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Rio Aramã

O nome Aramã é uma variação de Aramá, palavra do Tupi Guarany cujo


significado é Mãe do Mel ou Abelha. Esse rio inicia seu curso à margem
esquerda do rio Anajás, em uma extensão de 75km em linha reta,
compreendendo na margem esquerda 48km, do início do rio até o Rio
Japicháua, e do lado direito 24km, do início do rio até o Aramã Grande,
correspondendo ao município de Anajás. O restante do percurso do Rio Aramã,
51 km da margem direita e 21km da margem esquerda, correspondem ao
município de Breves.
Em uma abordagem relacionada a economia, segundo os entrevistados
a o primeiro destaque como fonte econômica no referente rio, foi a cultura e
extração da seringa para a produção da borracha, com o declínio dessa
cultura, iniciou-se a extração de madeiras de lei e do palmito de açaizeiro, que
durou um longo período em atividade intensa, e até os dias atuais segue em
escala menor. Hoje a maioria dos ribeirinhos que habitam as margens do Rio
Aramã, estão trabalhando o cultivo e manejo de açaizais para a colheita e
venda do açaí, a pesca do camarão e peixes, usando matapis, cacurís,
tapagens de igarapés, lanceando, sarteando, praticando a piraqueira (técnica
que usa terçado, zagaia e harpão), com a prática do “bater aracu” além da
plantação de mandioca para a produção de farinha.
A organização social do Aramã anajaense se dá por meio de vilas
ribeirinhas que são organizadas em torno de uma família, uma atividade
econômica ou um segmento religioso, destacando-se o catolicismo e o
pentecostalismo. As comunidades locais seguem costumes tipicamente
ribeirinhos que sofreram algumas mudanças ao longo do tempo, a exemplo
disso temos a evolução do casco a remo para os botes motorizados até as
rabetas, outra mudança foi a fonte de energia, muitos aramaenses que viveram
suas noites a luz de lamparinas e lampiões, hoje possuem luz elétrica
produzida por grupos conjugados (motores e geradores movidos a
combustíveis – óleo diesel e gasolina) ou captadas a partir de placas solares.
O transporte era feito por meio de botes cobertos com palha, cujo
deslocamento era feito por remadas (remos alfaia), e gastavam-se dias para
chegar ao destino, algum tempo depois surgiram os barcos movidos a motor a
diesel, na sequência motor a gasolina, conhecidos como motor de polpa ou
voadeira, e atualmente os populares rabudos usados em rabetas. A falta de
orientação para condutores de transportes aquáticos, principalmente essas
rabetas que são pilotadas por mulheres, crianças, adolescentes e idosos, pode
ser a causa de vários acidentes dentre os quais existem alguns fatais.
Quanto ao transporte coletivo e de cargas, existia um único barco que
fazia a linha Anajás-Belém quinzenalmente, depois mais um barco começou a
fazer essa linha e anos depois, surgiu o B/M Salomão Donato, alternando entre
eles, toda semana tinha barco indo e/ou voltando de Belém. Nesse trecho, por
muito tempo tivemos o B/C Cidade de Boa Vista, o N/M Rei Salomão e
atualmente temos Navios e Ferry boots como o N/M Terra Santa, F/B Arca da
Aliança e N/M São Francisco de Paula. Na linha Anajás-Breves, em meados
dos anos 90, tinha o São João do Josué Farias e o Rio Giom do Sr. Aproniano.
Algum tempo depois o Astro Rei (família Queiroz), o B/M Flamengo do saudoso
Bené Guedes, o B/M Oliveira Nobre, o Mundial, o Presente de Deus, entre
outros, fizeram essa linha também. Já tivemos lanchas expressos Bom Jesus,
Oliveira Nobre e Astro Rei, mas infelizmente, não se mantiveram no trajeto.
Hoje temos os barcos Astro Rei e dois da família Borges, ou seja, hoje estamos
melhor assistidos no que tange a quantidade de transportes coletivos no Rio
Aramã.
Referindo-se a educação, no Rio Aramã pertencente a Anajás, existem
apenas 4 escolas, porém nenhuma está localizada no trecho entre a Gurita e a
entrada do Rio Japicháua, apesar de se tratar de uma extensão considerável,
da mesma forma há um único posto de saúde, localizado na vila Paraíso do
Aramã. A segunda professora a exercer função no Rio Aramã foi entrevistada
por nossa equipe, chama-se Isabel Sardinha Pereira, 88 anos, desses 29 de
atuação docente. Um fator pertinente é a falta de acessibilidade nos trapiches
das vilas, comunidades, tanto quanto nos barcos e navios que fazem o
transporte coletivo de passageiros.
No decorrer do rio observa-se a religiosidade, com as comunidades
católicas, em que as celebrações dominicais, festividades de santos
padroeiros, com novenas, ladainhas, missas, bingos sorteios, leilões, torneios
de futebol de campo e torneio de travinhas, garantem a diversão de crianças,
jovens, adultos e idosos engajados nessas comunidades. Também se
destacam as comunidades pentecostais, com suas reuniões, gincanas, cultos,
escolas bíblicas, congressos, sorteios, lanchonetes para arrecadação de
recursos, etc. Um fato histórico a ser citado é que a Assembleia de Deus da
Vila Paraíso do Aramã foi fundada pelos pioneiros do pentecostalismo no
Brasil.
Nas décadas de 90 e 2000 existiam muitas danceterias no decorrer do
rio, muitas festas conhecidas como “Festas de Ano”, atraíam públicos de vários
lugares, como Anajás, Breves, Macapá, entre outros. Atualmente não tem
nenhuma no perímetro correspondente a Anajás. Existem alguns fatos
intrigantes sobre esse rio tão importante para o desenvolvimento do nosso
município.
(Miguel Jaime)
(explosão da caldeira do navio e naufrágio)
(incidência de raios)
(incidência de onças)
No Rio Gipurú, afluente do Aramã, existe uma lenda muito conhecida
pelos moradores das comunidades próximas, A Lenda da Mulher Pescada.

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