Tema:

Disciplina:
Física Avaliando os riscos
da radioatividade

Série: Professor:
2ª série Cláudio
 Para começar
Os riscos da radioatividade
LIBERTE SUA BELEZA COM RADIOR!
Descubra a revolução da beleza com a linha de cosméticos inovadores da
Radior! Baseados na incrível descoberta dos cientistas Marie e Pierre
Curie, nossos produtos contêm uma quantidade significativa de rádio para
realçar sua beleza natural. Desde cremes noturnos até tônicos capilares,
nossos produtos oferecem um brilho suave e radiante à sua pele.
Experimente a magia dos cosméticos com rádio e conquiste uma
aparência deslumbrante que vai além das expectativas.
 Para começar
Os riscos da radioatividade
EXPERIMENTE O BRILHO DA LINHA INOVADORA THO-RADIA!
Tho-Radia é uma linha de produtos de beleza que brilha literalmente!
Criada por Alexis Moussali e o médico parisiense Alfred Curie, nossa linha
utiliza o poder do cloreto de tório e brometo de rádio para dar à sua pele
um brilho saudável e luminoso. Nossos produtos oferecem cremes, batons
e muitos outros cosméticos para que você alcance sua beleza natural.
Aproveite os benefícios radiantes e deslumbre o mundo com sua pele
luminosa e saudável.
 Para começar Correção
As notícias apresentadas nos slides anteriores são
baseadas em eventos reais, conforme evidenciam as
imagens ao lado. Os anúncios enfatizam o uso de
elementos radioativos na produção de cosméticos,
incluindo o rádio, altamente radioativo, e o tório
como base para esses produtos. Esses
acontecimentos nos mostram que é fundamental
considerarmos o valor do método científico como guia
para a avaliação tanto dos riscos quanto das
potencialidades do uso da radioatividade nos mais
diversos contextos. Por fim, é essencial ressaltar que
a história da radioatividade é um exemplo importante
sobre os perigos que enfrentamos ao subestimar as
orientações da ciência.
 Para começar
Correção
Imagem de um anúncio de creme de beleza à
base do elemento radioativo rádio, que estava
em evidência na época. Este anúncio faz parte
de uma chamada no jornal New York Times de
1918.

Imagem de um anúncio de creme para o

rosto e perfume à base de dois elementos
químicos radioativos (tório e rádio).
 Foco no conteúdo
Algumas características do rádio
O elemento rádio pertence ao sétimo período da tabela
periódica, localizado no grupo 2, sendo um metal
alcalino-terroso. Na sua forma metálica, sua superfície é
prateada e brilhante. O que o torna ainda mais
impressionante é a sua capacidade de luminescência,
emitindo um brilho intenso de tonalidade verde.
Embora existam mais de 30 isótopos de rádio, apenas
quatro são encontrados na natureza. Ele surge como
subproduto da desintegração de outros isótopos, como
por exemplo do Tório e do Urânio.
Na área médica, o rádio desempenha um papel
importante no tratamento de certos tipos de câncer.
 Foco no conteúdo
Algumas características do tório
O tório, representado pelo símbolo Th e com número
atômico 90, é um metal tetravalente, situado no grupo
3 e no período 7 da tabela periódica. Sua cor é cinza e
ele se apresenta como um elemento denso, macio e
brilhante. Possui aproximadamente 30 variedades
isotópicas. Comparado em abundância ao chumbo na
crosta terrestre, esse elemento pode ser extraído
comercialmente de certos minerais, incluindo a
monazita. O tório é considerado radioativo, pois passa
por constante decaimento, liberando energia na forma
de radiação.
Além disso, ele é um combustível nuclear
alternativo, mais ainda sem amplo uso.
 Foco no conteúdo
Uma breve história do elemento rádio
O elemento químico rádio foi descoberto por Marie e Pierre Curie em
1898. Eles descobriram que a pechblenda e a calcolita eram mais
radioativas do que o urânio e suspeitaram de que havia outro elemento
mais radioativo que o urânio em quantidade muito pequena. Eles então
se empenharam em um trabalho árduo para isolar o elemento
desconhecido a partir da pechblenda. Em uma das duas frações
radioativas obtidas, o casal apresentou evidências de um novo elemento,
quimicamente semelhante ao bário, que foi denominado “rádio”.
 Foco no conteúdo
Uma breve história do elemento rádio
Em 1908, Frederick Soddy (1877-1956) notou que a energia liberada pela
desintegração do rádio era quase um milhão de vezes maior do que a
energia obtida por uma mesma massa de matéria submetida a qualquer
transformação conhecida. Essa descoberta gerou uma onda de
entusiasmo e esperança em relação ao elemento rádio, como uma fonte
futura de energia.
Durante esse período, surgiu uma indústria que oferecia uma variedade
de produtos radioativos (contendo rádio adicionado), prometendo
benefícios que iam desde a cura de enfermidades até produtos de beleza,
produtos médico-farmacêuticos, tônicos e revitalizantes.
 Foco no conteúdo
Uma breve história do elemento rádio
Contudo, muitos desses produtos eram fraudulentos, sem qualquer traço
de radioatividade. O rádio teve aplicação comercial na produção de tintas
luminosas para mostradores de relógios e instrumentos, tornando-os
visíveis no escuro, além de ser aplicado na medicina para o tratamento de
câncer.

Operárias em uma fábrica dos Estados

Unidos produzindo relógios contendo o
elemento químico Rádio.
 Na prática Exercício proposto
Durante a Primeira Guerra Mundial, os relógios eram fundamentais para
as operações militares, e as fábricas trabalhavam intensamente para
aprimorá-los. Com a ausência dos homens, as mulheres ingressaram nas
indústrias e nas fábricas de relógios, onde eram remuneradas de acordo
com a quantidade de ponteiros pintados.
Para serem mais eficientes, as trabalhadoras umedeciam os pincéis com a
boca para deixá-los mais finos, o que facilitava a pintura precisa dos
ponteiros. No entanto, uma fábrica passou a enfrentar um problema
sério: suas funcionárias começaram a adoecer frequentemente. Mesmo
com cuidados médicos, elas não melhoraram. Diante desse contexto,
responda às seguintes questões:
a) O que possivelmente poderia ter causado a doença nas mulheres?
b) Que tipo de problemas de saúde essas mulheres devem ter adquirido?
 Na prática Correção
Para responder às questões, indicamos a leitura do artigo “As garotas
do rádio e sua busca por justiça e dignidade: possibilidades de
abordagens históricas para o ensino de ciências”. Disponível em:
https://cutt.ly/WJbmhE4. Acesso em: 24 ago. 2022.
Apresentamos a seguir uma sugestão de resposta para as questões
propostas.
a) De acordo com os estudos e as investigações realizados na época, a
doença das mulheres pode ter sido causada pela exposição à radiação
do material radioativo composto majoritariamente pelo elemento rádio
com o qual elas trabalhavam, bem como pela inalação e ingestão dele.
b) As mulheres que trabalharam na produção de relógios radioativos
adoeceram com uma série de problemas de saúde, incluindo necrose
óssea, anemia, dores nas articulações, perda de dentes, lesões na
pele e em muitos casos de câncer.
 Aplicando

(FGV- SP) O isótopo de massa 226 do elemento químico rádio

( 226
88𝑅𝑎) é produzido naturalmente a partir do decaimento radioativo
do 23892U . Os números de partículas alfa e beta emitidas para a
obtenção de um átomo de 226 88𝑅𝑎 a partir do 238
92U são,
respectivamente,
(a) 2 e 3.
(b) 3 e 1.
(c) 3 e 2
(d) 3 e 3.
(e) 4 e 1
 Aplicando Correção
A reação de desintegração do 238
92U, pode ser representada por:

88𝑅𝑎 + X 2𝛼 + Y −1𝛽; em que X representa o número de partículas alfa (𝛼)

238
92U → 226 4 0

e Y o número de partículas (𝛽).

Como na reação de desintegração representada ocorre a conservação da carga

e da massa, vamos calcular o número de partículas X e Y, por meio das
seguintes equações:

238 = 226 + 4X + 0Y (I)

92 = 88 + 2X - Y (II)

Da equação (I), temos: 238 = 226 + 4X + 0Y ⇒ 4X = 238 – 226 = 12

⇒ X = 12/4 ∴ X = 3
 Aplicando Correção
Substituindo X = 3 em (II) temos:

92 = 88 + 2X – Y ⇒ 92 = 88 + 6 – Y
⇒ Y = 88 + 6 – 92 = 94 – 92 = 2

∴Y=2

Assim, a resposta correta para essa

questão é a letra C.
 Para começar
O acidente do Césio-137 em Goiânia
Imagine uma cidade tranquila abalada por um incidente que deixaria
uma marca permanente em sua história. Em 1987, em Goiânia, Brasil,
ocorreu um acidente que resultou em uma das contaminações
radioativas mais devastadoras já testemunhadas. O elemento central
desse desastre foi o Césio-137, um material altamente radioativo.

Com os conhecimentos que você já tem, elabore um breve parágrafo

que descreva o que você entende sobre esse assunto, os eventos que
desencadearam essa tragédia e as implicações que ela teve, não apenas
localmente, mas também na compreensão global sobre segurança
nuclear.

Todo mundo escreve

 Foco no conteúdo
Algumas características do Césio

O Césio (Cs) é um elemento

químico metálico que se enquadra
no grupo dos metais alcalinos.
De cor prateada, ele é conhecido
por ser extremamente, maleável
e brilhante. Na Tabela Periódica,
sua posição é no grupo 1, período
6.
 Foco no conteúdo
Césio-137
O Césio-137 é um isótopo radioativo do elemento Césio, adquirido
pelo processo de fissão do urânio ou, alternativamente, do plutônio.
A desintegração do Césio-137 resulta no Bário-137, o que gera
emissões de radiação gama, cuja característica de elevada
capacidade de penetração confere a ele um potencial extremamente
prejudicial para a saúde humana. Isso acontece porque, quando
os raios gama são absorvidos pelo tecido vivo, eles podem causar
danos ao DNA e a outras estruturas celulares, levando a um
aumento do risco de câncer e de outras doenças. Além disso, como o
Césio-137 tem uma meia-vida relativamente longa, cerca de 30
anos, ele pode permanecer radioativo e perigoso para a saúde
humana por um longo período.
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
Em 13 de setembro de 1987,
dois catadores entraram nos
escombros do antigo Instituto
Goiano de Radioterapia (IGR),
onde encontraram um objeto
de mais de 200 kg, envolto
em chumbo, uma máquina de
radioterapia desativada.

Captura de tela de um momento do vídeo intitulado “O MAIOR DESASTRE

RADIOATIVO DA HISTÓRIA DO BRASIL – Nostalgia Animado”, mostrando
uma representação visual do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR).
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
Eles retiraram o equipamento do local,
o dividiram em duas partes e o
transportaram em um carrinho de
mão. A intenção era desmontá-lo para
vender as peças separadamente. No
processo de desmontagem, os
catadores romperam a cápsula de
Césio-137.
Captura de tela de um momento do vídeo “O MAIOR DESASTRE
RADIOATIVO DA HISTÓRIA DO BRASIL – Nostalgia Animado”, mostrando
uma representação visual de dois catadores surpresos ao observarem a
cápsula de césio-137.
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
O material contaminado foi
compartilhado com amigos e parentes, o
que acabou levando-o para diferentes
lugares. A contaminação se alastrou,
afetando aqueles que tiveram contato
com o material radioativo.

Captura de tela de um momento do vídeo

“O MAIOR DESASTRE RADIOATIVO DA
HISTÓRIA DO BRASIL – Nostalgia
Animado”, mostrando alguns lugares pelos
quais o Césio-137 se alastrou durante o
acidente.
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
As autoridades federais foram
contatadas e, em seguida,
tomaram medidas para isolar as
áreas suspeitas de
contaminação. Na madrugada de
30 de setembro, as famílias
afetadas foram retiradas de suas
casas sob o pretexto de um
vazamento de gás.
Captura de tela de um momento do vídeo “O MAIOR
DESASTRE RADIOATIVO DA HISTÓRIA DO BRASIL –
Nostalgia Animado”, mostrando o isolamento de
áreas suspeitas de contaminação.
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
Dava-se início a um procedimento
padrão: um acampamento com tendas e
equipes de atendimento foi montado no
Estádio Olímpico. Esse acampamento
serviria para receber os moradores que
foram retirados de suas residências
contaminadas, bem como para realizar
triagens a fim de avaliar o nível de
contaminação das pessoas.
Captura de tela de um momento do vídeo “O MAIOR DESASTRE
RADIOATIVO DA HISTÓRIA DO BRASIL – Nostalgia Animado”, mostrando
um morador da região contaminada passando por um processo de aferição
de grau de radioatividade.
 Foco no conteúdo
O acidente do Césio-137 em Goiânia
A descontaminação da área gerou
toneladas de resíduos radioativos, cuja
ameaça ao meio ambiente persistirá por
muito tempo. Esses materiais foram
acondicionados em contêineres e
enterrados sob uma parede feita de
concreto e chumbo, no município de
Abadia de Goiás.

Captura de tela de um momento do vídeo “O MAIOR DESASTRE

RADIOATIVO DA HISTÓRIA DO BRASIL – Nostalgia Animado”, mostrando
os materiais radioativos acondicionados em contêineres.
 Foco no conteúdo
Algumas consequências para a saúde pública
Casos confirmados Mortes
Nos anos subsequentes, de Quatro pessoas
acordo com a Associação das morreram
vítimas do Césio 137, mais de diretamente em
cem pessoas perderiam suas decorrência do
vidas devido ao acidente, acidente, e várias
enfrentando câncer e outras outras por
complicações de saúde. complicações
relacionadas à
radiação.
 Foco no conteúdo
Lições aprendidas com o acidente
1 Prevenção 2 Educação
As autoridades aprenderam sobre A necessidade de informação clara e
a importância de precauções de precisa foi outra lição importante
segurança apropriadas, aprendida; a comunicação eficaz ajuda
incluindo a regulamentação do a prevenir a disseminação de
manuseio e o descarte de rumores alarmantes e incorretos.
materiais radioativos.
3 Resposta rápida
Reconhecer prontamente uma situação de
emergência e implementar medidas de resposta
de forma imediata.
 Na prática Exercício proposto
(Vunesp-SP) Em Goiânia, 100 g de 137CsCℓ foram liberados de uma
cápsula, antes utilizada em radioterapia, e causaram um grave acidente
nuclear. O gráfico representa a cinética de desintegração desse isótopo.

Para o 137Cs, o tempo de meia-vida e o tempo para que 87,5% tenha se

desintegrado são, em anos, respectivamente:

a) 60 e 30. b) 30 e 7,5. c) 60 e 90.

d) 30 e 90. e) 120 e 60.
 Na prática Correção

Com base no gráfico identificamos que o tempo de meia-vida do 137Cs é de 30

anos. Além disso, para que 87,5% desse isótopo se desintegre, é necessário
que se passem três meias-vidas. Isso corresponde ao período total de 90
anos.
100% 50% 25% 12,5%
30 anos 30 anos 30 anos
Portanto, a alternativa correta para essa questão é a letra d.