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Discente: Larissa Vitoria de Oliveira Silveira.

Docente: Larissa Oliveira e Gabarra.

Atividade: Correlacionar o documentário “Mulheres no Samba de Roda”, com


os textos: “Bambas do Samba” e “Ginga – Uma Epistemologia Feminista”.

Dentre várias as conexões que podem ser feitas dentre essas obras uma
das que mais se destaca é o questionamento sobre “qual a verdadeira origem
do samba?”, mais especificamente em qual local especificamente ele teria
nascido? Ao serem questionadas as entrevistadas tinham diversas formas de
responder e cada uma com sua opinião, sendo os que mais são mencionados
por elas são que talvez tenha sido no Rio de Janeiro ou na Bahia e muitas
delas dizem que é obviamente uma arte baiano como a própria Dona Nicinha
alega com muito fervor, “ é nosso, é nosso, é nosso”, todas elas evidenciam
que sabem de onde tudo isso, pois, sua mãe lhe contou, sua avó ou seu pai,
mostrando uma historicidade que repassa de geração para geração.

Dessarte, dentro da capoeira, há também essa incógnita, sendo um


jogo que possui tantas referências culturais e históricas negras de canções,
letras, ritmos e passos como pode ser descoberta a gênese regional desse
jogo? Muitos que usufruem desse mesmo jogo dizem ser do Rio outros dizem
ser patrimônio baiano, lutando pelas suas opiniões a cerca deste assunto e
tentando o provar como podem.

Ainda fazendo referência à essas produções, outro aspecto que chega a


ser familiar entre elas é o samba e a capoeira como modos de resistência
negra e feminina, encontros com suas ancestralidades, feminilidades,
autoestima e essas artes como coisas que moldam (quase que
completamente) sua felicidade como indivíduos que nasceram e se criaram em
vidas tão difíceis e injustas, agradecem aos deuses a existência de algo com
que possam usufruir para desanuviar depois de um dia difícil cuidando de
tantas as obrigações de casa e dando o seu melhor na criação dos filhos.
Assim como ocorria nas senzalas a séculos atrás, quando os escravizados
depois de um dia ou semana inteiros de exploração, faziam uso da capoeira
para treinamento de lutas e força para saberem se defender quando mais
precisassem, entretanto, operando para disfarçar esses movimentos e se
assemelharem com passos de dança, juntamente com os toques e ritmos
musicais dos batuques.

Infelizmente, nem todas podiam usufruir do “privilégio” de se divertirem e


aprenderem nessas rodas de samba e de capoeira, nas três coletâneas
analisadas no texto presente, mesmo havendo aquelas que eram levadas por
suas mães, avós, pais, para compartilhar desses momentos de roda seja ela de
capoeira ou samba, mas, principalmente as de samba, resta ainda muitos
relatos de mulheres negras que, por causa de seus pais ou esposos, não eram
autorizadas à sair de casa para algo além de suas obrigações como mulheres
e esposas de casa, sendo isso algo que era desfrutado quase que
exclusivamente pelos homens, eram raras as que aproveitavam desses
momentos e as que desviassem dos caminhos que lhes eram rudemente
determinados, como algumas das entrevistadas do documentário que se
arriscavam a fugir de casa para ir as rodas de samba, sofriam as
consequências sendo agredidas por seus parentes ou cônjuges, demonstrando
o machismo e o patriarcado de décadas atrás porém, relatam que ficam muito
felizes em ver como as coisas mudaram hoje em dia e que as mulheres tenham
muito mais liberdade de ir vir nos dias de hoje do que em suas próprias épocas
de juventude.

Na capoeira, similarmente encontra-se muitas dificuldades de acessar


um espaço que pareça minimamente equitativo, aparentemente é uma arte
dominada e praticada pelos homens, sendo muito árduo ser respeitada, visto
que até a grande parte dos mestres capoeiristas sendo do gênero masculino,
fazendo-se uma celebração desigual até mesmo entre as mulheres de origens
totalmente distintas, essas mulheres não são levadas à sério, abrindo diversas
possibilidades para diferentes desafios, sendo eles de permanência na prática,
medo, timidez ou individualismo, mesmo havendo uma grande importância e
participação do feminino na prática dessa luta, a disparidade aparenta existir
em grande quantidade.
Dentre tantos encadeamentos a serem feitos, ainda existe as
vestimentas, sendo a capoeira algo muito mais específico de cada tipo de
capoeira como a “capoeira angola” que geralmente se baseiam nas
vestimentas completamente brancas, blusas largas e dentro da calça também
confortável, juntamente com o tênis, tudo pensando na flexibilidade e conforto
na hora do jogo, além de conter a influência da ancestralidade nessa escolha
de roupas. Da mesma forma acontece na roda de samba, no quesito
vestimenta, principalmente mulheres e suas saias grandes em seu
comprimento e ligeiramente rodadas já são costume desde o início das práticas
dessas rodas, sendo elas utilizadas tradicionalmente pela grandes partes das
“Donas” e de algumas dançarinas, cantoras e tocadoras, apontando a
permanência desse costume pelas matriarcas doutoras do gênero.

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