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Caralho Marquinhos, esse do São Carlos é o boldo

bom, puta que pariu Marquinhos que boldo bom,


deixa com a cara magoada, parece até que um
helecoptero pousou em cima da sua cara: O vício
como um estado natural do ser humano
Vício é um estado físico e emocional de se estar extremamente apegado a algo a
ponto de não conseguir se sentir bem sem ela. O dicionário da Oxford Languages
classifica o vício com alguns significados como “1.tendência específica para ou qualquer
ato ou conduta por essa tendência motivada… 5.qualquer costume supérfluo, prejudicial
ou censurável… 6.hábito de fazer algo; mania… 8.dependência que leva ao consumo
irresistível” então usarei essas definições do que é vicio para fazer as reflexões de hoje.
O vício que mais ouvimos falar e, por isso, achamos que é o mais comum, é o vício
em drogas ( como álcool, cigarro e mais) também chamado de dependência química. “A
dependência química é caracterizada pelo uso repetido e incontrolável de drogas de uma
forma que ameaça a saúde e o bem-estar físico e mental do indivíduo, bem como a
segurança física e o bem-estar emocional das pessoas ao seu redor.” (Terra). No Brasil
esse tipo de dependência é extremamente comum, sempre temos notícias locais de
alguma confusão ou acidente causadas por pessoas nessas condições, segundo dados de
2019 da OMS “cerca de 6% da população brasileira atual tem alguma dependência
química. Isso totaliza um contingente de 12,4 milhões de pessoas” (Terra).
Mas a dependência química não é nem de perto o único tipo de vício que temos no
mundo. Outro vício que vem se tornando muito comum nos últimos anos é o vício na
internet. As pessoas estão cada vez mais imersas dentro de suas telinhas e prestam menos
atenção na vida real, uma vez que um vídeo de 15s no TikTok lhe trará endorfina de
forma mais rápida e fácil do que ler um livro ou escutar uma música. Esses aplicativos
podem trazer um prazer mais rapido e mais forte até mesmo do que o sexo a depender de
quando e onde usado. “De acordo com o relatório Digital 2019, uma pessoa passa em
média mais de um quarto da vida online. Este número é ainda maior entre os brasileiros.
O estudo foi realizado pelo Hootsuite, em parceria com a empresa We Are Social, e mostra
que estamos gastando em média 6 horas e 42 minutos online por dia. Metade deste tempo
é gasto em dispositivos móveis. Fazendo um cálculo de longo prazo, isso equivale a mais
de 100 dias de tempo online todos os anos para cada usuário da Internet no planeta. Isso
representa pouco mais de 27% de todos os anos das nossas vidas. As 6h42min é a média
mundial, no Brasil, o segundo país mais viciado em internet do mundo, a média é de
9h29min, de acordo com o relatório da Digital 2019. O nosso país fica atrás apenas das
Filipinas, onde a média diária é de 10h02min.” (Olhar Digital).
Ainda sobre outros tipos de vícios, temos também um outro que está crescendo
bastante nos últimos anos que é o vício em videogames. Este vício em específico é mais
comum entre os jovens por razões óbvias, mas ele não se restringe a eles. “A parcela de
adolescentes brasileiros que faz uso excessivo de videogames é maior do que a média
mundial, aponta uma pesquisa do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São
Paulo (USP). As respostas dos estudantes indicaram que 85,85% deles jogam videogames
e 28,17% se enquadram nos critérios de Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), descrito em
manual da Associação Americana de Psiquiatria. O levantamento foi realizado a partir de
um questionário com uma subamostra de 3.939 alunos de escolas públicas que integram o
Tamo Junto 2.0, um programa do Ministério da Saúde para prevenir o uso de álcool e
drogas por adolescentes.” (G1)
Ainda existem dezenas de vícios que não trarei aqui ou por falta de dados e estudos
ou por falta de vontade de procurar sobre da minha parte como o vicio em pronografia,
vicio em apostas, vicio em sexo, vicio na presença de certas pessoas (falei sobre este vicio
em especifico na edição bonus que falará sobre o amor) vicio em consumo e por ai vai.
Como muito bem ilustrado acima, estar viciado é estar dependente de algo, ou seja
o vício em videogame acontece quando a pessoa não consegue deixar de jogar, estar
viciado em apostas é quando a pessoa não consegue deixar de apostar, viciada em sexo é
quando a pessoa não consegue deixar de meter ou ser metida, e por ai vai. Todas essas
pessoas têm uma necessidade, uma dependência que as fazem escravas de seus próprios
atos, uma pessoa viciada em apostas se torna uma escrava das apostas e começa a viver
para apostar, assim como o viciado em drogas vira escravo da pinga e vive em
decorrência de sempre, ao fim do dia, beber um gole de cachaça. E é aqui que eu entro
com a reflexão: se a definição de estar viciado em algo é estar dependente de alguma coisa
então não estaríamos todos viciados em algo?
Vejamos, há várias categorias de vícios, assim como eu mostrei a partir do segundo
parágrafo, isso não nos ajuda a concluir que cada ato que fazemos, cada HÁBITO, que
temos, pode ser ou se tornar um vício? Pegamos o meu exemplo, eu tenho alguns hábitos
que podem muito bem serem classificados como dependências: eu não consigo passar
muitas horas sem escutar músicas, caso eu passe muito tempo sem conseguir ao menos
cantarolar algo eu começo a ficar muito ansioso; eu estou sempre tomando água de forma
quase que compulsória; eu não consigo passar um dia inteiro (24hrs) sem pegar o bicho
papão no colo. Não poderíamos pegar então todos esses meus hábitos e classificá-los
como vícios ou como dependência? Eu posso muito bem ser viciado em água, em música,
e em acariciar o meu gato.
Tomando esses hábitos como possíveis vícios eu gostaria de generalizar este dado
para todas as pessoas, todo mundo tem algum hábito que pode muito bem ser
considerado um vício, grande parte das pessoas não consegue dispensar uma bela
caipirinha no final de semana (QUE DE BELA NÃO TEM ABSOLUTAMENTE NADA), outras
não dispensam um sexo, sair com alguem, passar um tempo com seus pets, fumar e etc.
Com isso em mente não podemos afirmar que o vício é um estado natural do ser
humano?
Depois de alguns eventos eu comecei a pesquisar um pouco sobre como o cérebro
se comporta quando se está se amando. Um fato muito curioso que encontrei é que o
amor, no cérebro, libera os mesmos componentes químicos que liberamos quando
usamos cocaína, uma das drogas mais fortes que existem, e pior, via de regra o amor
libera essas sensações no cérebro de forma mais potente que a própria cocaína, então é faz
real sentido dizer que o amor é a sensação de estar viciado em alguém. Conforme as
minhas buscas se intensificaram, eu descobri que grande parte dos vícios que temos na
vida agem nessa mesma parte do cérebro que liberam as sensações de felicidade e prazer
para o nosso corpo. Claro, a cocaína literalmente destrói o seu corpo por dentro enquanto
o amor não tem nenhum possível efeito colateral na pessoal se não o psicológico, mas, de
certa forma, os dois fatos podem ser considerados como vícios.
Agora eu trarei a grande reflexão desta edição: seria o vício um estado natural do
ser humano? Estar viciado sempre é visto com olhos de julgamento pela sociedade, mas
no fim, todos estamos viciados, seja em coisas triviais como jogos eletrônicos ou em coisas
mais pesadas como drogas ou apostas, que podem acabar nossa vida, às vezes até de
forma literal. Ao mesmo tempo, mesmo o vicio em coisas aparentemente triviais como o
vicio em sexo são extremamente prejudiciais a nossa saude. Como dito anteriormente, os
vicios nós tornam escravos de nós mesmo, o vicio em videogames nós torna escravos dos
jogos o que faz com que a nossa qualidade de vida fique mais baixa, até mesmo o vicio em
sexo pode nós trazer serios problemas psicologicos e fisicos “popularmente chamado de
vício em sexo, o transtorno do comportamento sexual compulsivo é considerado um
distúrbio de saúde mental. Pessoas que sofrem com o problema dedicam tanto tempo às
atividades sexuais que acabam negligenciando a própria saúde, os cuidados pessoais,
responsabilidades e outros interesses. O sexo deixa de ser algo saudável e prazeroso para
virar uma fonte de sofrimento. O transtorno é definido pela nova versão da Classificação
Internacional de Doenças, a CID-11, da OMS (Organização Mundial de Saúde), como "um
padrão persistente de falha em controlar impulsos ou impulsos sexuais intensos e
repetitivos, resultando em comportamento sexual repetitivo" (UOL).
Tomando conhecimento disso tudo ainda podem surgir algumas questões e eu
quero abordar duas em específico: 1. existe algum vício pior que o outro, o vício em
cocaína é necessariamente pior que o vício em coca cola? 2. sabendo que todos os tipos de
vícios são prejudiciais, como podemos então nos livrar de nossos vícios de uma vez por
todas? Aproveitarei os próximos parágrafos para focar em tentar explicar essas duas
perguntas.
Sobre a primeira pergunta, ela é bem complicada, então, apesar de ter uma
opinião sobre ela, eu trarei só uma base para se criar uma reflexão e não uma conclusão
em si.
As duas substâncias, coca cola e cocaína, que em algum momento na história
foram a mesma coisa, tem seus efeitos colaterais negativos a longo prazo. A coca cola é
uma bebida extremamente saborosa e refrescante (arrisco me a dizer que sou quase um
viciado em coca cola zero) seu sabor é extremamente viciante, sempre com uma sensação
de quero mais. Essa sensação é saciada repetidas vezes até que não se perceba que tomar
coca cola já se tornou parte da sua rotina, a tornando um vício. “Um estudo norte-
americano concluiu que o consumo de refrigerantes aumenta o risco de doenças
cardiovasculares, como o infarto. O paladar fica literalmente viciado no dulçor. Ao comer
açúcar, ativamos o sistema de recompensa, que libera neurotransmissores ligados ao
bem-estar toda vez que fazemos algo como comer ou jogar um jogo, por exemplo. Daí,
quanto mais ingerimos, de mais açúcar precisamos, e mais falta o sabor faz, nos deixando
dependentes deste sabor.” (Hospital do Coração). Porém, ironicamente, a coca cola não
concorda comigo, nem com os dados das pesquisas, segundo o próprio site da coca cola
“Pessoas de todo o mundo bebem Coca-Cola porque adoram seu excelente sabor.
Consumir regularmente alimentos e bebidas saborosas que você aprecia não é o mesmo
que ser viciado neles. Alimentos e bebidas, como o chocolate, por exemplo, podem
acionar no cérebro o que os cientistas chamam de “centros de recompensa”, assim como
outras coisas, como música ou uma boa risada. Como todos os alimentos e bebidas,
refrigerantes podem ser consumidos, desde que não seja em excesso. É importante para
nós garantir que os consumidores tenham escolhas. Por isso que, além de nossas bebidas
com açúcar, oferecemos uma variedade de bebidas deliciosas com redução de açúcar,
baixa ou zero caloria. Também fornecemos informações sobre a quantidade de açúcar e
calorias em nossas bebidas para que as pessoas possam escolher o que faz sentido para
elas e suas famílias.” (Coca Cola Brasil). É muito irônico com a coca cola usou o “sistema
de recompensas” que ativa todas as vezes que se bebe coca cola como forma de
argumentar a favor da tese que beber regularmente coca cola não é estar viciado, usando
também o argumento que beber coca cola é a mesma coisa que ouvir música ou dar uma
boa risada. Neste último ponto eu concordo com eles, mas eu os pergunto, o vício não se
passa justamente na necessidade de se ativar este sistema de recompensa várias vezes a
partir do consumo de coca cola? Nesse ponto eu imagino que a coca cola Brasil
concordaria comigo então quando eu digo que ouvir música e dar uma boa risada talvez
seja um vício também, será?
Já a cocaína é uma substância química, geralmente consumida por inalação, que,
quando ativada no cérebro, nos dá a sensação euforia, aumento de energia, confiança,
hiperatividade, agitação e etc. Esta substancia, ao contrario da coca cola, é ilegal no Brasil
e na maioria dos paises do mundo, já que os seus efeitos colaterais são bem mais
destrutuvos a curto prazo do que a coca cola. Ao mesmo tempo, os efeitos da cocaína são
bem mais fortes que os da coca cola e nos dão uma sensação muito melhores e mais
estimulantes em um período mais curto do que a coca cola. Mas, assim como qualquer
vício, a cocaína pode ser muito destrutiva a ponto de quebrar famílias e até vidas. “Um
dos efeitos rápidos do consumo da cocaína é a elevação da pressão sanguínea, dos
batimentos e a vasoconstrição no cérebro e no corpo. É isso que dá, ao usuário, a sensação
de picos de energia, de ansiedade, estresse e paranoia. O uso prolongado da droga causa
danos irreversíveis ao sistema cardiovascular. Esses impactos podem trazer diversos
problemas, como dor no peito, pressão alta permanente, taquicardia e arritmia, além de
trombos — coágulos de sangue que se formam dentro das veias e podem causar embolia
pulmonar, derrames e trombose. Todos esses efeitos podem culminar em um ataque
cardíaco, que hoje é a maior causa de morte entre os usuários de cocaína. Um dos efeitos a
longo prazo do uso da cocaína são os delírios, que não devem ser confundidos com
alucinações. A segunda ocorre quando a pessoa escuta coisas que não existem e têm visões
distorcidas. O delírio, por sua vez, tem a ver com síndrome de perseguição. O indivíduo
passa a achar que está sempre sendo prejudicado de alguma forma, que está sendo
perseguido ou que todos estão conspirando contra ele.Tudo isso acontece como
consequência do desequilíbrio químico do cérebro, causado pelo uso excessivo de
algumas drogas — entre elas, a cocaína. O tratamento para os delírios inclui o uso de
medicamentos e psicoterapia. A cocaína provoca pequenas lesões no cérebro de quem a
consome, causando efeitos neurológicos cada vez mais intensos, como a morte de
neurônios, segundo pesquisa. Alguns desses danos podem ser irreversíveis, como a perda
de memória, a dificuldade de concentração e a falta de capacidade analítica.” (Hospital
Santa Mônica).
Com tudo isso dito eu imagino que o senso comum seria acusar a cocaína como um
vício pior e ligar o alerta a coca cola, mas eu discordo desta possível conclusão. Os dois
vícios são praticamente iguais, e para ser ainda mais extremo, o vício em videogame é
diretamente proporcional ao vício em cocaína. CLARO, o vício em cocaína pode ser muito
destrutivo, acabar com a sua família e te matar de forma muito rápida, mas o vício em
videogames tem este exato mesmo poder. A cocaína é muito mais direta, claro, quando eu
digo que a cocaína e o videogame são proporcionais é mais uma provocação que uma
opinião, mas mesmo assim o vício em videogames pode literalmente matar alguém, mas
por ser algo não tão direto, que não acaba de uma vez com o seu corpo de forma física e
emocional, ele acaba não tendo uma devida atenção.
Agora, sobre a segunda questão de qual seria a forma mais eficaz para que
possamos nos livrar de nossos vícios, a resposta para esta pergunta é simples, direta e
conclusiva: simplesmente não há como nos livrarmos de nossos vícios. O vício faz parte
da existência humana, é uma forma natural da nossa mente, quase como se
precisássemos estar viciados em algo para dar sentido a nossa vida ou até mesmo para
viver em si. Há uma brincadeira muito famosa pela internet que diz que a única forma de
se “desviciar” de uma música chiclete é viciado em outra música chiclete. Este método
pode ser usado para literalmente qualquer vício que temos, a única forma de nos
livrarmos de um certo vício é se viciando em alguma coisa potencialmente “menos
nociva”. Falando em músicas viciantes esse fato foi, inclusive, alvo de uma pesquisa
muito interessante “Esta relação da dopamina com o prazer de ouvir as nossas músicas
preferidas foi explorada por pesquisadores num artigo publicado na PNAS (Proceedings
da Academia Nacional de Ciências). Neste estudo, os voluntários tiveram seus níveis de
dopamina alterados pela administração de dois medicamentos, um que estimula e o
outro suprime, e foram então avaliados em relação ao prazer que sentiam ao ouvir as
músicas e à vontade que sentiam de escutá-las novamente. Como resultado, os
pesquisadores observaram que quando os voluntários recebiam o medicamento que
aumenta os níveis de dopamina, eles relatavam sentir mais prazer, tinham “arrepios”
mais prolongados e ficavam mais dispostos a pagar para escutar as músicas. Já quando
recebiam o medicamento que reduz os níveis de dopamina, acontecia o oposto; eles
relatavam menor sensação de prazer e que estavam menos dispostos a pagar para ouvir
as músicas.” (Prof. Andrei Mayer).
Com tudo isso dito eu concluo então que os vícios não são algo necessariamente
ruins visto que eles são naturais e imutáveis, não tem como correr dos vícios, então tudo
que podemos fazer é tentar controlá-los e não deixar que eles nos corroam por completo e
nos matem, às vezes até de forma literal.

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