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A
s cidades da Fenícia2, localizadas na costa siro-palestina3 (o que correspon-
de, hoje em dia, aos territórios meridionais da Síria, Líbano em toda sua
extensão e norte de Israel), desenvolveram-se desde a Idade do Bronze. Uma
das mais antigas cidades do mundo, a fenícia Biblos, é datada de 3000 a.C. (HAR-
DEN, 1980, p. 40). Em torno do início da Idade do Ferro, isto é, c. 1200 a.C.,
acontecimentos de grandes proporções históricas – a chegada de levas de povos es-
trangeiros, vindos pelo mar, nas regiões do Oriente Próximo, alcançando o Egito –
alteraram profundamente o jogo de forças políticas de toda a região4. É a chamada
invasão dos povos do mar (ACQUARO, 1987, p. 11; MOSCATI, 1966, p. 30).
1
Uma versão deste texto apareceu no formato de artigo na Romanitas: Revista de Estudos Grecolatinos,
Vitória, n. 10, p. 100-122, 2017.
2
Os termos Fenícia e fenício são de origem grega e aparecem na Odisseia, de Homero. Não sabemos
se os próprios fenícios atribuíam uma denominação comum aos habitantes das diversas cidades-
estados da região com características culturais próximas, e mesmo se existia uma consciência unitária,
de um povo, entre eles. De todo modo, seja pelos seus contemporâneos, como os gregos, seja por
nós, na modernidade, o termo fenício designa um povo específico que habitava a chamada Fenícia
(KORMIKIARI, 2018, p. 175).
3
Para uma compreensão do território fenício na Idade do Ferro, ver Ramazzina (2012).
4
Ocorre a queda do Império Hitita e a destruição definitiva de Ras Shamra-Ugarit, além de um abalo
profundo no Egito.
5
É possível que as primeiras navegações fenícias tenham ocorrido em parceria com os micênios
(KORMIKIARI, 1993, p. 264-265), ou mesmo seguindo as rotas abertas por micênios e cipriotas
(BONDÌ, 2009, p. 90).
Para além dos dados epigráficos (que são fontes diretas), os pesquisadores contam
com os textos do Antigo Testamento, com a correspondência e os textos burocrá-
ticos das grandes potências próximo-orientais, como os textos de Tell el Amarna e
os tabletes de Ugarit, além de textos latinos e gregos – todos estes fontes indiretas,
mesmo quando reproduzem trechos de obras fenícias ou cartaginesas perdidas pra
nós (MOSCATI, 1966). Essa documentação textual existente é bastante problemá-
tica, dado os contextos históricos de conflito entre esses povos e os fenício-púnicos,
exigindo uma análise crítica cuidadosa dessas fontes escritas.
Para se analisar o sacrifício humano fenício-púnico, tema central deste capítulo,
dispomos dos textos epigráficos das estelas e cipos, mas não temos a nosso dispor
fontes textuais diretas dos próprios fenícios e púnicos6, como textos litúrgicos ou
mitológicos que possam elucidar os cultos ou o sentimento religioso dos praticantes.
Os textos das estelas não cobrem todos os períodos, são esquemáticos e sucintos, e
6
A historiografia trabalha com a seguinte conceituação, definida por Sabatino Moscati: fenício diz
respeito a tudo e todos relacionados à população semita do Mediterrâneo oriental e ao processo de
expansão para o Ocidente a partir do 1º milênio; cartaginês refere-se a tudo e todos relativos à cidade
de Cartago especificamente; e púnico diz respeito aos territórios, à cultura e à população semita
ocidental diretamente relacionados à ação cartaginesa, a partir do século V a.C. (MOSCATI, 1988).
Recentemente ocorreram tentativas de criar novas nomenclaturas (AUBET, 2001), porém mantivemos
neste texto a estabelecida por Moscati, ainda considerada a mais válida.
Tofet
Para analisarmos a questão dos sacrifícios humanos entre os fenício-púnicos
precisamos nos debruçar sobre um local específico de vestígios arqueológicos únicos,
o tofet8. Aliando características de uma necrópole excepcional às de um santuário
a céu aberto, o tofet é absolutamente típico dos assentamentos fenício-púnicos do
ocidente do Mediterrâneo. Mais precisamente, todos os tofets já encontrados estão
localizados na região central do Mediterrâneo: na Tunísia e a leste da Argélia, na
Sicília, na Sardenha e em Malta. Contam-se seguramente dez tofets: três no norte da
África (Cartago e Hadrumeto, na Tunísia, e Cirta, na Argélia), um na Sicília (Motia)
e seis na Sardenha (Tarros, Sulcis, Monte Sirai, Nora, Caralis, Bithia). Há mais dois
deles, Lilibeu, na Sicília, e em Malta, cuja localização exata não é conhecida, muito
embora sua existência seja presumida, por conta do achado de algumas estelas e objetos
típicos desse sítio arqueológico (MARKOE, 2000, p. 133). Até hoje as investigações
arqueológicas não conseguiram identificar este tipo de espaço nem nos sítios da costa
siro-palestina, no oriente mediterrâneo, nem na Península Ibérica ou no ocidente do
norte da África (Marrocos).
O tofet seria um precinto sagrado urbano a céu aberto cercado por um muro,
que contém os remanescentes cremados de crianças pequenas, bebês e/ou filhotes de
animais (geralmente ovelhas) enterrados em urnas, às vezes sob marcadores de pedra
7
Para uma visão geral da discussão sobre o assunto até o final do século XX, ver Ramazzina (2002).
8
Termo moderno que se refere a algumas passagens do Antigo Testamento que utilizam a palavra com
o significado de ‘lugar de queima’, fazendo referência a sacrifícios (GARBATI, 2009). A vocalização
tōpheth é uma versão tardia e deformada (adaptada da palavra bōsveth = vergonha) empregada pelos
massoretes, os gramáticos que produziram o texto do Antigo Testamento usualmente utilizado na
atualidade. A etimologia e, consequentemente, o significado do termo, o qual pode ser um topônimo,
ainda são desconhecidos (AMADASI GUZZO; ZAMORA LÓPEZ, 2013, p. 162). Vale dizer que
na epigrafia fenício-púnica a palavra tofet nunca foi encontrada.
9
Hist., 4, 3, 23.
10
Estela que se tornou icônica e encontra-se em exposição no Museu do Bardo, em Tunis.
11
Na epigrafia das estelas e cipos votivos dos tofets, o espaço é denominado simplesmente bt, santuário
ou templo. Por vezes, temos a expressão (’šr) qdš, “(local) sagrado”, fazendo referência, provavelmente,
a alguma estrutura construída dentro da área do tofet (AMADASI GUZZO; ZAMORA LÓPEZ,
2013, p. 176).
12
Jeremias, 7: 31-32; 32: 35; também em II Reis, 17: 17.
13
II Reis, 23, 10.
14
A data historiograficamente aceita da fundação de Cartago, a partir da análise de fontes textuais, é 814
a.C., isto é, o final do século IX a.C. (KORMIKIARI, 1993). Arqueologicamente, no entanto, os achados
mais antigos, entre outros, cerâmica fenícia e grega, justamente encontrados nas necrópoles arcaicas e
no tofet, são datados do final do século VIII a.C. (algumas poucas sepulturas) ao século VII a.C. (tofet e
inúmeras sepulturas) (LANCEL, 1992, p. 38-39). Mas, como bem lembra Serge Lancel, este estado de
coisas pode ser justificado por não se ter encontrado ainda as sepulturas mais antigas da cidade (LANCEL,
1992, p. 40-41), bem como pode ter resultado de dificuldades de identificação das camadas mais antigas
do tofet, em razão da própria estrutura do santuário, onde gerações de enterramentos aconteceram,
sobrepondo-se cronologicamente e, portanto, dificultando a interpretação das camadas arqueológicas.
Os marcos mais antigos datam do século VII a.C., em Cartago e em Malta (AMADASI GUZZO;
15
As interpretações
Os vestígios resgatados no tofet de Cartago suscitaram polêmica de pronto
(SAUMAGNE, 1923; VASSEL, 1923 apud WAGNER, 1995). Para muitos, prova-
va-se, assim, a ideia de que o molk como sacrifício sangrento era conhecido desde a
Fenícia e dali se difundira para Israel e para o ocidente fenício-púnico (DE VAUX,
1964, p. 49-81 apud WAGNER, 1995). A controvérsia logo se instalou. Desse
modo, autores como Deller (1965, p. 382-386 apud WAGNER, 1995) apresentam
contra-argumentos baseado em documentos neoassírios, propondo uma interpreta-
ção figurativa e não literal das passagens bíblicas que falavam no “passar meninos e
meninas pelo fogo”19.
17
O mesmo fenômeno aparece nas estelas de Malta (AMADASI GUZZO; ZAMORA LÓPEZ,
2013, p. 163).
18
Até 1935 não se fazia objeção à ideia de haver de fato um culto a Molok (molk), que parecia evidente a
partir de uma série de passagens dos textos bíblicos. Então, em 1935, Otto Eissfeldt publicou um trabalho
no qual analisou a utilização do termo mlk (vocalizado como molk em latim) nas inscrições púnicas e, a
partir desta análise, lançou a hipótese de que, nos textos do Antigo Testamento, o vocábulo Molok designa
um tipo de sacrifício e não o nome de uma divindade. Essa interpretação teve muito sucesso (ALBRIGHT,
1953; DUSSARD, 1946; FÉVRIER, 1953 apud Wagner 1995, p. 9) e outros continuaram neste caminho.
A partir daí, então, rechaçou-se a existência de um culto a uma divindade com tal nome, apesar de haver
quem ainda assim pense (AMADASI GUZZO; ZAMORA LÓPEZ, 2013, p. 163).
19
Outra linha de raciocínio insiste na falta de documentação que ateste o molk na Fenícia propriamente
dita, de onde deveria ser originário, bem como no ambiente precedente, ugarítico da Idade do Bronze
(XELLA, 1978, 1985 apud WAGNER, 1995, p. 10).
20
Para termos uma ideia da dinâmica e dificuldades interpretativas, apenas três anos depois este importante
e renomado pesquisador apresentou uma outra interpretação para o tofet, como veremos mais à frente.
21
Como é possível notar a partir das datas das publicações, diversos pesquisadores mudaram de opinião,
e mais de uma vez, ao longo do tempo.
22
Wagner (1995) diz que a ideia de holocausto, conforme as prescrições do Êxodo 22: 28-29 e outras
passagens do Pentateuco, relativas às oferendas de primícias, teria causado a confusão. Ezequiel (20:26)
seria o único texto bíblico a falar que os primogênitos seriam as vítimas do rito de “passar os filhos
no fogo”. Lipinski critica os verbos e termos usados nos textos bíblicos, que são discrepantes quando
mencionam oferendas de primogênitos e o molk. Tampouco haveria dados dos textos clássicos ou da
epigrafia vinda dos tofets ocidentais para fazer esta ligação com primogênitos. Assim, molk e sacrifício
de primogênitos não teriam uma ligação sólida (HEIDER, 1984; LIPINSKI, 1988; OLMO LETE,
1990; RIBICHINI, 1987 apud WAGNER, 1995).
23
Templos e santuários são usualmente grandes consumidores de água na Antiguidade, especialmente
para a realização de rituais, como purificações e libações. Em Cartago, pelo menos, foram reconhecidos
arqueologicamente um poço e uma cisterna no tofet (DRIDI, 2009, p. 81), ponto que fortalece a
interpretação deste espaço como um santuário e não uma necrópole.
24
Na sociedade púnica, como em todas as sociedades, a passagem de um estágio de vida a outro implica
uma celebração, um rito de passagem. Em Cartago, este fato provavelmente ocorria por ocasião da
transição do mundo da infância para o do adulto (DRIDI, 2009, p. 165).
25
De superstitione, 13.
26
Biblioteca Histórica, 20, 14.
27
A interpretação dos sacrifícios como episódios esporádicos em face de situações críticas que implicavam
perigo coletivo (guerras, fome, pestes, entre outros) (GREEN, 1973), sustenta-se na análise dos
próprios textos antigos, como o de Fílon de Biblos (Porfirio, Abst., 2.5.6), Diodoro da Sicília (Biblioteca
Histórica, 20, 14, 4) ou Q. Curtius Rufus (Hist., 4, 3), ou mesmo os textos bíblicos, que falam de um
Para Moscati, o rito de sangue deveria ser ocasional e não periódico, pessoal
e não coletivo, se levarmos em consideração o teor dos textos das estelas e cipos
(MOSCATI, 1991, p. 150).
A linha interpretativa do tofet como lugar de sacrifico de sangue é seguida no
mais recente artigo sobre o tema, de Xella, Quinn, Melchiorri e van Dommelen
(2013), seguindo o estudo de Ciasca, di Salvio, Castellino e di Patti (1996), no qual
os autores assinalam a baixíssima média de deposições no tofet de Mótia, na Sicília: se
fizermos uma divisão por anos (quatrocentos anos de uso do tofet sobre o número de
deposições) o resultado é uma ou duas deposições por ano. Já outros autores, como
Fedele e Foster (1988 apud XELLA; QUINN; MELCHIORRI; VAN DOMMELEN,
2013, p. 1202), ao analisarem os depósitos do tofet de Tarros na Sardenha, apontam
a sazonalidade das cremações de ovinos, o que remeteria a um ritual sazonal regular
de sacrifício e, portanto, não excepcional.
apogeu da prática diante do perigo assírio (DAY, 1989). Esta mesma tendência circunscreveu a prática
a um círculo social restrito, próximo à realeza e a ela identificado (AUBET, 1987; BAUMGARTEN,
1981; HEIDER, 1984; KATZESTEIN, 1991; OLMO LETE, 1990 apud WAGNER, 1995, p. 10).
Atualmente, a ideia do tofet como necrópole é a que está mais em baixa, visto
que o argumento em seu favor enfraqueceu-se diante das evidências arqueológicas
acumuladas nas últimas décadas e das análises realizadas sobre o conjunto das evidências
do tofet. As pesquisas arqueológicas evidenciam uma baixa incidência de deposições
de crianças em necrópoles fenício-púnicas de maneira geral, mesmo em sítios onde
não se encontraram tofets (XELLA; QUINN; MELCHIORRI; VAN DOMMELEN,
2013, p. 1202). A inferência de que as crianças eram depostas e os animais sacrifica-
dos como parte do ritual funerário se choca com a evidência de Hadrumeto, onde,
no período romano, apenas animais são encontrados (CINTAS, 1947, p. 78), além
do que, de maneira geral, há ossos de animais e crianças cremados e enterrados em
conjunto em Cartago (SMITH; AVISHAI; GREENE; STAGER, 2011, p. 871).
A linha interpretativa do tofet enquanto local de prática ritual de sacrifício infantil
ganhou novo impulso com a publicação de Smith, Avishai, Greene e Stager (2011).
Os autores realizaram uma análise independente da mesma amostra estudada por
Schwartz, Houghton, Macchiarelli e Bondioli (2010), e chegaram a conclusões diversas
28
Na interpretação desses autores, houve um exagero moderno ao lê-las enquanto recriminatórias.
Na sua opinião, várias passagens apenas e tão somente atestam a prática entre os cartagineses, sem
julgamentos. Por exemplo, Pseudo-Platão, em Minos, cuja afirmação de que cartagineses “sacrificam
até seus filhos para Kronos” (Minos, 315C) serve apenas como argumento filosófico da variedade de
concepções existentes entre os povos acerca do que é legal e religiosamente aceitável (XELLA; QUINN;
MELCHIORRI; VAN DOMMELEN, 2013, p. 1203).
29
Somos mais bem informados sobre os ritos de passagem de gregos e romanos. Os de nascimento
envolvem, quase sempre, o reconhecimento paterno diante do grupo social maior, família ou fratria,
por exemplo (para o caso grego, ver Florenzano (1996); para o romano, ver Bayet (1957); para o
púnico ver Dridi (2009).
Conclusão
Em artigo recente, a epigrafista M. Giulia Amadasi Guzzo e o filólogo José A.
Zamora López (2013) traçam um panorama pormenorizado das fórmulas atestadas
nas estelas dos tofets em geral, e, em particular, no de Cartago, do qual saiu a maioria
das inscrições hoje conhecidas. O objetivo do artigo é apresentado de pronto (p. 159),
e os textos dos tofets claramente demonstram que estamos diante de um santuário e
não de uma necrópole.
O caráter votivo desses textos e a falta absoluta de qualquer fórmula usualmente
utilizada em contexto funerário é o grande argumento. As estelas e cipos registram,
de maneira geral, uma doação de um tipo específico de oferenda, denominada mlk,
a Baal Hammon (ou a Tinnit e a Baal Hammon) feita pelo ofertante (o qual, por
vezes, agradece à divindade por ter sido ouvido ou pede para ser ouvido), em um
local denominado templo ou santuário.
Na opinião desses pesquisadores, em concordância com os autores favoráveis
à ideia de sacrifício humano, a oferenda só poderia ser constituída por seres vivos,
humano ou animal, conclusão que se alinha com as passagens bíblicas e com os textos
de autores gregos e latinos (AMADASI GUZZO; ZAMORA LÓPEZ, 2013, p. 177).
Se aceitarmos a ideia de que o conteúdo das urnas representa uma oferenda e uma
vez que ninguém argumenta contra a ideia de os animais serem sacrifícios (sacrifício
de substituição, alguns dirão), seria lógico também compreender os restos humanos
como frutos de sacrifícios.
Precisamos nos debruçar sobre esse tema com rigor científico (XELLA;
QUINN; MELCHIORRI; VAN DOMMELEN, 2013, p. 1206) e certo distan-
ciamento emocional. Não podemos levar para a análise nossos julgamentos e
preconceitos relativos às práticas evidenciadas no tofet. Devemos nos lembrar que
eram atos de devoção e crença, e que intencionavam preservar a vida (AMADASI
GUZZO; ZAMORA LÓPEZ, 2013), mesmo que fosse num sentido mais amplo.
E precisamos analisar o conjunto das evidências num trabalho de investigação
profundo e interdisciplinar: arqueologia, história, epigrafia e bioarqueologia. Sem
30
As mesmas fontes textuais relatam a existência de verdadeiras redes de acolhimento destas crianças
expostas e de sua adoção por mulheres que não conseguiam engravidar.
Fontes antigas
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