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Centro-Oeste Distrito Federal, Goiás, Mato Gros

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Esvazie-se do orgulho e da
vaidade

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Gabriel Granjeiro
10/12/2018 | 16:05 • Atualizado há 1664 dias

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“Deve-se deixar a vaidade aos que não têm


outra coisa para exibir.” – Honoré de Balzac
(1799-1850), escritor francês

Já ouvi muita gente boa aconselhando


amigos, colegas, parentes a “diminuir o ego”
quando, na verdade, quer orientar as pessoas
de quem gostam a se livrar da vaidade e do
orgulho. Como diria o psiquiatra Augusto
Cury, “a vaidade é o caminho mais curto para
o paraíso da satisfação, porém ela é, ao
mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor
se desenvolve”. De fato, há que ter muito
cuidado para que a presunção e a soberba
não tragam infelicidade ao minar
relacionamentos ou destruir sonhos como o
seu, meu amigo, minha amiga, de passar em
um bom concurso público.

Sei que não é muito a minha praia, mas vou


tentar primeiro explicar o que é ego à luz da
psicanálise. Em seguida, apresentarei as
principais facetas do orgulho e da vaidade.

O ego (ou “eu”), um dos três componentes


estruturais básicos da psique, responde pelo
ajustamento ao ambiente e pela solução dos
conflitos entre o organismo e a realidade.
Lida com os estímulos originários da mente e
do mundo exterior, desempenhando a função
de controle sobre as exigências das pulsões
(impulsos ou instintos, segundo alguns
autores). É o ego que decide se esses desejos
devem ser saciados, adiando sua satisfação
para ocasiões e circunstâncias mais
favoráveis ou reprimindo parcial ou
inteiramente as excitações pulsionais. O ego
atua, portanto, como mediador entre o id
(elemento instintivo e inconsciente, regido
pelo princípio do prazer) e o mundo exterior.
Tem de lidar também com o superego
(espécie de juiz que estabelece a censura dos
impulsos que a sociedade e a cultura
proíbem), com as memórias de todo tipo e
com as necessidades físicas do corpo. Como o
ego opera de acordo com o princípio da
realidade, seu tipo de pensamento é verbal e
se caracteriza pela lógica e pela objetividade.
O ego é pressionado pelos desejos insaciáveis
do id, pela severidade repressiva do superego
e pelas ameaças do mundo exterior. Assim,
sua função é tentar conciliar as reivindicações
das três instâncias a que serve, ou seja, o id, o
mundo externo e o superego. Para Freud,
estamos divididos entre o princípio do prazer
(que não conhece limites) e o princípio da
realidade (que nos impõe limites). Por isso, é
impossível subjugar o ego como muitos
sugerem.

Tomemos o exemplo do concurseiro que, ao


despertar numa bela manhã ensolarada de
domingo, sente-se tentado a deixar pra lá o
cronograma de estudos e ir passar o dia no
clube pegando sol e tomando banho de
piscina. O impulso de tirar o dia de folga e
sem preocupação com deveres e metas é
manifestação do id. O superego entra em
cena para lembrar o concurseiro de suas
responsabilidades, diminuindo um pouco o
impulso de jogar tudo para o alto e entregar-
se ao lazer. É então que nosso guerreiro,
munido de um ego saudável que dá ouvidos
ao seu juiz interior, abre mão do sol e da
piscina e se dirige ao quartel-general dos
estudos, ciente – e cioso – de sua missão.

Espero ter conseguido explicar como


funcionam os elementos que compõem a
nossa mente, pois agora preciso discorrer
sobre as principais características, reações e
atitudes das pessoas que nutrem inflados
sentimentos de orgulho e vaidade. Antes,
porém, cabe alertar que orgulho (em seu
formato danoso), egoísmo, vaidade, inveja,
ambição e ódio são variáveis do mesmo
veneno que devemos eliminar do corpo
pouco a pouco, dia após dia, com a ajuda das
vacinas da caridade, da misericórdia e da
humildade.

[…] orgulho (em seu formato


danoso), egoísmo, vaidade,
inveja, ambição e ódio são
variáveis do mesmo veneno que
devemos eliminar do corpo
pouco a pouco, dia após dia, com
a ajuda das vacinas da caridade,
da misericórdia e da humildade.
A vaidade e o orgulho têm naturezas
diferentes, apesar de ser comum o emprego
dos dois termos como sinônimos. A vaidade é
decorrente do orgulho e caminha bem
próximo a ele, mas tem mais a ver com
narcisismo. Quem é vaidoso tende a se
preocupar excessivamente com sua imagem
perante os outros, muito mais do que se
espera de, por exemplo, um profissional que
precisa estar apresentável para atender seus
clientes. Em outras palavras, a preocupação
com a aparência, diferentemente da vaidade,
não é necessariamente algo ruim. Para
algumas profissões esse zelo pode ser mais
do que positivo, mais do que desejável; pode
ser indispensável. Também não há nada de
errado em comprar com dinheiro honesto
boas coisas e usá-las como bem entender. O
problema começa quando a pessoa pauta sua
vida apenas pelas aparências e, pior, julga os
outros com base nisso.

Se a vaidade tem a ver com o que queremos


que os outros pensem de nós, o orgulho está
mais relacionado à opinião que temos de nós
mesmos, à autopercepção. Uma pessoa pode
ser orgulhosa sem ser vaidosa, e é preciso
destacar que nem sempre o orgulho é ruim.
Orgulhar-se de ser brasileiro, de ter superado
um desafio ou de compor uma equipe bacana
são exemplos nobres desse sentimento. Em
sua má acepção, porém, ele leva uma pessoa
à soberba, à arrogância, à impressão de que é
melhor do que os outros. Quando se
manifesta dessa forma, esse é um sentimento
perigoso, porque cega e impede o orgulhoso
de se desenvolver, de melhorar. Você
certamente conhece alguém tão orgulhoso
que não consegue de jeito nenhum enxergar
os próprios defeitos, não é? E o que dizer
daquele concurseiro tão seguro de si que é
incapaz de perceber como está longe de ser o
exemplo de dedicação que imagina ser?

Entre as características ou condutas de


alguém ORGULHOSO assim, gostaria de
destacar as seguintes:

a) Contraria-se com muita facilidade, o


que, em muitos casos, é fruto de pura
insegurança;

b) Tem necessidade de ser o centro das


atenções e de fazer prevalecer as suas
ideias;

c) Não reage bem a críticas;

d) Não aceita que também pode ser falível


e passível de cometer erros, fechando-se
ao diálogo construtivo;

e) Faz pouco caso das ideias dos colegas,


dos colaboradores, dos mais experientes;

f) Quando elogiado, enche-se de empáfia


e de uma satisfação presunçosa, como se
o elogio fosse a prova de sua importância,
de seu valor, de seu prestígio;

g) Acha que tudo deve girar ao seu redor.


Isso vale para todos: para os membros da
família, para os colegas de trabalho, para
os amigos;

h) Nunca demonstra fragilidade;

i) Pode ser irônico e debochado em


discussões e debates.

Agora analisemos algumas das facetas mais


comuns do VAIDOSO:

a) Tece autoelogios sempre que pode;

b) Esforça-se em realçar seus dotes


físicos, culturais e intelectuais, sempre de
forma antipática e com visível intenção
de provocar os demais;

c) É intolerante com quem tem formação


acadêmica ou posição social inferior à
sua, incorrendo em comentários
inconvenientes e deselegantes que
poderiam ser evitados;

d) Não reconhece sua parcela de


responsabilidade em eventuais
infortúnios que atravesse;

e) É incapaz de reconhecer suas falhas e


erros. Prefere atribuir seus insucessos à
má sorte ou a uma conspiração do
universo;

f) Gosta muito de falar, para ouvir a


própria voz e demonstrar “toda a sua
sapiência”.

h) Aspira a cargos de destaque e que


gerem respeito à sua pessoa, ao seu
talento, à sua sabedoria.
Indisfarçadamente, almeja que suas
qualidades sejam reconhecidas e
admiradas pelos outros.

[…] jogue fora a vaidade e


procure fazer tudo com
modéstia, paixão, humildade,
autenticidade e alegria e de
forma respeitosa em relação a
todos que o cercam.
Viu como essas características não são nada
legais, amigo leitor? Então jogue fora a
Fala aí

vaidade e procure fazer tudo com modéstia,


paixão, humildade, autenticidade e alegria e
de forma respeitosa em relação a todos que o
cercam. Trabalhe ao máximo para se esvaziar
do orgulho ruim, aquele que o impede de
aceitar feedback de desenvolvimento e o leva
a achar que sabe tudo; aquele que sabota as
suas metas de longo prazo por privar você de
paciência para aguardar o momento certo da
colheita. Freud ensinou, e eu repito: “Lute
pelo sucesso e não pela fama. Se a fama vier,
dê pouca importância a ela”. O pai da
psicanálise disse mais: “Existem duas
maneiras de ser feliz nesta vida: uma é fazer-
se de idiota, a outra é sê-lo”.

É isto, meu amigo, minha amiga: não queira


ser melhor do que ninguém; queira, sim, ser
amanhã uma pessoa melhor do que foi hoje.

Vamos em frente, juntos, sem orgulho, sem


vaidade, com o ego saudável e, acima de
tudo, felizes por estarmos na direção certa
rumo à realização dos nossos sonhos.

Se concorda com este artigo, escreva


“Combinado!” nos comentários abaixo, e siga
conosco.

“Se dois indivíduos estão sempre de acordo


em tudo, posso assegurar que um dos dois
pensa por ambos” – Freud

GRAN sucesso,

PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em


minha página no Facebook e em meu perfil
no Instagram. Lá, postarei pequenos textos
de conteúdo motivacional. Serão dicas bem
objetivas, mas, ainda assim, capazes de
ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço
público.

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Gabriel Granjeiro –
Diretor-Presidente e
Fundador do Gran
Cursos Online. Vive e
respira concursos há
mais de 10 anos.
Formado em
Administração e Marketing pela New York
University, Leonardo N. Stern School of
Business. Fascinado pelo empreendedorismo
e pelo ensino a distância.

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Presidente e sócio-fundador do Gran Cursos Online

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Comentários (210)
FÁTIMA • 16 de Agosto de 2022
COMBINADO!

Responder

Maria Renata • 21 de Junho de 2022


Combinado!

Responder

Roseane • 25 de Outubro de 2021


Concordo!

Responder

Caroline • 11 de Junho de 2021


Parabéns pelo artigo. Seu texto é maravilhoso e me
permitiu fazer muitas reflexões, se você me permitir,
gostaria de fazer um adendo.
Se a censura do superego é determinada apenas pela
cultura e a sociedade. Onde é que fica os valores do
indivíduo ?
Não creio que apenas o nosso instinto e a censura alheia
imposta pela cultura e pela sociedade são capazes de
determinar as nossas ações, pra mim os valores do
indivíduo também são importantes.
Nossos valores fazem parte da nossa identidade. Observe
que apenas uma crença limitante é capaz de determinar a
direção das nossas vidas.
Obrigado pelo rico texto e mais uma vez, Parabéns. E a
resposta para a proposta do texto é: Combinado

Responder

Yasmin • 6 de Maio de 2021


Combinado!

Responder

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