Você está na página 1de 7

PROTOCOLO DE HIGIENIZAÇÃO DO ACARÁ-DISCO (PHD)

E BOAS PRÁTICAS DE MANEJO (BPM)


Revisão feita em 16 de novembro de 2023
OBJETIVO: REDUÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA no Acará-Disco; tratamento contra bactérias.
Atenção: REDUÇÃO não significa eliminação total dos parasitas.
Procedimentos baseado nos livros de Andrew Soh.
Orientador dos procedimentos: Jayme Monteiro Neto, proprietário da Discus & Aquariofilia
e membro do Grupo Discus em Foco. Edição do texto: Marcos Kim.

PREPARAÇÃO 1: Usar oxigenação caprichada sempre, durante todo o processo. Aquário


limpíssimo. Temperatura 28 graus Celsius.

PREPARAÇÃO 2: Ter TODA a medicação deste protocolo, à mão. Principalmente para


medicamentos indicados no final desta lista de protocolos e tratamentos (TRATAMENTOS 5 e
6), que podem ser imediatamente necessários em uma emergência.

PREPARAÇÃO 3: Tenha à mão uma balança de precisão, com 3 casas decimais, para que possa
medir miligramas (mg). Um erro de dosagem em certos medicamentos pode ser fatal.

OBSERVAÇÕES FUNDAMENTAIS: Este Protocolo é uma SUGESTÃO do que fazer, quanto à


profilaxia e ao tratamento do Acará-Disco. Isto não é receita de bolo! Cada aquarista DEVE
observar muito bem o seu peixe, para decidir o que fazer, quando fazer, qual dosagem utilizar,
principalmente de itens complementares, como sal e sal amargo. Cada aquarista que seguir
este Protocolo, está ciente de que o faz exclusivamente por sua conta e risco, e os autores não
se responsabilizam por quaisquer consequências. Este PHD é uma compilação do
conhecimento, teórico e prático, de vários criadores de Acará-Disco.

PROTOCOLO DE HIGIENIZAÇÃO DO ACARÁ-DISCO (PHD)


LISTA DE 4 PROTOCOLOS E 2 TRATAMENTOS.

PROTOCOLO 1: CONTRA PARASITAS EXTERNOS (ex: Dactylogyrus)

PASSO 1. Jejum de 24h, antes de iniciar este protocolo.

PASSO 2. Medicamentos/produtos:
Permanganato de potássio (PP). Dose: 2mg/litro. Usar até mudar de cor. Quando mudar de
violeta para marrom, não há mais efeito. Fazer uma troca total de água (TTA). Tempo ideal de
uso: 6 a 10 horas. O aquário deve estar “pelado” (sem substrato, decoração etc) e o mais limpo
possível. Sugere-se passar uma esponja em todas as paredes e no chão do aquário, antes de
iniciar o uso do PP. Quanto menos uso de condicionadores e de anti-cloro, mais duradoura é a
ação do PP. Ter à mão Água Oxigenada, para ser usada como neutralizador de emergência. 1ml
para 50 litros de água.

Sal: 2 gramas por litro de água. Pode ser sal comum ou sal grosso, com ou sem iodo. É
IMPORTANTE associar o uso do sal com o PP, pois o sal acelera a troca do muco, e facilita a
ação do PP, nas áreas mais escondidas do Disco, nas quais os parasitas se concentram.

Dicas: se você comprar o PP em comprimido de 100mg, pode utilizá-lo em um aquário de 50


Litros, sem necessidade de utilizar uma balança de precisão, pois já será a dosagem exata para
este volume de água. Manipule o PP com cuidado, de preferência com luvas, pois ele cria
manchas na pele, que demoram a sair.

Importante: não usar PP se o seu Disco tiver feridas na pele. Ele poderá sofrer queimaduras.
Primeiramente, cure esta ferida. Só depois faça o banho de PP.

Para mais detalhes sobre o uso do PP, é altamente recomendável assistir a este vídeo, no canal
Discus & Aquariofilia:

https://www.youtube.com/watch?v=GbLPny9UwGQ

ALTERNATIVA AO PASSO 2:
Substituir o PP por Triclorsil. Dose: 1 mg por litro de água, usar por 24h. Após o uso, fazer TTA.
Sal: 2 gramas por litro de água. Pode ser sal comum ou sal grosso, com ou sem iodo.
Atenção: o Triclorsil é um organofosforado, e requer cuidado na manipulação. Recomenda-se
uso de luvas e máscara, ao manipular o produto. E descartar corretamente a embalagem!

PASSO 3. Intervalo de um dia. Ciclo de 4 repetições.

IMPORTANTE: Se houver ataque bacteriano durante este Protocolo, partir imediatamente para
o Tratamento 5 e/ou Tratamento 6. Um ataque bacteriano causa morte rapidamente, portanto
é preciso agir com urgência.

PASSO 4. No dia de intervalo, fazer Troca Total de Água (TTA). Tirar água até o peixe ficar
literalmente deitado, e repor imediatamente, com água nas mesmas condições e parâmetros.
No caso do PP, assim que houver mudança de cor da água, já pode fazer a TTA. Não é
necessário alimentar o Disco durante este intervalo, portanto, durante todo o Protocolo 1.

DICA: Para alevinos, pode-se usar o intervalo de uma semana, entre as aplicações de PP. É uma
utilização preventiva.
PROTOCOLO 2: PARASITAS INTERNOS – FASE 1 (NEMATÓIDES)

PASSO 1. Jejum de 24h, antes de iniciar este protocolo.

PASSO 2. Luzes apagadas durante este tratamento. Motivo: o Levamisol é fotossensível.

PASSO 3. Aplicar os seguintes medicamentos/produtos:


Levamisol. 3mL para 10 litros de água.
Sulfato de magnésio (sal amargo). 1 grama por litro de água .
Sal comum (grosso ou moído, com ou sem iodo): 2 gramas por litro de água.

Modo de usar:
Banho de 24 horas. Após este período, troca total de água (TTA).
Não esquecer das luzes apagadas, ao longo da aplicação deste protocolo.

PASSO 4. Intervalo de 7 dias entre as aplicações. Total deste ciclo: 4 aplicações.

PROTOCOLO 3. PARASITAS INTERNOS – FASE 2 (CESTÓIDES).

PASSO 1. Jejum de 24h, antes de iniciar este protocolo.

PASSO 2. Aplicar os seguintes medicamentos/produtos:


Mebendazol. 100mg para 50 litros de água.
Sulfato de magnésio. 1 grama por litro de água .
Sal comum (grosso, moído, com ou sem iodo): 2 gramas por litro de água.

Modo de usar:
Banho de 24 horas. Após este período, troca total de água (TTA).
Lembre de manter as luzes apagadas durante todo este protocolo.

PASSO 3. Intervalo de 7 dias entre as aplicações. Total deste ciclo: 4 aplicações.

PROTOCOLO 4. PARASITAS INTERNOS – FASE 3 (PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS E BACTÉRIAS


ANAERÓBICAS)

PASSO 1. Sete dias de tratamento, com dosagens diárias.

PASSO 2. Medicamento:
Metronidazol. 400mg para 40 litros de água. Atenção: dosagem a cada 8 horas.
PASSO 3. Produto:
Sulfato de magnésio. 2 gramas por litro de água. Dosagem a cada 24 horas.

PASSO 4: Troca total de água (TTA) a cada 24 horas.

(Observação: os 4 itens anteriores são Protocolos, cujo uso principal é a Profilaxia, ou seja, a
prevenção de doenças. A partir de agora, serão listados dois Tratamentos, que só devem ser
usados se o Disco estiver doente)

TRATAMENTO 5. ATAQUE BACTERIANO INTERNO

Atenção aos sintomas: peixe fica estufado, semelhante à constipação; “buraco na cabeça”.

PASSO 1. Sete dias de tratamento, com dosagens diárias.

PASSO 2. Medicamento:
Metronidazol. 400mg para 40 litros de água. Atenção: dosagem a cada 8 horas.

PASSO 3. Produto:
Sulfato de magnésio. 2 gramas por litro de água. Dosagem após a Troca total de água (TTA).

PASSO 4. Troca total de água (TTA) após 24h, diariamente.

TRATAMENTO 6. ATAQUE BACTERIANO EXTERNO

Atenção aos sintomas: o peixe produz muco em excesso.

PASSO 1. Medicamentos/produtos:
Azul de Metileno. 3mg por litro de água.
Aqualife (acriflavina). 1 gota para 2 litros de água.
Sal grosso (ou sal sem iodo). 5 gramas por litro de água.

PASSO 2. Troca total de água (TTA) a cada 24 horas.

PASSO 3. Tratamento com duração de 5 a 7 dias, com reposição dos medicamentos a cada TTA.
CONCLUSÃO:
Relembramos que este Protocolo de Higienização do Acará-Disco (PHD) é uma SUGESTÃO de
profilaxia e tratamento, baseada em estudos e experiência de diversos criadores. Cada
aquarista que segue este Protocolo o faz exclusivamente por sua conta e risco.

BOAS PRÁTICAS DE MANEJO (BPM)

Na criação do Acará-Disco, é fundamental ter as chamadas Boas Práticas de Manejo


(BPM). Estamos falando do rei dos peixes de água doce, e o rei é exigente. Não confundir com
sensível, senão seria um peixe que morreria facilmente. Ele resiste, mas acaba morrendo por
falta de cuidado do aquarista, na quase totalidade das vezes.

Evidente que BPM é um assunto longo, que daria um livro. Mas o importante é ressaltar
que o BPM, em si, já é uma forma de manter uma BAIXA CARGA PARASITÁRIA no seu Acará-
Disco. O PHD acima tem como principal objetivo, principalmente nos 4 primeiros protocolos,
manter uma Baixa Carga Parasitária. E o BPM é o complemento natural disto. Entenda que seu
Disco e o seu aquário sempre terão a presença de parasitas. Sempre. Mas quanto menor a
carga de parasitas, menor a chance de ter doenças no seu sistema.

O que podemos definir como Boas Práticas de Manejo? Em um resumo extremamente


curto, podemos citar os seguintes itens:

1. ÁGUA QUENTE E LIMPA!


Parece muito simples, mas “Água Quente e Limpa” é um amplo assunto! Não é à toa,
pois aqui está a essência do sucesso na criação de Discos. “Quente”, podemos dizer que
é manter por volta de 28 graus. Mesmo este item aparentemente simples, temperatura,
gera discussão entre os criadores. Pesquise bastante este tema, não o ignore. Saiba
exatamente o porquê de você escolher uma temperatura para manter os seus Discos.
Ouça vários criadores, veja qual manejo é mais viável para você. Invista em um
termostato de qualidade. Variações bruscas de temperatura podem fazer muito mal ao
seu peixe, gerando doenças. Choque térmico pode levar à morte. Uma dica: mantenha
sempre uma água de reserva, com volume e temperatura igual ao do seu aquário. Em
caso de emergência, pode fazer uma TTA imediata.

Quanto à “Limpa”, não é só a aparência. É o cuidado quanto à origem, quanto à


preparação dela antes de entrar no aquário, quanto à sifonagem diária etc. O ponto
crucial na criação de Discos é a qualidade da água. Estude os temas pH, TDS,
condutividade, invista em medidores de qualidade, sejam aparelhos ou testes líquidos.
Tenha sempre o teste de cloro, pois este é um item cuja concentração pode variar
muito, ao chegar em sua casa, pela fornecedora de água de sua cidade. E lembre do
Protocolo 1, no uso do Permanganato de potássio (PP): quanto menos condicionador ou
anti-cloro você usar, mais prolongada e eficaz é a ação do PP. Para usar condicionador
ou anti-cloro na menor dosagem possível, só testando sua água, com teste de cloro.

2. CHÃO LIMPINHO!
Recomenda-se criar Acará-Disco em aquário pelado, sem substrato. Por quê? Porque
facilita muitíssimo a limpeza. O Disco é um peixe curioso, que vive bicando o chão do
aquário, em busca de comida, tenha substrato ou não. E neste chão se concentram
cocô, ovos de parasitas etc. Mesmo que o Disco bique e cuspa, acaba engolindo um
pouco dessas coisas, e a consequência é o aumento de sua carga parasitária. Assim, é
fundamental manter uma rotina de sifonagem. Não é uma frescura. Esta Boa Prática de
Manejo já é, em si, uma importante forma de evitar doenças, de manter a baixa carga
parasitária no sistema, que é o principal objetivo das Boas Práticas de Manejo.

3. BOA COMIDA!
No caso de ração, é fundamental que seja de qualidade. Se for ruim, além de pouco
nutritiva, pode ter baixo aproveitamento pelo peixe, gerando muito cocô. E cocô é a
casa do parasita. E tudo que queremos é ter Baixa Carga Parasitária no nosso sistema.

No caso de comida viva, a dica é ter o mesmo cuidado de Boas Práticas de Manejo.
Saber a origem, alimentar bem a sua cultura etc. Comida viva de origem duvidosa,
melhor nem usar. Isto vale para comida congelada também, seja patê ou bloodworm
congelado. De onde ele veio e como foi manipulado? Evite riscos, com
alimentos cuja origem você desconhece.

4. BOA ROTINA!
Rotina traz saúde pro seu Disco. Ele só vai dormir bem se tiver uma boa rotina. Ele gosta
de previsibilidade. Mesma hora para despertar, mesma hora para desligar as luzes e
dormir. Um Disco que não tem rotina, se torna inseguro, assustado, estressado,
portanto mais sujeito a ficar doente. Ter uma rotina de sifonagem, de profilaxia...
Parece cansativo no começo, mas em pouco tempo, você se habitua a manter estes
hábitos. Em resumo: rotina traz saúde.

CONCLUSÃO. Boas Práticas de Manejo (BPM) são o caminho certo para você conseguir manter
seus Discos saudáveis. Um Disco saudável está gordinho, de nadadeiras abertas, curioso, olhos
brilhantes, nadando pelo aquário. Aquele Disco parado, fechado, escuro, ofegante, de olhos
opacos, que você vê na loja de aquário, não é um Disco saudável. E mesmo que o Disco na loja
pareça bem, seria bom fazer pelo menos uma parte do PHD nele, nem que seja apenas os
banhos de PP, que já dão uma boa baixada na carga parasitária do peixe. Mas não adianta
culpar o lojista, o criador, o distribuidor, o importador, pelo estado do peixe. Paciência. É
frequente haver um manejo ruim, em uma dessas etapas. No final, “sobra” pro aquarista
restaurar a saúde do Disco. É para isto que foi elaborado este PHD e este muito resumido BPM.
Para mais dicas, sugerimos que você acompanhe o canal “Discus & Aquariofilia”, no Youtube,
onde há muitos vídeos didáticos sobre o assunto, apresentados e elaborados pelo criador
profissional Jayme Monteiro Neto.

Gostou deste PHD? Se sim, fica a dica para você colaborar com a pessoa que sintetizou este
Protocolo, a partir da própria experiência, e da experiência de outros criadores profissionais.
Jayme Monteiro Neto gerou generosamente este material, e se ele foi útil para você, contribua
com quanto você quiser e puder, pelo Pix. A chave é: 81997809678

Se quiser conversar sobre Discos, participe do grupo de whatsapp do Discus & Aquariofilia. Tem
muita troca de idéias lá! Pergunte no Instagram, como participar. Veja link mais abaixo.

Outra fonte de informação importante: o canal do Discus & Aquariofilia, no YouTube. O link é:
https://www.youtube.com/channel/UCD0qjJbWUYa8E24NE23388g

Quer seguir o Instagram da D&A?


https://www.instagram.com/discuseaquariofilia

Você também pode gostar