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Saúde mental, álcool e outras drogas

Professor: Arturo Escobar Aluno: José Lucas


Resenha do vídeo “fora de si”

Quais são os fatores que contribuem ou interferem para o debate contemporâneo das questões
relacionados ao consumo de álcool e outras drogas?

A palavra droga traz consigo vários sentidos, porém, no senso comum, ela costuma ser
associada a algo negativo. A droga como algo perigoso, que destrói a família. Como se a substância
por si só fosse responsável pelas consequências negativas que podem acontecer devido aos abusos
que pessoas fazem dela. E isso não significa dizer que o abuso de drogas não é um problema, é algo
que pode vir a ser um problema tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Porém, o estigma
social que as drogas e usuárias(os) recebem é algo que prejudica bastante debates que precisam
acontecer, como o da legalização, descriminalização e regulamentação do uso de drogas. Pois, ao
observar a história das comunidades humanas, é possível perceber que elas estavam e estão sempre
presentes. Por motivos diversos - seja espiritual, por lazer ou ritual – as pessoas fazem uso das
substâncias para ficar “fora de si” como diz o documentário, ou ainda mais pra dentro (a depender
de como se percebe a alteração de consciência é possível se questionar se é pra fora ou pra dentro
que nós vamos).
É importante trazer que a alteração de consciência pelo uso de psicoativos é algo
voluntário, mas que para pessoas que estão dependentes é possível que já não seja ou também para
quem está passando por um momento de “surto” devido a outro adoecimento mental. Além disso,
existem outras formas de se acessar um estágio de consciência alterado: meditação, cerimônias
religiosas de religiões diversas, exercício físico, entre outros. São formas de penumbrar os limites
aos quais a consciência humana está imersa. Tendo inclusive a possibilidade de se enxergar
situações cotidianas por outro ângulo, como que se deslocar de si sem necessariamente sair do lugar
em que se estar.
Mesmo estando presente ao longo da história das comunidades humanas, no século XX,
intensificou-se um movimento de proibir o uso de algumas substâncias. Com base numa
argumentação moralista, elas foram sendo colocadas como substâncias sem utilidade alguma para o
ser humano. Sendo proibida inclusive a pesquisa com elas. Porém, como afirmar que uma
substância não tem utilidade se não se é possível aprofundar os estudos sobre os seus efeitos? Nessa
contradição, fica evidente que o proibicionismo além de não resolver problemas decorrentes do
abuso de drogas, também dificulta que benefícios possam ser descobertos, pois impede ou dificulta
que as substâncias sejam estudadas.
Porém, nem todas as drogas são ilegais. O álcool, apesar de poder ser bastante nocivo
para quem usa e para a sociedade, continua sendo legal. As consequências da ilegalidade de
algumas substâncias são a guerra às drogas – que também não tem solucionado o problema, apenas
gerado outros – assim como a dificuldade em se acompanhar e orientar as pessoas que estão
fazendo uso de drogas, pois é preciso que seja feito escondido. Logo, o medo de ser “condenado”
pela sociedade pode fazer com que o usuário que percebe que está tendo problemas com seu uso de
drogas tenha certo receio de buscar esse auxílio. Além disso, deixa-se de arrecadar o imposto de um
mercado que movimenta grandes quantidades de dinheiro e também perde-se o controle da
qualidade da substância que circula no mercado.
O foco excessivo dado a substância no debate sobre o uso abusivo e dependência
impede que a questão seja olhada de forma mais ampla, sendo assim, é possível perceber como está
o sujeito e o ambiente dele. Dessa forma, as relações passam a ser o foco, e não apenas a droga.
Como é dito no documentário “fora de si”: não é a substância que faz a pessoa ser dependente, mas
sim a pessoa que torna a substância um objeto de dependência. E essa pessoa existe em um
contexto, logo o contexto também existe nela. Por isso, um olhar amplo para a questão pode fazer
com que sejam encontradas estratégias, pautadas na redução de danos, para os problemas
decorrentes do uso e abuso de drogas.

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