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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
RUY, Carolina Vilaronga Feliciano; BARBOSA, Cauã Willian de Souza. Estudo das
propriedades em ligas NiTiCu produzidas por metalurgia do pó via sinterização
convencional. 2023. 64f. Trabalho de Graduação - FATEC de São José dos Campos:
Professor Jessen Vidal.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME(S) DO(S) AUTOR(ES): Carolina Vilaronga Feliciano Ruy; Cauã Willian de Souza
Barbosa.
TÍTULO DO TRABALHO: Comparação das Propriedades de ligas Ni-Ti-Cu
TIPO DO TRABALHO/ANO: Trabalho de Graduação/2023.
É concedida à FATEC de São José dos Campos: Professor Jessen Vidal permissão para
reproduzir cópias deste Trabalho e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos
acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste
Trabalho pode ser reproduzida sem a autorização do autor.
_____________________________________ _____________________________________
Carolina Vilaronga Feliciano Ruy Cauã Willian de Souza Barbosa
Rua Maria Osório Nogueira, 686 Rua Erotides Teixeira de Souza,51
12312-310, Jacareí – São Paulo 12224-330, São José dos Campos – São Paulo
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__________________________________________________________________
Dr. Jorge Tadão Matsushima – FATEC SJC
___________________________________________________________________
Me. Lucas Giovanetti – FATEC SJC
__________________________________________________________________
Dra. Maria Margareth da Silva – ITA
__________________________________________________________________
Dr. Renato Galvão da Silveira Mussi – FATEC SJC
_____/_____/_____
DATA DA APROVAÇÃO
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, seus milagres e sua graça que me proporcionaram
momentos inexplicáveis, e em meio a todas as dificuldades, sempre esteve aqui, na qual sem
ele, não seria possível.
Dedico a meu marido, que me apoia, compreende e conforta em todas as situações.
Aguentou meus picos de estresse e surtos por este trabalho, e me guiou sempre na estrada
até aqui e fez seus os meus sonhos.
Aos meus pais Denise e José, meu sogro Rodrigo, e toda minha família, que sempre
encontram meios de me ajudar, solucionaram muitos problemas e não mediram esforços para
me ajudar a chegar até aqui. Vocês fazem parte de mim.
Aqueles envolvidos, que aceitaram unir forças para realizarmos este projeto,
Professor orientador Dr. Renato Galvão da Silveira Mussi, Coorientadora Dra. Maria
Margareth da Silva e Msc. Eliene Nogueira de Camargo.
Carolina Vilaronga Feliciano Ruy.
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e tudo que ele me permite
desenvolver. Em segundo lugar agradeço aos meus pais por tudo, sem eles não existiria. E
por fim agradeço a todos que contribuíram para esse projeto se tornar realidade, professor e
coordenador Dr. Renato Galvão da Silveira Mussi, ordenadora externa Dra. Maria Margareth
da Silva e Msc. Eliene Nogueira de Camargo.
Felipe Ret
8
RESUMO
ABSTRACT
With the constant advancement of science, technology and health, research and
characterization of new materials becomes necessary. The metal NiTiCu alloy is the target
of great interest in areas such as biomedicine and aeronautics due to its characteristics and
properties, such as shape memory. The characterization and comparison of the properties of
Ni45TiCu5 and Ni40TiCu10 alloys with shape memory, manufactured by powder metallurgy
in eight samples sintered at temperatures between 800°C and 1100°C and superficially
treated by ion implantation by immersion in nitrogen plasma, was performed through
morphology tests by scanning electron microscope, chemical and elemental characterization
by energy dispersive spectroscopy and Vickers hardness. The powder metallurgy
manufacturing process produced extremely porous samples – necessary for biomedical
purposes – which were shown by SEM to become less porous as the sintering temperature
increased, which was also efficient to increase the Vickers hardness values of the samples.
The manufacturing process also proved to be subject to contamination of the samples with
elements such as carbon and oxygen, elements different from the base elements of the alloy.
The IIIP-N surface treatment demonstrated nitrogen deposition in all samples, being more
effective and uniform in the alloy with 10% copper sintered at 1100°C. The alloy with the
highest Vickers hardness value found was the Ni45TiCu5 alloy sintered at 1100°C with
649.93kgf/mm2 and the alloy with the lowest hardness Ni40TiCu10 sintered at 800°C,
showing that the higher sintering temperature makes the alloy harder, and the greater
addition of copper to the alloy makes it less hard. In biomedical uses, such as bone implants
and orthodontic wires, which do not require the highest levels of hardness and need greater
porosity, for greater biocompatibility and good IIIP-N treatment, the alloy Ni45TiCu5
sintered at 800°C and 900°C proved to be sufficiently efficient, but it is necessary to evaluate
the effectiveness of the IIIP-N treatment, since for uses that require lower porosity and higher
levels of hardness, such as industrial and aeronautical applications in actuators, and which
need to avoid corrosion, allow contamination and reaction with other toxic elements,
Ni45TiCu5 sintered at 1100°C and Ni40TiCu10 sintered at 1100° proved to be efficient.
Keywords: NiTiCu; Powder Metallurgy; Sintering; Ionic Implantation by Nitrogen Plasma
Immersion; MEV; Vickers hardness.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 21. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 900°C e Implantada por IIIP-N e
em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Análise..................................45
Figura 22. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 1000°C e Implantada por IIIP-N e
em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Análise..................................47
Figura 23. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 1100°C e Implantada por IIIP-N e
em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Análise..................................48
Figura 24. Porcentagem de Elementos do Espectro 1 da Liga Ni40TiCu10 a 1100°C............49
Figura 25. Comparação de Medida de Dureza na Matriz e (b) no Poro................................50
Figura 26. Gráfico Comparativo Aumento Dureza Conforme Variação da Temperatura de
Sinterização da Liga Ni40TiCu10...........................................................................51
Figura 27. Resultados Obtidos em EDS Entre as Ligas Ni45TiCu5 e Ni40TiCu10; 800°C e
1100°C..................................................................................................................52
Figura 28. Comparação dos Resultados de Dureza Vickers Entre as Ligas..........................55
12
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
µm micrometro
Kgf/mm2 quilograma força por milímetro quadrado
15
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 18
1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 18
1.3. Proposta Metodológica ........................................................................................... 18
1.4. Conteúdo do Trabalho ............................................................................................. 19
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 20
2.1. Ligas Metálica ......................................................................................................... 20
2.2. Liga NiTiCu .............................................................................................................20
2.3. Dependência da Temperatura de Transformação Para Ligas Ti50Ni50-xCux em
Relação ao Conteúdo de Cobre ................................................................................. 21
2.4. Liga NiTiCu ............................................................................................................ 21
2.4.1. Obtenção ........................................................................................................... 21
2.4.2. Mistura dos Pós .................................................................................................. 22
2.4.3. Compactação ...................................................................................................... 22
2.4.4. Sinterização ........................................................................................................ 22
2.5. Ensaios .................................................................................................................... 22
2.5.1. MEV- Microscópio Eletrônico de Varredura .................................................... 22
2.5.2. EDS- Espectroscopia por Energia Dispersiva ................................................... 23
2.5.3. Microidentador ou Ensaio de Dureza Vickers .................................................. 24
2.5.4. Implantação Iônica por Imersão em Plasma de Nitrogênio (IIIP-N) ................. 26
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ............................................................. 28
3.1. Preparação das Amostras ......................................................................................... 28
3.2. Modificação Superficial Através da Técnica de Implantação Iônica por Imersão em
Plasma de Nitrogênio ................................................................................................ 30
3.3. Análises Realizadas Neste Trabalho ....................................................................... 30
3.3.1. Ensaio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ................................... 30
3.3.2. Análise por Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDS) ............................... 31
3.3.3. Ensaio de Dureza Vickers .................................................................................. 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 34
4.1. Liga Ni45TiCu5 ........................................................................................................ 34
4.1.1. Análise da Superfície ........................................................................................ 34
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1. INTRODUÇÃO
Com o constante avanço da ciência e tecnologia, surge a necessidade de pesquisas
em novos materiais, tais como ligas metálicas a fim de analisar propriedades e
comportamento destes materiais como forma de ampliar suas aplicações.
Ligas metálicas são combinações de materiais metálicos que visa alterar suas
propriedades. São utilizadas em grande escala por diversos setores industriais tais como o
aeronáutico e o da indústria biomédica.
As ligas com efeito memória de forma (LEMF) veem sendo amplamente estudada
devido as suas propriedades. Segundo Stockel (2000), alguns materiais são capazes de, após
sofrerem deformação plástica, retornarem à sua forma original quando aquecidos a
determinada temperatura, habilidade a qual se denomina efeito memória de forma (EMF).
Segundo Otsuka e Ren (2005), Otsuka e Wayman (1998) e Wu (2001), este efeito
apresenta uma flexibilidade comum do material e pode apresentar até 8% de recuperação de
forma, se comparando com outros materiais metálicos.
Associado ao efeito memória de forma (SEM) e à superelasticidade (SE), NiTi é
grandemente utilizado como elemento de construção material em muitos campos, por
exemplo, indústria aeroespacial, biomateriais, atuadores, etc, (ALMEIDA, SANTOS,
OTUBO, 2015) e (JANI et al., 2014).
Ligas NiTiCu possuem excelentes propriedades mecânicas e tribológicas. A adição
de cobre na liga binária NiTi tem sido amplamente estudada devido redução a sensibilidade
a temperatura de transformação, aumento da resistência a fadiga e a corrosão, redução de
histerese de transformação e tensão de orientação martensita, permitindo platôs mais altos
de descarregamento, o que é importante no caso de aplicações deste material na área
biomédica. (LIU et. al., 2018; NAM; SABURI, SHIMIZU, 1990, OTSUKA; REN, 2005,
SHIVA et al., 2019, XIE; CHENG, LIU, 2007).
A produção deste tipo de material por metalurgia do pó é de grande interesse da área
médica devido às características de efeito de memória de forma e superelasticidade, e
também pela fabricação, já que esta técnica permite características estruturais de porosidade
semelhantes ao osso humano, possibilitando sua utilização como implantes e substituições
de tecidos duros.
Neste trabalho serão apresentados resultados das ligas NiTiCu, produzidas pela
técnica de metalurgia do pó, utilizando a sinterização convencional, variando-se a
porcentagem atômica do elemento cobre, entre 5% at. e 10%at., durante o processo de
18
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Ligas Metálicas
As ligas metálicas são materiais formados pela mistura de dois ou mais componentes,
dos quais pelo menos um é metal. O metal deve, ainda, ser encontrado em maior quantidade
na mistura.
Elas são criadas a partir do aquecimento entre os componentes da liga até os seus
respectivos pontos de fusão, de modo conjunto ou isolado, seguido de esfriamento e
solidificação.
Segundo Magalhães (2019), as ligas se caracterizam por fornecer ou modificar
propriedades que os metais puros não apresentam separadamente. Dentre estas
características estão a:
Condutividade elétrica e térmica;
Resistência à corrosão; e
Resistência mecânica.
2.4. Metalurgia do Pó
A metalurgia do pó vem sendo aplicada em diferentes ramos da indústria, como
automobilística, informática, eletrônica, metalúrgico, entre outros (MARCHEZAN, 2021).
É um processo de fabricação que consiste na transformação de pós-metálicos e não metálicos
em uma peça final, sem atingir a temperatura de fusão dos principais materiais envolvidos.
Este processo possui três etapas básicas, sendo elas: obtenção do pó, compactação do pó e
sinterização.
Possui como vantagem a economia, dispensa operações de usinagem posteriores e é
um processo ecologicamente correto, devido a uma perda mínima de matéria-prima e
possibilita o controle da porosidade do produto final (MARCHEZAN, 2021).
2.4.1. Obtenção
Segundo Costa (2004), uma homogeneização visa a mistura dos pós, objetivando
uma composição uniforme em toda massa de pó. Este processo almeja propiciar a uma
determinada massa de pó certa uniformidade e assim, facilitar a etapa posterior que é a
compactação. Sendo assim, as características morfológicas do pó, tais como forma,
22
2.4.3. Compactação
A compactação dos pós é a primeira etapa de consolidação na metalurgia do pó, e
tem por finalidade conferir a forma e dimensões desejadas, sendo essa forma e dimensões
finais ou próximas das finais, além disso a compactação confere uma densificação
apropriada ao compactado verde, resistência mecânica suficiente para a manipulação
posterior e possibilita o contato necessário entre as partículas de pó, que auxilia a obtenção
de uma sinterização eficiente (CHIAVERINI, 2001); (MORAIS, 2022).
2.4.4. Sinterização
O processo de sinterização na metalurgia do pó consiste em aquecer o material
a temperatura abaixo do ponto de fusão do material-base, em atmosfera controlada
(CHIAVERINI, 2001; MORAIS, 2022).
2.5. Ensaios
2.5.1. MEV- Microscópio Eletrônico de Varredura
O Microscópio Eletrônico de Varredura é um dos equipamentos que possibilita
observar partículas e superfícies em escalas nanométricas. Para efeito de comparação, um
microscópio convencional pode ter um aumento de até duas mil vezes enquanto um MEV
pode chegar até trezentos mil vezes.
Na análise utiliza-se um feixe de elétrons que varre a área de interesse e coleta as
informações desejadas sobre a superfície estudada (DANIEL, 2018).
As imagens obtidas nesse equipamento têm alta profundidade de foco devido à
utilização de elétrons para a formação da imagem, o que leva a uma resolução maior, e
consequente poder de ampliação (CANEVAROLO JR., 2007).
23
Equação 1.
𝑄
𝐻𝑉 = 1,854 ×
𝐷2
Esquemático mostra a equação utilizada pelo método de dureza Vickers para definir
a dureza através dos lados da pirâmide de diamante de base quadrada, conforme observado
na Figura 3.
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Neste capítulo é apresentado todo processo de produção das amostras, descrevendo
também a metodologia utilizada para realização dos ensaios e análises.
Para confecção das amostras, foi utilizado dois gramas de mistura colocados em uma
matriz em formato esférico de 10 mm de diâmetro. As amostras foram compactadas em
prensa uniaxial, utilizando 275 MPa e posteriormente foi realizada prensagem isostática a
frio, aplicando pressão de 450 MPa por meio da prensa modelo KIP 100 E, Marca Paul
Weber, apresentado na Figura 6.
29
O ataque químico para revelação da microestrutura foi realizado com uma solução
composta de H20, 6% de HNO3 e 3% de HF, durante 10 segundos em temperatura ambiente.
Após o ataque, as amostras foram deixadas sob água corrente e em seguida foi realizada
limpeza ultrassônica por cerca de 10 minutos em água destilada.
Amostra Volt. (kV) Temp.(°C) Pulso (µs) Freq. (Hz) Tempo (min)
A análise foi parametrizada dessa forma para estudo elementar das amostras e sua
composição, bem como porcentagem dos elementos e picos no material.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesse capítulo é exposto os resultados de MEV, EDS, Dureza Vickers e realizado
análise comparativa dos resultados de ambas as ligas estudadas.
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autores (2023).
µm, o mesmo pode ser observado na amostra sinterizada a 900°C, Figura 11(b), possuindo
poros mais profundos e com a matriz aparentemente mais coalescida.
Na Figura 11(c) apresenta a microestrutura da amostra sinterizada a 1000°C após
modificação superficial. Nota-se que os poros são visivelmente menores e em maior
quantidade, também mais rasos, que pode ser explicado pelo aumento da temperatura se
aproximar do ponto de fusão dos elementos, pois os poros grandes transformam-se em
menores até se dissolverem quase que completamente, como pode ser observada na amostra
1100°C, Figura 11(d), com uma matriz bem uniforme e ainda que porosa, com poucos poros
visíveis
Figura 12. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni45TiCu5 a 800°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
Figura 14. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni45TiCu5 a 900°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
38
Figura 15. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni45TiCu5 de 1000°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
Figura 16. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni45TiCu5 a 1100°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
O gráfico da Figura 18 abaixo apresenta a relação das medidas de dureza da liga com
5% com a temperatura de sinterização mostrando os níveis de dureza obtidos. Os valores são
obtidos na unidade de Kgf/mm2.
Figura 19. Micrografias das Amostras da Liga Ni40TiCu10 das Amostras Sinterizadas
em: (a) 800°C, (b) 900°C, (c) 1000°C e (d) 1100°C Após Modificação Superficial.
Aumento de 1000x.
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autores (2023)
44
Figura 20. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 800°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023)
liga níquel, titânio e cobre, que pode ser observado na Tabela 7. Não ocorrendo o mesmo
nos espectros de 6 a 10, localizados na matriz, que apresentam percentuais maiores dos
elementos base.
Nota-se comportamento atípico no espectro 10, conforme Tabela 7, onde não possui
nenhuma porcentagem de nitrogênio, possivelmente uma região que não teve contato durante a
implantação iônica, provavelmente por ter sido obstruído por outro elemento ou poro na região
que aparenta ser menor que 50 nm.
Figura 21. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 900°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
46
Figura 22. Em (a) Mapa Elementar da liga Ni40TiCu10 a 1000°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
Conforme a Figura 22, não há presença de cobre retido aparente na região analisada,
pode-se explicar que a 1000°C está a poucos graus abaixo do ponto total de fusão deste
elemento no qual podendo estar coalescido e homogeneizado com os outros elementos. O
mesmo ocorre com o oxigênio por quase toda a superfície que pode ser resultado de
contaminação durante o processo de fabricação da amostra.
Figura 23. Em (a) Mapa Elementar da Liga Ni40TiCu10 a 1100°C e Implantada por
IIIP-N e em (b) Demonstração dos Espectros Selecionados Para Análise.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
Na Figura 23(b) é possível observar que se trata de uma região mais escura da
amostra e com uma maior concentração de elementos, com a o gráfico da imagem XXX
percebe-se as concentrações menores do que deveriam de titânio com 40,5% quando a base
é de (50%), concentração menor de níquel 21,6% quando a base é 40%, que podem indicar
a necessidade de mais tempo dos pós no misturador – durante o processo de fabricação - e a
presença em grande quantidade de outros elementos que não fazem parte da composição da
amostra como o carbono (presente em 3,9%), oxigênio (12,1%) que podem ser decorrentes
contaminações no processo de fabricação, também a presença do nitrogênio em 16,9% que
pode ser explicado pelo tratamento de superfície implantando o elemento em grande
quantidade na superfície, principalmente em regiões porosas, que não apresentam força
contraria, logo os átomos de nitrogênio possuem facilidade para entrar nos interstícios dos
poros.
(a) (b)
Fonte: Autores (2023).
É possível notar, conforme a Figura 26, que o valor de dureza aumentou conforme a
temperatura de sinterização mais alta. Nota-se que da amostra de 800°C para a amostra de
900°C teve um aumento pouco significativo, com valores muito próximos, pois os
52
elementos, ainda nessa temperatura, não se aproximaram das temperaturas de fusão dos
elementos.
A amostra sinterizada a 1000°C, por se aproximar da temperatura de fusão,
demonstrou considerável aumento no valor de dureza, em média 138 Vickers, valor que
continuou subindo, de 1000°C para 1100°C obteve-se aumento de 90,5 de média de aumento
de dureza. Os valores são obtidos na unidade de Kgf/mm2.
Observando a Figura 27, com a comparação dos resultados de MEV das 8 amostras
analisadas, nota-se o aumento dos espaçamentos entre poros, diminuição da profundidade e
diminuição dos poros entre si gradativamente conforme o aumento da temperatura de
sinterização para ambas as porcentagens. Percebe-se também matriz mais uniforme e
coalescida a temperaturas de sinterização mais altas.
Os resultados concluídos foram esperados, o processo de fabricação, metalurgia do
pó, se mostrou mais eficaz na fabricação de amostras mais e menos porosas conforme
temperatura.
As amostras com 10% de cobre mostraram possuir poros menores e menos espaçados
comparando a mesma faixa de temperatura das amostras com 5% de cobre.
Comparando ambas as amostras em 800°C, em 5% de cobre, a matriz é bem mais
visível e possui poros grandes e espaçados, enquanto a 1100°C a amostra com 10% de cobre
se mostrou mais limpa, coalescida e uniforme, sem poros aparentes.
que, com a energia de pulsação do processo de IIIP-N, seja mais fácil a implantação a
temperaturas baixas de sinterização das amostras.
e quando adicionado em maior quantidade e retirada o percentual de titânio, torna a liga mais
frágil e menos dura, contrariamente ao esperado, pois esperava-se que com maior adição do
cobre a liga se tornaria mais resistente e dura.
Para utilizações biomédicas, como implantes ósseos porosos, que não necessitam dos
melhores níveis de dureza, precisam de maior porosidade (para maior compatibilidade com
o osso humano) e material não tóxico (liga tratada eficientemente com IIIP-N a fim de evitar
liberação de materiais tóxicos no corpo humano) as liga Ni45TiCu5 sinterizada a 800°C e
900°C se mostraram suficientemente eficiente.
Para utilizações que requerem menor porosidade e maiores níveis de dureza, como
aplicações industriais e aeronáuticos, e que necessitam evitar corrosão, contaminação e
reação com demais elementos tóxicos, as ligas Ni45TiCu5 sinterizada a 1100°C e Ni40TiCu10
sinterizada a 1100° se mostraram eficientes, sendo a liga com Ni45TiCu5 (5% de cobre) a
liga com maior valor de dureza encontrado.
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5. CONCLUSÃO
O presente estudo nos permitiu compreender melhor as ligas metálicas Ni45TiCu5 e
Ni40TiCu10 com EMF, fabricadas por metalurgia do pó, sinterizada a diferentes temperaturas
e tratadas superficialmente por Implantação Iônica por Imersão em Plasma de Nitrogênio,
através suas respectivas microestruturas e dureza a partir dos resultados e discussões,
analisando através dos ensaios de Dureza, MEV e EDS que nos permitiram chegar as
conclusões descritas abaixo.
Com a análise de morfologia por Microscopia Eletrônica de Varredura:
A presença de poros é constante em todas as amostras por serem fabricadas através
do processo de fabricação metalurgia do pó.
Em ambas as porcentagens de cobre, as amostras apresentaram diminuição de
tamanho dos poros e maior distribuição destes na matriz conforme o aumento da temperatura
de sinterização, e assim, matriz mais coalescida e uniforme a temperaturas de sinterização
maiores.
A amostra menos porosa – e mais uniforme – encontrada foi a de 10% de cobre
sinterizada a 1100°C, enquanto a que possui maior número de poros pequenos, a 10% de
cobre a 1000°C. A amostra com maiores poros foi a de 5% de cobre sinterizada a 800°C.
As amostras com 10% de cobre mostraram possuir poros menores e menos
espaçados comparando a mesma faixa de temperatura das amostras com 5% de cobre.
Esses fenomenos podem ser explicados pela temperatura de fusão dos elementos que
se torna mais proxima conforme aumento da temperatura de sinterização das amostras,
tornando mais fundido e aglutinado, logo menos poroso e com maior nível de dureza,
conforme verificado nos resultados de dureza Vickers.
Com a caracterização química e elementar por Espectroscopia por energia dispersiva:
Nota-se a diminuição dos poros e melhor coalescência da matriz conforme aumento
da temperatura de sinterização das amostras.
Para ambas as ligas, em todas as temperaturas analisadas, os elementos foram melhor
coalescidos na fase matriz enquanto na fase porosa encontra-se maiores agrupamentos de
elementos e em maior quantidade e variedade. Esses agrupamentos se tornam mais raros
conforme aumento da temperatura, que faz com que os elementos se fundem na matriz.
É perceptível a presença de elementos como carbono e oxigênio em todas as amostras
decorrentes de contaminação no processo de fabricação.
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