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ENTREVISTA BANDA VISCERALL

1) COMO FOI O INÍCIO DA BANDA VISCERALL?

A Viscerall surgiu em 2016, em Alagoinhas, uma cidade do interior da Bahia,


resultado de um projeto iniciado em 2007 e interrompido em 2011, por uma
série de questões pessoais e profissionais, e tinha o nome de AGGE - época
mágica e que lembramos com muito carinho, onde os ensaios aconteciam, de
forma bem underground, na casa dos pais do baterista Leandro Araujo, sempre
acompanhado de um lanche, um almoço e muita resenha. Bons tempos que
serviram para criarmos laços fraternos que nos trouxeram ate aqui. Estes
encontros aconteciam também, de forma mais intimista, na casa do guitarrista
Gleuber Machado, onde eram feitos alinhamentos e arremates das
composições. Após 5 anos, esse antigo projeto foi resgatado pelo vocalista
Alexandre Humildes e Gleuber Machado, reunindo os integrantes da proposta
embrionária, Igor Tavares (guitarrista) e Davi Carvalho (Teclados), com exceção
do baixista, que foi convidado à época para assumir a função, André Ramone -
músico bastante conhecido em nossa cidade pela experiência e atitude - que
agregou demais ao time, gravando, inclusive, as linhas de baixo do nosso
álbum, “Standing Overground”, ainda não finalizado.
Porém, em 2020, André teve que se desligar da banda por questões
profissionais e familiares, inclusive mudando sua residência para outro Estado,
sendo assim, assumiu o posto, completando a formação original, o baixista
Carlos Trino, permanecendo na banda até hoje.
Vale ressaltar, nessa pergunta inicial, os vínculos de amizade entre os
membros da banda, construídos da época de estudantes ainda, em anos bem
anteriores ao projeto AGGE e a banda Viscerall, que foram, e são, fatores
preponderantes na formação e manutenção desse sonho coletivo que nos une.

2) A MÚSICA “DEATH MACHINE” TEM UMA PEGADA ÚNICA, COMO A


BANDA
TRABALHA EM SUAS COMPOSIÇÕES?
Esse é nosso primeiro Álbum e podemos afirmar que 80% dele partiu do
talento e genialidade do nosso guitarrista Gleuber Machado - claro que cada
um dos membros da banda chegou com suas influências e pegadas
particulares, contribuindo com o resultado final das canções - mas, GM tem
essa capacidade de construir, pensar e entregar algo bem estruturado sempre,
o que é muito bom pra nós e a gente agradece (risos). Porém, falando dessa
canção e também do processo de composição do disco em andamento,
Gleuber nos mostrou as letras, todas as linhas de guitarras que ele já tinha
construído e de como pensou cada canção em específico e, a partir daí, cada
um à sua maneira e em seu instrumento, agregavam suas ideias e as
executavam. Na sequência, fazíamos ensaios com a banda completa e
sentíamos como soavam as canções. A liberdade para opinar é total,
independente da proposta original, prevalecendo sempre o consenso e o bom
senso, na busca do que é o melhor para a banda e, também, do que os fãs vão
gostar de ouvir - sempre fazemos o exercício de trocar de lugar, tentando, de
alguma forma, capitar esse sentimento externo e trazê-lo pra nossas
composições - mas, com muita honestidade com a gente mesmo e com nossa
música.

3) PORQUE A VISCERALL TEVE DIVERSAS FORMAÇÕES.

Em se tratando de Heavy Metal no interior da Bahia, material humano disposto


a encarar um projeto como esse, é bem complicado, principalmente quando
precisamos conciliar atividades da banda com família, vida profissional e tudo
mais. Mas, na verdade, não tivemos muitas formações, apenas uma única
mudança de baixista, como explicado na pergunta inicial desta entrevista, os
demais permanecem na banda até hoje, apenas nosso guitarrista e produtor,
Igor Tavares, que está morando atualmente na Irlanda, mas segue trabalhando
com a banda e a produção do Álbum. Nosso tecladista Davi Carvalho trabalha
em Sergipe, um Estado próximo de nós e segue também na Viscerall, firme e
forte! Mas, não deixa de ser uma dificuldade manter uma banda de Heavy
Metal na Bahia, tanto que, basicamente, a Viscerall é composta por 3 gerações
de músicos, o que é uma riqueza pra nós.
4) “BETWEEN THE CROSS AND THE SWORD” MESCLA HEAVY METAL E
HARD ROCK. QUAL A INTENÇÃO DA BANDA? SEGUIR ALGUM TIPO DE
ESTILO ETC.?

Gostamos de passear por várias vertentes do Metal, isso é bem natural para
nós, e já assimilamos e gostamos muito disso. Isso se deve, também, pela
situação que falamos na pergunta anterior, temos 3 gerações de músicos na
banda, cada um com suas influências e isso é bem legal. É como se cada
música fosse uma homenagem aos nosso ídolos e mestres, porém, com muita
personalidade. Essa é a formula da Viscerall e adoramos trabalhar dessa
forma. Não pretendemos nos restringir a um estilo, não queremos nos rotular,
queremos apenas ser uma banda de Heavy Metal.

5) ONDE FORAM GRAVADAS AS MÚSICAS “BETWEEN THE CROSS AND


THE SWORD” E “DEATH MACHINE”.

O single de “Death Machine”, que está nas plataformas de streaming e em


nossas redes sociais, no Lyric Video lançado em 2018, foi gravado no estúdio
de Alexandre Damas, da Meta Inverso Audio e Video Productions, na cidade de
Feira de Santana - Bahia. Já “Between the Cross and the Sword” foi gravada
por partes e em locais diferentes, pois, essa gravação foi para o nosso Álbum
“Standing Overgound”, em fase de conclusão. A bateria foi captada no teatro da
Fundação do Caminho, em nossa cidade, Alagoinhas - Bahia. O baixo e
teclado foram gravados no Estúdio Jimbo, também aqui em Alagoinhas, onde
as vozes também estão sendo gravadas. As guitarras foram gravadas em
Home Studio dos nossos guitarristas. A mixagem e a pré-produção foi feita pelo
nosso guitarrista e produtor Igor Tavares. Sobre estes dois singles, foi dessa
forma, porém, o álbum terá essas duas canções e mais 5 outras, tudo está
sendo gravado com bastante cuidado e capricho, o resultado está ficando
incrível. Além da “Between the Cross and the Sword”, “Death Machine” foi
regravada no mesmo padrão para fazer parte do disco, juntamente com as
demais músicas que farão parte desse petardo, que está no forno e em breve
será lançado.
6)COMO ESTA A FORMAÇÃO DA BANDA ATUALMENTE

Alexandre Humildes - Vocal


Carlos Trino - Bass
Davi Carvalho - Keyboards
Gleuber Machado - Guitar
Igor Tavares - Guitar
Leandro Araújo – Drums

7) O BRASIL TEM GRANDES BANDAS. QUAIS VOCÊS ACHAM


RELEVANTES NA CENA DO SEU ESTADO?

Realmente temos muita gente boa fazendo um trabalho incrível no nosso


Estado. Aqui na Bahia temos três bandas de maior destaque, principalmente
por seu pioneirismo e trajetória, e fazem um trabalho incrível, que são; The
Cross (Salvador), pioneira do Doom Metal no Brasil, Malefactor (Salvador), com
quem tivemos a honra de dividir o palco em 2019 e a Headhunter D.C.
(Salvador), que tem uma bela história e contribuição com a música pesada na
Bahia, além de algumas outras com menos tempo de estrada que as citadas
acima e outras mais recentes na cena, como; Inner Call (Salvador), Erasy
(Feira de Santana), Human (Feira de Santana), Sindrome K (Salvador) e
GaiaBeta (Feira de Santana). Enfim, muita gente boa fazendo um puta trampo
foda na terra do Axé.

8) A BANDA TEM ALGUNS ANOS LUTANDO PELO SEU ESPAÇO, E PELO


QUE NÓS VEMOS DO METAL BRASILEIRO, SOMENTE ALGUMAS BANDAS
ESTÃO NAS MIDIAS, E HOLOFOTES E VIVENDO DE SUA ARTE. A POUCO
TEMPO BANDAS TEM PEDIDO DINHEIRO PARA CUSTEAR ORÇAMENTOS
PRÓPRIOS. COMO A BANDA ENXERGA ESSE TIPO DE SITUAÇÃO?

A situação é realmente complicada, levando em consideração que bandas do


cenário underground, na sua maioria, não tem acesso a esse tipo de
investimento/financiamento, porém, se faz necessário brigar por estes recursos
sim. Hoje, bandas como a nossa, que tem o foco em mostrar o trabalho autoral,
tem bastante dificuldade em chamar a atenção do público e fazer com que a
galera saia de casa e vá aos shows. Se o evento não tiver uma estrutura
mínima, fica pior ainda. Muita banda boa é prejudicada por alguns eventos que
não tem o devido investimento ou apoio para fornecer uma estrutura decente
às bandas. Por outro lado, as poucas bandas que se mantêm no topo no Brasil
possuem acesso à essas condições, tanto financeira quanto de estrutura.
Essas bandas não abrem espaço para as bandas que estão surgido e fazendo
um excelente trabalho por aqui, diferente de outros estilos mais populares no
Brasil, onde as bandas já consagradas trazem para seus palcos grupos menos
conhecidos e ajuda a promover novos artistas. Ou seja, não é apenas o fator
financeiro, é a desunião que circula nossa cena. Então partimos para o salve-
se quem puder e, muitas bandas, no final das contas, pagam pra tocar, basta
colocar na ponta do lápis. Mas, precisamos destacar também que o público
precisa prestigiar os shows menores em suas cidades, pois, quem tenta
produzir eventos acaba tendo prejuízos que desmotivam a promoção e o
investimento nesse tipo de show.
Pra finalizar e sem querer polêmicas e já polemizando, basta observar o que
está acontecendo recentemente no Brasil, ex-integrantes de uma banda x ou y
montando projetos com a história e o legado destas suas antigas bandas,
buscando ressurgir, emergir, respirar e sobreviver em cima disso. Nosso
seguimento precisa acessar os recursos que estão disponíveis para a cultura
em nosso país, mas, por falta de conhecimento técnico e bons projetos, essa
grana vai pra mão de artistas já consagrados e bem estabelecidos.

9) QUAL O FUTURO DA BANDA?

A Viscerall é uma banda de amigos que tinha como foco inicial, fazer um som
na garagem em finais de semana e registrar suas canções. Felizmente
extrapolamos essa ideia inicial e fomos seguindo, projetando e atingindo novos
objetivos, temos assim, colhido bons frutos e gerado alguns resultados
positivos com nosso trabalho, do ponto de vista musical e realização pessoal.
Toda vez que somos convidados para tocar em alguma cidade nova, todo o
traslado, a logística e o passeio envolvido é o que nos diverte e faz valer a
pena, justamente por estarmos entre amigos e irmãos. A parte de fazer o show
pra galera é um bônus maravilhoso que nos realiza e fecha com chave de outro
nosso propósito, tocar e nos divertirmos. É isso que esperamos para o futuro,
mais shows, conhecer mais pessoas e muita diversão por aí, fazendo o que
amamos. E claro, não podemos esquecer, lançar o nosso disco que está quase
saindo do forno.

10)COMO ESTÁ A CENA DE SUA CIDADE?

Hoje não temos uma cena, temos alguns abnegados que tentam manter o
Rock vivo, apesar de Alagoinhas ser uma cidade muito musical, termos
excelentes músicos, em nosso seguimento não seria diferente, só rolam alguns
pequenos eventos em nossa cidade, mas, algo ainda muito tímido, quase que
engatinhando ainda. Hoje em dia todo lugar tem um Pub e alguns corajosos
ainda se arriscam a colocar Rock para tocar, mas, o que vejo muito são
pessoas curiosas que vão apenas para tomar uma cerveja e ouvir algo mais
leve, um pop rock nacional ou até mesmo internacional, só que bem focado no
“love metal” (risos). É bem diferente quando abrimos o volume do amplificador
com a distorção e o pedal duplo começa a rolar...ainda é meio assustador para
algumas pessoas (mais risos). Porém, em relação ao nosso trabalho, mesmo
com esse cenário e as adversidades, conseguimos ganhar o respeito das
pessoas, mesmo daqueles que não são fãs de Heavy Metal, tudo isso por
nossa verdade e trajetória.

11) DEIXE UMA MENSAGEM PARA OS FÃS

Gostaríamos de agradecer a galera que acompanha a banda nas redes sociais


e aos que sempre encontram tempo para prestigiar algum show em que a
Viscerall esteja no cast. É gratificante quando vamos tocar em algum lugar e
alguém pergunta com empolgação que horas vamos subir no palco e tal, ou
simplesmente quando estamos em algum Pub ou casa de show para curtir o
evento e alguém vem saber se vai ter Viscerall, mas, infelizmente estamos lá
só para curtir também (risos), é meio que gratificante tudo isso.
Queremos também aproveitar o espaço e agradecer a toda galera que tem
curtido e compartilhado o nosso videoclipe no Youtube e comentado também.
Galera! Vocês são foda demais. Obrigado!

Redes Sociais:
https://youtu.be/INq70Lqo_fo
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