REPORTAGEM AULA 65 ÁREA DESTINADA AO INTÉRPRETE OBJETIVOS
● Analisar textos, comparando-os e identificando seus
elementos constitutivos e finalidade; ● Produzir uma reportagem de acordo com a temática abordada. Começo de conversa ➢ Você já percebeu que ao postar um texto na internet ou uma foto o alcance que esses dados terão pode ser incontrolável? ➢ Você acha que a exposição de fotos e informações podem causar consequências desagradáveis?
Vamos ler um texto publicado na revista Capitolina, feito por
Fernanda Kalianny e uma reportagem. TEXTO 1 Expor-se nas redes sociais ou não? Comecei a pensar nisso outro dia quando recebi uma mensagem de uma jornalista. Ela estava falando sobre um texto que escrevi há mais de dois anos e que já não tenho nenhuma vontade de falar a respeito. Confesso que achei curioso que o texto tenha despertado a atenção dela, porque era um texto-desabafo, em que eu contava muito sobre uma experiência ruim que eu vivi. Passados mais de dois anos eu nem imaginava que alguém me procuraria para falar sobre ele. Isso me remeteu a uma frase que ouvi de um colega em um seminário: “textos têm vida própria, uma vez colocados no mundo, não temos mais controle de onde irão parar”. Ele não estava se referindo ao mundo das telinhas e da web. Continuando a leitura... Falava sobre livros. E aí eu fiquei um pouco alarmada de pensar que na internet esse controle é ainda menor. Vira e mexe algum texto viraliza. Alguém fica famoso no Facebook. Uma resposta bem dada ou uma briga vem à tona e se torna assunto de todas as salas de aula. Uma foto retirada do contexto parece algo engraçado e ronda os grupos de Whatsapp e do Facebook via prints. E por aí vai. Estamos bastante habituados a tudo isso. Faz mesmo parte de nosso cotidiano. O que nunca tinha parado para pensar é se um dia terei algo meu viralizado por aí. Vocês já pensaram sobre isso? Como seria ter um texto, foto ou vídeo ficando super conhecidos? Em alguns casos, imagino que poderia ser divertido. Aqueles 15 minutinhos de fama que passam na Continuando a leitura... cabeça de quase todo mundo. No entanto, se nos arrependêssemos do conteúdo ou fôssemos mal interpretados poderia ser bastante negativo. [...] trouxemos algumas dicas para ajudar a pensar no que compartilhar nas redes: i) A primeira dica é bastante simples: se o material que você vai compartilhar é algo seu e sobre você – seja uma foto, um texto ou um vídeo –, não existe certo ou errado. [...]; ii) Entretanto, lembre-se que alguns sentimentos, por exemplo, dizem muito sobre momentos específicos. Então é bastante importante pensar um pouquinho sobre o que está sendo lançado nas redes. [...]; Continuando a leitura... iii) Expor-se nas redes tem um outro elemento a ser pensado que são os julgamentos alheios. De algum modo, quando abrimos nossas vidas na internet, estamos também abrindo nossas experiências para que as pessoas criem suas próprias interpretações. O lado bom disso é que podemos conhecer muitas pessoas passando por momentos semelhantes ou que simpatizem com a gente. O lado ruim é o quanto podemos lidar com comentários ruins sobre nós e desmotivantes. Sendo assim, pode ser bastante importante estar atento a quem temos nas redes sociais, porque esse cuidado pode aumentar um pouquinho o controle que temos de quem está vendo nossos conteúdos; Continuando a leitura... iv) Nunca, em nenhuma hipótese, envie para terceiros conteúdos íntimos que foram confiados apenas a você. Sabe aquela foto da amiga com uma lingerie nova? Ou da sua namorada que ela tirou especialmente para você? Esses conteúdos não cabem na primeira regra. Eles não são seus apenas porque foram enviados para você. Não os distribua por aí. Esse tipo de ação pode ter uma repercussão inesperada e prejudicar muito a vida de outras pessoas; v) Por fim, na dúvida, se algo deve ou não ir para as redes, pergunte a si mesma o quanto está confortável com o que está escrevendo. Se te parecer saudável, porque é algo que você gosta ou talvez porque possa ajudar outra pessoa, vá em frente! Disponível em: <http://www.revistacapitolina.com.br/expor-se-nas-redes-sociais-ou-nao/>. Acesso em: mai. 2022. TEXTO 2
Legenda da foto: Pais devem atuar como
moderadores, não permitindo que os filhos pequenos tenham acesso irrestrito às redes sociais Continuando a leitura... No Brasil, [...], o debate sobre como os pais podem atuar como mediadores do contato de seus filhos com as redes já estava aquecido, pelo menos, desde que a médica paulista Fernanda Kanner excluiu as contas da filha dela, Nina, de 14 anos, que somava quase 2 milhões de seguidores. “Decidi apagar a conta do TikTok e do Instagram dela. Chata, eu sei, mas nossa função como mãe não é ser amiguinha”, escreveu em uma publicação em que, após ser cobrada, justificava o motivo do “sumiço” dos perfis da menina. “O carinho que vocês têm por ela é a coisa mais fofa, mas eu não acho saudável nem para um adulto e muito menos para uma adolescente basear referências de autoconhecimento em feedback virtual. [...]”, criticou. Continuando a leitura... Em entrevista à revista “Crescer”, a médica descreveu a sua principal preocupação em relação aos efeitos da midiatização do cotidiano. “O que mais me angustiava era a bajulação. [...] Não queria jamais que ela acreditasse que beleza era o que ela tinha de mais especial”, informa. “Eu quero que a Nina entenda que o valor dela vem de dentro, e não do que os seguidores atribuíam a ela”, situa. Autovigilância Gerente de advocacy da Childhood Brasil, entidade que defende os direitos da infância, Itamar Gonçalves indica que é importante não apenas que os pais estejam atentos a interações e hábitos de seus filhos nas mídias digitais como policiem a si próprios. “Quem usa indiscriminadamente as redes sociais pode estimular seu filho a fazer um uso também indiscriminado delas”, relata. [...] ATIVIDADE 1 a) Releia: “textos têm vida própria, uma vez colocados no mundo, não temos mais controle de onde irão parar”. Por que essa parte do texto 1 está entre aspas? b) A escolha sobre o que compartilhar nas mídias sociais é do usuário. Segundo o texto 1, o que os usuários de mídias sociais devem considerar ao escolher o que compartilhar? c) Releia este trecho: “Vira e mexe algum texto viraliza. Alguém fica famoso no Facebook.” Qual o significado do verbo viralizar no universo das mídias sociais? d) Quais as diferenças entre o texto 1 e o texto 2? E o que eles têm em comum? ATIVIDADE 1 - RESPOSTA a) Está entre aspas por ser uma citação direta. A fala é de outra pessoa e não de quem escreve o texto. b) Conteúdos próprios, levando em conta sentimentos momentâneos, e considerar se no futuro podem gerar arrependimentos. Conteúdos particulares de outras pessoas, jamais! c) Viralizar é um termo muito usado nas mídias sociais para designar uma foto, uma notícia, um vídeo ou fato que teve um compartilhamento massivo, saindo do controle de quem publicou. d) O texto 1 está em primeira pessoa e apresenta dicas sobre a exposição nas redes sociais, o texto 2 é uma reportagem em terceira pessoa e complementa a discussão trazida pelo texto 1. Ambos os textos trazem falas de pessoas que passaram pela problemática. REPORTAGEM Uma reportagem está vinculada à atividade jornalística, por isso apresenta o propósito de: ➢ INTERPRETAR um fato, investigando diferentes fontes; daí sua base tipológica ser o ato de relatar, porém segundo um ângulo escolhido pelo jornalista e trazendo à tona uma questão problematizadora. Assim, enquanto a notícia relata para noticiar, a reportagem relata para problematizar. Uma reportagem, portanto, tem a função social de esclarecer aspectos importantes sobre um fato com base em depoimentos de pessoas especialistas no assunto ou que vivenciaram a problemática. ATIVIDADE - MÃO NA MASSA 25 min.
Algumas pessoas já passaram por algum tipo de
constrangimento nas redes sociais, não é mesmo? Que tal fazer uma reportagem sobre isso, entrevistando um colega que já tenha passado por essa situação? Agora é a sua vez de treinar a escrita! Acesse o aplicativo Redação Paraná, clicando na imagem ao lado ou em: https://redacao.pr.gov.br/. Acesse: Proposta de: Atividade escolar > Gênero textual: Reportagem > Tema: Combate ao bullying na internet. O que aprendemos... Lemos e interpretamos textos sobre a exposição nas redes sociais, aprendemos que uma reportagem tem a finalidade de trazer uma problematização sobre um fato. Além disso, produzimos um texto com base na temática abordada. Descritores trabalhados na aula D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. D20 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.