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O achismo como democratizador do debate público

N ão é segredo para ninguém que conhece o autor que vos fala, vulgo Ryanzão
(ninguém me conhece como Ryanzão ou me chama assim, mas por algum motivo
eu gostei desse apelido e vou seguir forçando-o mesmo que não seja engraçado nem
divertido😆), defende com unhas e dentes o achismo e a falta de referências ou dados
numa discussão mas principalmente em um debate, seja ele público ou privado, porém
nunca me desdobrei muito sobre o assunto, nunca coloquei meus argumentos na mesa
para defender tal ponto de vista e nunca discuti sobre de forma convicta. Como o projeto
desta coluna tem como objetivo exclusivamente escrever sobre assuntos quaisquer, eu
julgo que não há melhor lugar melhor para dissertar sobre isso se não aqui e agora. Dito
isto defenderei esta tese nesta coluna, ao mesmo tempo em que tentarei analisar o
assunto e colocar os lados positivos e negativos do achismo tanto no debate quanto
na vida como um todo. Caso tenha se interessado, por favor siga comigo nesta jornada
que provavelmente tomará algum tempo precioso de sua vida com palavras nem tão
tocantes, argumentos bêbados escrito por um autor totalmente sóbrio e um texto
totalmente mal estruturado😀.
O debate de ideias por si só é um coisa chata e quase que sem propósito, muito
raramente o seu "adversário" num debate, ou qualquer pessoa que esteja o assistindo,
mudará de opinião por causa de suas palavras, muito por causa disso a fofoca, as
discussões, as brigas ou outras formas de comunicação de ideias, são bem mais
atrativas ao público no geral, o que acaba empobrecendo não só o debate como a
sociedade em si. Um ótimo exemplo disso é o caso do jornalista Glenn Greenwald contra o
jornalista da Jovem Pan Augusto Nunes, o qual eu já ousei admirar em outros tempos
juntamente com José Maria Trindade, os quais hoje consigo sentir um sentimento
próximo do desprezo aos dois😭. Neste caso, um saiu no soco contra o outro, de maneira
literal, num episódio de Pânico na Jovem Pan, devido ao conflito de visões de mundo dos
dois, fora as provocações que já estavam acontecendo entre os dois pela rede social
twitter. Este fato deu mais audiência e visibilidade para os dois, naquele momento, do
que qualquer debate importante que estava ocorrendo na época, curiosidade
interessante: este caso aconteceu em 2019, aproximadamente na mesma época onde a
reforma da previdência estava sendo discutida e debatida entre a população e os
parlamentares, interessante como uma briga física entre dois jornalistas consiga
gerar mais visualizações e mais comentarios que a reforma de todo um sistema
previdenciário do país todo.
Há vários livros e artigos que têm como foco ensinar ou dar dicas de como se ganhar
um debate, porém, em minha opinião, não há como ganhá-lo, a propósito, como
seria possível o ganhar? Suponhamos que o seu oponente declarasse que está errado, a
mudança de visão de mundo de seu oponente necessariamente validaria sua visão como a
verdadeira? obviamente não. Ou então imaginamos que o oponente declara que não há
mais argumentos contra as suas ideias, a sua boa oratória, a sua larga escala de
referências e dados e sua alta capacidade intelectual declararia que o seu adversário está
errado e você certo? na minha visão: definitivamente não. Então para que exatamente
serve um debate de idéias públicas? Isso pode variar muito e seria muito complicado
generalizar, porém, para mim, o principal ponto, e o mais interessante, sobre o debate
público de ideias é trazer informações sobre as duas visões de mundo conflitantes
para pessoas que não necessariamente conhecem sobre o assunto, a deixando refletir
sobre. Mesmo dizendo acima que “qualquer pessoa que esteja o assistindo (assistindo o
debate), (raramente) mudará de opinião por causa de suas palavras” ainda sim o debate
pode ser extremamente útil para a formação de novas opiniões e por isso que esta forma
de comunicação de ideias ainda não morreu.
Poderá, de forma levemente equivocada, se questionar então se o achismo não
perde força pelo fator que o debate público de ideias precisa trazer informações sobre um
assunto para informar a população e a fazer pensar. Caso alguém me fizesse a pergunta
“Ryanzão, tu acha que o achismo tem espaço no debate público visto que este pode
ser uma forte fonte de informação para formar a opinião de pessoas que não são
conectadas com o assunto?” eu responderia, com uma certa certeza, que NÃO, ele tem
espaço num debate e nem pode ter, justamente porque o achismo pode mexer com as
emoções populares e levar pessoas a terem certas opiniões sobre algum assunto com
base na emoção que palavras não necessariamente verdadeiras a trouxeram. Um
ótimo exemplo disso é a grande massa anti-comunista, que muitas das vezes nem ao
menos sabem o que exatamente é o comunismo, como o capitalismo funciona, não
entendem sobre economia e nem sobre a sociedade, mas ,por causa de palavras ditas de
formas convictas por uma figura pública com grande carisma, aceitam o comunismo
como a pior coisa que poderia acontecer em suas vidas e nas vidas de seu amigos e
familiares .
(e talvez, mesmo por motivos controversos, elas estejam certas?¿)

Mas se o achismo não tem espaço no debate público porque eu o defendo mesmo
entendendo o quão negativo ele pode ser? A resposta é menos simples do que eu gostaria
e tem muitos pontos negativos (alguns já apontados no parágrafo anterior) mas tentarei
explicá-la de uma forma esclarecedora. Como dito anteriormente, o debate público é
uma coisa pouco palpável pela sua chatice, perdendo assim espaço para coisas mais
triviais como uma briga ou mesmo uma dança do tiktok, fora o fato de que grande parte
do público, já tem suas convicções não estão dispostas a mudar-las sob nenhuma
hipótese. É aqui que o achismo entra como ingrediente primordial nesta receita gostosa,
porém trabalhosa do debate: achismo vem como uma forma de acender o debate. Ele
tem o poder de manter vivo o debate, onde nenhuma das duas partes sai sem argumento,
claro, caberia então ao público buscar essas referências e estudar qual das duas visões de
adequa mais a sua. Claro, eu não sou idiota, caso promovessemos um debate baseado em
achismos no dia de hoje obviamente os telespectadores muito provavelmente, em sua
maioria, não iriam atras de referencias e só manteriam suas opniões ou mudariam
de canal, mas o que venho propor aqui é uma coisa a longo prazo. O debate tem muito a
se enriquecer com o achismo como base, como? eu lhe digo: debater nós traz muito
prazer, torcer nos traz também muito prazer, vencer não só nos dá prazer como nos vicia,
então, a longo prazo, a sociedade como um todo iria, aos poucos, se “profissionalizando”
para cada vez terem mais chance de “ganhar” a discussão ou o debate.
Temos também o fator de diversão, e isso é uma coisa muito mais pessoal do que
geral, particularmente, mesmo tendo algumas referências e dados, prefiro, muita das
vezes, só conversar ou discutir com base no que vem a mente, ter uma conversa, claro,
pensando bem no que falo, mas não tendo de fundamentar minha visão em algo, até
porque a filosofia nasceu de conversas quase despretensiosas, pessoas se juntando na
praça para conversar sobre assuntos diversos com base no que suas reflexões o fizerem
pensar, até porque não havia referências filosóficas antes deles. Com base nisso, porque
eu, Ryanzão, não posso ter pensamentos próprios e conclusões que cheguei com base
na minha extensa reflexão? Não querendo me colocar como um grande pensador como
os antigos gregos, estou anos luz disso, quase inimaginável me colocar ao lado desses
caras, mas gostaria, no auge de minha humildade, ter uma conversa, uma discussão ou
até mesmo um debate, de maneira livre sem me prender a ou ter que me apoiar a
referências bibliográficas de pessoas que não sou eu😬.
Finalizo aqui esta coluna, não finalizei totalmente a minha reflexão e
nem a concluirei como a deveria, estou cansado de escrever e sinto que já
fiz mais do que deveria, então por hoje é só (eu avisei que a argumentação seria bêbada e
que o texto seria mal estruturado então não quero reclamações sobre esses pontos😠)
obrigado por sua atenção até este ponto, fico verdadeiramente impressionado em
imaginar que algum leria toda esta merda até aqui e se alguém o fizer saiba que eu, de
verdade mesmo, do fundo do meu coração, fico extremamente agradecido porque eu não
sou ninguém ((só o Ryanzão (esta foi só pra provocar kkkkkkkkkkkk)) para tomar
tanto o tempo de alguém escrevendo sobre um assunto fodace que nem ao menos foi
trabalhado direito, muito obrigado e até quarta que vem.

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