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1- O que é feito no primeiro atendimento ao cliente que tem problemas relacionados ao

uso abusivo de álcool e drogas?

Realiza-se uma anamnese com levantamento do histórico de vida do usuário. Explica-se


acerca do funcionamento das instituição. Qual a dinâmica, os horários, os recursos e atividades
que eles tem direito.

2- Qual é a importância da envolvimento da família no processo de tratamento do


cliente?

No contesto da dependência química a família é muito afetada diante das aflições


provocadas pela dependência de um ente querido, contudo, é justamente a família que
poderá dar o primeiro passo que poderá incentivar o dependente químico a lutar pelo seu
processo de recuperação.
A família que conta com um elo muito forte de união fará com que o dependente químico
não se sinta sozinho em um momento tão conturbado. Pois por meio do apoio da família
ele terá o incentivo para seguir em frente e não se entregar ao vício.
É importante também salientar que, em vários casos, o paciente nega estar passando por
problemas e, dessa maneira, se recusa a se submeter a qualquer tipo de tratamento e
receber ajuda. Assim, a família aparece, com uma atuação decisiva, uma vez que são os
familiares que estarão aptos a possibilitarem até em ultima instância uma internação
involuntária.
Os familiares são importantes não apenas em decidir por tratamentos, mas sobretudo no
que se refere ao procedimento de como deve-se agir. Como estar a par das situações
conflitantes, evitando dessa maneira comentários demasiadamente críticos ao paciente ou
agindo de maneira super protetora, pois essas são duas ações que geralmente
desencadeiam as indesejadas recaídas. Além disso, é imprescindível que os familiares
tenham uma noção do grau de exigências em relação ao dependente químico,
conhecendo melhor a doença e se informando cada vez mais acerca desse assunto.

3- Qual é a proposta de processo terapêutico para essa demanda ?

Não entendi muito bem essa pergunta. De qualquer forma. O atendimento ambulatorial e
grupo são observados no tratamento, tanto à familiares quanto aos dependentes químicos.
Com atividade física (esportes) ou aulas musica proposto pela instituição de forma gratuita.

4- Em que casos é recomendável uma internação ?

Precisamos entender que a dependência química é uma


doença bio-psico-socio, que afeta não apenas o usuário de
drogas e álcool, mas também sua família e as pessoas que
convivem com ele. Este pensamento é o ponto de partida para
a compreensão do quadro. Entendendo isso, é possível
perceber que, nos casos de intoxicações mais agudas e
crônicas, em que o paciente não tem condições de decidir por
conta própria e precisa de proteção, afetando toda uma
estrutura social a internação é a forma de buscar esse
cuidado. Porém ela não é garantia de melhora, mas um
caminho para ajudar a blindar os envolvidos do contexto mais
grave que circula as drogas. No que se refere à internação, o
ideal é que o Dependente queira se internar para se blindar de
algumas influências e assim, se fortalecer frente à essa
demanda.
5- Você trabalha com a abordagem de redução de danos ou de abstinência ?

Entendemos que as duas abordagens apresentam sua importância. A redução de danos visa
minimizar danos sociais e à saúde associados ao uso de substâncias psicoativas. O que é
observamos ser fundamental em uma estrutura familiar desgastada pela Dependencia
química. Porém a abstinência é nosso alvo maior buscando conduzir e incentivar o usurário a
permanência sem as drogas.

6- Geralmente quais são as questões mais trabalhadas com o cliente no seu processo
terapêutico ?

O paciente normalmente apresenta um quadro de perdas e limitações


decorrentes da drogadição, dificultando o aprofundamento nas questões mais
amplas, inconscientes e angustiantes de sua vida. Precisamos ter consciência
do caráter sintomatológico da questão, necessitamos, portanto abordar o
comportamento com praticidade e concretude, centralizando sua atenção na
busca de soluções para o que mais aflinge, com o objetivo de substituir
padrões de comportamento destrutivos, pelo aprendizado de novas atitudes
para que o paciente possa lidar com as mesmas questões conflitantes.

O paciente, ao reavaliar e corrigir seu pensamento, aprende a dominar os


problemas e as situações que ele a princípio considerava insuperáveis. Nesse
contexto, o terapeuta ajuda o paciente a pensar e agir de forma mais realista e
adaptativa em relação aos problemas psicológicos, reduzindo os sintomas.

O objetivo do tratamento é prestar assistência preventiva, curativa e


reabilitação ao adicto, por meio da psicoterapia individual e/ou de grupo, para
que ele atinja a abstinência, consiga readaptar-se socialmente, elabore as
dificuldades pessoais, tenha informações das questões referentes à
dependência química e, além disso, abordar a possibilidade de recaída,
trabalhando com técnicas de prevenção e recaída.
Dentro dessa concepção de atendimento ao paciente, também pode ser
realizado um trabalho junto à família do dependente. Com isso, pretende-se
que ela desenvolva melhor entendimento a respeito da doença, sua dinâmica,
seus fatores de risco e de como pode atuar de forma mais assertiva nas
diferentes situações que envolvem o problema.

7- Qual é a diferença entre uso ,abuso e dependência química ?

O Uso refere-se a qualquer tipo de consumo, podendo ser frequente ou não. É


o caso, por exemplo, de indivíduos que experimentam a substância pela
primeira vez, mas não são afetados pelo uso, podendo simplesmente
abandonar o consumo caráter recreativo.
O uso abusivo apresenta os primeiros danos à saúde do ponto de vista
biológico e/ou psicológico e/ou social. Neste caso, o uso das substâncias é
mais frequente, podendo desencadear na dependência.
Por fim a dependência ocorre quando não existe mais controle sobre o uso,
causando problemas reais à saúde. O consumo se torna uma compulsão, já
que o indivíduo passa a direcionar toda a sua vida ao consumo das drogas ou
do álcool. As substâncias se tornam indispensáveis ao funcionamento
psicológico do indivíduo. Portanto, a dependência provém não do desejo de
consumir substâncias, mas da incapacidade de não consumi-las.

8- A dependência química tem cura ?

O ponto de vista científico a dependência química é uma doença


incurável, progressiva e fatal. Ela não tem cura, mas possui
tratamento, controle. Porém conheço várias pessoas que foram
usuários por décadas, perderam tudo, foram presos. E atualmente são
voluntários, como conselheiros em dependência química.
9- Quais são os maiores desafios para trabalhar com essa demanda ?

Constância, temos uma estatística que somente 20% conseguem


concluir o processo de reabilitação. Desistem na metade do caminho por
falta de incentivo (pessoal, familiar) falta esperança e de meios para
superar a dependência.
10- O que acha da legalização das drogas ? E qual impacto essa realidade pode ter na vida
do usuário e dependente ?

Entendo a complexidade e a infinidade de variáveis que cercam essa questão, porém


obervando os efeitos do uso de drogas na saúde de uma pessoa como um todo , penso que
legalizar substâncias que claramente afetam a cognição humana e consequentemente
aspectos emocionais, é insanidade.

11- Cite, de forma breve, uma experiência com um grupo operativo. Como começou,
como se desenvolveu e como terminou?

O grupo têm duração em torno de uma hora, nos quais todos os pacientes participam. São
trabalhados diversos temas (ansiedade, educação, sentimentos, motivação, espiritualidade,etc.),
através de dinâmicas e diálogos. No final de cada encontro é realizado um feedback, uma
devolução, que serve para minimizar conflitos entre indivíduos e esclarecer as dúvidas e para
compreender a proposta da atividade.

12- Só mais essa: qual a importância do grupo operativo na vida das pessoas?

O grupo ajuda os pacientes a se desenvolverem nas diversas dimensões do ser humano,


aprendendo a construir relações de honestidade, transparência, autenticidade, além de uma
postura madura e responsável pela sua vida e estória pessoal. O grupo terapêutico cria um espaço
de reflexão no qual cada pessoa tem oportunidade de buscar o sentido de suas próprias vivências,
tendo assim a oportunidade de encontrar novas respostas que não a droga/álcool, para a
transformação de sua vida. O grupo terapêutico busca ainda ajudar a superar as dificuldades que
os usuários têm com seus próprios sentimentos, tendo um crescimento emocional e pessoal.
Ajuda na revalorização da vida e da dignidade humana, renovações e conversões íntimas que se
aglutinam para possibilitar a esperada reorganização e reinserção na vida social e familiar.

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