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Grupos com Drogadictos


SILVIABRASILIANO

Ao longodasúltimasdécadas, a psicoterapiade grupotem emergidocomoum dos


instrumentosmaispopulares no tratamentoda drogadicção, e em suasvariadasmo-
dalidadescostumaintegrarosmaisdiferentestiposdeprogramas (Dodes
terapêuticos.
1991;Blaine,1990)A amplautilização dessa abordagem estáembasada noconsens
de que a psicoterapiade grupoé uma intervençãovaliosacom
dos especialistas
drogadictos.
A despeitodisso,contudo,nãosesabeatéo momentoqual orientaçã
psicoterapêutica
é maisefetivaparaestespacientes. (Blaine,1990;Pattison,1989;
Woody,1989;Brandsma, 1985)
Assim,quandosefala em psicoterapia de grupocom drogadictos, nãoestáse
falandode um campoúnico e consensualmente estabelecido. Na realidade,as
psicoterapias
sãotantasquantosãoas formulações teóricasexistentes,os métodos
grupais,asmetasdo trabalhoe asorientações de cadaterapeuta. Comoconseqüên
cia,é fundamentalquecadaabordagem psicoterapêutica grupalcomdrogadictos es-
pecifiquequaissãoos pressupostosquea embasam. (Laufer,1990)

PRESSUPOSTOS PARA UMA PSICOTERAPIA GRUPAL PARA


DROGADICTOS
Dentrodo âmbitodestetrabalhoutiliza-secomoreferencialteórico-técnico paraa
psicoterapiagrupala psicanálise.
No quediz respeitoà drogadicção, essereferencia
implicaa noçãofundamental de quea dependência sedá na relaçãoqueo indivíduo
estabelece coma droga,ou seja,nãoseconsidera quea drogasozinhasejaresponsá
vel pelasituaçãodo paciente.
Ao contrário,pressupõe-se um sujeitoativo,quebusca
usae perdeo controlesobrea substância, tornando-se um drogadicto.(Laufer,1990)
DèSsa forma,o entendimento sedáa partirdo sujeito,emumarelaçãodialética,onde
seéverdade quenãoexistedrogadicção semdependência a umadroga,por outrolado,
nãoé essadependência quevai definiro sujeito.(Inem,1993;Bittencourt,1993)
Assim,a droganãovai atacarqualquerindivíduo,independentemente de quem
eleseja,o quedesejaou queconflitostenha.A drogadicção envolvea globalidade do
sujeitoemum inter-relacionamento intricadoe variávelparacadaindívíduo,que,se
por um lado não permiteinferir necessariamente uma psicopatologia subjacente à
qualquerdrogadicção, por outro,aclaraquea categoriadrogadictos comoum gÍupo
é compostade indivíduoscomrealidades psíquicas muitodiferentesentresi. (Inem,
1993;Bittencourt, 1993;SilveiraFilho,1995)
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Nestaperspectiva,a psicanálisetem como objetivo primordial


do sujeito,e a açãopsicoterapêutica orienta-se na buscae na apree
droga_em sua vida. (Laufer, 1990:Cancrini. 199 |)
E importante ressaltarque a proposta psicanalíticana clínica
não é simples e coloca ao terapeutauma série de impasses.Estam
pacientesem que a quei;^a- o uso de drogas- é geralmenteprazero
tem constituídoa sua única fonte de vida e de identidade.Adem
egóicae a intolerênciaà frustração,aliada à dificuldade - ou ausê
zação,impõemmudançasà abordagem psicanalítica tradicional.(W
Particularmentecom essespacientes,a principal mudançaa
respeitoà mobilidade do terâpeuta.Esseé um fator fundamentale
dois sentidos.Em princípio,ser móvel refere-seà técnicaque com
estarálimitadaà interpretação da resistênciae da transferência.
Tal
a utilizaçãoindiscriminada de qualquerinstrumento técnico.Porém
so analíticosomenteporqueuma atitudemais próximae caloros
intervençãomais diretivafez-senecessária é no mínimo questio
significatambémo reconhecimento de quea abordagem psicanalí
importantescom drogadictos, o que implicaa disponibilidade do a
rir-seem outrosespaçosterapêuticos e, principalmente, em um tra
multidisciplinar. Em suma, na relação com drogadictos,o settín
tanto mais resguardadoquanto maior for a possibilidadedo anal
ousar.(Birman, 1993)
Nessesentido,é importantelembrarque o próprioFreud,já e
queparadeterminados pacientesserianecessário adaptara técnicaà
desdequeos ingredientesda análisea serrealizadafossemaquelestom
lise estritae nãotendenciosa. (Freud,l9l8)
Assim, desdea nossaperspectiva,paraque a essênciada psican
é impositivo respeitarseu elementofundamental,ou seja,a "consid
do funcionamentopsíquico dos drogadictos,como condição sine q
manejoterapêutico". (Birman, 1993)O rigor do processoànalític
exigênciade escutare sublinharo que estáem pautanestefuncio
outros termos, é a própria escuta que vai delinear a ética e o se
psicoterapêutica. (Brasiliano,I 995)

DEFININDO OS NOSSOSGRUPOSCOM DROGADICTOS

O objetivo de nossapsicoterapiacom drogadictosé o de criar um es


onde o pacientepossabuscar o sentido de suaspróprias vivência
encontrarumarespostadiferente,quenãoa droga,paraa transforma
de. Dessa forma, o terapeutanão se coloca como uma autoridad
sabe,entendee estálá paraensinar.Ao contrário,oferecendo-secom
fantasiasque nele possamser projetadas,seu lugar é de quem nã
abertoa escutare conhecer.(Mélega, 1994)
Estatarefanão é simples,pois é justamenteda vivência de sua
ca que a droga protegeo dependente.Essarealidadeé sentidacomo
e a angústiaé de aniquilamento,destruiçãoe morte. A droga fun
garantiapermanentede que o indivíduo não seconfrontarácom seu
exaltaçãoe grandiosidadedo ego que seuuso provoca.(Kalina, 197
COMO TRABALHAMOS COM GRUPOS 231
remeteo drogadictoà suaproblemática iniciale ao inevitávelconfrontocom a exDe
riênciado vazio,agoraacrescido do desespero e da impotência,frenteà constataçã
de quea soluçãodrogadictiva falhou.(SilveiraFilho, 1995)
Os gruposque desenvolvemos só aceitampacientes diagnosticados como de-
pendentes dedrogae sãomistosemrelaçãoao sexo,à idadee aotipo dedrogausada
As sessões de grupotêm freqüênciasemanal,com uma horade duração,e não é
predeterminado um tempoparaa finalizaçãodo processo.
O grupoinicia-secompelo menos5 pacientes e funcionade formaaberta,até
que o númeromáximode 10 paúicipantes sejaatingido,quando,então,o grupoé
fechado.No peíodoaberto,aentradade novospacientes é mensal,semprenaprimeira
sessãode cadamês.Se,no deconerdo tempo,um númeromaiorque 6 paciente
abandonar a psicoterapia,o grupopodenovamente seabrir,pordeliberação conjunt
do terapeuta e dospacientes.
O grupoé conduzidoporumpsicólogocomformaçãopsicanalítica e supervisio
nadosemanalmente. Nãoháqualquercontatoindividualentreo paciente e o terapeut
antesou no decorrerdo grupo.O encaminhamento paraa psicoterapia é feitopor um
membrodaequipe,emgeralum psiquiatra, queé responsável peloatendimento indi-
vidualdo drogadicto.
Na primeirasessão do pacienteno grupoé solicitadaaosparticipantes umabre-
ve apresentação e é explicitadoo contratoterapêutico. Essemomentoé especialme
te importante,pois drogadictos têm comocaracterística alteraras regrasde acordo
comsuavisãodemundo.Portemeremo aprofundamento desuasquestões psicológi
cas,distorcema percepção dassituações que vivem,estruturando mecanismos de-
fensivosno sentidode adequara realidadeàs suasvivências.Assim,um contrato
terapêuticocomregrasabsolutamente clarase bemdefinidasfuncionacomogaranti
inicialparaqueo trabalhopossaserdesenvolvido. (Ramos,1987;7nmel,1992'1
Nossocontratoterapêutico inclui os seguintes itens:

a) Data. horário e local da sessão.


b) Número mínimo e máximo de participantes:cadagrupoteráno máximo l0
pacientes e a sessão
sóocorreráquandopelomenos2 estiverempresentes.
c) Fériasdo terapeuta.
d) Tempomínimo de permanênciano grupo: comoo pacienteé encaminhado ao
gruposemconhecê-lo - o queincluio terapeuta,é compromissado queeledeverá
freqüentá-lo ao menospor I mês,antesde decidir,sefor o caso,nãocontinuara
psicoterapia. A propostadesseperíodode experiência temcomometaauxiliaro
pacientea enfrentaro medodo desconhecido e abrira possibilidade
decriaçãode
um vínculoterapêutico.
e) Faltas e abandonos:casoo pacienteestejaimpedidode comparecer a alguma
sessão, devecornunicarcom antecedência ao grupo.Se ele nãojustificar suas
faltaspor 3 sessões consecutivas, seráconvocadoa compaÍecer. Se,mesmoas-
sim elefaltar,seráconsiderado comoabandono, ou seja,seráinferidoquenãohá
interesseem participarda psicoterapia. Nessecaso,se,em algummomenro,o
pacientedesejarretomaro tratamento, serásubmetido aumanovaavaliaçãoindi-
viduale encaminhado paraum novogrupo.Estaregrafoi instituídaparaevitara
freqüênciaflutuantede muitosdrogadictos que,passadas asprimeirasdificulda-
descom a abstinência, sócomparecem ao gÍupoquandorecaem.
Sigilo: todasas situações tratadasno gruponãodevemsercomentadas fora das
sessões. O terapeutatambémmânterásegredo, poisnãoconversará comfamilia-
res,amigosou colegasde trabalhodo paciente.
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Associaçãolivre: o tema das sessõesé livre, não-restritoàs d


lhido pelo gÍupo - o terapeutanão sugeriránenhum assunto
h) Uso de drogas: é incentivadaa abstinênciano dia da sessão.Q
o pacientecompromete-se a revelarseuuso,e o grupoem conju
decidirásobrea suâparticipaçàona sessào.
Esteitem é especialmentepolêmico,pois a posiçãodos
completamentediscordante.Alguns se colocam frontalment
do pacienteintoxicado na sessão,enquantooutrosconsidera
uma exigênciaimpossívele até iatrogênica.(Warks, 1989
nosso ponto de vista, a recaídanão possui o mesmo signifi
indivíduos e, portanto, é um contra-sensoestabelecera prio
paratodasassituações. (Charles-Nicolas, 1991)Ao mesmote
gem grupal tem como uma de suasmetrs a progressivare
sujeito por sua vida, o que contradiz a deliberaçãoexclusiva
assunto.Assim,o pacienteintoxicâdoé considerado materia
grupo o direito de decidir permitecom que os membrosexper
lhase possamtrabalharcom os sentimentos q
identificatórios
senta.Vamosapresentar dois exemplos:
"C., uma pacientejovemdependente de cocaína,comparec
te drogada.Antes que alguém fale, conta que se drogou para
vida". Diz que se droga porque sua irmã gêmeamorreu, aind
porque ela "roubou-lhe a vida, matando-apara poder sobre
culpa e do quanto drogar-seé ficar igual à irmã, morta. Cho
"de caralimpa",jamaisfalariadisso.O gruposilencia,e, dep
passaa dividir a sensação dejogo com a morte que também
drogam.Discriminados,podemfalar a C. que não vivem c
ninguém, mas sabemo que significa "morrer para pagar pec
sessão, todo o grupoparecemais aliviado".
"Em outra sessão,M., dependentede cocaínainjetável, apa
agitado e começaa faÌar sem parar.Intenompe a todos, grita
pela sala. Todo o grupo parecemuìto incomodado,mas nin
terapeutaapontao incômodo e relembraa regra.D. sugere,e
na sessão,mas de costase sem falar nada.Ele obedece,e to
sobreo que ocorreuna semana,como seM. não existisse.O
quenegara presença de M. ó negaruma parteda vida de todo
estáincomodando,mas tambémpaÍeceincômodo relembrarq
ram como ele, atrapalhando quemesteveao seu lado.Há um
conta que uma vez atrapalhoua festade sua irmã por estardr
verdade,que não podem deixar M. de lado, e D., mostrando
que ele se vire e faÌe o que quiser.O teÍapeutaapontacomo
orientadaspelo tudo ou nada: ou esquecemo que houvem, o
ram tudo. Há uma nova discussãoaté que decidemque M. po
possarespeitaros outros.M. ainda tentainterromper,mas sem
ta dizendo que ele não está podendo ouvir. No final da ses
permanecidocalada,comenta "Puxa, como a gente é difere
que pensavaque eu eÍa um barato,na verdadeera muito cha
i) Pagam€nto: quando o atendimentoé privado, deve ser com
honoráriose definida com clarezaa data do pagamento.
IN:CIANDO UM GRUPO

O momentode início de um grupo de psicoterapiacom drogadictosé particularmente


delicado. Embora possaser dito que em qualquergrupo há reaçóesfrente ao desco_
nhecido,em um grupo de dependentesa ansiedadeestáacentuada,até porqueé para-
4oralmente negada.Esse distanciamentodefensivo da realidadeocot e,-e. iune,
em função da mobilizaçãodo drogadictoparao tratamento,pois sua buscasó oiorre
quandose instalauma crise na sua relaçãocom a droga.Muitas vezesessacrise não
é da naturezade um conflito angustiadoe trata-sesomentede uma ameaçafísica,
socialou psicológicaque mobiliza o dependente.Nestesentido,nem semprjo desejo
do drogadicto é curar-se ou reestruturarsua vida, mas sim livrar-se diameaça óu
reequilibrar a relaçãoprazerosa,a lua-de-melcom a droga. que foi perdida.(Kãlina,
1988;Olivenstein,1988)Assim,a negação, a projeçãoe a racionalizaçãofuncionam
como defesasfundamentais,pois operamcomo uma forma de proteçãocontra a peÍ-
cepçãoda dependênciae seussignificados.(Brasiliano, 1993b)
_ Neste contexto, o processoinicial do grupo é marcadopela fala sobrea droga,
embora dois momentosdistintos possamser discriminados:

1. "O jardim de infância":

Nesta fase,o discursodo grupo é repetitivo, vazio e desafetivizado.


"Na primeira sessãode um grupo,X. diz que começoua usarcocaínana escola,
pois "andavacom más companhias,que o levaramao vício". Roubou e traficou para
conseguirdroga, mas hoje sabeque perdeu tempo na vida e por isso vai deixãr o
vício. Questionadopelo teÍapeutasobresuadecisãode buscarajuda,respondeimedi-
atamenteque "agorapercebeuque a droga é besteira!".Na mesmasessão,Y. fala que
começoua tomar xarope "por bobagem,era gostoso,deixava-mecalmo". euando o
terapeutaperguntao que ele pensaque ocorreupara aumentaro Uso,diz não saber,
"sua vida era boa e, afinal, brigar com a mulher ou com o chefe todo mundo faz!".
Fala que não parou antesporque não quis, mas agoraque quer "vai ser muito fácil',.
Z. fala que usavamaconhapor causado pai, "com um pai como o meu, qualquerum
fumariai' e agora vai parar porque finalmente o pai saiu de casa.
Nestassessõesa história pessoalnão existe,pois se confundecom a história da
droga.Não existeum passado,um futuro ou problemasindependentesda substância.
Não parecehaver sofrimentopelo seu abandono,e a fala do dependenterestringe-se
a,uma descriçãoestereotipadade crise, onde a mágica da droga é substituídapela
idealizaçãoda abstinência,soluçãopara todos os problemas,pertinentesà drogá ou
não.(SilveiraFilho, 1995;Bettarello,l99l )
"D,, emuma sessão,fala longamentesobreasdificuldadesque tem com o sócio.
ApesaÍ de ser seu amigo, descobriuque ele estavaroubando,fazendo negóciosem
benefíciopróprio, levandocomissõespor fora, etc.Quandoquestionadopeló terapeuta
como imaginavaresolverestasituação,respondesem pestanejar:'ïá resolvi! Sem a
droga vou poder conversarcom ele e resolvertudo. Antes eu não via nadacom clare-
za, agorapossoacompanhartudo e, como ele é meu amigo, tudo acabarábem".
Nesta dinâmica, droga como problema,abstinênciacomo solução,a interven-
ção do terapeutadeve ser cautelosa.Não há como interpretaressemovimento, sem
pôrem risco o processoterapêutico,pois aindanão há suporteparao aprofundamento
psicológico.Assim, suasintervençõessãodirigidassomenteao levantamentode ques-
tões que facilitem a discriminaçãoe ampliem a percepçãodas dificuldades ou dos
recursosgrupals.
Nesta fase, o grupo ainda não se inter-relaciona,e a meta pr
membroé estabelecer um vínculoexclusivocom o terapeuta, alvo e
o discurso.Contratransferencialmente, o terapeutasente-seem um ja
cia, onde, embora todas as criançasestejamjuntas para brincar, c
sozinhae não há qualquerconstrangimentoem arrancaro brinquedod
interessarmais. O terapeutanão pode se deixar seduzirnem por um
dual, nem atuar como a professoraque ordenaa brincadeira,dispon
fale em suavez.Suaatuaçãoprincipalé poderesperaro movimentogru
do nas situaçõesmais difíceis - interrupçõesconstantesda fala do o
de ocupar toda a sessãocom seuproblema- para apontarcomo mes
agem como drogados,ou seja, impõem a sua percepçãoindividua
própriarealidadevivida. (Brasiliano,1993b)

2. "A categoria dos drogadictos":

O início destasegundafase ocorre quandojá há um bom núme


abstinenteshá algum tempo. A falta da droga começaa tomar-seuma
da, provocandosentimentos dolorososde desespero e pânico,aosqu
ge intensae defensivamentecom manobrasque modificam a configu
forma de abordagemdo conteúdodroga.
A necessidadede preenchero vazio insuportávelda ausênciad
mente mobiliza o grupo a unir-se e transformar o jardim de infân
então, a categoria dos drogadictos,ou seja, contra a angústia de a
oferecidauma identidadesegura:a dos drogados.Essaidentidadeig
conduzindo,atravésda fusão, a uma sensaçãotemporáriade fortale
(Brasiliano,1995)
Assim,pode-sefaÌarmaisespontânea e livrementesobrea drog
de, entretanto,não pode serconfundidacom movimento,pois a relaç
ela ainda é central e o que se modifica são os mecanismosde defesa
na cisãoe na projeção.
Nestecontexto,há inúmerassessõesem que o grupo recordasu
com a droga e o alívio e prazer que ela representava.São sessõe
calmas,onde se ri muito e há grandeparticipaçãogrupal. Todos que
episódios com a droga e mesmo as eventuais"tragédias" são colo
divertida. Nestassessões,o terapeutaquasenão tem lugar, e senten
rênciaos efeitosclarosde estarintoxicado.(Bettarello,1991)Apósu
um terapeutacomentou:"Realmentenão consigodiscutir nada,estou
drogado".
A essassessõesaltemam-seoutrasem quea drogaestácolocada
me perseguidor,que tem o poder devastadorde atacarqualquer indi
quer momento,tomando-senecessário,então,extirpá-Ìada sociedad
recursospara vincular seuuso à realidadesubjetiva,fala-semuito de
tes, eliminar todos os pipoqueirosque forçam as criançasa usar dro
prenderos profissionaisque receitamremédiosque contenhamdroga
Este momento grupal é particularmentedifícil, pois o espaç
freqüentemente neutralizado. (Brasiliano,1995)O terapeuta devem
der esperar,evitando as armadilhasque lhe sãohabitualmentecoloc
nas sessõesidealizadas,mobilizado pela angústia,ele tentarinterpre
destrutividadeda droga, cai na tentaçãode competir com ela, cuja
poderásuperar.(Silveira Filho, 1995)Seu papelprincipal nestepeíod
COMO TRAEALHAMOS COÌ{ CRUPOS 235
desmontagem progressiva da identidadefusional,lembrando-se
sempreque se a ci-
são persisteé porque a ìntegraçãoainda não é possível.

DA ABSTTNÊNCrA
DA TDEALTZAÇÃO À rnnAr,ZlçÃO tO TERAPEUTA
Com o passardo tempo, a vivência da perda da relaçãocom a droga impõe-semais
intensamenteao grupo. Ademais,a abstinênciacomeçaa mostrar-seinsuficientepara
resolvertoda a problemáticado indivíduo, ou seja,perdeseucarátermágico idealiza-
do de soluçãoabsoluta.(Bettarello,l99l) O drogadictocomeçaa perceberque se
abandonara droga resolveualgumasdificuldades,outrasameaçamaparecer.
Essasdificuldadesgeram uma situaçãoinsuportávelpara o dependente,pois a
ameaçaé de desestruturação. Assim, a angústiaque é mobìlizadapelosconflitose
não pode ser relativizadapela simbolização- o que permitiriaa esperae possibili-
taÍia tolerar as frustrações- manifesta-sesob a forma de atuações.(Birman, 1993)O
grupo torna-seextremamenteturbulento,já que a fala cedelugar aosactlng-outs.Em
rclaçío ao setting,estabeÌece-se uma persistentetendênciaà oposiçãoe à quebrade
normas:há questionamentosinfindáveis sobreo contrato,atrasosconstantes,faltas,
abandonose até mesmo saídasabruptasno meio da sessão.No que diz respeito à
drogadicção,os acting-outs manifestam-secomo recaídas,muito freqüentesneste
período. Ao mesmo tempo, o terapeutaé demandadono lugar onipotentede satisfa-
ção de todasas necessidades. (SilveiraFilho, 1995)
Estesmovimentospodem,a princípio,parecercontraditórios. Na verdade,são
todos manifestaçãoda mesma dinâmica, ou seja, diferentesformas de lidar com a
an$ístia, obturandoa vivência da falta e a abordagemde seussignificados.Assim,
questionaro grupo e suasnormas ou colocá-Ìo no lugar salvadorsão duas faces da
mesma moeda. As recaídastambém obedecemao mesmo princípio: se a solução
mágica não vem do terapeuta,a droga volta a ocuparestelugar.
Neste sentido,a atuaçãodo terapeutadeve ser essencialmentefirme, interpre-
tando imediatamentetodasas tentativasque são feitas para impossibilitar a aborda-
gem das dificuldades.É claro que estanãó é uma tarefaÌácil para ele, pois os aorng-
ouÍs sucessivosprovocam sentimentosde raiva, frustraçãoou impotência.Entretan-
to, é somentequandoo terapeutapode recebera projeçãoda onipotênciasem atuá-la
que o grupo progride.Ao interpretarqueestemecanismoestárelacionadoàsexperiên-
das situaçõesgrandiosase à repetiçãoda buscade soluçõesmágicas,o terapeuta
-òias
pode devolver ao drogadicto suaspróprias vivências,abrindo caminho para a inte-
graçãodestasem seumundointemo.(SilveiraFilho, 1995)

O VAZIO: DO GRUPO DE DROGADICTOSPARA O GRUPO DE INDIVÍ-


DUOS QUE SE DROGAM

Com a progressãodo trabalho psicoterapêuticoa configuraçãogrupal e a relação


transferencialadquirem novas características.O fortalecimentodo vínculo entre os
membrose destescom o terapeutacolocao grupo em um lugar estávelde continência
e apoio,o quepermitesignificativas
trocasafetivasexperienciais, facilitando,simul-
taneamente,que a angústiae os conflitos possamser verbalizadose não exclusiva-
mente atuados.Neste contexto,o terapeutatem a possibilidadede aprofundar-sena
236 Z IM ERM AN & OSORIO

conflitiva individual e é solicitado a discriminar,nomear sentimentose apontarcor-


relações.(Silveira Filho, 1995; Garcia, 1993)
O trabalho nesta fase é, entretanto,bastantecomplexo, pois atua na questão
básicada drogadicção,ou seja, o prazer e o êxtase,em detrimento do sentido e do
pensar.(Bittencourt, 1993)As dificuldadesaparecemem todosos momentosgrupais.
Se a impulsividadenão leva à açãoconcreta,aparececomo substituiçãoà reflexão.
"Em uma sessão,em que só homensestavampresentes,X., parecendotriste,
fala que estácom problemascom a mulher: "Não conseguimosnos entender.Ela diz
que não consigoestarperto dela.Antes, quandoeu me drogava,ela tinha razão,mas,
agora,eu não sei o que é isso...".O grupo todo mobiliza-secom asdificuldadesdeX.
e diversoscomentáriosaparecem:"Mulher é sempreassim! Desistedela, você é um
cara bacana,trabalhadore, sem drogas,conseguea mulher que quiser! Se a mulher
não te apóia, você se separa,arruma outra, mais bonita". Enquanto todos falam e
riem, X. permanecequieto. Novas soluçõesaparecem,sempreno mesmo sentido,o
que não estábom, deve serextirpado.No meio da sessão,X. interrompea todos e diz:
"Vocês não entenderamnada,eu gosto dela!". Há um longo silêncio, até que C. diz:
"Ah, então não tem jeito!". O terapeutainterpretaa dificuldade do grupo em refletir
sobre o que oconia no casamentode X., pois a busca impulsiva de soluçõesnão
deixava nenhum espaçopara tentar compreendero que ele pedia: entendero que
aconteciano seu relacionamento"
Quandoo grupo tem apossibilidadede refletir, a buscade sentidoparaa vivência
também é penosa,pois expõe o drogadicto à constataçãode que ele é responsável
pela conduçãode sua vida. E se isso é fonte de alívio por retirar do indivíduo sua
sensaçãode completainsignificânciafrente à realidade,ao mesmotempo,remete-oà
sua finitude, ou seja,ao confronto com a angústiada escolhae suasincertezas,que,
senão sãoabsolutas,tambémnão possibilitamo controleonipotentede tudo. (Silveira
Filho, 1995)
O terapeutadeve ter claro que o caminhode dar sentidoé totalmentenovo para
o drogadicto.Até o momento,ele age como se seumundo interno não existissee ele
não soubesseo que tem de se perguntaÌ,ou mais além, se é preciso fazer alguma
pergunta.Assim, a psicoterapiafunciona como um longo ptocessode aprendizagem,
onde é necessiírioofereceraltemativas,para que a correlaçãoentre o vivido e o sen-
tido possaser percebida.
"Em uma sessão,E, fala que esta semanausou de novo a droga. O terapeuta
questionao que houve,masE. diz não saber:"Eu estavanormal". O terapeutainsiste
na questão,perguntandoem que dia foi, como ele estavanessedia, nessasemana.E.
só conseguedizer que: "Um dia, passandono ponto, deu vontade e não resisti". O
grupo reageimediatamente,dizendoquejá falou para E. não passarperto do ponto.
O terapeutarelembra a todos que E. passatodos os dias no ponto, pois ele fica ao
lado de suacasa,então algo poderiater oconido naqueledia da semanaque não nos
outros.E lembra-se,então,que nestedia seuvizinho foi despedido,mas "nem pensei
nisto". O terapeutaperguntase o que ele sentiu não foi angústiae medo.
Muitas sessõesseguemessemesmodesenvolvimento.Entretanto,tal processo
não é linear,já que em muitos momentoso vazio existencialé projetado no grupo,
operando-se,na transferência,sob a forma de regressãoa mecanismosanterioresde
idealizaçãoe tusão. (Brasiliano, 1995)
"Em uma sessãoem que vários pacientesiniciam falando,N. permanecequieto
e aos poucosdorme. Após algumastentativasinfrutíferasde aprofundarum tema, o
terapeutaapontacomo a situaçãodo grupo parecetensa.Uns reclamamdizendo que
não, que está tudo bem. Outros fazem brincadeirase contam piadas.Um paciente
C OMOTR AB A LH A MOSC OM C R U POS 237
incomoda-se com a atitudede N., quecontinuaa dormir,maslogo fala: "Se ele não
queraproveitaro grupo,deixa...".O terapeuta apontaquecontarpiadase brincaré
igual a dormir,pois é como se o grandevazionão pudesseserdito, massomente
preenchidoou negado.
Em outrasocasiões, a discriminação eu-outrogeramecanismos defensivosde
resistênciae evitaçãodo contatocom a conflitivapessoal.
"Doispacientes iniciama sessão falandoquerecaíram. Como trabalho,pode-se
perceberque,emum, a angrístia frenteà suasolidão,traduzidana faltadeum projeto
de vidae na ausência deum grupode amigos,haviamobilizado-oa recair.Já,como
outro,a percepção dequemuitascoisaso incomodavam namulher- "queeunemvia
quândoestavadrogado"- e suanecessidade de discutiro queocorriacom elacons-
tituíramo impulsoparaa droga:"Assimmeucasamento ficavabomcomoantes".O
terapeutaapontacomoem cadaum a recaídateveum sêntidodiferente.Após esta
fal4 G., que tinha permanecido quietoa sessãotoda,diz que tambémrecaiu.O
terapeutainterpretacomopareciadifícil paraele falar sobreisso,já quecolocaseu
problemasomentequandonão há maistempopaÌadiscuti-lo.Na sessãoseguinte,
quandoo terapeuta chamao grupo,G. nãoselevanta.O terapeuta repeteseunome,
maselepermanece impassível. Quando seaproxima dele,G. diz "Oi" e, apontando
o
ouvido,fala:"Nãoentendio quevocêfalou,hojenãopossoir aogrupo,estasemâna,
semmaisnemmenos,fiquei surdol".
Estafasedo trabalhoé difícile cansativa parao terapeuta.
Muitasvezes,brincáva-
mosem nossaequipede terapeutas quea nossaabordagem poderiaserchamadade
"psicanálisepedagógica: do nariz paradentro,mundointemo,do narizparafora,
mundoexterno!".
Quandoo grupopodeultrapassar o sofrimentodesteperíodo,o quenemsempre
ocorre,há uma nftidançaqualitativaem suadinâmica,pois já é possívelcaptara
dimensão psíquicadodrogar-se e a articulaçãoreale simbólicadissocõmosaconteci-
mentosda vida de cadaum. (Charles-Nicolas, 1991)A passagem do grupode
drogadictos parao grupode indivíduosquesedrogam(oü sedrogavam)é lenta,mas
ó õãminhoda transformação, queimplicao indivíduona buscade suasubjetividade,
esLáaberto.

CAMINIIANDO

Lentamente, o assuntodrogacomeçaa esgotar-se. Comodiz Zemel(Zemel,1992),


passada a faseda desintoxicação,o grupopodefalar da angústiade viver,compor-
tando-se comoqualqueroutrogrupoterapêutico. O episódiodrogapareceterminado,
e agorase tratada abordagem dos sentimentosde i-nsatisfação,dos conflitos,das
pqrguntas queficaramsemresposta... É claroqueháum temaquepermeiaasvárias
poisé elaque,emúltima instância,caracteriza,
situações:a dependência, adrogadicção.
(SilveiraFilho, 1995)Contudo,essaproblemática integrou-seà históriaindividuale
ao mundointemode cadasujeito,ou seja,a funçãoda drogajápodeserperdida...

CONCLUSÃO

A complexidadedo processo psicoterapêuticocomdrogadictosconsisteprimordial-


mentena entradano jogo paradoxalqueo drogadictoestabelece com a morte,onde,
possa
pga qle 9l.e se altorizara viver,é obrigatório
roçarou (SilveiraFilho,
morrer.
238 Z IM ERM AN & OSOR IO

1995) Nestejogo, a aberturapsicanalíticaofereceuma altemativ


sujeito, pois, se, em um extremo, a análisetambém lida no morre
caminhosa serempercorridossãooutros.Na psicanálise,tal como
repetiçãoé parte integrantedo processo.Entretanto,enquanto,na
ção opera a favor da emergênciado novo e da diferença,na depe
repetir é ter a certezada etemidade,onde sebuscaa potênciaextem
se o definitivo e o absoluto.(Jorge, 1994)
O grande desafio da psicanálisecom drogadictosfunda-se
discurso, que pode mediar, atravésda simbolização,a relação e
moÍe como provaconcreta.Suapossibilidade é de articularum s
seperdeu,ou seja,na experiênciacom a droga,ondenão há palavr
ção,e é impossívelao indivíduo identificar como seue de suavida.
propostaremeteao despertarimpossívelpara o drogadicto,recon
é dado anteriormente,maspode ser buscadoinscrevendoo antese
em uma históriapessoalde um sujeitoparticular.(Iorge,1994;Po
O trabalho aqui expostoé o relato do caminho de nossa
drogadictos,que, se teve como baseos pressupostosda psicoterap
po, fundamentou-seno aprendizadocom cada grupo. Suascoloc
dem e não devem serestabelecidascomo verdadesinquestionávei
mos coÌrer o riscode, identificados com os drogadictos, tomá-las
nes,pois isso significaria a nossamorte enquantopossibilidadete
viva e mutável.
Tal como Oliveinstein(1982),acreditamos que "a verdade
verdadefixa, mas é o movimento geradoem volta que vai determ

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