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O MAÇOM E OS PECADOS CAPITAIS

Ir.´. José Aparecido dos Santos

“O Pecado” é uma atitude humana contrária às leias divinas,


os sete pecados capitais provenientes da natureza humana; avareza,
gula, ira, luxúria, preguiça, soberba e vaidade. Posteriormente,
foram definitivamente incorporados e por questões práticas, no
sentido de alcançar o objetivo relativamente ao tema destacado,
será tratado apenas dos três pecados capitais que estão com maior
realce no meio maçônico.

Neste sentido, necessário se faz que seja definido cada pecado


ou que seja identificado as principais características. A postura
que deve ser adotada nesse meio e os pecados capitais ou vícios
de conduta citados, sendo que passam despercebidos por muitos
Maçons.

Um dos sete pecados, se manifesta nas pessoas na forma do


ORGULHO e ARROGÂNCIA é a “SOBERBA”, este termo vem do latim –
superbia, sendo um sentimento negativo e caracterizado pela
pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a
manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento
algum em fatos ou variáveis reais.

As manifestações de soberba podem ser demonstradas de forma


individual ou em grupo. Nos casos de grupos, escolhidos ou eleitos,
se firma na crença de que são superiores aos demais.

A manipulação da soberba, do orgulho e da pretensão de


superioridade de um grupo pode mobilizar conflitos sociais, onde
os sentimentos de uma massa humana pouco crítica servem aos
interesses políticos, econômicos, ideológicos de seu líder. O
soberbo quer superar sempre os outros, mas quando é superado, logo
se deixa dominar pela inveja.

Quando se sente ameaçado, atingido, procura depreciar os


outros e vangloriar-se, sem que para isso se estruture para se
superar ou até fazer uma avaliação da vida, dando-se em determinado
momento por satisfeito. O soberbo produz desarmonia na sociedade

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como estratégia para manter a soberba e se colocar sempre em
evidência.

A sociedade se tornando harmônica, com todos os indivíduos


sendo e vivendo de maneira igual, liberta e fraterna, não
propiciará espaço para a soberba. Agindo com humildade se consegue
combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a
ostentação, contendo as vaidades e fazendo com que o soberbo olhe
o mundo não apenas a parte de si, mas principalmente ao redor de
si.

O Orgulho como uma das formas de manifestação da soberba se


traduz pela satisfação incondicional do soberbo ou quando seus
próprios valores são superestimados, acreditando ser melhor ou
mais importante do que os outros, demonstrando vaidade e
ostentação que em limite extremo transforma-se em arrogância.

A Arrogância é uma forma de manifestação da soberba. É o


sentimento que caracteriza a falta de humildade. Uma pessoa que
possua este sentimento, como alguém que não deseja ouvir os outros,
aprender algo de que não saiba ou sentir-se ao mesmo nível do seu
próximo.

O Orgulho excessivo e a Vaidade sem limites que se traduz na


Arrogância, se mostra na forma de luta pelo poder econômico, pela
posição social e pela perpetuação no poder. Quando chega a ocupar
cargo eletivo ou de nomeação, busca impressionar os outros,
realçando o despotismo que trata os seus irmãos, como meros
escravos.

Diferentemente da ditadura ou da tirania, o despotismo não


depende de o governante ter condições de se sobrepor ao povo, mas
sim do povo não ter condições de se expressar e auto governar,
deixando o poder nas mãos de uma só pessoa, por medo ou por não
saber o que fazer. No despotismo, apenas um só governa. É como não
houvesse leis e regras, arrebata tudo sob a sua vontade e o seu
capricho.

A Vaidade do ser humano, como um dos sete pecados, se


manifesta nas pessoas pela preocupação excessiva com o aspecto

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físico para conquistar a admiração dos outros, pela posição social
que busca ocupar na sociedade ou através de ocupação de cargos.

Uma pessoa vaidosa pode ser gananciosa, por querer algo


valioso, mas é só promover ostentação perante os outros. O Invejoso
se identifica com bastante facilidade com o Vaidoso, pois os dois
vícios se complementam, um é objeto do outro.

A Ira também, sendo um dos pecados, é uma atitude que as


pessoas manifestam pelo sentimento de vingança, de ódio, de raiva
contra seus semelhantes ou às vezes até contra objetos e outros
seres vivos. É uma emoção negativa que aniquila a capacidade de
pensar e de resolver os problemas que a originam.

Sempre que se projeta a ira a outro ser humano, produz-se a


derrubada de nossa própria imagem e isto nunca é conveniente no
mundo das relações humanas.

A ira combina-se com o orgulho, com a presunção e até com a


auto suficiência. A frustração, o medo, a dúvida e a culpa originam
os processos da ira. A ira humana facilmente se torna pecaminosa.
Quando se defende o ego interior, quando se ataca alguém ao invés
de o seu próprio erro, quando a chama da ira é alimentada, ela se
torna um fogo que destrói tudo.

Diante destas considerações sobre o conteúdo de alguns


vícios da conduta moral do ser humano ou os pecados e agora
transportado para o meio maçônico e estabelecer uma relação de
identidade do mundo profano e maçônico, para que se faça uma
reflexão interna de cada um e se esta prática também está neste
meio de homens livres e de bons costumes!!

O comportamento de um Maçom, não somente pelas leis da Ordem


Maçônica, deve ser reto, amigo, irmão e irreparável. Não devendo
e nem podendo adotar ação dos pecados capitais e nem ter algum
realce de soberba, vaidade e ira, sobretudo quando essa ação for
praticada por algum amigo, irmão ou se este ocupa cargo maçônico
eletivo, de nomeação, mas nunca deve estar presente na Ordem
Maçônica.
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Se tais comportamentos ou ação que comprometa a imagem da
Ordem e também atentando com os Obreiros da Ordem Universal da
Maçonaria ou também a Profanos, deve este ser alertado e que
perceba o desvirtuamento no sentido de que o mesmo possa proceder
a correção de seu comportamento ou ação.

O amigo, irmão alertado, deve receber a observação de forma


natural entendendo que aquele que o alertou o fez no sentido de
promover a sua melhoria, a paz entre todos, o seu crescimento
maçônico.

Nunca reagir com ira, a excelência da Ordem se ergue sobre


os conflitos e não provocando mais o Ódio. Este deve ter a
humildade suficiente para compreender, que tal feito é para ter o
reparo e busca de crescimento espiritual e mental.

Não deve ter a soberba e nem vaidade e receber como uma


crítica construtiva, principalmente por ser um Maçom ou ocupar
algum cargo Maçônico dentro da Ordem e Loja. Não sendo demérito,
desonra nenhuma quando é alertado por qualquer amigo, irmão
aprendiz, companheiro, mestre, sendo hierarquicamente inferior ou
de menor tempo de Ordem.

O Maçom tem por dever cavar masmorras aos vícios em todas as


suas formas, inclusive aos vícios dos pecados aqui enunciados,
somente desta forma estará levantando tempos às virtudes e, por
final, tendo novos progressos dentro da nossa maravilhosa Ordem.

Todas as atitudes que expressam, com clareza, esses pecados


aqui citados e outros também não citados, esses sentimentos sem
fundamentos e inconsequentes, que levam ao desânimo daqueles
Maçons que podem afirmar com toda propriedade “MEUS IRMÃOS COMO
TAL ME RECONHECE”, devem ser banidos da Ordem Maçônica.

Todos devem conhecer, e conhecer bem a disciplina maçônica,


como também tendo a hierarquia como sustentáculos da Maçonaria,
logo, o verdadeiro Maçom dever ser um homem disciplinado e que se
respeite mutuamente e também a sua hierarquia.

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O Maçom disciplinado é instruído, não sendo propenso a
soberba, vaidade e nem tão pouco a ira.

O Maçom não tem orgulho, tem honra. O Maçom não tem vaidade,
tem felicidade. O Maçom não tem ira, tem irresignação, o Maçom não
deve nunca ter ambição, não propagar o caos, as calunias, deve ser
tolerante, ter paciência, saber fazer o ato de reflexão, ter
sabedoria e ter sempre o perdão em seu vocabulário.

A disciplina se consiste de um conjunto de ações planejadas


e coordenadas que obedecem a regras, leis e sendo para exercitar
a disciplina em se reter aos ensinamentos maçônicos contidos
dentro da Ordem e levando para o mundo profano.

Se agir de forma desordenada, indisciplinado e for exigir que


os outros façam de forma diferente, não o porquê e fere as próprias
palavras. O que não deve nenhum Maçom, é dar ótimos conselhos e
agir de forma contraria ao que prega, se ferindo por inteiro e em
todos os âmbitos.

Não haja de forma como muitos dizem; “Faça o que eu falo e


mando e não faça o que eu faço”, para se conhecer o seu próximo,
deve ser analisado o que fala, escreve e como age no seu cotidiano,
sendo natural em tudo que fala, escreve e não busca o seu
reconhecimento em nada do que faz, sendo uma pessoa exemplar pelos
seus atos e sempre fazendo ao seu próximo e não esperando nada em
troca.

Quando se recebe críticas, deve ser analisada e como o


G.´.A.´.D.´.U.´. concedeu ao ser humano, uma boca e dois ouvidos,
sendo que deve ser ouvido e analisado profundamente e tendo uma
auto avaliação e uma reflexão, se é para o crescimento espiritual
e mental e adequando cada procedimento para o ótimo convívio entre
os amigos, irmãos e os profanos.

O Mestre deve ser o espelho do Companheiro, Aprendiz e sempre


dando ótimas instruções da ritualística e também do viver entre
todos, todos precisam de referências para defender a nossa
maravilhosa Ordem Maçônica.

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O Maçom bem disciplinado, instruído, é um homem humilde,
tolerante, dedicado, útil, educado, tem sempre o perdão dentro de
si, tem uma sabedoria impar e muito competente dentro da Ordem.

Não é soberbo, sem vaidade e sem ira, não sendo oportunista


e inconsequente, de um comportamento impar e de grande respeito
para os seus amigos, irmãos em todos os Templos Sagrados. Tendo
em mente que o Templo é Universal e todos os Maçons espalhados
pelo Globo Terrestre e sendo um relicário natural de Fraternidade
de Amigos, Irmãos, de nossa Cultura e perpetuando o Civismo, com
fins de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” e também “Liberdade,
Justiça, Paz”.

Quando é disciplinado, instruído, nunca será manipulado por


ninguém, para se tornar massa de manobras aos ditos “Donos de
Templos/Oficinas/Lojas”, e nunca se deixa levar por ofertas de
cargos, medalhas, títulos e elogios, nunca muda a sua forma de
agir, quando assumi cargos em Lojas, mas é um estudioso dentro da
Ordem e só busca ajudar os seus amigos, irmãos e também no mundo
profano.

Ele tem como lei básica o respeito por todos e, buscando o


respeito pelas autoridades, o estado democrático de direito, a
importância administrativa e política desses cargos e o papel de
cada um dos amigos, irmãos no processo de democratização junto a
sociedade maçônica e profana.

Ele compreende a livre expressão de pensamento como o direito


fundamental do homem em qualquer segmento da sociedade e em
especial a sociedade maçônica, como também deve ser exercido na
sua plenitude para transformação da sociedade e na busca de dias
melhores para todos em comum.

É instruído em ver na autoridade hierárquica maçônica,


primeiro como amigo, irmão e não um superior, mas também exigindo
o verdadeiro comportamento maçônico deste e dos demais. Todos
devem ter em mente e também a obrigação de dar ótimos exemplos e
sendo homens livres de bons costumes.

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Hierarquia e Disciplina têm levado a nossa Ordem a obter a
confiança e o respeito da sociedade, em todo o Globo Terrestre; e
também pelo fato da ajuda mutua e o perdão entre os Maçons, sabendo
abdicar e conceder o perdão, como fez Cristo com Judas.

Todos devem ter em mente que os cargos são passageiros, mas


a ajuda mutua deve perdurar entre os amigos e irmãos. Alguns
atropelam os limites e passam a desejar o comando dos
Templos/Oficinas/Lojas em seu desiderato, promovendo a desarmonia,
provocando discórdias e, com isto gerando a indisciplina.

Todos podem e devem discordar de uma autoridade, amigos,


irmãos de mais tempo dentro da Ordem, mas desde que esteja
desempenhando o seu cargo com dignidade, probidade, humildade,
tolerância e competência.

Logicamente, que seja feito dentro dos padrões de civilidade


entre todos, sem ira, com contestações fundamentadas e nunca
levianas, uma contestação responsável que exija o fiel cumprimento
dos encargos que o cargo lhe impõe por estrita obrigação do dever.

O respeito a hierarquia deve acontecer visando servir à


instituição e não às pessoas que a dirigem. A nossa capacidade de
opinar a vida política e administrativa da nossa Potência, obtém
maior expressividade no ato do voto e não podemos concordar que é
chegada a vez deste ou aquele para assumir a presidência da Loja
e sim devemos analisar o lado de liderança em todos os dias e
também o que este entende de ritualística, sendo o nosso voto
secreto, ao elegermos os nossos representantes, estamos elegendo
um amigo, irmão para um cargo maçônico. Lamentamos que os membros
dos tribunais maçônicos, delegados e outros cargos, não sejam
eleitos pelo Povo Maçônico.

Orgulho, Vaidade, Ira, essa trilogia não é da Ordem Maçônica.


Tem que ser banida do Meio Maçônico. Só dependendo de cada Maçom,
só depende de todos os Maçons.

Para se ter um pouco de reflexão maçônica; Todo Maçom deveria,


pelo menos uma vez, passado os anos, retornar à Câmara de
Reflexões, para uma meditação e um exame de consciência e alertar-

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se de que, na realidade, foi iniciado na Ordem e se está
desempenhando o que é Ser Maçom!!

Como também, e mesmo que resulte sacrifício, o Maçom tem o


dever de tolerar os defeitos, as agressões e as falhas de seus
amigos, irmãos, para que algum Maçom possa aspirar ser tolerado,
é necessário que aprenda e se exercite a tolerar.

E também dentro dos mandamentos maçônicos, não se deve ter o


Ego do Eu; não pronunciando o nome de Deus em vão; o “eu sou” que
é o nome de Deus deve ser evitado, como por exemplo: “eu sou bom”
“eu faço isto ou aquilo”, o Maçom deve ser prudente no falar, para
não gerar o Caos.

E para finalizar o ato de reflexão maçônica e a busca do


significado de “Ser Maçom”; não se deve confundir Tolerância e
Perdão com Covardia; ao contrário, é preciso muita coragem para
enfrentar o agressor com armas tão frágeis e diferentes. O impulso
de perdoar revela um caráter bem formado.

Não se faça como Judas fez com o nosso Jesus Cristo, deu o
seu aperto de mão e abraço fraterno, com o beijo na face de traição
e este foi para a Cruz na salvação da humanidade.

Pensemos e reflitamos; temos que buscar a nossa tríade de


“Liberdade, Igualdade, Fraternidade” e seguindo o Salmo 133 –
Degraus Iniciáticos de Davi; “Oh!!! Quão bom e agradável vivermos
unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual
desce para a barba, a barba de Aarão e desce para gola de suas
vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de
Sião. Ali ordena o senhor a sua benção e a vida para sempre”.

Será que todos sabem a verdadeira explicação dos Degraus


Iniciáticos de Davi e qual é o significado da palavra “Irmãos”!?

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