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5 Relacoes Etnico Raciais No Brasil
5 Relacoes Etnico Raciais No Brasil
Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
Relações étnico-
-raciais no Brasil
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relações de conflito no Brasil, entre elas o racismo. Florestan Fernandes,
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Darcy Ribeiro, Oracy Nogueira, Abdias Nascimento e Clóvis Moura são
autores que contribuíram também, no século XX, para a compreensão
da formação da cultura brasileira e crítica ao mito da democracia racial
no Brasil.
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de Oliveira Viana. É importante atentar para o fato de que, quando procu-
ramos classificar o comportamento humano, as hierarquias sociais e o
papel ou a ocupação de cada indivíduo na sociedade com justificativas
apenas biológicas, há o risco de incorrermos em visões preconceituo-
sas, racistas, reducionistas e tomadas hoje como anticientíficas.
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julgando que a escravidão no Brasil teria sido, nas suas palavras, “ado-
cicada”, capaz de “apaziguar conflitos”, de modo que consolidou a “de-
mocratização social” (FREYRE, 1998, p. 46) por meio das relações afe-
tuosas entre a casa-grande (habitação dos senhores) e a senzala (onde
viviam aprisionados e amontados seus escravos). É a partir da moral
das senzalas que se cunhou a noção de democracia racial, concepção
segundo a qual inexiste o racismo no Brasil.
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elites rurais perpetuando-se no aparelho estatal e longe de produzir o
bem comum. Soma-se a esses aspectos o que o autor denomina ho-
mem cordial, ou cordialidade, fruto das relações afetuosas, personalis-
tas, mas ao mesmo tempo violentas, que têm origem no poder patriarcal
dos fazendeiros. Há um caráter de hipocrisia social na cordialidade.
PARA PENSAR
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ólogo Florestan Fernandes (1920-1995). Florestan, na obra A integração
do negro na sociedade de classes (1965), afirma que Freyre elaborou o
mito da democracia racial brasileira. Trata-se de um mero discurso in-
compatível com a realidade vivida pela população negra (FERNANDES;
BASTIDES, 2008). Freyre é acusado de ter observado a senzala do con-
forto e do alto janela da casa-grande, desconsiderando, portanto, as
reais condições de exploração da população negra escravizada e a vio-
lência que lhe foi imposta. Ignora também os castigos, as condições de
humilhação e insalubridade da vida das senzalas.
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ca recursos oriundos da acumulação de riquezas da produção de café
no estado de São Paulo. A formação do nosso capitalismo seguiu uma
direção diferente do caminho traçado pelas burguesias europeias e nor-
te-americanas, pois estas procuraram o desenvolvimento econômico
ao valorizar a competitividade do setor privado e a negação da interven-
ção do Estado na economia. No Brasil, nossa burguesia foi dependente
do Estado, pouco afeita a promover de modo independente o processo
de industrialização ou o crescimento econômico, e Fernandes (1975)
indica a necessidade de mudança de mentalidade de nossa burguesia
para produzir desenvolvimento econômico e social. Essa mudança cor-
responderia não somente à criação de uma burguesia madura e autô-
noma, mas também ao abandono de traços conservadores e arcaicos
que acabam por atrelar aos trabalhadores assalariados no século XX
condições de subsistência próximas à da escravidão.
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tuações que caracterizavam as chamadas guerras justas, ou seja, na hi-
pótese de ataques deliberados dos indígenas aos colonizadores. Muitos
desses conflitos eram forjados com o objetivo de aumentar o número
de escravos, que eram distribuídos nas lavouras de cana-de-açúcar no
litoral e na mineração no interior do território. Em 1755, foi proibida a
escravidão dos indígenas. Vencia o argumento dos missionários, expul-
sos do Brasil pouco tempo depois, em 1759, pelo Marquês de Pombal,
responsável por confiscar os bens das missões na América portuguesa.
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ao Sudeste.
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nário público no Rio de Janeiro, tem no seu registro de nascimento a cor
branca. Morreu no ostracismo e internado num manicômio, vítima do al-
coolismo. No seu registro de óbito, é declarado como um homem negro.
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e social da população negra no Brasil em direção às conquistas de direi-
tos e à valorização do ser humano, devendo ser reconhecida com suas
tradições e a busca pelo equilíbrio com a natureza, fomentando a produ-
ção econômica sustentável. O quilombismo tem como objetivo principal
extinguir o racismo por meio de uma educação que consolide a cultura
afro-brasileira. Diz respeito a um anseio que permeia a necessidade de
refundação do Brasil, em que brancos e negros possam viver sob con-
dições de igualdade, liberdade, respeito, intercâmbio cultural e científico.
Considerações finais
Este capítulo tratou das obras dos principais intérpretes da forma-
ção da cultura e da sociedade brasileiras. Vimos, no primeiro tópico, os
principais ensaios que procuraram compreender os processos históri-
cos que deram origem à cultura nacional, destacando-se as críticas às
Referências
ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio,
1984.
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2014.
MOURA, Clóvis. O negro: de bom escravo a mau cidadão. São Paulo: Conquista,
1977.
PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo. 13. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1973.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.