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A obra de Abib aborda sobre o samba, e como ela foi relacionada com o
conceito de marginalidade. Assim sendo, o autor afirma que desde os tempos antigos o
samba sempre foi um símbolo da identidade brasileira, em especial da afrobrasileira, por
representar a cultura inicialmente dos grupos tidos como minoria. Entretanto, o escritor
aponta que essa manifestação cultural sempre sofreu perseguição e descriminação
política justamente por ser elaborada por pessoas pretas e mestiças. Além disso, o
mesmo descreve que essa perseguição estava relacionada ao racismo presente na
sociedade brasileira, pelo fato de que, esse mesmo produtor do samba era anteriormente
o escravizado que ocupava um lugar de subalternidade. Tendo em conta que essa
manifestação cultural tinha raízes africanas, e estava ganhando espaço e forças, para os
detentores do poder isso passou a ser um problema, logo, essa expressão cultural não
tinha lugar no seio da sociedade elitista se não fosse enquadrada no formato da cultura
europeia. Em virtude disso, as forças políticas tentaram reprimir, controlar e eliminar o
samba, muitas vezes pelo uso da violência; mas ele prevaleceu.
Em seguida, Pedro afirma que foi por essa razão que tanto o samba como os seus
praticantes eram associados à marginalidade, vistos como malandros, pessoas que não
tinham o que fazer, arruaceiros e desordeiros. Todavia, Abib assinala que o samba
possui a mesma significação nos diferentes lugares, ao mesmo tempo que diverge no
que toca à expressão corporal em cada região. Ademais, para Pedro existe o samba
histórico e o gênero musical, em que o samba histórico data desde a época da
escravatura, em contrapartida, o samba estilo musical passou a ganhar visibilidade há
aproximadamente 60 anos atrás, por meio da promoção que os diversos fazedores dessa
arte, oriundos da Bahia para o Rio de Janeiro, fizeram ao longo do tempo no que hoje
chamamos de Pequena África; foi nesse lugar onde o samba como gênero musical,
bem como as rodas de samba se desenvolveram. Abib descreve que as rodas de samba,
têm um caráter religioso, científico e até filosófico, por causa do conteúdo falado,
cantado e expressado corporalmente pelos participantes, seja dentro ou fora da roda,
nessa que é a maior festa comunitária do Brasil.
Referência:
ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Roda de samba: Identidade, resistência e
aprendizagem. [s.n.]: [s.d.]