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ENSAIO FILOSÓFICO

LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO

Ao longo deste ensaio filosófico procuramos discutir e desenvolver um problema com um


grande impacto no mundo atual: será a internet responsável por uma diminuição da privacidade?

O objetivo deste ensaio é perceber qual a influência que o desenvolvimento tecnológico,


nomeadamente o uso crescente da internet nos limites entre o público e o privado.
Consideramos a discussão deste problema filosófico muito importante uma vez que o estabelecimento
de limites entre estes o conceito sempre foi um tema algo controverso, situação esta que tem vindo a
tornar-se ainda mais complicado visto que hoje em dia tudo o que queremos saber está apenas à
distância de alguns “clicks”.
Segundo o dicionário conta que a definição de privacidade é “algo que diz respeito à intimidade de
uma individualidade”, a grande questão que se coloca é que cada indivíduo reagiu a seu próprio juízo
de valor sobre aquilo que acredita ser algo da sua intimidade. Com o uso das redes sociais somos
constantemente bombardeados com informações pessoais acerca de diferentes pessoas, quer seja sobre
a sua localização, interesses pessoais, opiniões, relacionamentos ou até informações acerca de
terceiros que podem ou não ter concedido a partilha desses dados.
Vamos por isso defender a ideia de que o uso da internet torna cada vez mais difícil estabelecer
limites e que é quase impossível não expor os nossos dados online mesmo que não tenhamos intenção
de o fazer. Existem inúmeras razões que nos podem levar a pensar que nos tempos que correm é muito
difícil definir o significado da palavra privacidade num contexto online.
Em primeiro lugar porque a internet, mais especificamente as redes sociais foram criadas
justamente com o intuito de nos conectarmos com pessoas ao redor do mundo através da partilha de
fotos ou vídeos ou através de mensagens ou comentários. Hoje em dia tornou-se completamente
normal que dezenas, centenas ou até milhares de pessoas tenham acesso ao nosso dia a dia através de
“stories” ou “posts” de Instagram ou de qualquer outra rede social. É lógico que cada um partilha o
que acho que deve partilhar, mas até que ponto é aceitável expor tudo sobre a nossa vida? Como
sabemos a internet traz consigo muitos perigos que devem ser tidas em consideração como se costuma
dizer tudo o que entra na internet fica para sempre na internet por isso mesmo que mais tarde existe
algum tipo de arrependimento sobre algo que publicamos no passado é muito difícil fazer com que
esse registo desapareça para sempre.
Em segundo lugar é também importante ter em conta que muitas vezes expomos os nossos dados
privados sem saber que estamos de facto a fazer um bom exemplo disso são os tão conhecidos
“cookies” com os quais somos confrontados quando abrimos alguns sites. Estes “cookies” nada mais
fazem a não ser guardar informações acerca do nosso histórico de navegação para facilitar as nossas
pesquisas, a questão é que na maior parte das vezes nem sequer pensamos nas consequências que isso
pode trazer e nem nos damos ao trabalho de perceber quais os dados que são arquivados.
Por último é também importante perceber que a internet tem sim muitas vantagens e de certo modo
tentador fazer partilhas nas redes sociais no entanto muitas vezes celebridades, influencers ou até
mesmo figuras políticas são confrontadas com comentários de ódio, são alvos de chacota ou mesmo
difamadas e partir dos seus acontecidos nas redes sociais, porém, por mais, que sejam situações
desagradáveis e que podem de facto trazer prejuízos à pessoa visada é sempre preciso, tendo em conta
que a decisão de expor foi tomada pelo própria pessoa e como já foi referido anteriormente a
exposição pode trazer riscos. Sendo um deles ter a perceção de que qualquer conteúdo online pode ser
usado para fins menos positivos e o que poderia ser considerado uma invasão de privacidade deixa de
o ser a partir do momento que tornamos a informação pública.
A objeção mais forte à ideia defendida ao longo deste ensaio seria a utilização muito reduzida das
redes sociais recorrendo a perfis privados, garantindo assim que apenas um círculo muito reduzido de
pessoas tenha acesso. Para além de uma navegação cautelosa na internet e condições de vários sites e
perdendo quais as informações armazenadas pelas cookies a fim de perceber se permitimos ou não que
esses dados sejam armazenados.
Todavia esta objeção não é muito pertinente visto que muitas os websites apenas nos permitem
usufruir das suas funções de aceitarmos os cookies. É também praticamente impossível manter-se
“anónima” nas redes sociais visto que existe até uma certa pressão, sobretudo entre os mais jovens
para que façam publicações regulares e atingirem um determinado número de seguidores.
Por conseguinte concluímos este nosso ensaio referindo que a internet é atualmente uma das
ferramentas mais úteis da atualidade e que por isso é muito difícil afastarmo-nos das facilidades que
nos proporciona, no entanto é realmente muito difícil manter a privacidade e perceber qual é o limite
daquilo que se deve tornar público na internet.

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