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Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

FILOSOFIA

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Presidência: Mario Ghio Júnior
Direção de soluções educacionais: Camila Montero Vaz Cardoso
Direção executiva: Gustavo Alves da Silva
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Direção pedagógica: Fabrício Vieira de Moraes
Autoria: Maria de Fátima Amorim
Gerência pedagógica: Aparecida Costa de Almeida
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello e Tatiane Godoy
Edição: Paula Felix Palma
Revisão: Letícia Pieroni (coord.), Aline Cristina Vieira, Anna Clara
Razvickas, Carla Bertinato, Cesar G. Sacramento, Danielle Modesto,
Diego Carbone, Lilian M. Kumai, Maura Loria, Paula Rubia Baltazar,
Raquel A. Taveira, Rita de Cássia C. Queiroz, Shirley Figueiredo
Ayres, Tayra Alfonso e Thaise Rodrigues
Planejamento e controle de produção: Flávio Matuguma (ger.),
Felipe Messias e Juliana Batista (coord.), Ivinin Varela
Arte: André Gomes Vitale (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.) e
MRS Editorial (edição de arte e diagramação)
Iconografia e tratamento de imagem: André Gomes Vitale (ger.),
Claudia Bertolazzi, Denise Durand Kremer (coord.), Cristina Akisino,
Daniel Cymbalista (pesquisa iconográfica), Fernanda Crevin (tratamento de imagens)
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Jenis Oh (coord.), Liliane Rodrigues, Flávia Zambon e
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Ilustrações: MRS Editorial
Cartografia: Eric Fuzii (coord.) e Robson Rosendo da Rocha
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Foto de capa: Roos Koole/Getty Images
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Ortis/Shutterstock
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Amorim, Maria de Fátima


Formação Geral Básica : Ensino Médio : Filosofia :
Caderno 6 : aluno / Maria de Fátima Amorim. –- 1. ed. -- São
Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2020.
(Pitágoras)

ISBN 978-65-5741-264-0

1. Filosofia (Ensino Médio) I. Título II. Série

20-3069 CDD 100

AngŽlica Ilacqua - CRB-8/7057


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Este material está organizado da seguinte maneira:

CAPÍTULO

Foco no tema

2 Diálogos entre mito,


Arte e Filosofia
Mito: uma concepção de mundo
Neste capítulo, você vai estudar o universo do pensamento
mítico e suas especificidades como forma de conhecimento. Não
colegas sobre os diferentes finais das duas versões do mito – a
original e a de Wilde – com base nos seguintes questionamentos:

Que consequências a paixão pela própria imagem se reflete na solidão Abertura do capítulo e seção
se pretende aqui esgotar os mitos gregos, descrevendo cada um, do lago de Narciso? De que forma a contemplação da vida, expressada na
visão de Narciso refletida no lago e do lago refletido em Narciso, dificulta

Foco no tema
Habilidades da BNCC: em suas características e funções. O trabalho exigiria uma quan-
EM13CHS101 EM13CHS104 EM13CHS106 EM13CHS202 EM13CHS203 EM13CHS204 EM13CHS303 EM13CHS404 EM13CHS501 tidade tão grande de informações, que nenhum livro teria espaço o acesso à vida real?
Estudaremos neste capítulo:
suficiente. Mas é possível afirmar, com inspiração em Sócrates
Mito: uma concepção de mundo (você se lembra?), que a quantidade de informações não é sufi- Agora, o mito será apresentado em outra forma de lingua-
Reprodução/Galeria Nacional de Arte Antiga do Palacio Barberini, Roma, Italia

ciente para a compreensão da essência do mito como forma de gem: a pintura. Observe como esse personagem atravessou o
Mito e tradição tempo e como é referenciado e expressado de diferentes formas
conhecimento. Porque o mito é, acima de tudo, formação, e qual-
A voz dos poetas quer forma de traduzi-lo, a partir de um acúmulo de informações, e em diversos períodos da História, ao mesmo tempo que man-

A abertura de capítulo apresenta imagem e texto que


tém suas especificidades. Ou seja, embora sua representação
reduziria a significância dessa forma de saber.
Rupturas entre mito e agregue conotações diferentes de acordo com a época em que
Filosofia Inicialmente, é necessário compreender como se processa a
é traduzido, o mito original se mantém intacto, sem perder sua
leitura do mundo por meio do mito. Para isso, aqui está presente
raiz fundamental.
aquilo que funda o mito como forma de saber, com orientações co-

contextualizam a temática em estudo. Duas questões


muns a todos eles. Esta é uma das importantes funções do filoso-

Reprodução/Galeria Nacional de Arte Antiga do Palacio Barberini, Roma, Italia


far: olhar o tema em sua totalidade e filtrar, do seu conhecimento,
aquilo que é de fato relevante. Ao estudar mitologia grega, primei-
ramente, é preciso se despojar de determinadas ideias preconcebi-
das, com base nos modelos disponíveis atualmente. Não é possível
medir a importância do pensamento mítico comparando-o a outras
formas de conhecimento, mas compreendê-lo como uma forma de
saber em suas especificidades que nada deixam a desejar, em ter-
instigantes convidam você a analisar o texto e a imagem e
mos de profundidade e de inteligência, a outras formas de saber.

relacioná-los com os seus conhecimentos sobre o tema.


Entre milhares de histórias da mitologia, todas relevantes em
suas expressões, foi escolhido o mito de Narciso, considerando
seus múltiplos significados, suas releituras e sua atualidade, sendo
um dos signos mais representativos do indivíduo contemporâneo.
Por meio dele, pela sua história e representações antigas e atuais,

Narciso, de Caravaggio, 1594-1596. Óleo sobre tela de 112 cm 3 92 cm.


você conseguirá compreender um pouco sobre o conhecimento
mítico, essa produção cultural milenar sobre a condição humana. Em cada capítulo, você vai encontrar uma trilha de
Espelho: o lago de Narciso
aprendizagem para guiar seus estudos.
Narciso, de Caravaggio, 1594-1596. Óleo sobre
Observe a imagem e responda às questões. tela de 112 cm 3 92 cm.
O espelho, traduzido no mito grego como o lago de Narciso, é
1. Serão os mitos meras histórias fantasiosas sem um sentido real? um tema muito presente nos contos e mitos de diferentes culturas.

Alamy/Fotoarena © Salvador Dali, Gala-Salvador Dali Foundation/


DACS, Londres 2020
2. Como essas histórias sobrevivem por tantos séculos? Entre os temas e reflexões que esse objeto promove, um dos mais
significativos se refere à questão do conflito entre ocultamento
Quando Narciso morreu, o seu lago de prazer passou de uma taça de doces águas para um cálice de lágrimas
salgadas, e as Ninfas dos Montes lamentaram-se, enquanto atravessavam os bosques, no seu dever de cantar ao
lago e reconfortá-lo. E quando elas viram que o lago tinha mudado de uma taça de doces águas para um cálice de
e revelação da identidade. O espelho possui uma dualidade: ele
tanto pode refletir uma identidade com o real, como encobrir e,
até mesmo, deformar essa realidade, traduzindo um olhar oposto
ao do sujeito que está à sua frente.
A seção Foco no tema desenvolve os conteúdos
lágrimas salgadas, soltaram as tranças verdes dos seus cabelos e choraram para o lago, dizendo-lhe:

articulando os objetos de conhecimento do componente


— Não estamos admiradas que mergulhes dessa maneira no luto por Narciso, tão belo ele era… O texto de abertura deste capítulo é uma releitura do mito de
— Mas, o Narciso era belo? perguntou o lago. Narciso num poema do irlandês Oscar Wilde. Em síntese, o mito
— Quem o poderá saber melhor do que tu? responderam as Ninfas. original é a história de um belo rapaz que, todos os dias, ia con-
— Por nós passou ele sempre passou, mas foi por ti que procurou e se deitou nas tuas margens e olhou para templar seu rosto num lago. Era tão fascinado por si mesmo que,

curricular e as competências e habilidades prescritas na


ti. E foi no espelho das tuas águas que refletiu a sua própria beleza. certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na
E o lago respondeu: — Mas eu amei Narciso porque enquanto ele se alongava sobre as minhas margens e água e morreu afogado. Do lugar de onde caiu, nasceu uma flor,
olhava para mim, em baixo, no espelho dos seus olhos, eu vi sempre a minha beleza refletida. que recebeu seu nome. Wilde agregou ao mito uma maneira dife- A metamorfose de Narciso, de Salvador Dalí, 1937. Óleo sobre tela
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa: Cavalo de Ferro, 2002. rente de terminar a história. Antes de continuar, reflita com seus de 51,1 cm 3 78,1 cm.

21 22
Base Nacional Comum Curricular, de forma contextualizada
e com rigor conceitual para um estudo consistente.

importante na História da Filosofia é o pré-socrático Heráclito (13), destacado em atitude pensativa, e o


matemático Euclides (18), inclinado, com um compasso na mão, demonstrando um de seus teoremas a A Filosofia e a Arte se complementam na construção do conhecimento. Considerando o texto de Michelangelo, escreva um argu-

Filosofia
um grupo de discípulos – você já deve ter ouvido falar de Euclides nas suas aulas de Matemática. E, final- mento justificando essa afirmativa.
mente, sentado nos degraus da escada, está Diógenes (16), o filósofo irreverente do período helenístico
com ideias geniais, que odiava os bens materiais e, acredite, morava em um barril.
Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

18: Euclides. 16: Diógenes, o cínico. R e 21: Rafael e Sodoma.

Impressiona na obra de Rafael a quantidade de informações sobre a Antiguidade Clássica, desde os de-
Parada complementar

Parada complementar
talhes da arquitetura à mistura de personagens da Antiguidade e do Renascimento, seus gestos, apontando
as ideias desses pensadores, ancorados pela presença dos deuses gregos da sabedoria e do conhecimento
racional, Atena e Apolo. 7. (UEM-PR)
Outro fato interessante já citado é a reunião de personagens da Antiguidade ao lado de contempo-
Pode-se afirmar, portanto, que a arte é uma forma de o homem se relacionar com o mundo, forma que se renova juntamente com a pro-
râneos de Rafael, mostrando claramente a inspiração que o Classicismo grego exerceu sobre o Renasci-
dução da vida. O homem (…) busca sempre novas possibilidades de existência, busca transcender, ultrapassar e descortinar novas dimensões
mento. Esse fato fica claro nos seguintes detalhes: o rosto de Leonardo da Vinci, na figura de Platão; o
da realidade.
de Michelangelo, na figura de Heráclito; e sua própria imagem em um autorretrato que aparece discre-
(Filosofia, Ensino Médio. Curitiba: Seed-PR, 2006, p. 309).
tamente à direita, de boina preta, ao lado de outro famoso pintor e seu amigo, Sodoma. Além dos per-
sonagens citados, muitos outros se apresentam na obra. Muitos desses personagens contribuíram com Sobre a arte como forma de pensamento, assinale o que for correto.

Aqui você encontra atividades que devem


importantes teorias para a construção da concepção de mundo e de sociedade ocidental e serão temas 01) A arte fornece um entendimento do mundo dado pela intuição, ou seja, por um conhecimento imediato da forma concreta e indivi-
importantes da história da Filosofia que serão estudados nos capítulos a seguir.
dual, que não reporta à razão, mas ao sentimento e à imaginação.
02) A arte compartilha do mesmo universo conceitual da filosofia; pois, como esta, ela alcança uma compreensão do mundo por meio

Parada obrigatória
Investigue de conceitos logicamente organizados, abstrações genéricas distantes do dado sensorial e do momento vivido.
04) A imaginação desempenha um papel fundamental na arte; é ela que faz a mediação entre o vivido e o pensado, entre a presença

ser feitas em casa, de forma autônoma,


Além dos conhecimentos que você já obteve sobre a obra A Escola de Atenas, amplie seu estudo sobre a simbologia que ela representa. Veja este vídeo: bruta do objeto e sua representação. Na medida em que torna o mundo presente em imagens, a imaginação nos faz pensar.
<https://youtu.be/SUzHJTD9ODA> (acesso em: 20 abr. 2020). Relembre o que estudou neste capítulo e faça pesquisas adicionais para descobrir:
08) A imaginação do artista é prisioneira da realidade e de sua vida cotidiana; e as escolas estilísticas determinam que tipo de obra de
• o contexto histórico em que foi produzida a obra; arte vale a pena realizar. Sendo assim, o artista, a rigor, não cria coisa alguma, ele apenas copia o que é dado.
• qual é o estilo da obra; 16) Na experiência estética, sentimento e emoção são coisas distintas. A emoção é um estado psicológico de agitação afetiva; o senti-
• o que está sendo representado; mento, como uma reação cognitiva, esclarece o que motiva a emoção. A emoção é uma maneira de lidarmos com o sentimento.

promovendo a aplicação dos conhecimentos.


• relações entre o Renascimento e a Grécia Clássica contidas na obra;
8. (Unioeste-PR)

Seção de exercícios que devem ser


• outros personagens e deuses presentes;
Existe sempre um aspecto inteligível na experiência estética da arte que não deve ser negligenciado. Sem a interpretação daquele que vê ou
• a escolha desse cenário como tema. ouve, sem a construção de sentido por aquele que percebe, não há beleza ou obra de arte.
Charles Feitosa.

A partir da citação acima é correto afirmar que

Na sequência, são indicadas as atividades


a) a capacidade de apreciar a beleza se dá exclusivamente pelos órgãos dos sentidos.

realizados em aula, com intuito


b) a reflexão e a racionalidade não interferem na apreciação estética.
Parada obrigat—ria c) a arte é para sentir e não para pensar.
d) a fruição da beleza na arte não coincide inteiramente com a mera experiência sensorial, mas exige também a participação do pensamento.
4. e) como o termo “estética” remete à expressão grega aisthesis, que significa “percepção por meio dos sentidos e/ou dos sentimentos” a

da seção Teste seu conhecimento.


estética é uma ciência exclusivamente da sensibilidade.
Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no

de exemplificar e aprofundar os
efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem.
BUONAROTTI, Michelangelo. International journal of religious education, 1946. p. 23. v. 23. Teste seu conhecimento: 7

16 17

conteúdos trabalhados em aula.


S’ntese

Com as informações que aprendeu no capítulo, complete o quadro conforme os exemplos já preenchidos.

CONHECIMENTO

Relação Relação Sociedade do


homem e mundo sujeito e objeto conhecimento

Concepção Sujeito e objeto são


de mundo Informação O que é conhecimento
polos dependentes

Síntese
• Matéria/objeto de uma relação
• Espaço geométrico Aparência:
intencional na
• Objeto passivo consciência. O mundo Essência:
e amorfo não é um objeto
• Determinado passivo, apreendido Contexto:
• Coisas físicas e por um sujeito que o
espaciais sem pensa e determina,
relação entre si Conhecimento
ele participa
• Universo infinito de do processo de
possibilidades de ser conhecimento.

Nesta seção, apresentamos uma


do indivíduo
• Imanente
Possibilidade Formas
da verdade de conhecer

Sabedoria

síntese, por meio de fluxogramas,


O ceticismo, nega
a possibilidade
Concepção de alcançar a
de indivíduo: verdade absoluta;
• Espírito/sujeito o conhecimento
• Determinante depende de pontos
• Superação dos de vista, época,

mapas conceituais diversificados


instintos pela razão cultura; o dogmatismo
• Indagação sobre as se fundamenta na
coisas e si mesmo possibilidade de
• Apropriação dos obtenção de verdades
instrumentos e das absolutamente certas
situações e seguras.

ou atividades, para você elaborar


• Transcendente

SER

conclusões sobre os conteúdos


Teste seu conhecimento Teste seu conhecimento

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisi-
estudados em cada capítulo. 18
Filosofia

constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por ção de novas técnicas.


1. (Enem) O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por: a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam
a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a im-
A importância do conhecimento está em seu uso, em nos- possibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão.
b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.
so domínio ativo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se
vida feliz. d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questio-
convencional falar em mero conhecimento, separado da sabe-
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de obter algu- surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo
doria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu pos- namento.
ma certeza. e as coisas nele contidas, os homens foram tomados de
suidor. Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios
d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança espanto, o que deu início à filosofia.
como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do fundamentais.
transcendente. e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram
uso que faz dele.
e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem 6. (UEL-PR) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamen- com que a reflexão racional se restringisse às explicações
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios.
São Paulo: Edusp, 1969. bom e belo. te, de Platão e de Aristóteles: fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de
pensar intrínseca às elaborações mitológicas.
[…] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não
4. (Unesp-SP)
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibi- tem outra origem a filosofia. 7. (Enem)
Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, PLATÃO, Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes.
lidades de progresso material e moral quando
em virtude da transformação estética, representar, no destino Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.
Reprodução/ENEM,2014

a) prioriza o rigor conceitual. exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade,


b) valoriza os seus dogmas. rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram
c) avalia a sua aplicabilidade. e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a a filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início,
d) busca a inovação tecnológica. literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe traba- ante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e
lhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia- enunciaram problemas a respeito das maiores, como os fenô-
e) instaura uma perspectiva científica.
-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com menos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do
a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admira-
2. (Enem)

Teste seu conhecimento


Quanto mais imediatamente política for a obra de arte, mais re- ção julga-se ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo
Ser ou não ser — eis a questão. duzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido, um filósofo, pois também o mito é tecido de maravi-
sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Bau- lhas); portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é
Morrer – dormir — Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
delaire e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht. evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas.
Os sonhos que hão de vir no sono da morte finalidade utilitária. Disponível em: http://fil.cfh.ufsc.br.
(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.) Acesso em: 20 mar. 2013.
Quando tivermos escapado ao tumulto vital ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro.
Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte ca- Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontan-
Que dá à desventura uma vida tão longa. racteriza-se por
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a do para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se
a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador

Ao final de cada capítulo, esta seção conta


SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007. origem da filosofia, é correto afirmar: encontra em uma instância na qual o homem descobre a
da ordem burguesa.
a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade huma- a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do exis- na de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade b) realidade inteligível por meio do método dialético.
dos consumidores culturais.
tencialismo ao enfatizar a tensão entre do conhecimento que os homens fugiram da ignorância. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
c) estabelecer uma relação de independência frente à con-
b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
a) consciência de si e angústia humana. juntura política imediata.
ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.

com exercícios de revisão, aprofundamento


b) inevitabilidade do destino e incerteza moral. d) subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de
c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. transformação da sociedade.
d) racionalidade argumentativa e loucura iminente. e) contemplar as aspirações políticas das populações econo-
e) dependência paterna e impossibilidade de ação. micamente excluídas. Anotações
3. (Enem) 5. (Enem)

e ampliação dos conteúdos estudados,


Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da
ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a su-
vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e portar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu
o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia
vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida

trazendo principalmente questões do


não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar
carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao ar- no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento
bítrio dos sentidos. que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília:
saber, e um certo repouso neste movimento.
Editora UnB, 1988. MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).

19 20
Enem e dos principais exames vestibulares.

IV

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Atualidade do mito De olho Conexões
O surgimento da Filosofia no Ocidente e, posteriormente, da ciência moderna são momentos que provo-

Filosofia
caram profundas rupturas na concepção mítica. Essas rupturas representam o surgimento de uma nova visão A função original do mito
de mundo, onde parecia não ter lugar para mitos. Embora a Filosofia não tenha rompido radicalmente com é ser espelho, promover o Ecos de Narciso
a mitologia, o novo contexto traduzia os mitos como visão ingênua e fantasiosa da realidade, desmerecendo entendimento do mundo e de A partir desse título, analisado sob o olhar de algumas disciplinas, pode-se produzir um roteiro interessante para
sua importância histórica e banalizando-os como fonte de conhecimento humano. si mesmo por meio de suas a realização de uma peça teatral. Cada disciplina contribui com sua análise sobre o tema, aliada à utilização de
No entanto, mentes mais sutis e observadoras não os deixaram cair no esquecimento, imortalizando-os. significações. O mito desperta elementos materiais (cenas curtas de filmes, projeção de pinturas, poemas, músicas) e imateriais (teorias e ideias):

Fique por dentro


E o mito continua fortemente presente: seja nas histórias e expressões do senso comum, seja no teatro, na conhecimento porque reflete Literatura: a versão do mito contada e cantada nos poemas, canções e contos de diversas épocas.
o misterioso, a identidade

Conexões
literatura, na publicidade, no cinema, na pintura, na música, seja no pensamento de estudiosos brilhantes Arte: a versão do mito na pintura de diferentes contextos históricos, edição de cenas de filmes que o retratam.
como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Roland Barthes, entre tantos outros, que se utilizaram das suas desconhecida, a humanidade
Sociologia: a versão contemporânea do mito nas redes sociais, na sociedade do espetáculo e na cultura de consumo.
narrativas como instrumentos de trabalho, tornando-se cada vez mais significativos como referência e fon- (para o bem ou para o mal).
Ao desvelar as sombras que Filosofia: análise da versão do mito na tradição filosófica de origem.
te inesgotável de reflexão sobre a condição humana.
não queremos reconhecer, ele Produzam um roteiro e a montagem da peça teatral articulada aos elementos da pesquisa.
provoca um conflito interior,

Reprodução/Editora Abril

Reprodução/https://pt.slideshare.net/1950/arte-propaganda
entre o ser e o aparecer,
nos inquietando e nos Mas, independentemente dos contextos, seja há 3 mil anos como representação do pensamento gre-

Apresenta temas de interesses relativos


go, seja no período Barroco, na estética surrealista do século XX ou atualmente, nas redes sociais ou em

Apresenta abordagens associadas a outras áreas


convidando a buscar
uma solução. Essa é a peças publicitárias de relevância, a essência do mito de Narciso continua viva e presente, eternizando-se
sua essência. e validando a sua contribuição como conhecimento e autoconhecimento da condição humana no mundo.

ao conteúdo estudado, tais como Fique por dentro


Saiba mais sobre a apro-
priação do mito pela mídia e
suas consequências no livro
1.
Parada obrigatória
de conhecimento para você explorar habilidades
informações bibliográficas, fatos, notícias, de modo interdisciplinar.
Medusa estampa a capa da revista Campanha publicitária de uma de Malena Segura Contrera, No fundo, o erro mortal do narcisismo não é querer amar excessivamente a si mesmo, mas, ao contrário, no momento de escolher entre si
Bravo! de agosto de 2012. marca de motocicletas inspirada na O mito na mídia: a presença mesmo e seu duplo, dar preferência à imagem.
escultura de Hermes. de conteúdos arcaicos nos ROSSET, Clèment. O real e seu duplo. Porto Alegre: L&PM, 1988. p. 77-78.
meios de comunicação (2. ed.
Por outro lado, a natureza dos elementos mitológicos e das obras de arte, abordados constantemente São Paulo: Annablume, 2000).
pela mídia, reforça que seus elementos se relacionam com os níveis mais profundos do imaginário huma- Relacionando o texto ao mito de Narciso, explique de que forma o conhecimento mítico contribui para o autoconhecimento

curiosidades. Aqui você também encontra


no. Heróis e mitos formam imagens universais existentes nos seres humanos, incrustadas na sua mente, do indivíduo.
por muitas gerações, formando um tecido que é sempre familiar, porque transmite segurança e possui for-
te apelo às emoções e afetividade humanas. Daí a sua importância como apelo publicitário na atualidade.
O problema é que essa exposição do mito e da obra de arte pela mídia desloca-os de seu contexto ori-

De olho
ginal, gerando interpretações equivocadas. A utilização estereotipada dos mitos e heróis retira deles o seu
caráter originalmente contestatório, revelador da verdade, promovendo um processo de desmitologização e

recursos e fontes de informação que


empobrecimento do símbolo. Isso significa que, nesse processo, os aspectos ori-

Reprodução/https://dablios.wordpress.com
ginais do símbolo são abandonados, e, pior, são descaracterizados para serem
direcionados a um objetivo fora dele – no caso, o consumo.
Nessa apropriação da cultura popular pela mídia, os mitos, a obra de
arte e seus significados originais ficam banalizados, sobrepostos pelo ime-
diatismo da mensagem publicitária. Nesse contexto, essas formas de co-

podem ser usados para aprofundar os Destacamos aqui aqueles aspectos considerados
nhecimento, arte e mito, que possuem um papel libertador, de movimento,
de atividade, são utilizadas para promover a passividade do indivíduo, esti-
mulando-o ao aspecto meramente contemplativo, uma vez que a intenção é
fazer dele um consumidor.
Em contraponto, outro fato interessante e contraditório deve ser aqui

estudos. São indicadas fontes de pesquisa


destacado: na sociedade contemporânea, a inesgotável oferta de prazer e a

relevantes no componente curricular para você


aquisição de bens pelo consumo não saciam o desejo humano; aumentando,
paralelamente a isso, a valorização do mistério, do mítico e da religiosida-
de em busca daquela receita mágica dos antigos, que ajude o indivíduo a
A série Quarto de Vincent em Arles, de Vincent van Gogh, 1878-
compreender e construir a tão sonhada vida boa num universo ordenado, 1889, tem um de seus quadros apropriado e transformado em
harmonioso e justo. peça publicitária para venda de computadores.

como livros, sites e vídeos na internet. 35 24

manter atenção especial no momento de estudo.

No século IV a.C., Alexandre Magno invade e conquista a Gré-


Como fazer Catarse: o teatro como cia. Tudo o que foi construído, a cultura, os valores e os conceitos

Filosofia
entram em decadência. Foi nesse contexto crítico e de desen-
Esta questão apresenta as festas populares como rituais carregados de sentido. O tema tratado se refere à recriação da cosmogonia espelho da alma canto que a comédia encontrou o momento ideal para afirmar-
nas comunidades arcaicas, que ocorria anualmente por meio de rituais religiosos e festas populares. O filósofo grego Aristóteles fez uma interpretação interessante -se como gênero teatral. O comediógrafo Aristófanes aproveita o
A cada ritual do ano-novo ocorre, simbolicamente, um recomeço do mundo. Essa consagração é considerada o gesto divino de instau- sobre os efeitos que a tragédia provocava no indivíduo. Para ele, a momento de crise para criar um sistema de críticas e escárnio aos
ração do cosmos que estabelece a ordem em função da qual se desenrolam as relações concretas dos homens, garantindo o sentido função da tragédia era produzir o que ele denomina “catarse”, de- valores da sociedade e da política grega, oferecendo boas garga-
das coisas. Essa reatualização do mito ocorre por meio finida como purgação dos sentimentos de terror e compaixão, ou lhadas e amenizando a insegurança e os temores do povo.
a) da criação poética dos aedos em suas andanças diárias. seja, das emoções dos espectadores, diante das paixões humanas
b) da recriação da cosmogonia pelos rituais religiosos e festas populares. representadas no palco.
Fique por dentro
c) da divulgação dos saberes populares nas populações campesinas. A tragédia é a imitação de uma ação importante e completa, de
d) do desvelamento e revelação do mundo pela razão humana. certa extensão; num estilo tornado agradável pelo emprego separado O filme A rosa púrpura do Cairo, dirigido por Woody Allen (EUA, 1985),
e) da compreensão objetiva dos fenômenos da natureza. é uma crítica bem humorada à sociedade dos anos 1930, em meio a

Como fazer
de cada uma de suas formas, segundo as partes; ação apresentada,
não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores, e que, suscitando uma crise econômica. Em uma mescla de comédia e filosofia, retrata a
Resolução: ambivalência entre realidade e fantasia, traduzida através dos dois per-
a compaixão e o terror, tem por efeito obter a purgação das emoções.
Apesar de o texto de abertura sugerir algumas informações, o tema é complexo e vago, exigindo conhecimentos prévios, como saber como o
[…] A tragédia não é a imitação dos homens, mas das ações e da vida. sonagens principais: o ator de um filme que foge da tela e vai em direção
mito funda o mundo e como esse mundo se reatualiza na concepção mítica. Não é possível responder à questão se você não possuir informações a Cecilia, uma moça que, incapaz de enfrentar um cotidiano difícil, passa
ARISTÓTELES. Arte poética. São Paulo: Martin Claret, 2003.
sobre o tema. É preciso analisar cada uma das alternativas. todo o seu tempo livre no cinema, vendo o mesmo filme, como forma de
a) Falsa. A poesia, embora contribua nesse contexto, não é capaz por si só de fazer a reatualização do mito. Não é essa sua função; ela fantasiar e fugir da frustração e da realidade insuportável. Em relação ao
descreve, traduz o fato. tema estudado, é possível perceber como ocorre, nesse filme, o processo
Purgação: estado de purificação da alma experimentado pela plateia,
b) Verdadeira. A reatualização do mito ocorre pela recriação da cosmogonia por meio das festas populares e dos rituais religiosos. A cada restituindo ao sujeito a ordenação de suas emoções. catártico que o teatro e o cinema promovem no indivíduo.
ritual, celebra-se a repetição do gesto dos deuses de instauração do cosmos no tempo primordial, ocorrendo, simbolicamente, um

Aqui você encontra explicações


Para esse pensador, o processo de imitação levava o espectador
recomeço do mundo.
c) Falsa. A divulgação de saberes a um grupo específico tem a mesma função da poesia, não sendo suficiente para promover essa atuali-
a reconhecer a si mesmo como diante de um espelho e, ao mesmo Ética: a dimensão humana do herói trágico
tempo, a se afastar do reflexo, observando sua vida de fora. Ao se Na Grécia, entre os séculos VIII e V a.C., as concepções de
zação.
identificar com a cena, projeta a si mesmo nos personagens, expe- ser humano, de sociedade e de mundo passaram por profundas
d) Falsa. O mito não é racional, é uma crença fundamentada na fé e na autoridade do narrador, sem necessidade de comprovação.
rimentando emoções que o levam à liberação dos seus próprios mudanças, decorrentes do processo de transformação política,
e) Falsa. O mundo não pretende uma objetividade; dirige-se ao sentimento, à fé e às emoções dos participantes.
sentimentos e tristezas, diante do trágico fim destinado ao herói ao social e cultural. A Grécia deixou de ser rural e surgiu a pólis, que

sobre como resolver uma questão


Portanto, a alternativa correta é a b.
término do espetáculo. Esse processo permitiria às pessoas que li- deu origem a uma nova organização social, com uma reestrutura-
dassem com problemas mal resolvidos e refletissem sobre seu dia a ção dos instrumentos que a constituíam, como as leis e a religião.
dia, exteriorizando emoções e internalizando pensamentos racionais. Nesse contexto, a tragédia contribuiu com esse processo de
Para que isso ocorresse, era necessário criar as condições ade- transformação, descrevendo-o e refletindo sobre ele. As repre-
quadas à identificação dos espectadores com o desenrolar das sentações trágicas se integravam à vida da pólis, assumindo
ações e de seus personagens. Então, essas ações deveriam parecer também uma função didática para a formação do povo grego, co-

ou interpretar alguns problemas,


Parada obrigat—ria o mais próximo possível do verdadeiro, serem verossímeis, para nhecida como Paideia, que constitui a própria razão de ser de sua
cultura: educar os indivíduos para conviver em harmonia consigo
que ocorresse o que Aristóteles denominou catarse.
mesmo e com as leis que regem a vida coletiva. A tragédia torna-

Glossário
2. Para Aristóteles essa é a configuração trágica ideal para se produzir -se, assim, um espaço de convívio, onde os problemas da cidade
a finalidade última da tragédia, a catarse. […] À medida que a peça são debatidos e purgados, com vista a encontrar um prazer que
Como um artesão fabricante de instrumentos de cordas agencia, uma a uma, as múltiplas peças de madeira que compõem o objeto sonoro caminha para o clímax, o espectador vai se envolvendo com a trama e se reverte no bem-estar da cidade.

seguindo orientações passo a


para que todas entrem em harmonia umas com as outras (e se a alma do instrumento, isto é, a pequena barra de madeira branca que liga o dorso sentimentos de compaixão e temor fazem com que sofra juntamente A relação entre ética e tragédia se traduz na busca de uma ex-
e o bojo do violino for mal colocada, ele não soará bem, deixando de ser harmonioso), nós devemos, como Ulisses em Ítaca, encontrar nosso local com o herói o seu destino. […] Embora os acontecimentos funestos plicação racional da realidade social, ou seja, humanos e deuses
de vida e alcançá-lo, sob pena de não estarmos aptos a cumprir nossa missão no coração do grande todo do universo e, assim, sermos infelizes: é experimentados por tal herói estejam localizados em um tempo ima- se distanciam em busca de uma racionalização sobre o agir social
esta uma mensagem que a filosofia grega, pelo menos a maior parte dela, conseguiu tirar da mitologia. ginário, estes, por via do poético, produzem efeitos como se fossem que, até então, ocorria por meio de um ensinamento mítico. O he-
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II. reais. Conforme Jean Voilquin e Jean Capelle […] “a tragédia, bem rói trágico se revela como sujeito responsável por seus próprios
Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 23.
atos, julgado por suas ações, pelas quais deve assumir e pagar

passo sobre o contexto, o comando


concebida, deve determinar no auditório, que se deixou empolgar pelas

Apresenta o conceito, a origem ou o


paixões expressas, um gozo que, no final do espetáculo, dá impressão por suas atitudes. Começa a constituir-se aqui o que mais tarde
Explique de que forma essa proposta da mitologia difere de outras formas de conhecimento.
de libertação e de calma, de apaziguamento, como se a obra tivesse será denominado responsabilidade. O que isso significa? Como
dado ocasião para o escoamento do excesso de emoções”. isso ocorre no processo de constituição da tragédia?
Atribui-se esta interpretação da catarse ao fato de Aristóteles ter sido A tragédia expõe as ações humanas diante do público, no
filho de médico. Nesse sentido, a representação de uma tragédia funcio- mesmo molde dos tribunais, levando-o a refletir sobre elas:

e a resposta das atividades.


qual é a relação entre um indivíduo e as ações que realiza? Que

significado de palavras de uso específico


naria como uma espécie de remédio da alma, ajudando os espectadores a
influências exercem sobre as suas ações, as paixões, a ignorân-
expelirem suas próprias dores e sofrimentos. O prazer sentido pelo públi-
cia e os impulsos? Hybris (ação desmedida) e dike (justiça) se
co seria descrito em termos de alívio, sendo considerado tanto mais forte
contrapõem, com a exigência de que o indivíduo se posicione,
quanto mais afetado cada um estivesse pela compaixão e pelo temor.
faça suas escolhas, assuma as consequências.
SANTOS, Adilson. A tragédia grega: um estudo teórico. Revista Investigações, v. 18, n. 1,
2005. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/INV/article/view/1501/1169. As leis divinas ganham dimensões humana, racional, comum a
Acesso em: 12 maio 2020. todos e passíveis de questionamentos e alterações. A justiça, até

28 25
nos componentes curriculares.

importante na História da Filosofia é o pré-socrático Heráclito (13), destacado em atitude pensativa, e o


matemático Euclides (18), inclinado, com um compasso na mão, demonstrando um de seus teoremas a Referências Referências
Filosofia

um grupo de discípulos – você já deve ter ouvido falar de Euclides nas suas aulas de Matemática. E, final-
mente, sentado nos degraus da escada, está Diógenes (16), o filósofo irreverente do período helenístico BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento e a linguagem. Petrópolis: Vozes, 2006.
com ideias geniais, que odiava os bens materiais e, acredite, morava em um barril.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Trad. Rogério Fernandes. Lisboa: Edição Livros do Brasil, 1975.
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Disponível
Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

em: <www.academia.edu/36568226/A_Sabedoria_dos_Mitos_Gregos_-_Ferry_Luc>. Acesso em:

Investigue Referências
mar. 2020.
HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio. São Paulo:
Edições 70, 2010.
JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
PLATÃO. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2006. (Coleção História
da Filosofia).

Propostas para reflexão e debate a partir de Referências utilizadas


SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

18: Euclides. 16: Diógenes, o cínico. R e 21: Rafael e Sodoma. VERNANT, Jean-Pierre. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006.
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa: Cavalo de Ferro, 2002.
Impressiona na obra de Rafael a quantidade de informações sobre a Antiguidade Clássica, desde os de-
talhes da arquitetura à mistura de personagens da Antiguidade e do Renascimento, seus gestos, apontando

perguntas ou situações para que você possa para fundamentar a teoria


as ideias desses pensadores, ancorados pela presença dos deuses gregos da sabedoria e do conhecimento
racional, Atena e Apolo.
Outro fato interessante já citado é a reunião de personagens da Antiguidade ao lado de contempo-
râneos de Rafael, mostrando claramente a inspiração que o Classicismo grego exerceu sobre o Renasci-
mento. Esse fato fica claro nos seguintes detalhes: o rosto de Leonardo da Vinci, na figura de Platão; o
de Michelangelo, na figura de Heráclito; e sua própria imagem em um autorretrato que aparece discre-

articular os seus conhecimentos aos desafios exposta nas aulas.


tamente à direita, de boina preta, ao lado de outro famoso pintor e seu amigo, Sodoma. Além dos per-
sonagens citados, muitos outros se apresentam na obra. Muitos desses personagens contribuíram com
importantes teorias para a construção da concepção de mundo e de sociedade ocidental e serão temas
importantes da história da Filosofia que serão estudados nos capítulos a seguir.

e acontecimentos do mundo contemporâneo.


Investigue
Além dos conhecimentos que você já obteve sobre a obra A Escola de Atenas, amplie seu estudo sobre a simbologia que ela representa. Veja este vídeo:
<https://youtu.be/SUzHJTD9ODA> (acesso em: 20 abr. 2020). Relembre o que estudou neste capítulo e faça pesquisas adicionais para descobrir:
• o contexto histórico em que foi produzida a obra;
• qual é o estilo da obra;

Também traz sugestões e dicas de pesquisa


• o que está sendo representado;
• relações entre o Renascimento e a Grécia Clássica contidas na obra;
• outros personagens e deuses presentes;
• a escolha desse cenário como tema.

de assuntos interessantes com indicação de Parada obrigat—ria

recursos objetivos para você construir seu 4.


Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no
efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem.
BUONAROTTI, Michelangelo. International journal of religious education, 1946. p. 23. v. 23.

trabalho de investigação. 16 40

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Competências e habilidades da BNCC
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2


Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e geopolítico dos Estados-nações.
posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e
tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das merca-
dorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas ex- a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais,
pressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e
e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações
ambientais e culturais. entre eles.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográfi- (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas
cas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais,
(etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimen- financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem
to etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narra- como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas
tivas que contemplem outros agentes e discursos. e culturais.
(EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial,

Habilidades
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos re-
lativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemo- temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando
Habilidades

lógicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/
(expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a for-
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo mação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de di-
a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a iden- ferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e
tidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos
espaço. e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas,
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (popu- políticas e tecnológicas.
lações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/ (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimen-
campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual sões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo
etc.), explicitando suas ambiguidades. contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes (EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes
gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crí- tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão,
tica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as esco- conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio
lares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, geográfico.
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4


Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e
com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e so- culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação
cioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a das sociedades.
consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional,
nacional e global. (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes
sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas,
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produ- tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo,
ção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar (EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em
Habilidades

e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioam- diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação
biental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioam- (EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnoló-
bientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às ativi- gicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promo-
dades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando vendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da
o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e violação dos Direitos Humanos.
demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromis- (EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em dife-
so com a sustentabilidade. rentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre
Habilidades

(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as
massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção
de hábitos sustentáveis.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de
instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens
dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam
a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organis-
mos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e
dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais
sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes mo-
delos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas
da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros).

VI

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo
princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
(EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e
espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éti- (EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos,
cos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (in-
convivência democrática e a solidariedade. cluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condu- Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem
tas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades
Habilidades

intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Huma- étnico-raciais no país.
nos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do auto-
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológi- ritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e
ca etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as
significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanis- formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia,
mos para combatê-las, com base em argumentos éticos. da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos
humanos na sociedade atual.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das
transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo (EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas

Habilidades
contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos
grupos sociais, sociedades e culturas. básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.).
(EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mun-
dial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas
de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa
atuação para as populações locais.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recor-
rendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e
entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas
e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos
em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de
cada indivíduo.
(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira
– com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes
fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir
uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de
seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e
a empatia.

VII

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