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Para iniciar o fio da sua argumentação Turner adentra a discussão das metáforas
observando e sinalizando o cuidado ao uso delas, para não promover ilusões, o autor inaugura
esse momento com crítica ao estrutural-funcionalismo e a Radcliffe-Brown que na definição
da estrutura social se vale de metáforas do campo das ciências da natureza em específico da
biologia. O estudo da estrutura e funções sociais é feito por Radcliffe-Brown através das
comparações e analogias de processos e estruturas oriundos das ciências naturais, ele acredita
inclusive que a antropologia social é um ramo das ciências da natureza. O autor em referência
ao estrutural funcionalismo afirmou que as estruturas sociais só podem ser observadas e
analisadas através de seu funcionamento, que são as atividades sociais, e dessa forma deriva-
se que as atividades sociais são o garantidor de continuidade e manutenção, já que exercem as
funções que contribuem a todo o sistema, isto é a estrutura (RADCLIFFE-BROWN,1973). O
contraponto tecido por Victor Turner é feito diante da crítica ao pensamento estrutural
funcionalista haver uma compreensão –através das estruturas - estática da sociedade, e
também em como a metáfora está sendo utilizada e não ao uso das mesmas, ele chama
atenção ao perigo do uso das metáforas ao gerar ilusões e enganos. Já que o uso das metáforas
compara, aproxima mundos e produz elaborações, que podem ser equivocadas ou não
funcionarem para um objetivo, e, dessa forma não se pretende negar esse recurso de
linguagem e de cognição, o próprio autor exalta sua potência visto que ele mesmo se vale da
linguagem metafórica para construir suas costuras intelectuais. Nesse momento, Turner vai
dialogar com Nisbet (1969) e com Black e Pepper através da afirmação que “Sistemas
filosóficos complexos podem nascer de premissas metafóricas”. Turner ao dialogar com
Audrey Richards (1939) na compreensão dos sentidos e usos da metáfora, se vale da
observação que a autora faz de que a metáfora é a construção interativa em que dois
pensamentos interagem, com Max Black (1962) define que é a interação de dois sistemas em
que há a definição de um subsidiário cujo o sistema de “implicações associadas” é aplicado ao
sujeito principal, assim interagem dois sistemas distintos.
REFERÊNCIAS
BLACK, Max. Models and metaphors: studies and language and philosophy. Itahaca,
Corner University Press, 1962
RICHARDS, Audrey. Land labour and diet in Northern Rodhesia. Oxford: Oxford
University Press, 1939.
ZNANIECKI, F. The method of sociology. Nova York: Farrar and Rinehart, 1936.