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OS RECENTES DESENVOLVIMENTOS NA ANÁLISE DE GASES DISSOLVIDOS

(DGA)

Jayme Nunes * Bruce Pahlavanpour


NYNAS AB NYNAS AB
Brasil Reino Unido

Resumo - A Análise de Gases Dissolvidos (DGA) é a principal técnica utilizada para monitorar
falhas em equipamentos de alta tensão isolados a óleo. A metodologia de análise de gases dissolvidos foi
desenvolvida a mais de 40 anos e, até hoje, é o método de diagnóstico mais amplamente aceito por
concessionárias de energia para a identificação de falhas incipientes. Desde a sua criação e
disseminação no Setor Elétrico ocorreram melhorias nos equipamentos de análises, nas técnicas de
extração, na interpretação de resultados e até mesmo nos materiais de construção dos equipamentos.

Os autores realizam um levantamento do estado da arte do método, avaliam a influência destas


alterações e examinam outros aspectos de interpretação como a formação de gases devido à descargas
parciais, papel isolante, stray gassing ou interações inesperadas entre os materiais de construção.

Palavras chave: Sistemas de potência, transformadores, óleo mineral isolante, análise de gases
dissolvidos, cromatografia, DGA.

1 INTRODUÇÃO

A análise de gases dissolvidos (DGA) é amplamente utilizada para controlar as falhas em serviço de
equipamentos elétrico isolados a óleo, sendo baseada em bem conhecidos guias de interpretação [1,2].
Novas técnicas de extração de gases em laboratório foram avaliadas pelo CIGRÉ TF 15-01-07 e
introduzidas na norma IEC 60567 (Oil-filled electrical equipment – Sampling of gases and of oil for
analysis of free and dissolved gases – Guidance). A interpretação dos resultados de DGA foi
profundamente revista em 1999 na IEC 60599 (Mineral oil-impregnated electrical equipment in service -
Guide to the interpretation of dissolved and free gases analysis) e está novamente em discussão.

Este método de diagnóstico, baseado na cromatografia dos gases dissolvidos no óleo isolante, é utilizado
para a identificação de falhas incipientes pelo Setor Elétrico em todo o mundo, contudo os valores de
concentração de gás típicas e o aumento observado nas taxas de evolução reportadas na IEC 60599 pelo
TC10 (óleos isolantes) foram questionados pelo TC14 (transformadores).

* Jayme Nunes – Nynas AB Rua Tabapuã, 100 3° andar 04533-000 São Paulo, Brasil
fones +5511 30744045 email jayme.nunes@nynas.com
Isto levou as comissões correspondentes da CIGRÉ A2 e D1 a criar uma força-tarefa conjunta (TF 15/12-
01-11, ou "TF11") para esclarecer esta questão. À TF11 foi também dada a tarefa de examinar outros
aspectos da interpretação de DGA que necessitavam clarificações ou melhorias, tais como a formação de
gases a partir de descargas parciais, óleos com stray gassing e isolamento sólido.

2 NÍVEIS DE GASES EM SERVIÇO

2.1 VALORES TÍPICOS

A IEC 60599 recomenda calcular razões de gás e propor diagnósticos de falhas apenas quando a
concentração de gás e as taxas de evolução de gás em serviço ultrapassarem 90% dos valores típicos
(normais). As razões para esta recomendação foram principalmente práticas: evitar o dispêndio de
recursos na manutenção dos 90% de casos de DGA onde falhas são menos prováveis de ocorrer e focar os
esforços no monitoramento nos 10% de casos onde a probabilidade de uma falha em serviço é mais alta.
Além disso, abaixo dos valores típicos, as razões de gás são relativamente inexatas e incertas [3].

Também é recomendado pela IEC 60599 que cada companhia de energia calcule seus próprios valores
típicos, desde que estes são dependentes do tipo de equipamento e das condições operacionais. Por
padrão, são indicadas na 60599 gamas de valores de concentração de gás típicos (TGC) observadas em
vários países, para transformadores de potência com e sem comunicação com os comutadores (Tabela 1).
Em 1999, após a publicação da 60599, o TC14 (Transformadores) questionou estes valores para os
transformadores de potência e propôs valores dramaticamente mais elevados (Tabela 2).

Tabela 1: Valores típicos (TGC) para 90% dos transformadores de potência segundo a IEC60599, em ppm
C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2
Sem CDC ou sem 3-50 60-150 40-110 60-280 50-90 540-900 5100-13000
comunicação
Com comunicação com o 80-270 75-150 35-130 110-250 50-70 400-850 5300-12000
CDC

Tabela 2: Valores típicos (TGC) para 90% dos transformadores de potência proposto pela IEC TC14, em ppm
C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2
Todos os transformadores 200 500 350 500 800 1000 14000

Diante do impasse, a TC 10 solicitou a CIGRÉ através da TF11 da que realizasse um survey entre seus
membros.

Tabela 3: Valores típicos (TGC) para 90% dos transformadores de potência levantados pela TF11, em ppm
C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2
Todos os transformadores 50- 150 30-130 60-280 20-90 400-600 3800-14000
Sem comunicação com o CDC 2-20
Com comunicação com o 60-280
CDC

Além disso, a TF11 propôs um conceito novo, não incluído na 60599, para calcular os valores típicos para
taxas de evolução de gás (TRGI), permitindo comparar valores de redes diferentes. Estes são indicados
em Tabela 4.

Tabela 4: taxas típicas de evolução de gás (TRGI) proposta pela CIGRE TF11 para transformadores de potência, em
ppm/ano
C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2
Todos os transformadores 35-132 10-120 32-146 5-90 260-1060 1700-10.000
Sem comunicação com o CDC 0-4
Com comunicação com o CDC 21-37
2.2-INFLUÊNCIA DE OUTROS PARÂMETROS NOS VALORES TÍPICOS

Vários parâmetros podem afetar os valores típicos de gases e explicar as gamas de valores observados nas
Tabelas 3-4 em diferentes redes e países: o tipo de equipamento (transformadores de potência ou de
medição), subtipo (core, shell, shunt, etc.), fabricante, tensão, idade, tamanho; condições operacionais
(carga, clima); tipo de óleo; natureza das falhas e o envolvimento ou não de papel isolante

2.2.1 Volume de óleo

Este parâmetro está entre os primeiros que foram examinados pela TF11, desde que muitos usuários de
DGA preferem usar taxas de aumento de gás em mL/dia em lugar de em ppm/ano (ou dia), partindo da
premissa que esta última (ppm/ano) é dependente do volume de óleo, enquanto o anterior (mL/dia) não é.

São indicados os resultados na Tabela 5 em ppm/ano e na Tabela 6 em mL/dia.

Tabela 5: Valores de taxa de evolução de gases (TRGI) para transformadores de potência sem CDC, em ppm/ano
Volume C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2 Número de
óleo em análises
Klitros
<5 0.4 6 1.5 2.8 1 70 430 3011
5 - 20 1.7 113 28 48 20 540 6720 2497
20 - 50 0.7 52 14 33 9 590 4500 6219
> 50 1.5 75 49 146 38 1060 6870 7643
Qq volume 1 52 18 50 13 650 4720 17.709

Tabela 6: Valores de taxa de evolução de gases (TRGI) para transformadores de potência sem CDC, em mL/dia
Volume C2H2 H2 CH4 C2H4 C2H6 CO CO2 Número de
óleo em análises
Klitros
<5 0.003 0.04 0.01 0.02 0.007 0.5 3 3011
5 - 20 0.06 4 1 1.5 0.7 18 230 2497
20 - 50 0.07 5 1.3 3 0.9 56 430 6219
> 50 0.3 15 10 30 8 220 1410 7643
Qq volume 0.1 6 2 5 1.5 70 520 17.709

Aparentemente os valores de TRGI são muito menos dependentes do volume de óleo quando expressos
em ppm/ano. Isto sugere que pequenas quantidades de gases (e falhas menores) são formados em
transformadores menores, ao contrário da premissa anterior de que os mesmos volumes de falhas e gases
são formados em equipamento de pequeno e de grande porte.

2.2.2 Idade do equipamento

É geralmente suposto que transformadores mais velhos são mais suscetíveis à falhas em serviço e a
formação de gases. Seria de se esperar, portanto valores de TGC e TRGI mais altos.

Aparentemente os valores de TRGI são em geral muito mais altos nos primeiros anos (< 5) de operação
do equipamento. Em alguns sistemas, eles também podem ser mais altos no final de vida (> 40),
entretanto a taxa de falha não é que significativamente maior nos primeiros anos de operação. Isso parece
sugerir que alguma interação química entre os materiais, no papel ou no óleo deve ocorrer no início,
tornando-se estável posteriormente.

2.2.3 Tipo de equipamento

Nos transformadores de potência, a influência da comunicação do CDC com o tanque principal é


mostrado na tabela 3-4 e os resultados mostram valores mais altos para o C2H2.
Quanto a influência do sistema de conservação, os resultados práticos tem mostrado que tanto o total de
gases combustíveis (TGC) de transformadores selados quanto o de não-selados se encontram dentro dos
valores da Tabela 3 (contrário a crença geral de que eles seriam mais baixos nos não-selados).

Tipos especiais de transformadores de potência tais como Shell-type ou Shunt-type produzem claramente
níveis mais elevados de Hidrogênio e/ou Hidrocarbonetos (exceto C2H2). Uma possível explicação para
este valores pode ser o fato de que estes equipamentos operam a altas temperaturas.

2.2.4 Tipo de Falha

Os resultados de cromatografia (DGA) são, em média, mais elevados no caso de falhas térmicas (exceto
para o C2H2) como indicado na Tabela 7. Estes valores também são mais altos para falhas em óleo do
que em papel (Tabela 8).

Tabela 7 - Valores típicos (TGC) para 90% versus local da falha


Local da Falha H2 CH4 C2H6 C2H4 C2H2
óleo 77 70 42 153 5
papel 70 50 40 60 5

Tabela 8 – Valores Típicos (TGC) para 90% versus tipo de falha


Tipo de Falha H2 C2H4 C2H2
Elétrica 85 35 70
Térmica 175 375 3

Falhas em papel são geralmente consideradas mais sérias que as falhas em óleo, principalmente pelo fato
do papel está localizado em áreas de campo elétrico elevado (nos enrolamentos ou nas barreiras), e a
destruição da isolação sólida pode levar a curto circuito.

Falhas envolvendo papel são felizmente muito menos freqüentes que no óleo (tipicamente, 10% dos casos
apenas) mas, de qualquer modo, devido suas conseqüências, a detecção pelo DGA é particularmente
importante [8].

3 FONTES NÃO USUAIS DE GERAÇÃO DE GASES

São relacionadas a seguir as principais fontes externas de aumento da concentração de gases dissolvidos
no óleo:

3.1 DESCARGAS PARCIAIS

A energia de uma descarga parcial de 100 mJ (correspondente, por exemplo, a múltiplas descargas de
100.000 pC a 1 milhão pC) é necessária para gerar 5 a 7 uL de gás. Em um transformador com 50.000 L
de óleo, isto corresponde a 1 ppm de gás formado por Joule contido na descarga parcial [7].

Isto explica porque nenhuma formação de gases por DGA é observada durante testes de alta
sensibilidade, capazes de detectar DP em transformadores. Estas DP simplesmente não contém energia
suficiente para a geração de gases e a degradação do papel isolante. Enquanto este tipo de DP não se
desenvolver para modos mais severos de descargas ou mesmo arqueamento, tais DP não oferecem risco
de possível efeitos negativos na isolação sólida [3].

3.2 CONTAMINAÇÃO POR GASES DO COMUTADOR

A contaminação do óleo do tanque principal por óleo do comutador parece ser a mais comum das fontes
externas. Alguns procedimentos podem ser adotados para se tentar caracterizar este problema. O mais
simples é bloquear, se possível, por determinado período de tempo a comutação e comparar-se as taxas de
evolução de gases do período de bloqueio com o imediatamente anterior.
Outra possibilidade é comparar-se as relações entre os gases de amostras do tanque principal e do tanque
do comutador buscando caracterizar a contaminação.

3.2 SOBREAQUECIMENTO DO ÓLEO DURANTE PROCESSAMENTO

Sobreaquecimento do óleo durante o processamento (tratamento e/ou enchimento) pode ser causado por
deficiências no controle da temperatura do óleo das unidades de tratamento termo-vácuo ou mesmo
devido a trincas no revestimento cerâmico das resistências de aquecimento. Neste caso, um simples teste
em uma amostra do óleo residual do circuito do equipamento é suficiente para caracterizar o problema.

3.3 DESORÇÃO DE GASES DA ISOLAÇÃO SÓLIDA

A taxa de migração dos gases entre o óleo e a celulose pode mascarar a real concentração de gases do
equipamento, especialmente se a unidade permaneceu fora de operação por algum tempo. Alguns estudos
tem mostrado que a celulose pode conter uma quantidade significativa de CO e CO2 e uma mudança na
temperatura pode resultar em uma substancial variação na relação CO/CO2 [4].

É muito difícil remover os gases que foram capturados pelo papel isolante impregnado em óleo. Baseado
nas taxas de difusão do papel, pode ser necessário de 10 a 20 anos para extrair os hidrocarbonetos a
temperatura ambiente, portanto, não é de se surpreender que mesmo um equipamento armazenado a
temperatura ambiente por 10 anos ainda apresente muito gás no papel. Até mesmo a aplicação de vácuo
pode não ser capaz de extrai-los.

A experiência tem mostrado que a amostragem de óleo para DGA quando tomada a máxima temperatura
de trabalho representam melhor o perfil de gases do equipamento [5].

3.4 DEFEITO NO MOTOR DA BOMBA DE ÓLEO

Defeito em motores das bombas de circulação de óleo é uma típica fonte externa de geração de gases
embora não seja fácil de identificar baseando-se apenas na interpretação tradicional. Perfis de gases não
usuais podem algumas vezes sugerir este tipo de problema. Quando acetileno é gerado devido a este tipo
de problema pode-se presumir que seja devido a faiscamento entre fases do motor elétrico. Neste caso,
Etileno e Metano também podem estar presentes.

3.5 STRAY GASSING

Em anos recentes, o monitoramento online de transformadores tem sido incrementado no intuito de


identificar possíveis falhas antes que estas levem a conseqüências mais graves. Desde que a formação de
gases é uma indicação para várias falhas, a concentração de Hidrogênio, por exemplo, é constantemente
medida. Este monitoramento permitiu a identificação de fenômenos que eram previamente
desconhecidos.

Stray gassing, de acordo com a definição da FT 15/12.01.11, é um fenômeno que ocorre quando certos
tipos de óleo minerais isolantes são aquecidos a relativamente baixas temperaturas (100 a 120°C)
produzindo principalmente Hidrogênio e, em menor quantidade, Hidrocarbonetos. Após certo tempo, esta
formação de gases cessa, atingindo um platô. Se o óleo é degasado após atingir o platô, o fenômeno não é
mais observado e não há relação entre a ocorrência de stray gassing e falhas em serviço.

Esta formação de gases é reportada como sendo relacionada a processos oxidativos e a um rearranjo das
moléculas. Algumas moléculas simplesmente se alteram para arranjos termodinamicamente mais estáveis
e liberam Hidrogênio. Óleos inibidos apresentam menor geração destes gases, notadamente Metano e
Etano.

Embora este comportamento tenha se tornado mais aparente devido ao uso de monitoramento online, ele
provavelmente sempre ocorreu. Há indicações definitivas de que a temperatura influencia a geração de
Hidrogênio mas há um entendimento geral de que a contribuição do stray gassing em transformadores
operando dentro das especificações não é significativa e está bem abaixo dos limites da CIGRÉ, não
devendo interferir nos diagnósticos dos equipamentos em serviço[6].

Mesmo nos casos de testes de aceitação de transformadores em fábrica, usando óleos reportados como
sendo stray gassing e com heat run tests acima da potência nominal do equipamento, o fenômeno não
interfere com os diagnósticos [3].

Os atuais ensaios de laboratório para determinação de stray gassing, como o ASTM D7150/05, ainda
precisam ser mais bem desenvolvidos já que não há correlação direta entre os resultados de laboratório e
os transformadores em operação. Óleos identificados com stray gassing em laboratório não mostram esse
comportamento em serviço e transformadores suspeitos de stray gassing em operação não apresentam
óleos com stray gassing em laboratório.

Nos transformadores em serviço, pode ser difícil diferenciar um aumento das concentrações de gases em
serviço devido ao stray gassing ou devido a falhas térmicas se os níveis de gases não se aproximarem dos
valores típicos (TCG) por exemplo, da Tabela 1.

De qualquer modo, se um transformador apresentar um comportamento suspeito de stray gassing mas


outros equipamentos como, por exemplo, outras fases de um mesmo banco operando com o mesmo tipo
de óleo, mostrarem um comportamento normal provavelmente o fenômeno tem outras razões. Se o stray
gassing é devido ao óleo isolante, é de se esperar a mesma elevação de gases seja observadas em outros
equipamentos que foram cheios na mesma época e que operam a temperaturas semelhantes.

3.6 INCOMPATIBILIDADE ENTRE MATERIAIS

Geração de gases não relacionados a falhas térmicas ou elétricas tem sido reportada devido a interações
inesperadas entre os materiais de construção. Aço silício de grão orientado, chapas ou elementos de
construção como parafusos ou tirantes com revestimento zincado podem ter um efeito catalítico nas
reações de geração de Hidrogênio. Do mesmo modo, a cura incompleta de vernizes ou tintas,
especialmente as mono-componente podem produzir quantidades expressivas de Hidrogênio.

4 A INFLUÊNCIA DA EXATIDÃO DO LABORATÓRIO NO DIAGNÓSTICO DE FALHAS

A exatidão do diagnóstico de DGA, qualquer que seja o método de interpretação usado, é diretamente
dependente da exatidão e confiabilidade do resultado das análises recebidas do laboratório.

Poucos laboratórios ao redor do mundo conseguem prover resultados precisos, com uma exatidão maior
(ou erro menor) que ± 5% em relação aos níveis rotineiros de concentração de gás (tipicamente, acima de
10 ppm para hidrocarbonetos). Alguns outros são conhecidos por fornecer resultados muito inexatos (±
50%). Em um nível intermediário, a exatidão dos laboratórios foi avaliado pela TF11 da CIGRÉ como
aproximadamente 15%. A exatidão piora rapidamente para valores de 35% para baixos níveis de
concentração (entre 2 e 10 ppm para hidrocarbonetos) e até mesmo maior (para 100% ou mais) se as
concentrações se aproximam dos limites de detecção analíticos [8].

É então recomendável que os usuários de DGA verifiquem a exatidão de seus laboratórios, usando
amostras de referência de gás-em-óleo (o único modo para avaliar todo o processo analítico da extração
dos gases à análise). Tais amostras são agora comercialmente disponíveis.

Os usuários também deveriam procurar sempre por inconsistências nos resultados de DGA, por exemplo,
uma excessiva variação de valores dentro de curtos períodos de tempo sem uma explicação razoável. Esta
é freqüentemente uma indicação de um problema na análise ou erro de amostragem.

5 CONCLUSÕES

A análise dos gases dissolvidos em óleo isolante (DGA) é a técnica de avaliação e monitoramento da
condição de operação dos equipamentos isolados à óleo mais extensivamente aplicada em Sistemas
Elétricos em todo o mundo e se mostra muito eficiente na prevenção de falhas não instantâneas
notadamente em reatores e transformadores de potência.

Embora a técnica de cromatografia gasosa usualmente aplicada na quantificação dos gases seja simples e
amplamente conhecida, o diagnóstico baseados nos resultados mostra-se muito mais complexo devido a
grande quantidade de variáveis a ser considerada, desde as mais evidentes como a qualidade da coleta de
amostras e a exatidão da análise até interações entre materiais ou a interferência de eventos externos.

Mesmo os modernos modelos matemáticos não são capazes de lidar com todas as variáveis possíveis
combinando resultados de DGA, dos ensaios elétricos, do histórico do equipamento, das características de
família e do sistema na qual o equipamento está operando além de variáveis externas. A qualidade final
do diagnóstico ainda é diretamente dependente da análise criteriosa do especialista.

Referências

1. IEC 60599, Mineral oil-impregnated electrical equipment in service - Guide to the interpretation
of dissolved and free gases analysis
2. IEEE C57.104, Guide for the interpretation of Gases Generated in Oil-Immersed Transformers
3. CIGRÉ TF 15/12-11 - Recent Developments in DGA interpretation
4. Kan, H and Myamoto, T – “Proposal for an Improvement in Transformer Diagnosis using
Dissolved Gas Analysis (DGA)”, IEEE Transactions on EI Dec, 1995
5. Sokolov, V - “Transformer is gassing – What to do”
6. K. Sundkvist, “Oil dependent gas formation in transformer oil,” Naphthenics, vol. 1, p. 10, 2002.
7. Sokolov, V et al – On-site partial discharge measurements on power transformers, Doble
Conference, 2000
8. Duval M, “Dissolved Gas Analysis and the Duval Triangle” Fifth AVO New Zealand
International Technical Conference, 2006

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