Ingressei no curso de Historia na Faculdade de Formação de Professores da
UERJ, no ano de 2009.2. Durante a graduação tive a oportunidade de trabalhar na Iniciação Científica que tinha por tema os intelectuais fluminenses da década de 1920- 1930. Nessa pesquisa desenvolvemos o trabalho com fontes primarias majoritariamente o jornal O Estado/Niterói, em visitas a Biblioteca Nacional, Biblioteca Pública de Niterói e o Acervo Fluminense, localizado na Biblioteca Central da UFF. Com a conclusão da pesquisa iniciei os estudos voltados às religiões afro-brasileiras. A pesquisa, Mercadão de Madureira: trocas e sociabilidades no universo afro- brasileiro, financiada pela FAPERJ no ano de 2012-2013, foi de suma importância no aprendizado para realização de entrevistas, historia oral, nas discussões acerca de patrimonialização, transito religioso entre Brasil-Portugal-África e para a compreensão mais aprofundada acerca da religiosidade afro-brasileira. Foram realizadas transcrições de entrevistas com lideres religiosos, produzidas pela orientadora na Alemanha e em Portugal, fizemos dois anos de trabalho de campo no Mercadão de Madureira, RJ, e entrevistas no setor das ervas. Acompanhamos entrevistas realizadas pela Joana Bahia e trabalhos de observações dos rituais, nos terreiros, ambos na Zona Norte do Rio de Janeiro. Concomitante a Iniciação Científica, atuei e ainda atuo no grupo de pesquisa, Laboratório Interdisciplinar de Identidades, Representações e Migrações, também da UERJ/FFP. Durante a graduação realizei estágios em exposições com intuito de aprimorar os conhecimentos interdisciplinares, a forma lúdica de ensinar, a fim de usar a postura de intermediário cultural para agregar experiências e aplica-las em sala de aula, através do dinamismo e associação com ambientes externos. Os espaços foram: Museu Histórico Nacional (Exposição Itinerante “Einstein”), Centro Cultural da Light (Exposição Permanente) e Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro-ALERJ (Exposição Permanente). No ano de 2014 iniciei como professora na rede particular e pública de ensino, SEEDUC, o que me fez optar por uma especialização em ensino capaz de unir a profissão e a pesquisa sobre religiões afro-brasileiras. Sendo assim, ao concluir a faculdade, demos início no ano de 2015.1 a Especialização lato-senso em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileira, no IFRJ-SG. Na pós-graduação tracei o objetivo de estabelecer a conexão entre educação e relações étnico-raciais com intuito de refletir sobre as propostas por uma educação antirracista. Iniciado o mestrado em História Social, pelo PPGHS-UERJ/FFP, consegui amadurecer a pesquisa sobre os terreiros de São Gonçalo e provar que as lideranças conseguem se unir e ocupar o espaço público do município a partir das intervenções de cunho político-religioso da ex-prefeita Aparecida Panisset. A dissertação recebeu diversos convites para publicação, então, em maio de 2019, assinei um acordo para transforma-la em livro junto a Editora Appris. Iniciando assim a fase de edição do livro, com previsão para publicação em maio de 2020. Porém, devido à necessidade de limitar meus objetivos ao tempo oferecido, não foi possível trabalhar devidamente o discurso racial das lideranças de terreiro durante o mestrado. A busca por uma legitimidade racial surge em todas as entrevistas e encontros com as lideranças de terreiro, seja para gerar embasamento racial ou críticas. Há um consenso entre as lideranças de terreiro de São Gonçalo que a negritude é o elemento primordial para liderar as demais casas de axé nos movimentos e receber investimentos em projetos e ações. Partindo dessa observação, dei continuidade a este projeto de doutorado no Programa de Pós-graduação em Historia Social da UERJ/FFP, em 2020, dentro da linha “Território, Identidades e Representações”, a fim de obter uma melhor compreensão dos grupos locais que estão mudando o perfil social e político do município de São Gonçalo, os evangélicos neopentecostais e os afro-brasileiros. Compreendemos que os lideres religiosos e políticos locais estão em constantes significações e ressignificações com o espaço em que atuam, constituindo suas identidades e gerando união entre as lideranças de terreiro. Junto ao Coletivo Negro de Historiadores Teresa de Benguela produzimos debates, reuniões online e a produção constante de conteúdo para o site Galeria de Racistas, também construído pelo Coletivo. O site foi inaugurado em 2020 e foi construído como resultado de pesquisas complexas que reúnem mais de 150 monumentos escravagistas nas diversas regiões do Brasil, suas biografias, localizações, um artigo produzido em conjunto com o Coletivo. O artigo foi publicado no próprio site, além da elaboração de um Projeto de Lei que coloca em discussão as diversas temáticas que envolvem a permanência desses monumentos e a possibilidade de criação de um espaço didático próprio a esses monumentos históricos. A manutenção das pesquisas, reuniões e encontros virtuais que discutem diversas questões raciais, educação e ocupação do espaço público. A partir das produções da Galeria de Racistas, estabelecemos vínculos de pesquisadores não remunerados com o coletivo internacional Toppled Monuments Archive20 (TMA), em New York, EUA. O TMA é um coletivo que busca criar a plataforma online de código aberto mais abrangente de monumentos tombados gravados. Sua intenção é criar uma visualização de dados que mostre que os monumentos sendo derrubados não como incidentes isolados de violência, mas como ilustração do poder do movimento coletivo revolucionário por um mundo melhor. Artistas, ativistas e acadêmicos se reúnem em um espaço online que facilita troca e elaboração de pesquisas novas e já existentes que discutem decolonialidade e relações étnicas. Assim, atuar como docente colaboradora no Programa de Pós-graduação Lato Senso Em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileiras – IFRJ-Campus São Gonçalo, junto à linha de pesquisa HISTÓRIA DA ÁFRICA I E II ou FILOSOFIA, CULTURA E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS contribui para a proposta de estudar território, movimentos, agente, instituições formas de construção, representação e apropriação simbólica. É a possibilidade de dar continuação aos meus objetivos profissionais enquanto docente em um Programa que poderá contribuir significativamente para meus projetos de acadêmicos