 205000 110000
Coeficiente de dilatação térmica (L/°C) 23x10-6 11,7x10-6 16,5x10-6
Condutibilidade térmica a 25°C (Cal/cm/°C) 0,53 0,12 0,94
Condutibilidade elétrica (% IACS) 61 14,5 100

Fonte: ABAL, 2014b

No Brasil, seu consumo é cada vez mais crescente (tabela 2), e em indústrias
automobilísticas, é cada vez mais utilizado na fabricação de peças para reduzir o
peso do veículo e economizar o consumo de combustível. Essa crescente utilização
em veículos está relacionada principalmente com sua baixa densidade que além de
melhorar o desempenho dos veículos, também os tornam mais leves e menos
poluentes (FURLAN, 2008, p.1-2).
26

Tabela 2 - Consumo de produtos transformados de alumínio


Unidade: 1000 toneladas

Ano
Tipos de Produtos
2012 2013 2014 (p)
Chapas 533,5 579,7 636,0
Folhas 88,6 93,8 100,6
Extrudados 340,7 367,5 383,3
Fios e Cabos 147,7 134,8 132,0
Fundidos 220,8 230,9 231,9
Pó 39,8 34,0 34,7
Usos destrutivos 41,4 40,8 41,0
Outros 28,3 31,0 32,0
TOTAL 1440,8 1512,5 1591,5
(p)
– Previsão
Fonte: ABAL, 2014c

Mas o principal uso do alumínio se dá em combinação com outros elementos,


formando ligas com características ainda mais atrativas. Dentre as ligas de alumínio,
as de alumínio com silício são as mais utilizadas na fabricação de peças
automotivas, principalmente por possuírem uma combinação de propriedades
mecânicas, de corrosão e de fundição, que permite a produção de peças de
geometria complexa, reduzindo o número de componentes do veículo,
proporcionado maior vida útil do conjunto, e reduzindo também os custos de
manutenção. Além disso, tratamentos do metal líquido, como refino e modificação, e
tratamentos térmicos dos componentes também melhoram as propriedades
mecânicas (REVISTA DO ALUMINIO, 2007).
Mais de 95% dos componentes fundidos de alumínio são produzidos com
ligas de alumínio silício. A tabela 3 mostra a aplicação de algumas ligas de Al-Si em
componentes automotivos:

Tabela 3 - Aplicação de algumas ligas de Al-Si em componentes automotivos

AA SAE Processo Aplicações


B 380 306 Injeção Carcaças, corpos e suportes injetados.
319, 380 326 Coquilha e areia Cabeçotes, carter estrutural.
339, 336 321 Coquilha Pistões e polias.
Rodas e componentes de geometria
413 305 Coquilha
complexa.
Rodas, suportes, componentes de
A356, A357 323 Baixa pressão
suspensão e cabeçotes.

Fonte: Moreira, 2014, p. 11


27

2.1 DIAGRAMA DAS LIGAS Al-Si

As ligas Al-Si pertencem a um sistema eutético, binário (figura 1). De acordo


com o diagrama de equilíbrio temos:

Figura 1 – Diagrama de equilíbrio Al-Si


1500

1300
Líquido
Temperatura em ºC

1100

900 Líquido Líquido 


+ +
 da dendrita cristais de 
700
Ponto Eutético
660 577 ºC Solidus
500 12,6 %

 +
300

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100 Porcentagem em peso de Silício

Fonte: Malavazi, 2013b, p. 5 (adaptado)

Linha liquidus: acima do qual só existe a fase líquido;


Linha solidus: abaixo do qual só existe a fase sólida;
Fase : solução sólida rica em alumínio com até 1,65% de silício;
Fase : solução sólida rica em silício com até 0,1% de alumínio;
Ponto Eutético: transformação de metal líquido em duas fases sólidas (+),
na temperatura de 577ºC, com 12,6% de silício;
Ligas Hipoeutéticas: Silício abaixo de 12,6%;
Ligas Hipereutéticas: Silício acima de 12,6%.

A microestrutura das ligas de Al-Si hipoeutéticas (figura 2a) são


caracterizadas pela formação inicial de uma rede de dendritas de fase alfa (α)
28

seguida da formação do eutético principal Al (α eutético) e Si (β eutético) nos


contornos das dendritas. As ligas eutéticas (figura 2b), possuem uma microestrutura
eutética com pequena fração volumétrica de dendritas e as ligas hipereutéticas
(figura 2c) caracterizam-se pela formação de cristais de fase β-Si seguida da
formação do eutético α + β (MALAVAZI, 2013a, p. 53-57).

Figura 1 – Microestrutura das ligas Al-Si: (a) ligas hipoeutéticas, (b) ligas eutéticas e (c) ligas
hipereutéticas

Fonte: Warmuzek, 2004, p. 2

O eutético é constituído de partículas de silício de elevada dureza e


fragilidade, envolvidas pela matriz de alumínio de baixa dureza e alta ductilidade.
Por esta razão, a maioria das propriedades mecânicas dos fundidos são
determinadas pela microestrutura eutética (MALAVAZI, 2013b, p. 6-7).
A presença de outros elementos de liga, tais como cobre, magnésio e ferro
determinam a formação de eutéticos secundários (figura 3) em temperaturas abaixo
da temperatura do eutético principal (FUOCO; CORRÊA, 2009, p. 30).
29

Figura 2 – Microestrutura de uma liga A356.1 mostrando a presença de eutéticos secundários.


Ampliação: 560x

Al5FeSi
Al15(Fe,Mn)3Si2

Mg2Si

Fonte: Bäckerud; et al, 1990, p. 133

2.2 A LIGA A413

A liga A413, é uma liga de composição eutética. As ligas eutéticas possuem


um teor de silício entre 11 e 13 %. O silício aumenta a resistência mecânica e ao
desgaste da liga, bem como diminui o alongamento (tabela 4) que a torna ideal para
a fabricação de rodas e componentes de geometria complexa. Devido a sua elevada
fluidez e quase nenhum intervalo de solidificação, são comumente utilizadas em
processos de fundição à gravidade (coquilha e areia) em função da maior facilidade
para direcionar a solidificação e compensar a contração líquida e de solidificação
com o uso de massalotes. Em fundição sob pressão, seu uso se restringe aos
produtos de paredes finas em função de sua maior fluidez. (MALAVAZI, 2013a, p.
48-50).

Tabela 4 – Comparação das propriedades mecânicas da liga A413 com a liga 1070
Liga LR (MPa) LE (MPa) A (%) Dureza (HB)
1070 (99,7 % Al) 60 25 23 18
A413 (Coquilha) 170 90 2,5 55

Fonte: European Steel and Alloy Grades, 2014a; 2014b


30

Essas ligas possuem uma solidificação em casca (figura 4) com pequeno


intervalo de solidificação e pequena fração volumétrica de dendritas, onde a
solidificação se inicia das paredes do molde, progredindo para o centro, e no final da
solidificação, forma-se uma contração, também conhecida como rechupe
(MALAVAZI, 2013a, p. 48-50).

Figura 4 – Sequência de solidificação das ligas eutéticas

Fonte: Malavazi, 2013a, p. 70-74

Alguns elementos químicos, como cobre, magnésio, manganês e zinco, são


incorporados à liga com o objetivo de melhorar a tenacidade à fratura e a resistência
à corrosão (RANA; et al., 2012, p.1-7, tradução nossa). O ferro também é um
elemento presente nessas ligas. Sua principal função é reduzir a aderência do
alumínio com o molde metálico. Em processos de fundição sob pressão o teor é um
pouco mais elevado do que em fundição à gravidade (tabela 5) justamente para
aumentar a vida útil do ferramental (TAGHADDOS; et al, 2009, p. 539, tradução
nossa).

Tabela 5 – Composição química nominal em % da liga A413

Processo Si Fe Cu Mg Mn Ni Zn Sn Ti Outros
Sob 1,3 1,0 0,1 0,35 0,5 0,5 0,15 - 0,25
11,0 -13,0
pressão máx máx máx máx máx máx máx máx
Areia ou 0,5 0,1 0,05 0,35 0,05 0,10 0,25 0,20
11,0 -13,0 -
Coquilha máx máx máx máx máx máx máx máx

Fonte: ASM - Metals Handbook, 1992, p. 97


31

2.3 A LIGA A356

A liga A356 é uma das ligas mais utilizadas na indústria automotiva. Possui
uma composição hipoeutética, com um teor de silício entre 6,5 e 7,5 %. A
solidificação dessa liga é do tipo pastosa, onde as dendritas de fase  começam a
se solidificar próximas a parede do molde e a medida que a temperatura vai
diminuindo, formam-se mais dendritas, aprisionado o líquido eutético nas regiões
interdendríticas formando microporosidades distribuídas, em função da contração
volumétrica, conforme ilustra a figura 5. (MALAVAZI, 2013a, p. 53-56).

Figura 5 – Sequência de solidificação das ligas hipoeutéticas

Fonte: Malavazi, 2013a, p. 77-81

Assim como a liga A413, alguns elementos químicos, também são


incorporados à liga com o objetivo de melhorar as propriedades (tabela 6).

Tabela 6 – Composição química nominal em % da liga A356


Processo Si Fe Cu Mg Mn Zn Ti Outros
Areia ou 0,2 0,2 0,10 0,10 0,20 0,15
Coquilha 6,5 – 7,5 0,25 - 0,45 máx
máx máx máx máx max

Fonte: ASM - Metals Handbook, 1992, p. 88

Um deles é o magnésio que forma partículas precipitadas de Mg2Si, após


tratamento térmico, conferindo um incremento na dureza e resistência do material
(FURLAN, 2008, p. 16), conforme tabela 7:

Tabela 7 – Comparação das propriedades mecânicas da liga A356


com e sem tratamento térmico

Condição LR (MPa) LE (MPa) A (%) Dureza (HB)


Fundida em Coquilha 170 90 2,5 55
Tratada termicamente (T6) 260 220 1 90

Fonte: European Steel and Alloy Grades, 2014c


32

Além dos elementos de ligas encontrados, é comum adicionar elementos


modificadores para alterar a morfologia de crescimento do silício e também
elementos refinadores da fase -Al para promover uma maior continuidade da matriz
e redistribuição das porosidades. (FURLAN, 2008, p. 17),

2.4 A FASE -Al5FeSi

A reciclagem das ligas de alumínio tem se tornado uma prática comum nas
fundições de peças automotivas, principalmente pela economia de energia
associada a ela. Porém, o uso destes materiais acaba gerando um aumento no nível
de impurezas, em particular o ferro, que traz um impacto negativo sobre
propriedades mecânicas (ASHTARI; et. al., 2004, p. 937, tradução nossa).
O ferro normalmente se apresenta sob a forma de compostos intermetálicos
em combinação com alumínio, silício e outros elementos. Seu limite de solubilidade
no alumínio líquido é baixo, em torno de 0,03% na temperatura de 650°C
(MALAVAZI, 2013b, p. 2; TAYLOR, 2012, p. 20, tradução nossa), conforme figura 6:

Figura 6 – Diagrama de equilíbrio Al-Fe

Fonte: Malavazi, 2013, p. 7


33

Com o decréscimo da temperatura, ocorre a redução do limite de solubilidade,


fazendo com o que ferro restante se precipite formando compostos intermetálicos
(figura 7) nos espaços interdendríticos (MALAVAZI, 2013b, p. 7).

Figura 7 - Micrografia de uma liga Al-Fe 1,5% fundida em areia. Nos espaçamentos
interdendríticos verifica-se a presença do composto intermetálico Al3Fe. Ampliação 200x

Partículas
de Al3Fe

Fonte: Malavazi, 2013b, p. 7

Dentre os possíveis compostos intermetálicos que se formam, a fase β-


Al5FeSi é a mais comum nas ligas de alumínio silício, apresentando uma morfologia
em formato de agulhas alongadas quando esta é observada em microscópio óptico
(figura 8), ou em formato de placas, quando observada em microscópio eletrônico
(figura 9). Esses compostos além de prejudicarem as propriedades mecânicas
também agem como locais de nucleação de trincas e porosidades, que podem
ocasionar em falha e quebra de componentes em serviço (KHALIFA; et al., 2006,
p.156, tradução nossa).
O ferro também tende a diminuir a fluidez, pois as partículas de fase -Al5FeSi
crescem, unindo umas às outras, restringindo o fluxo de metal líquido
(TAGHADDOS; et al, 2009, p. 541-542, tradução nossa).
34

Figura 8 - Plaquetas de fase -Al5FeSi em formato de agulhas alongadas


em uma liga de Al-Si 9% com 0,80% Fe

-Al5FeSi

Fonte: Malavazi, 2013b, p. 42

Figura 9 - Porosidade associada às plaquetas da fase -Al5FeSi


em uma liga de Al-Si 12% com 0,80% Fe

Dendrita de fase -Al

-Al5FeSi

Fonte: Os autores
35

2.5 A FASE -Al8Fe2Si

A fase -Al8Fe2Si é um composto intermetálico que se apresenta com


morfologia em escrita chinesa (figura 10), menos prejudicial que a fase β-Al5FeSi,
que apresenta morfologia em placas. Sua formação está associada à presença de
óxidos, mas parece ser mais efetiva quando o metal é superaquecido, pois ocorre a
inibição da formação das partículas de β-Al5FeSi, favorecendo a nucleação das
partículas de -Al8Fe2Si (MALAVAZI, 2013b, p. 19).

Figura 10 – Partículas de fase -Al8Fe2Si em uma liga Al-Si 9%

-Al8Fe2Si

Fonte: Os autores

Awano e Shimizu (1990, p. 889-895, tradução nossa), executaram


experimentos superaquecendo ligas de alumínio à temperaturas que variaram de
700ºC até 950°C e teores de Fe de 0,1 a 0,9% e constataram que a formação da
fase α-Al8Fe2Si é tanto mais intensa quanto maior o superaquecimento do metal
(figura 11) e verificaram também que mesmo após a redução da temperatura, os
núcleos efetivos para a cristalização de -Al8Fe2Si já estavam estabilizados,
impedindo a formação da fase -Al5FeSi.
36

Figura 11 - Efeito da temperatura de superaquecimento e teor de ferro


sobre a morfologia dos intermetálicos nas ligas (a) Al-6%Si e (b) Al-11%Si

Fonte: Malavazi, 2013b, p. 20

Alguns estudos também propõem que adições de estrôncio, acima de 0,01%,


promove a formação da fase -Al8Fe2Si (CAO; CAMPBELL, 2006, p. 1304; CHO; et.
al., 2008, p. 2435; EIDHED, 2008, p. 46, tradução nossa).
Ashtari; et al, (2004, p. 953-955, tradução nossa), adicionaram estrôncio,
sozinho e combinado com manganês e lítio, em uma liga Al-Si 7% e verificaram que
nas ligas contendo Sr e Sr/Mn, a morfologia dos compostos intermetálicos ricos em
ferro se apresentou no formato escrita chinesa (figura 12a e 12b), já na liga Sr-Li,
aparecem algumas partículas de fase -Al5FeSi (figura 12c), porém mais refinadas.

Figura 12 - Efeito da adição de Sr (a), Sr/Mn (b) e Sr/Li (c),


na microestrutura de uma liga Al-Si 7%

Fonte: Ashtari; et al, 2004, p. 953


37

2.6 MODIFICAÇÃO DAS LIGAS Al-Si

As partículas de Si normalmente se apresentam na forma de plaquetas


grossas, lamelar ou acicular, de caráter duro e frágil (figuras 13 e 14). O tratamento
de modificação altera a morfologia do Si para bastonetes finos, promovendo uma
redistribuição das partículas de silício ao longo da estrutura e aumentando a
ductilidade do material (FUOCO; CORRÊA, 2009, p. 6).

Figura 13 – Microestrutura obtida por microscopia óptica de uma liga Al-Si 6%:
(a) sem modificação, (b) modificada com Sr

a b

Fonte: Os autores

Figura 14 – Microestrutura obtida por microscopia eletrônica de uma liga Al-Si 6% submetida a
ataque profundo com NaOH 20%: (a) sem modificação, (b) modificada com Sr

a b
Fonte: Os autores
38

O tratamento de modificação é feito através da adição de elementos


modificadores ao banho, poucos minutos antes do vazamento do metal. O estrôncio,
é um dos elementos modificadores mais comum utilizado em escala industrial, pois
além de seu efeito possuir uma duração de cerca de até 2 horas após a adição,
também é de fácil incorporação, porque normalmente é utilizado na forma de ante
liga Al-Sr 10%. (MALAVAZI, 2013a, p. 270-274; FUOCO; CORRÊA, 2009, p. 7).
O tratamento de modificação tende a destacar a presença dos eutéticos
secundários ricos em ferro (figura 15), podendo ser pelo maior tamanho das
plaquetas de β-Al5FeSi em relação às partículas de silício, como também pelo
aumento do tamanho das células eutéticas que intensificam a segregação
intercelular. (MALAVAZI, 2013b, p. 28-29; FUOCO; CORRÊA, 2009, p. 12).

Figura 15 – Microestrutura de uma liga Al-Si 6% modificada com estrôncio evidenciando a


presença do eutético secundário -Al5FeSi

Partículas de fase
-Al5FeSi

Fonte: Os autores

Adições de estrôncio acima de 0,01% também tem sido mencionado como


elemento modificador da fase -Al5FeSi (ASHTARI; et al, 2004, p. 955; CAO;
CAMPBELL, 2006, p. 1304; CHO; et. al., 2008, p. 2436). Alguns estudos propõem
que o estrôncio além de modificar a morfologia do -Si, também promove um
aumento nos locais de nucleação e crescimento promovendo uma fragmentação das
fases intermetálicas ricas em ferro (EIDHED, 2008, p. 46, tradução nossa).
39

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 ELABORAÇÃO DA LIGA A413

Para elaboração da liga A413, foi utilizado um forno elétrico para fusão da
carga, com capacidade de 300 kg. Após a fusão da carga, uma amostra foi retirada e
analisada em um espectrômetro de emissão ótica GNR Metallab 75-80J para
controle da composição química.
Os corpos de prova foram vazados em coquilha de aço H13, fabricada
conforme norma ASTM B 108 (2003, p. 6). Para facilitar a extração dos corpos de
prova, a coquilha foi pintada com tinta à base de grafite, Dycote 61, fornecida pela
Foseco e utilizada conforme recomendação do fornecedor. Foi utilizado uma
temperatura em torno de 300 ºC para pré-aquecimento da coquilha.
A temperatura de vazamento foi em torno de 730 ºC. Após o vazamento da 1ª
amostragem (sem tratamento de modificação), foi adicionado uma ante liga de Al-
10%Sr ao banho, e após a dissolução da mesma, uma outra amostra foi retirada
novamente para verificação da composição química, depois vazou-se a 2ª
amostragem (com tratamento de modificação).

3.2 ELABORAÇÃO DA LIGA A356

Para elaboração da liga A356, foi utilizado um forno a gás para fusão da
carga, com capacidade de 8 kg. Após a fusão da carga, uma amostra foi retirada
para controle da composição química. Os corpos de prova foram vazados em
coquilha de aço H13, a mesma utilizada para obtenção dos corpos de prova da liga
A413.
Verificou-se que a porcentagem de ferro não estava na faixa desejada, então
adicionou-se um lingote com aproximadamente 1,7 kg de uma liga Al-3%Fe ao
banho e retirou-se outra amostra para análise da composição química. Logo após,
40

foi feito o vazamento da 1ª amostragem (sem tratamento de modificação). A


temperatura de fusão foi em torno de 910 ºC.
Foi adicionado uma ante liga de Al-10%Sr ao banho, e após a dissolução da
mesma, uma amostra foi retirada novamente para verificação da composição
química e posteriormente vazou-se a 2ª amostragem (com tratamento de
modificação).

3.3 ENSAIOS

Para o ensaio de tração, foram utilizados dez corpos de prova das ligas A413 e
cinco corpos de prova das ligas A356. O ensaio foi realizado em máquina universal
EMIC DL-60000 com capacidade de 600 kN. As amostras para fractografia e
metalografia foram obtidas dos corpos de prova ensaiados (figura 16).

Figura 16 - Corpos de prova obtidos em coquilha de aço H13 com a identificação do local onde
foram retiradas as amostras para ensaio fractográfico e metalográfico

Local onde foram


retiradas as amostras
para ensaio fractográfico
e metalográfico.

Fonte: Os autores
41

O ensaio fractográfico foi realizado na superfície fraturada (figura 17) após o


ensaio de tração, em microscópio eletrônico de varredura, tipo FEG, modelo Quanta
400, da FEI Company. Os corpos de prova foram cortados próximos a superfície de
fratura, em cortadeira automática de disco abrasivo Abrasimatic 2, da Buehler.

Figura 17 - Superfície de exame fractográfico

Fonte: Os autores

Para o registro fotográfico do aspecto das fraturas, foi utilizado o detector de


elétrons secundários (SE), que é utilizado para formar imagens de topografia. Para a
determinação da porcentagem de área ocupada pelos intermetálicos, foi utilizado o
detector de elétrons retroespalhados (BSE), que além de gerar imagens de
topografia, também forma imagens de composição, onde o contraste é produzido
pelo número atômico dos elementos presentes na amostra, e, portanto, as regiões
constituídas por elementos com peso atômico mais altos, ficam mais claras, e
aquelas constituídas por elementos mais leves, mais escuras (MANNHEIMER, 2002,
p. VII.2), conforme ilustram as figuras 18a e 18b.

Figura 18 – Imagens obtidas em microscópio eletrônico com


(a) detector de elétrons secundários e (b) detector de elétrons retroespalhados

Partícula de
fase -Al5FeSi

a b

Fonte: Os autores
42

O cálculo da porcentagem de área ocupada por intermetálicos foi realizada em


cinco áreas da superfície fraturada, em cinco amostras das ligas A413 e em três
amostras das ligas A356, por meio de analisador de imagem Scandium, da Olympus.
Para o ensaio metalográfico, cortou-se amostras de três corpos de prova das
ligas A413 e dois corpos de prova da liga A356. As amostras foram embutidas em
embutidora automática Simplimet 3000, da marca Buehler, para facilitar o seu
manuseio. O lixamento foi feito manualmente em lixadeira semiautomática Beta, da
Buehler. Utilizou-se o seguinte sequenciamento de lixas: 120, 240, 260, 400, 600 e
1200, onde as amostras foram giradas a 90º em cada troca de lixa com o objetivo de
ter controle sobre a remoção dos riscos causados pela lixa anterior. O lixamento foi
feito com irrigação de água constante de a cada troca de lixa lavou-se a amostra em
água corrente para remover resíduos das lixas anteriores. Após o término do
lixamento, a amostra foi lavada com água corrente e passou-se para etapa de
polimento.
O polimento foi feito em politriz automática, Beta Vector, da Buehler. Utilizou-se
pasta de diamante, de 3 m e 1 m, e sílica coloidal de 0,06 m para polimento final.
Após o polimento, as amostras foram atacadas com solução de H2SO4 20% em
água, a uma temperatura de 70 ºC, por 30 segundos, para destacar os
intermetálicos ricos em ferro e verificar sua morfologia e distribuição ao longo da
estrutura. Para o registro fotográfico da microestrutura foi utilizado microscópio
Confocal CSM700, da Zeiss.
Também foi realizado o ataque profundo com solução de NaOH 20%, por 5
minutos, em algumas amostras, para posterior análise dos intermetálicos por meio
de análise de energia dispersiva (EDS).
43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 LIGA A413

4.1.1 Composição química

Na tabela 8 são apresentadas as composições químicas, analisadas via


espectrômetro de emissão ótica, das ligas obtidas. Como pode-se verificar, a
segunda liga atingiu a porcentagem de estrôncio necessária para promover a
modificação.

Tabela 8 – Composição química em % das ligas A413 obtidas

A413 Si Fe Cu Mg Mn Zn Sn Ti Sr
Sem
12,34 0,73 0,19 0,016 0,009 0,162 0,019 0,005 -
modificação

Modificada 12,66 0,82 0,19 0,017 0,012 0,157 0,018 0,009 0,022

Fonte: Os autores
44

4.1.2 Propriedades mecânicas

Nas tabelas 9 e 10 são apresentados os resultados dos testes de tração.

Tabela 9 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A413 sem modificação

CP N. LR (MPa) LE (MPa) A (%)


1 173 129 2
2 156 123 2
3 165 123 2
4 152 125 2
5 170 129 2
6 138 129 2
7 191 145 2
8 153 115 2
9 150 124 2
10 203 149 2
Média 165 129 2
Mínimo 138 115 2
Máximo 203 149 2
Desvio 19 10 0

Fonte: Os autores

Tabela 10 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A413 modificada

CP N. LR (MPa) LE (MPa) A (%)


1 201 146 6
2 208 128 6
3 189 127 6
4 193 121 6
5 190 128 6
6 198 123 6
7 187 126 6
8 206 126 6
9 221 143 6
10 200 127 6
Média 199 130 6
Mínimo 187 121 6
Máximo 221 146 6
Desvio 10 8 0

Fonte: Os autores
45

Os gráficos 1 e 2 mostram um comparativo dos valores de resistência à


tração, limite de escoamento e alongamento para liga A413 com e sem tratamento
de modificação.

Gráfico 1 – Limite de Resistência e Escoamento para as ligas A413

Fonte: Os autores

Verifica-se um aumento no limite de resistência para a maioria dos corpos de


prova da liga modificada, por conta da modificação da morfologia do -Si. Entretanto,
em ambas as ligas o limite de escoamento manteve-se num mesmo patamar, pois
segundo Fuoco (2008, p. 9-38), para se ter um aumento no limite de escoamento, é
necessário utilizar mecanismos de endurecimento, como solução sólida (Mg e Cu);
precipitação de segunda fase (Si, Cu e Fe); endurecimento por precipitação por meio
de tratamento térmico (Mg2Si e CuAl2), o que não foi realizado neste experimento.
46

Gráfico 2 – Alongamento das ligas A413

Fonte: Os autores

Com relação ao alongamento, verifica-se um aumento considerável na liga


modificada, o que é esperado devido a alteração da morfologia da fase -Si de
plaquetas grosseiras para bastonetes finos e da distribuição uniforme dos
intermetálicos.
47

4.1.3 Fractografia

As figuras 19, 20, 21 e 22 mostram o aspecto da fratura da liga A413 com e


sem tratamento de modificação.

Figura 19 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A413 sem modificação

Fonte: Os autores

Figura 20 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A413 modificada

Fonte: Os autores

Verifica-se que a região próxima à superfície de ambas as amostras apresenta


alvéolos, característico de fratura dúctil.
48

Figura 21 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A413 sem modificação

Planos facetados de -Si

Fonte: Os autores

Figura 22 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A413 modificada

Alvéolos de -Si modificado

Fonte: Os autores

Porém na região próxima ao núcleo percebe-se que a amostra sem


modificação apresenta planos facetados, ao contrário da amostra modificada que
apresenta alvéolos, o que é típico de fratura dúctil.
49

4.1.4 Porcentagem de área

As figuras 23a e 23b foram obtidas da superfície de fratura, em microscópio


eletrônico, da amostra sem modificação e modificada respectivamente, e coloridas
por meio de software de imagem para evidenciar o intermetálico.

Figura 23 – Aspecto da distribuição dos intermetálicos na superfície de fratura:


(a) liga A413 sem modificação e (b) liga A413 modificada

a b
Fonte: Os autores

Pode-se observar na figura 23b uma maior uniformidade e distribuição do


intermetálico, proporcionada pela modificação com estrôncio que promoveu um
aumento nos locais de nucleação. A tabela 11 mostra os valores obtidos pela
medição da porcentagem de área ocupada por intermetálicos.

Tabela 11 - Porcentagem de área* ocupada por intermetálicos nas ligas A413


Condição CP N. Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Média Máximo Mínimo Desvio
1 9,31 12,96 10,11 3,96 9,29 9,13 12,96 3,96 3,26
3 7,83 11,64 6,48 6,25 5,01 7,44 11,64 5,01 2,55
Sem
5 6,23 9,8 10,13 10,94 13,84 10,19 13,84 6,23 2,73
modificação
6 14,82 10,16 16,13 20,09 14,14 15,07 20,09 10,16 3,58
7 16,29 7,27 8,85 9,28 6,16 9,57 16,29 6,16 3,96
1 4,40 4,29 3,22 3,29 4,76 3,99 4,76 3,22 0,70
4 6,10 3,86 3,89 4,97 4,78 4,72 6,1 3,86 0,92
Modificada 6 5,06 4,57 6,16 5,20 3,65 4,93 6,16 3,65 0,92
8 4,18 3,47 4,84 4,27 4,06 4,16 4,84 3,47 0,49
9 5,09 6,08 4,00 5,82 4,87 5,17 6,08 4,00 0,82

*Área de ~ 4mm2
Fonte: Os autores
50

O gráfico 3 mostra um comparativo entre os valores obtidos da liga A413 com


e sem modificação.

Gráfico 3 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A413

Fonte: Os autores

Verifica-se, em função dos dados obtidos, que a área ocupada pelos


intermetálicos na amostra modificada é menor em relação à amostra não modificada
comprovando o efeito do estrôncio como elemento fragmentador desta fase
conforme mencionado por Ashtari; et al (2004, p. 955); Cao; Campbell, (2006, p.
1304); Cho; et. al., (2008, p. 2435); Eidhed, (2008, p. 46).
51

4.1.5 Metalografia

As figuras 24 e 25 mostram o aspecto microestrutural, próximo a superfície,


das ligas A413 com e sem modificação.

Figura 24 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 sem modificação

Fonte: Os autores

Figura 25 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 modificada

Fonte: Os autores

Tanto na liga sem modificação quanto na liga modificada, os intermetálicos se


apresentam distribuídos de forma uniforme, porém com morfologias distintas.
52

As figuras 26 e 27 mostram um detalhe com maior aumento, da morfologia


dos intermetálicos presentes nas ligas A413 próximo a superfície.

Figura 26 – Microestrutura próximo à superfície da liga A413 sem modificação

-Al8Fe2Si

-Si

Fonte: Os autores

Figura 27 – Microestrutura próximo a superfície da liga A413 modificada

-Al5FeSi

-Si modificado

Fonte: Os autores

Num detalhe com maior aumento observa-se na amostra sem modificação a


presença de pequenas partículas intermetálicas com morfologia do tipo escrita
chinesa que se confundem com o silício do eutético, e na liga modificada prevalece
a presença de partículas com formato de plaquetas de fase -Al5FeSi, o que nos
53

permite concluir que nas condições em que foram realizadas este experimento, a
modificação com estrôncio não favoreceu a formação do intermetálico -Al8Fe2Si,
embora Ashtari; et al (2004, p. 955), mencione que ocorre a formação do mesmo.

A caracterização das fases encontradas na superfície foi realizada por meio


de EDS, conforme ilustra figuras 28a e 28b. Os valores encontrados estão
apresentados na tabela 12.

Figura 28 – Microestruturas próximas à superfície das ligas A413:


(a) sem modificação e (b) modificada

1 3
3 1 2
1 2 1

2
1

a b
Fonte: Os autores

Tabela 12 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 28a e 28b

% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2 Partícula 3
Al 53,76 99,12 0,37
A413
Si 31,47 0,88 99,63
Sem modificação
Fe 14,77 - -
Al 54,77 90,20 49,66
A413
Si 27,13 9,80 50,34
Modificada
Fe 18,10 - -

Fonte: Os autores

Verifica-se que, embora os intermetálicos tenham se apresentado com


morfologias distintas, ambos são compostos por Al-Si-Fe.
54

As figuras 29, 30, 31 e 32 mostram o aspecto microestrutural próximo ao


núcleo das ligas A413 com e sem modificação.

Figura 29 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A413 sem modificação

Partículas de
Si primário

Fonte: Os autores

Figura 30 – Microestrutura próximo ao núcleo da liga A413 modificada

Fonte: Os autores

Observa-se na liga sem modificação a presença de partículas de silício


primário e na liga modificada uma distribuição uniforme dos intermetálicos.
55

Figura 31 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A413 sem modificação

-Al5FeSi

Fonte: Os autores

Figura 32 – Microestrutura próximo ao núcleo da liga A413 modificada

-Al5FeSi

Fonte: Os autores

Num detalhe com maior aumento observa-se que no núcleo de ambas as


amostras, os intermetálicos se apresentaram em formato de plaquetas. Porém a
amostra modificada possui um formato mais refinado.
56

As figuras 33a e 33b mostram o local onde foi realizada a caracterização das
fases encontradas, por meio de análise de EDS, das ligas A413 e a tabela 13 mostra
os valores obtidos em cada ponto analisado.

Figura 33 – Microestruturas próximas ao núcleo das ligas A413:


(a) sem modificação e (b) modificada

2 2

1
1

a b

Fonte: Os autores

Tabela 13 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 33a e 33b
% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2
Al 52,11 1,26
A413
Si 17,73 98,74
Sem modificação
Fe 30,16 -
Al 55,55 27,59
A413
Si 26,21 72,41
Modificada
Fe 18,24 -

Fonte: Os autores

O EDS comprova que as partículas encontradas no núcleo da amostra sem


modificação são de silício primário (partícula 2, figura 33a) e intermetálico de fase -
Al5FeSi (partícula 1, figura 33a). Na liga modificada, verifica-se novamente a
presença do intermetálico -Al5FeSi (partícula 1, figura 33b).
57

4.2 LIGA A356

4.2.1 Composição química

Na tabela 14 são apresentadas as composições químicas, analisadas via


espectrômetro de emissão ótica, das ligas obtidas. Embora a liga modificada tenha
um teor considerável de estrôncio, não foi atingido o valor desejado para o estudo,
que era de 0,02%.

Tabela 14 – Composição química em % das ligas A356 obtidas

A356 Si Fe Cu Mg Mn Ti Sr
Sem
6,45 0,50 0,28 0,25 0,017 0,010 -
modificação

Modificada 6,34 0,63 0,23 0,23 0,011 0,008 0,010

Fonte: Os autores

4.2.2 Propriedades mecânicas

Na tabela 15 e 16 são apresentados os resultados dos testes de tração.

Tabela 15 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A356 sem modificação

CP N. LR (MPa) LE (MPa) A (%)

1 180 91 3

2 191 103 3

3 180 101 3

4 185 99 3

5 182 97 3

Média 184 98 3

Mínimo 180 91 3

Máximo 191 103 3

Desvio 4 4 0

Fonte: Os autores
58

Tabela 16 – Resultados obtidos no ensaio de tração da liga A356 modificada

CP N. LR (MPa) LE (MPa) A (%)

1 177 112 3

2 155 99 2

3 179 99 3

4 168 100 2

5 181 104 3

Média 172 103 3

Mínimo 155 99 2

Máximo 181 112 3

Desvio 10 5 0

Fonte: Os autores

Os gráficos 4 e 5 mostram um comparativo dos valores de resistência à


tração, limite de escoamento e alongamento para liga A356 com e sem tratamento
de modificação.

Gráfico 4 – Limite de resistência e escoamento para as ligas A356

Fonte: Os autores

Verifica-se que houve uma diminuição no limite de resistência da liga


modificada, que pode estar associado a morfologia do intermetálico e também pela
presença de porosidades.
59

Gráfico 5 – Alongamento das ligas A356

Fonte: Os autores

Com relação ao alongamento, alguns corpos de prova mantiveram o mesmo


valor outros apresentaram uma diminuição, possivelmente pela presença de
porosidades, pois segundo Fuoco e Corrêa (2009, p. 14), ligas de Al-Si hipoeutéticas
apresentam maiores frações volumétricas de dendritas de fase , ocasionando a
formação de microporosidades distribuídas em toda a peça (figuras 34a e 34b).

Figura 34 – Porosidades encontradas na superfície de fratura da liga A356 modificada

a b

Fonte: Os autores
60

4.2.3 Fractografia

As figuras 35, 36, 37 e 38 mostram o aspecto da fratura da liga A356 com e


sem tratamento de modificação.

Figura 35 – Aspecto da fratura próximo à superfície da liga A356 sem modificação

Fonte: Os autores

Figura 36 – Aspecto da fratura próximo à superfície liga A356 modificada

Fonte: Os autores

Observa-se que a região próxima à superfície de ambas as amostras


apresenta alvéolos, característico de fratura dúctil.
61

Figura 37 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A356 sem modificação

Planos facetados de -Si

Fonte: Os autores

Figura 38 – Aspecto da fratura próximo ao núcleo da liga A356 modificada

Alvéolos de -Si modificado

Fonte: Os autores

Na região próxima ao núcleo, observa-se a presença de planos facetados na


liga sem modificação e alvéolos na liga modificada o que comprova que o tratamento
de modificação alterou a morfologia do -Si.
62

4.2.4 Porcentagem de área

As figuras 39a e 39b, obtidas da superfície de fratura das ligas A356, sem e
com tratamento de modificação respectivamente, mostram a distribuição dos
intermetálicos pela superfície de fratura.

Figura 39 – Aspecto da distribuição dos intermetálicos na superfície de fratura:


(a) liga A356 sem modificação e (b) liga A356 modificada

a b

Fonte: Os autores

Pode-se observar que a amostra sem modificação possui uma maior


uniformidade e distribuição dos intermetálicos. A tabela 17 mostra os valores obtidos
pela medição da porcentagem de área ocupada por intermetálicos e o gráfico 6
mostra um comparativo entre a média e o desvio padrão obtidos para as ligas A356.

Tabela 17 - Porcentagem de área* ocupada por intermetálicos nas ligas A356

Condição CP N. Área 1 Área 2 Área 3 Área 4 Área 5 Média Máximo Mínimo Desvio
1 2,07 1,68 3,33 4,01 3,48 2,92 4,01 1,68 0,99
Sem
3 1,22 2,29 2,63 4,53 4,00 2,93 4,53 1,22 1,33
modificação
5 2,27 2,88 2,32 2,14 1,54 2,23 2,88 1,54 0,48
1 5,93 3,69 4,06 5,88 4,69 4,85 5,93 3,69 1,03
Modificada 3 6,14 7,11 4,52 3,87 2,35 4,80 7,11 2,35 1,88
5 5,11 3,19 4,36 3,57 4,38 4,12 5,11 3,19 0,75

*Área de ~ 4mm2

Fonte: Os autores
63

Gráfico 6 – Porcentagem de área ocupada por intermetálicos das ligas A356

Fonte: Os autores

Como pode ser observado no gráfico 6, a média e o desvio padrão das áreas
analisadas foi menor na liga sem modificação do que na liga modificada,
comprovando que as porosidades encontradas na superfície de fratura além de
diminuírem as propriedades mecânicas, também contribuíram para uma
concentração não uniforme dos intermetálicos, pois segundo Fuoco e Corrêa (2009,
p. 16-17), o tratamento de modificação além de promover uma alteração na
morfologia das partículas de silício, também promove alterações na morfologia das
dendritas, ocasionando um engrossamento dos braços secundários de dendritas e
um aumento na espessura dos canais interdendríticos, contribuindo para uma maior
rejeição de soluto em seu entorno, que explica a maior concentração de
intermetálicos, bem como a maior tendência a formação de microporosidades.
64

4.2.5 Metalografia

As figuras 40 e 41 mostram o aspecto microestrutural, próximo a superfície,


das ligas A356 com e sem modificação.

Figura 40 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 sem modificação

Fonte: Os autores

Figura 41 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 modificada

Fonte: Os autores

Observa-se uma distribuição uniforme dos intermetálicos na liga sem


modificação, comparando a liga modificada.
65

As figuras 42 e 43 mostram em detalhe a morfologia dos intermetálicos


presentes nas ligas A356 próximo a superfície.

Figura 42 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 sem modificação

-Al8Fe2Si

Fonte: Os autores

Figura 43 – Microestrutura próximo à superfície da liga A356 modificada

-Al5FeSi

Fonte: Os autores

Num detalhe com maior aumento é possível observar que na amostra sem
modificação as partículas intermetálicas se apresentam com morfologia do tipo
escrita chinesa, enquanto na liga modificada as partículas apresentam formato de
plaquetas de fase -Al5FeSi.
66

A caracterização das fases encontradas na superfície das ligas A356 foi


realizada por meio de EDS, conforme ilustra figuras 44a e 44b. Os valores obtidos
em cada ponto encontram-se na tabela 18.

Figura 44 – Microestruturas próximas à superfície das ligas A356:


(a) sem modificação e (b) modificada

3
1 1
1
3
2
1

2
2

a b
Fonte: Os autores

Tabela 18 – Composição química em % das partículas apontadas na figura 44a e 44b

% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2 Partícula 3
Al 76,75 24,04 92,86
A356
Si 11,68 75,96 7,14
Sem modificação
Fe 11,57 - -
Al 55,28 50,74 92,54
A356
Si 27,94 49,26 7,46
Modificada
Fe 16,78 - -

Fonte: Os autores

Verifica-se que, embora os intermetálicos tenham se apresentado com


morfologias distintas, ambos são compostos por Al-Si-Fe.
67

As figuras 45, 46, 47 e 48 mostram o aspecto microestrutural próximo ao


núcleo das ligas A356 com e sem modificação.

Figura 45 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 sem modificação

Fonte: Os autores

Figura 46 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 modificada

Fonte: Os autores

Observa-se na amostra sem modificação, a presença de intermetálicos com


formato de escrita chinesa e na amostra modificada, a presença de partículas de
fase -Al5FeSi.
68

As figuras 47 e 48 mostram em detalhe a morfologia dos intermetálicos


presentes nas ligas A356 próximo ao núcleo.

Figura 47 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 sem modificação

-Al15(Fe,Mn)3Si2

Fonte: Os autores

Figura 48 – Microestrutura próxima ao núcleo da liga A356 modificada

-Al5FeSi

Fonte: Os autores

Observa-se na figura 47, amostra sem modificação, que houve a formação de


um outro composto intermetálico possivelmente favorecido pela velocidade de
resfriamento. Já na figura 48, formou-se intermetálicos em formato de agulhas
alongadas.
69

A caracterização das fases encontradas foi realizada por meio de EDS,


conforme ilustra figuras 49a e 49b. Os valores obtidos em cada ponto encontram-se
na tabela 19.

Figura 49 – Microestruturas próximas ao núcleo das ligas A356:


(a) sem modificação e (b) modificada

1
1
2
2

1
1 2
1

a b

Fonte: Os autores

Tabela 19 – Composição química em % das partículas apontadas nas figuras 49a e 49b

% em peso
Liga Elementos
Partícula 1 Partícula 2
Al 68,91 27,80
A356 Si 12,43 72,20
Sem modificação Mn 1,19 -
Fe 17,47 -
Al 58,65 36,09
A356
Si 24,69 63,91
Modificada
Fe 16,66 -

Fonte: Os autores

Por meio da análise de EDS, pode-se constatar que na liga A356 sem
modificação, formou-se o composto intermetálico -Al15(Fe,Mn)3Si2, favorecido pela
velocidade de resfriamento que é mais lenta no núcleo e permitiu a nucleação e o
crescimento deste composto.
70

CONCLUSÃO

O estudo do efeito do tratamento de modificação sobre a morfologia de


compostos intermetálicos de fase -Al5FeSi em ligas de Al-Si, permite concluir que,
nas condições em que os experimentos foram realizados, a modificação com
estrôncio não foi capaz de promover a formação da fase -Al8Fe2Si.
Com relação aos objetivos específicos, foi possível verificar que na liga A413
sem modificação, os intermetálicos formados na superfície apresentaram uma
morfologia do tipo escrita chinesa de fase -Al8Fe2Si, enquanto que no núcleo
observou-se apenas plaquetas de fase -Al5FeSi; já na liga A413 modificada, a
morfologia dos intermetálicos ricos em ferro permaneceu no formato de plaquetas de
fase -Al5FeSi, tanto na superfície quanto no núcleo. Na liga A356 sem modificação,
a morfologia dos intermetálicos, tanto na superfície quanto no núcleo, foi em formato
de escrita chinesa, porém nas amostras modificadas, os intermetálicos
apresentaram formato em plaquetas de fase -Al5FeSi, na superfície e no núcleo,
comprovando mais uma vez que o estrôncio não favorece a formação da fase -
Al8Fe2Si.
Com relação as propriedades mecânicas, a liga A413 apresentou um
aumento no limite de resistência e alongamento, o que pode-se concluir que este
aumento está associado a alteração da morfologia do -Si e da fragmentação e
homogeneidade do intermetálico por toda a estrutura da liga, porém o limite de
escoamento manteve-se o mesmo em ambas as ligas (sem e com modificação), pois
para que haja um aumento no limite de escoamento é necessário utilizar
mecanismos de endurecimento, o que não foi realizado neste experimento.
Em relação a liga A356, embora o tratamento de modificação tenha sido
efetivo, houve uma diminuição nas propriedades mecânicas, com isso pode-se
concluir que essa diminuição está associada ao tipo de morfologia encontrada e a
maior tendência a formação de microporosidades ocasionada pelo tratamento de
modificação.
71

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

- Determinar o ganho do limite de escoamento da liga A413 por meio de tratamento


térmico;

- Verificar se é possível obter a fase -Al8Fe2Si com adição de estrôncio, utilizando


outros parâmetros de processo, como por exemplo, molde de areia, molde de ferro
fundido, variação de temperatura, variação do teor de estrôncio, tipo de forno;

- Devido a problemas de manutenção do equipamento de desgazeificação, não foi


possível fazer o tratamento do metal líquido, então sugere-se que seja realizado
novo experimento com tratamento de desgazeificação para verificar se ocorre
alguma alteração nos resultados.
72
73

REFERÊNCIAS

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