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Aluno: Luis Filipe Ribeiro Santos

Creio que desde o princípio da ciência e da educação universitária, existiu (e existe) e


prevaleceu (e prevalece) o sentimento de elitismo intelectual, em que muitos profissionais se
colocam em posição de superioridade por saber de termos mais complicados, dados mais
difíceis de serem trabalhados e de trabalhar com objetos de estudo um pouco mais
desafiadores, muitas vezes fazendo essas coisas como forma de se colocar em um pedestal
distante dos outros colegas de trabalhos ou discentes por puro ego. Há muito tempo discuto
com amigos e professores sobre qual é o propósito da faculdade e do ambiente acadêmico
como um todo se não é ofertada a democratização do conhecimento e de estratégias, uma vez
que se os responsáveis por divulgar informações e conhecimentos ficam com “preciosismo
demasiado” e elitismo intelectual, de nada adianta fingir que se importa com educação e
produção científica para outras pessoas, já que não existe esforço algum para fazer com que o
maior número de pessoas possível seja capaz de compreender, interpretar e repetir o que foi
dito. E, infelizmente, a área de ecologia e estatística não está fora desses eventos.
Evidentemente, é ótimo que essa discussão seja aberta e socializada com o maior número
possível de estudantes e professores para expandir o debate e aumentar a reflexão crítica em
cima desse tema problemático, mas eu consigo enxergar dois principais entraves para isso.
1) Muitas vezes estamos condicionados a falar com quem pensa semelhante a nós
mesmos, o dito “chover no molhado”, o que apesar de servir para expandir as
argumentações entre nossos semelhantes e fortalecer o senso crítico, é pouco prático
no que se refere a mudar factualmente o cenário, uma vez que as pessoas que
discordam e praticam as ações que estamos criticando estão distantes da discussão e,
por muitas vezes, desinteressadas de sequer ouvir sobre o tema.
2) Um problema que foi citado no próprio texto do blog, a dita “twitterização” de um
fato. A internet como um todo tem a capacidade de distorcer informações e vilanizar
coisas que à princípio são inofensivas. Mas o twitter em particular, eu enxergo como
uma acentuação desse perfil cibernético, uma vez que ele (na minha concepção) é
projetado para gerar discórdia e desentendimento. Começando pelo limite baixíssimo
de caracteres por mensagem, seguido pelo perfil de ódio que a maioria dos usuários
da rede social possuem, pois ser “caótico” e “causador” é viral, gera cliques, gera
likes, gera engajamento, “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”. Isso tudo
desconsiderando as próprias fake news. Todos esses fatores em conjunto, creio que
contribuem para discussões importantes como essa se tornem banalizadas,
vilanizadas, problematizadas e minimizadas quando entram na bolha do twitter e das
redes sociais de modo geral (mas enfoque específico no twitter), de tal modo que o
escritor do blog chegou a considerar que não se expressou direito em seus
comentários, achando que sua explicação pode ter deixado abertura para
interpretações erradas do que ele quis dizer. Quando na realidade, ele foi
perfeitamente claro, mas as pessoas desvirtuaram os conceitos seja por ignorância
influenciada pela alienação das redes ou por puro mau caratismo.
Em conclusão, creio que o tema é de extrema importância para o debate biológico, uma vez
que quanto mais simples, prático e direto uma informação pode ser dita, replicada e testada,
não apenas ela é de mais fácil absorção do seu público alvo e pessoas de fora da área, como
também é mais fácil para os próprios pesquisadores darem seguimento. Obviamente, como o
escritor do blog explicitou, não desmerecendo ou ignorando os testes mais elaborados e
complicados, mas usando-os com parcimônia e a devida justificativa prévia, e não usar por
usar ou simplesmente por que disseram que essa é a maneira correta.

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