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A dependência é uma condição complexa, uma doença cerebral que se

manifesta pelo uso compulsivo de substâncias que apesar de suas


consequências prejudiciais, a pessoa tem um foco intenso no uso dessas
substâncias, mesmo sabendo que isso causará grandes problemas.

Estudos de imagens cerebrais mostram mudanças nas áreas do cérebro


re4lacionadas ao julgamento,tomada de decisões,aprendizado,memória e
controle de comportamento, e podem durar muito tempo após os efeitos
imediatos da droga- a intoxicação.

As pessoas que têm esses distúrbios viciantes podem estar cientes de seu
problema, mas não conseguem pará-lo, mesmo se quiserem. O vício pode
causar vários problemas de saúde, bem como problemas no trabalho, co9m
familiares e amigos.

O primeiro passo no caminho da recuperação é o reconhecimento do


problema. A terapia pode ajudar os dependentes a entenderem seus
comportamentos e motivações, ajudando-os a desenvolverem uma autoestima
melhor e a lidar com o estresse e com outros problemas que se apresentem.

A permanência no tratamento por um período adequado de tempo é essencial


para sua eficácia. A duração apropriada para um indivíduo depende de seus
problemas e necessidades.

A recuperação do Dependente Químico pode ser um processo a longo prazo e


frequentemente requer vários episódios de tratamento. Um paciente pouco
motivado pode avançar para a ação diante de seus problemas. Contudo, esse
mesmo paciente motivado a mudar pode recuar para uma atitude de marcada
indiferença às consequências de seu uso de álcool e outras drogas.

Para além do diálogo acerca da dependência psicológica, do lugar que a droga


ocupa na vida do usuário e de outras questões diretamente relacionadas à
droga, a psicoterapia é um ambiente seguro de escuta, que oferece ao
recuperando a oportunidade de se revisar e reinventar. Parar de usar drogas
envolve muito mais que o ato de não usar a substância. É uma mudança de
vida como um todo, que envolve uma mudança de concepções, percepção da
realidade, formas de se relacionar e prioridades de vida. É um momento de
descobertas de novas possibilidades e desconstruções de antigos padrões de
vida e existência. Dessa forma, a psicoterapia se faz importante como um
espaço de recriação e fortalecimento do sujeito.

Segundo Enéas (2000), a mudança psíquica indica um aumento na


confiança do paciente em poder superar os padrões repetitivos de conduta
autodestrutiva, tal mudança é possibilitada graças à aliança terapêutica,
através da qual o paciente percebe o terapeuta como um aliado. Paralelo a
isso ocorre um aumento na compreensão dos sintomas e padrões de
conduta e a internalização dos ganhos alcançados com o tratamento, o que
possibilita ao paciente um maior domínio sobre seus conflitos.

Essa compreensão é percebida como uma forma de melhorar a autoestima


e o senso de identidade, aspectos estes que se tornam visíveis a partir da
mudança na forma de agir diante de certas situações. Embora essas
mudanças sejam inicialmente percebidas através da redução e/ou cura dos
sintomas, há a percepção que também envolve mudanças tanto no âmbito
externo (comportamental) quanto interno, pois colabora para uma
reinterpretação dos acontecimentos e da realidade externa, melhorando as
relações com as pessoas.

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