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SESSÃO E TRATAMENTO - FICTICIO

ABORDAGEM PSICANALITICA

MATUPÁ, 27-04-2020
PRIMEIRA SESSÃO

O paciente Eduardo Ramom Luffe, tem 25 anos, é formado em odontologia, casado há


5 anos e pai de uma menina de 4 anos. É bem sucedido na profissão, porém pretende
trabalhar em outro ramo (marketing na internet). Paciente é usuário de droga há 7 anos.
Começou a usar quando ainda estava na universidade (19 anos). Relata que desde criança se
irrita com muita facilidade, e sente-se sempre muito ansioso. Não gosta de frequentar festas
ou lugares com muitas pessoas, mesmo que seja da própria família. Acredita que a droga o
acalma, ajuda ele a se concentrar e estudar. Eduardo procurou psicoterapia porque está
preocupado com sua saúde no futuro. Acredita que a droga lhe traz muitos benefícios, porém
tem medo de que possa interferir na sua saúde física futuramente e gostaria de tentar parar
de fumar. A droga por ele utilizada, é a maconha.
Realizei com o meu paciente uma anamnese bastante prática, própria para a
psicoterapia de orientação breve, na qual coletei algumas informações a respeito da vida do
meu cliente desde infância até a atualidade. Realizada a anamnese convidei meu paciente a
verbalizar livremente seus conteúdos psíquicos.
Como hipótese diagnóstica o paciente tem um transtorno de ansiedade. O objetivo
que meu cliente quer alcançar é, parar de fumar. Como tratamento para ele, vamos nos
concentrar na interpretação de conteúdos inconscientes e trabalharemos para que as
motivações inconscientes dos comportamentos possam ser reconhecidas e elaboradas, de
modo que o cliente encontre o sentido que o sintoma assume em sua vida e por fim não
depender mais do uso da droga, compreendendo aquilo que há por traz deles.

A SEGUNDA SESSÃO:
Em nossa segunda sessão, como temos um foco, direcionei meu cliente a falar mais
sobre seu envolvimento com as drogas e qual explicação ele dava para este envolvimento ,
quais os sentimentos ou justificativas usava para explicar e manter seu vício.
Além da redução dos sintomas, através das técnicas da psicanalise, trabalhamos para
alcançar uma expansão intrapsíquica, no sentido do aumento do conhecimento sobre si
mesmo que posteriormente reflete no aumento de possibilidades de escolha do meu cliente.
Para que toda essa interpretação e este autoconhecimento aconteçam, procurei estabelecer
com meu cliente um vínculo de total confiança possibilitando no setting terapêutico um lugar
onde o paciente se sentisse à vontade para falar tudo que tivesse que falar.

TERCEIRA SESSÃO
A droga é significada dentro da rede de elementos em que cada sujeito se estrutura
psicologicamente, logo de maneira única para cada um. Na terceira sessão buscamos falar
sobre o objeto de angustia que estava por trás do uso da droga, pois sabemos que este uso
consiste em um recurso para alivio de angustia.
Embora a ingestão da droga propicie um efeito imediato de prazer, a compulsão que
deriva do seu uso contínuo produz sofrimento, pois aprisiona o sujeito a um modo de
satisfação libidinal exclusivamente através da droga. Este aprisionamento remete a outra
modalidade de obtenção de prazer regulada pelo regime do gozo. Neste circuito, só o recurso
solitário da droga satisfaz. Com isso, o sujeito passa a não reconhecer outras formas de busca
de prazer. Na sessão inicial o paciente acreditava que a droga não lhe trazia malefícios, já em
nossa terceira sessão conseguia compreender como a droga ocupava um lugar em sua vida,
de certo modo preferencial, onde o ato de fumar se tornou a única forma de prazer absoluta
que encontra, substituindo momentos em família por momentos com a droga, ou seja ele
conseguiu compreender que sim, o uso da droga gera malefícios físicos e sociais em sua vida,
e embora não admitisse inicialmente que havia uma angustia por trás deste uso, que fumava
só porque gostava de fumar, o paciente conseguiu compreender também através da técnica
de associação livre e interpretação que por trás do uso da droga há uma angustia em relação
ao seu passado que lhe gera sofrimento e como meio de anestesiar esta angustia ele passou a
utilizar a droga.

QUARTA SESSÃO
Na quarta sessão continuamos focados no tema especifico previamente definido na
primeira sessão. Ao compreender o papel que a droga assumiu em sua vida e visualizar fatos
do passado que influenciaram no atual vicio, a motivação para parar de usar a droga aumentou
significavelmente e também o próprio falar foi terapêutico.
O tratamento para abuso de substancias geralmente é longo, mas quando o paciente se
encontra com um alto grau de motivação e consegue compreender o papel da droga na sua
vida, as mudanças e resultados acontecem de forma mais rápida.
A mente é povoada por modelos de relações com o outro (objeto) e consigo (Self), que
são construídos ao longo de toda a vida, a partir das projeções e introjeções de impulsos
amoroso e agressivos. Nesta sessão em especifico trabalhamos na interpretação dos modelos
de relação que o paciente havia construído sobre si e sobre o mundo e posteriormente
atribuímos a estes novos modelos mais adaptativos, com uma compreensão diferenciada da
antiga, onde a angustia que meu paciente possuía pode ser dissipada na formação de um novo
modelo de relação.
QUINTA SESSÃO

AQUI OCORRE AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E TÉRMINO DA TERAPIA

4.1 A avaliação:

Avaliando o processo de psicoterapia breve com meu paciente, podemos verificar o


quão conquistamos bons resultados em tão poucas sessões. O paciente chegou no setting
terapêutico cheio de resistência em relação ao uso da droga, crédulo que este uso somente
afetava seu físico e a longo prazo. No decorrer das sessões o paciente compreendeu através
das interpretações inconscientes que a droga o afetava integralmente e que por detrás deste
vicio havia conteúdos de angustia os quais ele evitava. Com a psicoterapia além de toda essa
interpretação e posteriormente mudança de pensamento em relação ao uso da droga, meu
paciente pode reeditar seu passado e se livrar da angustia que envolvia sua relação com a
droga. O objetivo do paciente era parar de fumar, trabalhamos então no aumento da
motivação e nos conteúdos inconscientes que faziam meu ele depender da droga e assim foi
possível a inciativa da suspensão da droga.

4.2 O término:
Em nossa última sessão explanei sobre os resultados obtidos com o processo
psicoterapêutico e expliquei ao meu paciente que o tratamento para abuso de drogas é um
processo continuo. O paciente havia tomado a iniciativa de suspender a droga e agora teria
que lidar com os efeitos da abstinência e então recomendei que o mesmo procurasse um
médico para avaliar a necessidade de uso de um fármaco para auxiliá-lo no alivio dos
sintomas gerados pela falta da droga. Seria ótimo se continuássemos o tratamento, mas já que
agora esta opção não tem validade, encerramos o processo psicoterapêutico, ambos felizes
com o resultado alcançado.

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