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Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

FILOSOFIA

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Presidência: Mario Ghio Júnior
Vice-presidência de educação digital:
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Direção pedagógica: Fabrício Vieira de Moraes
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Razvickas, Brenda T. M. Morais, Carla Bertinato, Daniela Lima,
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Amorim, Maria de Fátima


Formação Geral Básica : Ensino Médio : Filosofia :
Caderno 7 : aluno / Maria de Fátima Amorim. –- 1. ed. -- São
Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2020.
(Pitágoras)

ISBN 978-65-5741-270-1

1. Filosofia (Ensino Médio) I. Título II. Série

CDD 100
20-3088

AngŽlica Ilacqua Ð Bibliotec‡ria Ð CRB-8/7057

2021
1a edição
De acordo com a BNCC.

Impressão e acabamento

Uma publicação

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Este material está organizado da seguinte maneira:

CAPÍTULO

Foco no tema

2 Diálogos entre mito,


Arte e Filosofia
Mito: uma concepção de mundo
Neste capítulo, você vai estudar o universo do pensamento
mítico e suas especificidades como forma de conhecimento. Não
colegas sobre os diferentes finais das duas versões do mito – a
original e a de Wilde – com base nos seguintes questionamentos:

Que consequências a paixão pela própria imagem se reflete na solidão Abertura do capítulo e seção
se pretende aqui esgotar os mitos gregos, descrevendo cada um, do lago de Narciso? De que forma a contemplação da vida, expressada na
visão de Narciso refletida no lago e do lago refletido em Narciso, dificulta

Foco no tema
Habilidades da BNCC: em suas características e funções. O trabalho exigiria uma quan-
EM13CHS101 EM13CHS104 EM13CHS106 EM13CHS202 EM13CHS203 EM13CHS204 EM13CHS303 EM13CHS404 EM13CHS501 tidade tão grande de informações, que nenhum livro teria espaço o acesso à vida real?
Estudaremos neste capítulo:
suficiente. Mas é possível afirmar, com inspiração em Sócrates
Mito: uma concepção de mundo (você se lembra?), que a quantidade de informações não é sufi- Agora, o mito será apresentado em outra forma de lingua-
Reprodução/Galeria Nacional de Arte Antiga do Palacio Barberini, Roma, Italia

ciente para a compreensão da essência do mito como forma de gem: a pintura. Observe como esse personagem atravessou o
Mito e tradição tempo e como é referenciado e expressado de diferentes formas
conhecimento. Porque o mito é, acima de tudo, formação, e qual-
A voz dos poetas quer forma de traduzi-lo, a partir de um acúmulo de informações, e em diversos períodos da História, ao mesmo tempo que man-

A abertura de capítulo apresenta imagem e texto que


tém suas especificidades. Ou seja, embora sua representação
reduziria a significância dessa forma de saber.
Rupturas entre mito e agregue conotações diferentes de acordo com a época em que
Filosofia Inicialmente, é necessário compreender como se processa a
é traduzido, o mito original se mantém intacto, sem perder sua
leitura do mundo por meio do mito. Para isso, aqui está presente
raiz fundamental.
aquilo que funda o mito como forma de saber, com orientações co-

contextualizam a temática em estudo. Duas questões


muns a todos eles. Esta é uma das importantes funções do filoso-

Reprodução/Galeria Nacional de Arte Antiga do Palacio Barberini, Roma, Italia


far: olhar o tema em sua totalidade e filtrar, do seu conhecimento,
aquilo que é de fato relevante. Ao estudar mitologia grega, primei-
ramente, é preciso se despojar de determinadas ideias preconcebi-
das, com base nos modelos disponíveis atualmente. Não é possível
medir a importância do pensamento mítico comparando-o a outras
formas de conhecimento, mas compreendê-lo como uma forma de
saber em suas especificidades que nada deixam a desejar, em ter-
instigantes convidam você a analisar o texto e a imagem e
mos de profundidade e de inteligência, a outras formas de saber.

relacioná-los com os seus conhecimentos sobre o tema.


Entre milhares de histórias da mitologia, todas relevantes em
suas expressões, foi escolhido o mito de Narciso, considerando
seus múltiplos significados, suas releituras e sua atualidade, sendo
um dos signos mais representativos do indivíduo contemporâneo.
Por meio dele, pela sua história e representações antigas e atuais,

Narciso, de Caravaggio, 1594-1596. Óleo sobre tela de 112 cm 3 92 cm.


você conseguirá compreender um pouco sobre o conhecimento
mítico, essa produção cultural milenar sobre a condição humana. Em cada capítulo, você vai encontrar uma trilha de aprendizagem
Espelho: o lago de Narciso
para guiar seus estudos.
Narciso, de Caravaggio, 1594-1596. Óleo sobre
Observe a imagem e responda às questões. tela de 112 cm 3 92 cm.
O espelho, traduzido no mito grego como o lago de Narciso, é
1. Serão os mitos meras histórias fantasiosas sem um sentido real? um tema muito presente nos contos e mitos de diferentes culturas.

Alamy/Fotoarena © Salvador Dali, Gala-Salvador Dali Foundation/


DACS, Londres 2020
2. Como essas histórias sobrevivem por tantos séculos? Entre os temas e reflexões que esse objeto promove, um dos mais
significativos se refere à questão do conflito entre ocultamento
Quando Narciso morreu, o seu lago de prazer passou de uma taça de doces águas para um cálice de lágrimas
salgadas, e as Ninfas dos Montes lamentaram-se, enquanto atravessavam os bosques, no seu dever de cantar ao
lago e reconfortá-lo. E quando elas viram que o lago tinha mudado de uma taça de doces águas para um cálice de
e revelação da identidade. O espelho possui uma dualidade: ele
tanto pode refletir uma identidade com o real, como encobrir e,
até mesmo, deformar essa realidade, traduzindo um olhar oposto
ao do sujeito que está à sua frente.
A seção Foco no tema desenvolve os conteúdos articulando
lágrimas salgadas, soltaram as tranças verdes dos seus cabelos e choraram para o lago, dizendo-lhe:

os objetos de conhecimento do componente curricular e as


— Não estamos admiradas que mergulhes dessa maneira no luto por Narciso, tão belo ele era… O texto de abertura deste capítulo é uma releitura do mito de
— Mas, o Narciso era belo? perguntou o lago. Narciso num poema do irlandês Oscar Wilde. Em síntese, o mito
— Quem o poderá saber melhor do que tu? responderam as Ninfas. original é a história de um belo rapaz que, todos os dias, ia con-
— Por nós passou ele sempre passou, mas foi por ti que procurou e se deitou nas tuas margens e olhou para templar seu rosto num lago. Era tão fascinado por si mesmo que,

competências e habilidades prescritas na Base Nacional Comum


ti. E foi no espelho das tuas águas que refletiu a sua própria beleza. certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na
E o lago respondeu: — Mas eu amei Narciso porque enquanto ele se alongava sobre as minhas margens e água e morreu afogado. Do lugar de onde caiu, nasceu uma flor,
olhava para mim, em baixo, no espelho dos seus olhos, eu vi sempre a minha beleza refletida. que recebeu seu nome. Wilde agregou ao mito uma maneira dife- A metamorfose de Narciso, de Salvador Dalí, 1937. Óleo sobre tela
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa: Cavalo de Ferro, 2002. rente de terminar a história. Antes de continuar, reflita com seus de 51,1 cm 3 78,1 cm.

21 22
Curricular, de forma contextualizada e com rigor conceitual para
um estudo consistente.

importante na História da Filosofia é o pré-socrático Heráclito (13), destacado em atitude pensativa, e o


matemático Euclides (18), inclinado, com um compasso na mão, demonstrando um de seus teoremas a A Filosofia e a Arte se complementam na construção do conhecimento. Considerando o texto de Michelangelo, escreva um argu-

Filosofia
um grupo de discípulos – você já deve ter ouvido falar de Euclides nas suas aulas de Matemática. E, final- mento justificando essa afirmativa.
mente, sentado nos degraus da escada, está Diógenes (16), o filósofo irreverente do período helenístico
com ideias geniais, que odiava os bens materiais e, acredite, morava em um barril.
Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Parada complementar
18: Euclides.

Impressiona na obra de Rafael a quantidade de informações sobre a Antiguidade Clássica, desde os de-
talhes da arquitetura à mistura de personagens da Antiguidade e do Renascimento, seus gestos, apontando
16: Diógenes, o cínico. R e 21: Rafael e Sodoma.

Parada complementar
Aqui você encontra atividades que
devem ser feitas em casa, de forma
as ideias desses pensadores, ancorados pela presença dos deuses gregos da sabedoria e do conhecimento
racional, Atena e Apolo. 7. (UEM-PR)
Outro fato interessante já citado é a reunião de personagens da Antiguidade ao lado de contempo-
Pode-se afirmar, portanto, que a arte é uma forma de o homem se relacionar com o mundo, forma que se renova juntamente com a pro-
râneos de Rafael, mostrando claramente a inspiração que o Classicismo grego exerceu sobre o Renasci-
dução da vida. O homem (…) busca sempre novas possibilidades de existência, busca transcender, ultrapassar e descortinar novas dimensões
mento. Esse fato fica claro nos seguintes detalhes: o rosto de Leonardo da Vinci, na figura de Platão; o
da realidade.
de Michelangelo, na figura de Heráclito; e sua própria imagem em um autorretrato que aparece discre-

autônoma, promovendo a aplicação


(Filosofia, Ensino Médio. Curitiba: Seed-PR, 2006, p. 309).
tamente à direita, de boina preta, ao lado de outro famoso pintor e seu amigo, Sodoma. Além dos per-
sonagens citados, muitos outros se apresentam na obra. Muitos desses personagens contribuíram com Sobre a arte como forma de pensamento, assinale o que for correto.
importantes teorias para a construção da concepção de mundo e de sociedade ocidental e serão temas 01) A arte fornece um entendimento do mundo dado pela intuição, ou seja, por um conhecimento imediato da forma concreta e indivi-
importantes da história da Filosofia que serão estudados nos capítulos a seguir.
dual, que não reporta à razão, mas ao sentimento e à imaginação.
02) A arte compartilha do mesmo universo conceitual da filosofia; pois, como esta, ela alcança uma compreensão do mundo por meio

Parada obrigatória dos conhecimentos. Na sequência, são


Investigue de conceitos logicamente organizados, abstrações genéricas distantes do dado sensorial e do momento vivido.
04) A imaginação desempenha um papel fundamental na arte; é ela que faz a mediação entre o vivido e o pensado, entre a presença
Além dos conhecimentos que você já obteve sobre a obra A Escola de Atenas, amplie seu estudo sobre a simbologia que ela representa. Veja este vídeo: bruta do objeto e sua representação. Na medida em que torna o mundo presente em imagens, a imaginação nos faz pensar.
<https://youtu.be/SUzHJTD9ODA> (acesso em: 20 abr. 2020). Relembre o que estudou neste capítulo e faça pesquisas adicionais para descobrir:
08) A imaginação do artista é prisioneira da realidade e de sua vida cotidiana; e as escolas estilísticas determinam que tipo de obra de
• o contexto histórico em que foi produzida a obra; arte vale a pena realizar. Sendo assim, o artista, a rigor, não cria coisa alguma, ele apenas copia o que é dado.
• qual é o estilo da obra; 16) Na experiência estética, sentimento e emoção são coisas distintas. A emoção é um estado psicológico de agitação afetiva; o senti-

indicadas as atividades da seção Teste


• o que está sendo representado; mento, como uma reação cognitiva, esclarece o que motiva a emoção. A emoção é uma maneira de lidarmos com o sentimento.
• relações entre o Renascimento e a Grécia Clássica contidas na obra;
8. (Unioeste-PR)

Seção de exercícios que devem ser


• outros personagens e deuses presentes;
Existe sempre um aspecto inteligível na experiência estética da arte que não deve ser negligenciado. Sem a interpretação daquele que vê ou
• a escolha desse cenário como tema. ouve, sem a construção de sentido por aquele que percebe, não há beleza ou obra de arte.
Charles Feitosa.

A partir da citação acima é correto afirmar que


a) a capacidade de apreciar a beleza se dá exclusivamente pelos órgãos dos sentidos. seu conhecimento.
realizados em aula, com intuito
b) a reflexão e a racionalidade não interferem na apreciação estética.
Parada obrigat—ria c) a arte é para sentir e não para pensar.
d) a fruição da beleza na arte não coincide inteiramente com a mera experiência sensorial, mas exige também a participação do pensamento.
4. e) como o termo “estética” remete à expressão grega aisthesis, que significa “percepção por meio dos sentidos e/ou dos sentimentos” a
estética é uma ciência exclusivamente da sensibilidade.
Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no

de exemplificar e aprofundar os
efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem.
BUONAROTTI, Michelangelo. International journal of religious education, 1946. p. 23. v. 23. Teste seu conhecimento: 7

16 17

conteúdos trabalhados em aula.


S’ntese

Com as informações que aprendeu no capítulo, complete o quadro conforme os exemplos já preenchidos.

CONHECIMENTO

Relação Relação Sociedade do


homem e mundo sujeito e objeto conhecimento

Concepção Sujeito e objeto são


de mundo Informação O que é conhecimento
polos dependentes
• Matéria/objeto de uma relação
• Espaço geométrico Aparência:
intencional na
• Objeto passivo consciência. O mundo Essência:
e amorfo não é um objeto
• Determinado passivo, apreendido Contexto:
• Coisas físicas e por um sujeito que o
espaciais sem pensa e determina,
relação entre si Conhecimento
ele participa
• Universo infinito de do processo de

Síntese
possibilidades de ser conhecimento.
do indivíduo
• Imanente
Possibilidade Formas
da verdade de conhecer

Sabedoria
O ceticismo, nega
a possibilidade
Concepção de alcançar a

Nesta seção, apresentamos uma síntese,


de indivíduo: verdade absoluta;
• Espírito/sujeito o conhecimento
• Determinante depende de pontos
• Superação dos de vista, época,
instintos pela razão cultura; o dogmatismo
• Indagação sobre as se fundamenta na

por meio de fluxogramas, mapas


coisas e si mesmo possibilidade de
• Apropriação dos obtenção de verdades
instrumentos e das absolutamente certas
situações e seguras.
• Transcendente

conceituais diversificados ou atividades, SER

para você elaborar conclusões sobre os


18

Teste seu conhecimento


conteúdos estudados em cada capítulo.
Teste seu conhecimento

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisi-
Filosofia

constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por ção de novas técnicas.


1. (Enem) O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por: a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam
a) Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a im-
A importância do conhecimento está em seu uso, em nos- possibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão.
b) Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.
so domínio ativo sobre ele, quero dizer, reside na sabedoria. É d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se
vida feliz. d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questio-
convencional falar em mero conhecimento, separado da sabe-
c) Defender a indiferença e a impossibilidade de obter algu- surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo
doria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu pos- namento.
ma certeza. e as coisas nele contidas, os homens foram tomados de
suidor. Não compartilho dessa reverência pelo conhecimento e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios
d) Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança espanto, o que deu início à filosofia.
como tal. Tudo depende de quem possui o conhecimento e do fundamentais.
transcendente. e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram
uso que faz dele.
e) Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem 6. (UEL-PR) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamen- com que a reflexão racional se restringisse às explicações
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios.
São Paulo: Edusp, 1969. bom e belo. te, de Platão e de Aristóteles: fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de
pensar intrínseca às elaborações mitológicas.
[…] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não
4. (Unesp-SP)
No trecho, o autor considera que o conhecimento traz possibi- tem outra origem a filosofia. 7. (Enem)
Uma obra de arte pode denominar-se revolucionária se, PLATÃO, Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes.
lidades de progresso material e moral quando
em virtude da transformação estética, representar, no destino Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.
Reprodução/ENEM,2014

a) prioriza o rigor conceitual. exemplar dos indivíduos, a predominante ausência de liberdade,


b) valoriza os seus dogmas. rompendo assim com a realidade social mistificada e petrificada Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram
c) avalia a sua aplicabilidade. e abrindo os horizontes da libertação. Esta tese implica que a a filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início,
d) busca a inovação tecnológica. literatura não é revolucionária por ser escrita para a classe traba- ante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e
lhadora ou para a “revolução”. O potencial político da arte baseia- enunciaram problemas a respeito das maiores, como os fenô-
e) instaura uma perspectiva científica.
-se apenas na sua própria dimensão estética. A sua relação com menos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do
a práxis (ação política) é inexoravelmente indireta e frustrante. universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admira-
2. (Enem)

Teste seu conhecimento


Quanto mais imediatamente política for a obra de arte, mais re- ção julga-se ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo
Ser ou não ser — eis a questão. duzidos são seus objetivos de transcendência e mudança. Nesse sentido, um filósofo, pois também o mito é tecido de maravi-
sentido, pode haver mais potencial subversivo na poesia de Bau- lhas); portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é
Morrer – dormir — Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
delaire e Rimbaud que nas peças didáticas de Brecht. evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas.
Os sonhos que hão de vir no sono da morte finalidade utilitária. Disponível em: http://fil.cfh.ufsc.br.
(Herbert Marcuse. A dimensão estética, s/d.) Acesso em: 20 mar. 2013.
Quando tivermos escapado ao tumulto vital ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro.
Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte ca- Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontan-
Que dá à desventura uma vida tão longa. racteriza-se por
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a do para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se
a) apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador

Ao final de cada capítulo, esta seção conta


SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007. origem da filosofia, é correto afirmar: encontra em uma instância na qual o homem descobre a
da ordem burguesa.
a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade huma- a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) comprometer-se com as necessidades de entretenimento
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do exis- na de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade b) realidade inteligível por meio do método dialético.
dos consumidores culturais.
tencialismo ao enfatizar a tensão entre do conhecimento que os homens fugiram da ignorância. c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
c) estabelecer uma relação de independência frente à con-
b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
a) consciência de si e angústia humana. juntura política imediata.
ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.

com exercícios de revisão, aprofundamento


b) inevitabilidade do destino e incerteza moral. d) subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de
c) tragicidade da personagem e ordem do mundo. transformação da sociedade.
d) racionalidade argumentativa e loucura iminente. e) contemplar as aspirações políticas das populações econo-
e) dependência paterna e impossibilidade de ação. micamente excluídas. Anotações
3. (Enem) 5. (Enem)

e ampliação dos conteúdos estudados,


Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da
ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a su-
vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e portar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu
o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia
vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida

trazendo principalmente questões do


não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar
carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao ar- no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento
bítrio dos sentidos. que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília:
saber, e um certo repouso neste movimento.
Editora UnB, 1988. MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).

19 20
Enem e dos principais exames vestibulares.

IV

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Atualidade do mito De olho Conexões
O surgimento da Filosofia no Ocidente e, posteriormente, da ciência moderna são momentos que provo-

Filosofia
caram profundas rupturas na concepção mítica. Essas rupturas representam o surgimento de uma nova visão A função original do mito
de mundo, onde parecia não ter lugar para mitos. Embora a Filosofia não tenha rompido radicalmente com é ser espelho, promover o Ecos de Narciso
a mitologia, o novo contexto traduzia os mitos como visão ingênua e fantasiosa da realidade, desmerecendo entendimento do mundo e de A partir desse título, analisado sob o olhar de algumas disciplinas, pode-se produzir um roteiro interessante para
sua importância histórica e banalizando-os como fonte de conhecimento humano. si mesmo por meio de suas a realização de uma peça teatral. Cada disciplina contribui com sua análise sobre o tema, aliada à utilização de
No entanto, mentes mais sutis e observadoras não os deixaram cair no esquecimento, imortalizando-os. significações. O mito desperta elementos materiais (cenas curtas de filmes, projeção de pinturas, poemas, músicas) e imateriais (teorias e ideias):

Fique por dentro


E o mito continua fortemente presente: seja nas histórias e expressões do senso comum, seja no teatro, na conhecimento porque reflete Literatura: a versão do mito contada e cantada nos poemas, canções e contos de diversas épocas.
o misterioso, a identidade

Conexões
literatura, na publicidade, no cinema, na pintura, na música, seja no pensamento de estudiosos brilhantes Arte: a versão do mito na pintura de diferentes contextos históricos, edição de cenas de filmes que o retratam.
como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Roland Barthes, entre tantos outros, que se utilizaram das suas desconhecida, a humanidade
Sociologia: a versão contemporânea do mito nas redes sociais, na sociedade do espetáculo e na cultura de consumo.
narrativas como instrumentos de trabalho, tornando-se cada vez mais significativos como referência e fon- (para o bem ou para o mal).
Ao desvelar as sombras que Filosofia: análise da versão do mito na tradição filosófica de origem.
te inesgotável de reflexão sobre a condição humana.
não queremos reconhecer, ele Produzam um roteiro e a montagem da peça teatral articulada aos elementos da pesquisa.
provoca um conflito interior,

Reprodução/Editora Abril

Reprodução/https://pt.slideshare.net/1950/arte-propaganda
entre o ser e o aparecer,
nos inquietando e nos Mas, independentemente dos contextos, seja há 3 mil anos como representação do pensamento gre-

Apresenta temas de interesses relativos


convidando a buscar go, seja no período Barroco, na estética surrealista do século XX ou atualmente, nas redes sociais ou em
uma solução. Essa é a peças publicitárias de relevância, a essência do mito de Narciso continua viva e presente, eternizando-se

Apresenta abordagens associadas a outras


sua essência. e validando a sua contribuição como conhecimento e autoconhecimento da condição humana no mundo.

ao conteúdo estudado, tais como Fique por dentro


Saiba mais sobre a apro-
priação do mito pela mídia e
suas consequências no livro
1.
Parada obrigatória
áreas de conhecimento para você explorar
informações bibliográficas, fatos, notícias,
Medusa estampa a capa da revista Campanha publicitária de uma de Malena Segura Contrera, No fundo, o erro mortal do narcisismo não é querer amar excessivamente a si mesmo, mas, ao contrário, no momento de escolher entre si
Bravo! de agosto de 2012. O mito na mídia: a presença

habilidades de modo interdisciplinar.


marca de motocicletas inspirada na mesmo e seu duplo, dar preferência à imagem.
escultura de Hermes. de conteúdos arcaicos nos ROSSET, Clèment. O real e seu duplo. Porto Alegre: L&PM, 1988. p. 77-78.
meios de comunicação (2. ed.
Por outro lado, a natureza dos elementos mitológicos e das obras de arte, abordados constantemente São Paulo: Annablume, 2000).
pela mídia, reforça que seus elementos se relacionam com os níveis mais profundos do imaginário huma- Relacionando o texto ao mito de Narciso, explique de que forma o conhecimento mítico contribui para o autoconhecimento

curiosidades. Aqui você também encontra


no. Heróis e mitos formam imagens universais existentes nos seres humanos, incrustadas na sua mente, do indivíduo.
por muitas gerações, formando um tecido que é sempre familiar, porque transmite segurança e possui for-
te apelo às emoções e afetividade humanas. Daí a sua importância como apelo publicitário na atualidade.
O problema é que essa exposição do mito e da obra de arte pela mídia desloca-os de seu contexto ori-
ginal, gerando interpretações equivocadas. A utilização estereotipada dos mitos e heróis retira deles o seu
caráter originalmente contestatório, revelador da verdade, promovendo um processo de desmitologização e

recursos e fontes de informação que


empobrecimento do símbolo. Isso significa que, nesse processo, os aspectos ori-

Reprodução/https://dablios.wordpress.com
ginais do símbolo são abandonados, e, pior, são descaracterizados para serem
direcionados a um objetivo fora dele – no caso, o consumo.
Nessa apropriação da cultura popular pela mídia, os mitos, a obra de
arte e seus significados originais ficam banalizados, sobrepostos pelo ime-
diatismo da mensagem publicitária. Nesse contexto, essas formas de co-

podem ser usados para aprofundar os


nhecimento, arte e mito, que possuem um papel libertador, de movimento,
de atividade, são utilizadas para promover a passividade do indivíduo, esti-
mulando-o ao aspecto meramente contemplativo, uma vez que a intenção é
fazer dele um consumidor.
Em contraponto, outro fato interessante e contraditório deve ser aqui

estudos. São indicadas fontes de pesquisa


destacado: na sociedade contemporânea, a inesgotável oferta de prazer e a
aquisição de bens pelo consumo não saciam o desejo humano; aumentando,
paralelamente a isso, a valorização do mistério, do mítico e da religiosida-
de em busca daquela receita mágica dos antigos, que ajude o indivíduo a
A série Quarto de Vincent em Arles, de Vincent van Gogh, 1878-
compreender e construir a tão sonhada vida boa num universo ordenado, 1889, tem um de seus quadros apropriado e transformado em
harmonioso e justo. peça publicitária para venda de computadores.

como livros, sites e vídeos na internet. 35 24

Como fazer Filosofia e sabedoria

Filosofia
Esta questão apresenta as festas populares como rituais carregados de sentido. O tema tratado se refere à recriação da cosmogonia Citando o escritor e filósofo Jostein Gaarder, o melhor meio de se aproximar da filosofia é fazer per-
guntas filosóficas. De olho
nas comunidades arcaicas, que ocorria anualmente por meio de rituais religiosos e festas populares.
A cada ritual do ano-novo ocorre, simbolicamente, um recomeço do mundo. Essa consagração é considerada o gesto divino de instau- Pensando de forma
Como o mundo foi criado? Será que existe uma vontade ou um sentido por trás do que ocorre? Há vida depois da bem ampla, sempre se
ração do cosmos que estabelece a ordem em função da qual se desenrolam as relações concretas dos homens, garantindo o sentido
morte? Como é possível responder a estas perguntas? E, principalmente, como se deve viver? produziu Filosofia. Todos
das coisas. Essa reatualização do mito ocorre por meio
a) da criação poética dos aedos em suas andanças diárias. os indivíduos, de todas
A Filosofia é uma forma de conhecimento muito antiga. A busca de respostas para questões que dizem as épocas e lugares,
b) da recriação da cosmogonia pelos rituais religiosos e festas populares.
respeito à compreensão da realidade e sobre o que é o ser humano, a necessidade de encontrar um senti- certamente filosofavam
c) da divulgação dos saberes populares nas populações campesinas.
do para a vida e os mistérios da existência sempre foi objeto de reflexão humana. Foi essa inquietação na quando desenvolviam suas
d) do desvelamento e revelação do mundo pela razão humana.
busca de explicações para o real que deu origem ao filosofar. reflexões sobre o mundo
e) da compreensão objetiva dos fenômenos da natureza.

Como fazer
e as diversas relações
Resolução: Entretanto, filosofar não é apenas refletir, mas pensar de forma crítica. O que isso significa? ali vivenciadas, criando
Apesar de o texto de abertura sugerir algumas informações, o tema é complexo e vago, exigindo conhecimentos prévios, como saber como o interpretações sobre a
mito funda o mundo e como esse mundo se reatualiza na concepção mítica. Não é possível responder à questão se você não possuir informações Ao nascer, somos inseridos em um mundo de conceitos, hábitos e valores preconcebidos que aceita- realidade. Essa capacidade
sobre o tema. É preciso analisar cada uma das alternativas. mos e ao qual nos adequamos sem questionar, e que influenciarão toda a nossa concepção de vida, de de refletir é a base da
a) Falsa. A poesia, embora contribua nesse contexto, não é capaz por si só de fazer a reatualização do mito. Não é essa sua função; ela ser e de mundo. Interagimos com esse mundo e seus valores, fazendo e buscando o que todos fazem e Filosofia.
descreve, traduz o fato. buscam: alimentar, trabalhar, divertir, casar, ter filhos, como se essas tarefas e suas realizações fossem
b) Verdadeira. A reatualização do mito ocorre pela recriação da cosmogonia por meio das festas populares e dos rituais religiosos. A cada o caminho da felicidade. Aos poucos, esses conceitos vão se tornando uma verdade natural, comum a
ritual, celebra-se a repetição do gesto dos deuses de instauração do cosmos no tempo primordial, ocorrendo, simbolicamente, um todas as pessoas com que convivemos, nos convencendo de que temos a mesma percepção de mundo,

Aqui você encontra explicações


recomeço do mundo. que sentimos as mesmas necessidades, reforçando mais ainda nossas crenças.
c) Falsa. A divulgação de saberes a um grupo específico tem a mesma função da poesia, não sendo suficiente para promover essa atuali- Mas, eis que, de vez em quando, algo diferente acontece e balança nossas estruturas, tirando-nos do
zação. lugar comum e deixando-nos inseguros, provocando uma reflexão sobre a nossa vida e seu curso. Nesses
d) Falsa. O mito não é racional, é uma crença fundamentada na fé e na autoridade do narrador, sem necessidade de comprovação. momentos nos sentimos inquietos, invadidos e abalados em nossas crenças e valores. Indignados ou
maravilhados diante dessa situação que nos obriga a rever nossos conceitos e em busca de sobrevivên-
e) Falsa. O mundo não pretende uma objetividade; dirige-se ao sentimento, à fé e às emoções dos participantes.
cia física ou moral, penetramos em um outro estado de espírito nos perguntando: por que as coisas são

sobre como resolver uma questão


Portanto, a alternativa correta é a b.
assim? Como elas são realmente? É possível mudá-las? Como fazer isso? O que é certo e errado?
Observe a tela de René Magritte, ao lado. Há um cachim-

Reprodução/Museu de Arte da Cidade de


Los Angeles, Califórnia, EUA
bo, ao mesmo tempo que as palavras em francês escritas na

De olho
tela negam o que está representado na imagem: Ceci n’est
pas une pipe (“Isto não é um cachimbo”), gerando um con-

ou interpretar alguns problemas,


flito de mensagens. Como assim? Se aquilo que não é um
Parada obrigat—ria cachimbo, então o que é? Todos observam a pintura de um
cachimbo. A ideia preconcebida de um cachimbo foi negada.
A imagem não é o objeto. Letras e imagens entram em desa-
2. cordo, desconstruindo o convencional, a representação esta-
Como um artesão fabricante de instrumentos de cordas agencia, uma a uma, as múltiplas peças de madeira que compõem o objeto sonoro belecida, a imposição da linguagem, tirando nossas certezas

seguindo orientações passo a


e gerando uma inquietação que desafia o nosso pensamento.

Destacamos aqui aqueles aspectos


para que todas entrem em harmonia umas com as outras (e se a alma do instrumento, isto é, a pequena barra de madeira branca que liga o dorso
Essa atitude de espanto dá início a um processo de ques- A traição das imagens, de René Magritte,
e o bojo do violino for mal colocada, ele não soará bem, deixando de ser harmonioso), nós devemos, como Ulisses em Ítaca, encontrar nosso local
tionamento que leva à ampliação da compreensão sobre o 1928-1929. Óleo sobre tela de 62,2 cm 3 81 cm.
de vida e alcançá-lo, sob pena de não estarmos aptos a cumprir nossa missão no coração do grande todo do universo e, assim, sermos infelizes: é
que é o fato. Nesses momentos, experimentamos o filosofar. Los Angeles County Museum of Art, EUA.
esta uma mensagem que a filosofia grega, pelo menos a maior parte dela, conseguiu tirar da mitologia.
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 23.
Filosofar é indagar

passo sobre o contexto, o comando Explique de que forma essa proposta da mitologia difere de outras formas de conhecimento. Filosofar é indagar sobre o que é o mundo, o que é o ser humano, a natureza, as coisas e a sociedade.
Essa indagação é uma espécie de inquietação que não permite ao indivíduo que se acomode diante de um
mundo que se apresenta pronto e acabado, determinado. Para a Filosofia, nada está pronto, tudo é caminho.
Filosofar é, portanto, não se acomodar, mas buscar a luz, iluminar, abrindo possibilidades diante
dessas indagações pela reflexão e pelo pensamento. Um caminho solitário, sem dúvida, o pensamento
considerados relevantes no componente
e a resposta das atividades. curricular para você manter atenção
é solitário – ninguém pode fazer isso por outra pessoa. Mas uma experiência inigualável de liberdade
e de humanidade, que somente pelo pensar é possível ter acesso, e que modifica para sempre o olhar
sobre as coisas e sobre si mesmo.
Leia o que David Hume, no seu texto “Melancolia filosófica”, fala sobre essa inquietação experimentada
pelo filósofo. A consciência da realidade é vista como uma espécie de “condenação”, levando-o constante-
mente a um sair e voltar a si mesmo para engajar-se, assumindo o seu papel social na construção do mundo.

28 11
especial no momento de estudo.

importante na História da Filosofia é o pré-socrático Heráclito (13), destacado em atitude pensativa, e o


matemático Euclides (18), inclinado, com um compasso na mão, demonstrando um de seus teoremas a Foco no tema
Filosofia

um grupo de discípulos – você já deve ter ouvido falar de Euclides nas suas aulas de Matemática. E, final-
mente, sentado nos degraus da escada, está Diógenes (16), o filósofo irreverente do período helenístico
com ideias geniais, que odiava os bens materiais e, acredite, morava em um barril. Iluminismo e Filosofia
O século XVIII é marcado pela finalização de profundas mudanças iniciadas no século XVI, com o Re-
Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Reprodução/Museus do Vaticano, Cidade do Vaticano, Itália.

Investigue
nascimento, nos campos econômico, político, social e científico. Para compreender em que consistem
essas mudanças, é necessário recapitular alguns fatos já estudados.
Por mais significativo que o Renascimento tenha sido em termos culturais e artísticos, o grande impacto
filosófico veio no início do século XVII, com a Revolução Científica. Um grupo de pensadores criou novas
teorias filosóficas, apoiado em um retorno ao espírito independente da Grécia Antiga. Destacam-se, nesse
propósito, René Descartes (1596-1650) e sua concepção do universo como um objeto material, com leis
mecânicas, desprovido de qualidades humanas. A base do mecanicismo cartesiano está em afirmar que as
leis da mecânica são as mesmas que regem as leis da natureza. O resultado dessa filosofia foi proporcionar
a crença no conhecimento seguro e previsível do mundo, fazendo do homem senhor da natureza. A visão

Propostas para reflexão e debate a partir


qualitativa do universo, aos poucos, deu seu lugar a uma visão quantitativa. Desde então, ocorre uma ex-
pressiva mudança na cultura, com o abandono das concepções de mundo antiga e medieval, consideradas
18: Euclides. 16: Diógenes, o cínico. R e 21: Rafael e Sodoma.
ultrapassadas e opressoras, dando lugar a outro mundo, construído pelo homem.
A Revolução Científica, portanto, abriu caminho para um novo período da Era da Razão, denominado Ilu-
Impressiona na obra de Rafael a quantidade de informações sobre a Antiguidade Clássica, desde os de- minismo, e o ápice desse período ocorreu em meados do século XVIII. Considera-se Iluminismo o conjunto
talhes da arquitetura à mistura de personagens da Antiguidade e do Renascimento, seus gestos, apontando das transformações ideológicas verificadas ao longo do século XVIII na Europa.

de perguntas ou situações para que você


as ideias desses pensadores, ancorados pela presença dos deuses gregos da sabedoria e do conhecimento
racional, Atena e Apolo.
Outro fato interessante já citado é a reunião de personagens da Antiguidade ao lado de contempo- Uma mudança de paradigma
râneos de Rafael, mostrando claramente a inspiração que o Classicismo grego exerceu sobre o Renasci- A principal marca desse período foi certo otimismo quanto ao poder da razão na reorganização da so-
mento. Esse fato fica claro nos seguintes detalhes: o rosto de Leonardo da Vinci, na figura de Platão; o ciedade e no conhecimento da natureza. Os ideais da liberdade individual, da convivência e da felicidade
de Michelangelo, na figura de Heráclito; e sua própria imagem em um autorretrato que aparece discre- juntam-se aos cultos da razão e da ciência na compreensão dos fenômenos naturais e sociais e na orien-

possa articular os seus conhecimentos


tamente à direita, de boina preta, ao lado de outro famoso pintor e seu amigo, Sodoma. Além dos per- tação dos problemas existenciais.
sonagens citados, muitos outros se apresentam na obra. Muitos desses personagens contribuíram com O Iluminismo propõe a laicização da razão, ou seja, a autonomia da razão desvinculada da fé e da reli-
importantes teorias para a construção da concepção de mundo e de sociedade ocidental e serão temas gião, em nome do projeto da esfera pública burguesa. Nesse contexto das “luzes”, o saber adquire um lugar

Glossário
importantes da história da Filosofia que serão estudados nos capítulos a seguir. privilegiado, uma vez que é por meio dele que o poder será exercido. Neste capítulo, você estudará a forma
pela qual o ideário iluminista construiu a ideia de conhecimento, poder, governo e direito contemporâneo.
Os valores da burguesia ganham destaque, provocando rupturas nas formas de pensar consagradas

aos desafios e acontecimentos do mundo


Investigue pela tradição, favorecendo sua ascensão social e a afirmação de sua ideologia, o que acaba por causar
uma quebra de paradigma. Nesse contexto, a grande preocupação dos filósofos iluministas é a crítica à Paradigma: modelo, visão de
Além dos conhecimentos que você já obteve sobre a obra A Escola de Atenas, amplie seu estudo sobre a simbologia que ela representa. Veja este vídeo:
sociedade e à política do Antigo Regime, por meio da apologia à investigação racional de todas as esferas mundo ou padrão estabelecido
<https://youtu.be/SUzHJTD9ODA> (acesso em: 20 abr. 2020). Relembre o que estudou neste capítulo e faça pesquisas adicionais para descobrir: que organiza a sociedade em
da vida humana – econômica, social, natural ou metafísica. No campo econômico, em especial, inicia-se
• o contexto histórico em que foi produzida a obra; uma mudança que vai alterar definitivamente todas as outras esferas da vida humana e das sociedades,
determinado contexto. Uma
“quebra de paradigma” é uma
• qual é o estilo da obra; a partir da Revolução Industrial, com a introdução das máquinas no processo de produção.

contemporâneo. Também traz sugestões e


alteração do contexto, da

Apresenta o conceito, a origem ou o


• o que está sendo representado; No século XVIII, configura-se a chamada “esfera pública iluminista”, formada por homens letrados, concepção de mundo.
jornalistas e filósofos, que se reuniam em lugares apolíticos, como cafés, salões literários, bibliotecas,
• relações entre o Renascimento e a Grécia Clássica contidas na obra;
isto é, lugares onde o espírito livre do ensino oficial poderia
Erich Lessing Culture and Fine Arts Archives/AKG

• outros personagens e deuses presentes; pensar e discutir livremente a política e o direito vigentes.
• a escolha desse cenário como tema. As ideias que surgiam desses encontros foram publicadas
posteriormente em revistas, panfletos e outros materiais

dicas de pesquisa de assuntos interessantes significado de palavras de uso específico


impressos, ganhando um impulso considerável em defe-
sa da liberdade de expressão e na formação de opinião. Essa
nova esfera pública, afirmando-se inicialmente como um mo-
dismo, aos poucos, impõe-se como lugar da verdade, um
Parada obrigat—ria modo de representação alternativo à autoridade da mo-

com indicação de recursos objetivos para


narquia, cabendo a esses grupos letrados assumir-se como

nos componentes curriculares.


expressão pública da opinião do povo, que era desprovido
4. das condições necessárias para se expressar publicamente.
Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no
efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem.
BUONAROTTI, Michelangelo. International journal of religious education, 1946. p. 23. v. 23. O triunfo de Marat, de Louis Léopold Boilly, 1794. Óleo sobre

você construir seu trabalho de investigação.


tela de 80 cm 3 120 cm. Museu das Belas Artes, Lille, Fran•a.

16 3

Referências Referências
Filosofia

BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: o ser, o conhecimento e a linguagem. Petrópolis: Vozes, 2006.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. Trad. Rogério Fernandes. Lisboa: Edição Livros do Brasil, 1975.
FERRY, Luc. A sabedoria dos mitos gregos: aprender a viver II. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Disponível
em: <www.academia.edu/36568226/A_Sabedoria_dos_Mitos_Gregos_-_Ferry_Luc>. Acesso em:

Referências
mar. 2020.
HEIDEGGER, M. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio. São Paulo:
Edições 70, 2010.
JAEGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
PLATÃO. Teeteto. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2006. (Coleção História
da Filosofia).

Referências utilizadas
SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006.
WILDE, Oscar. Poema em prosa. Trad. Possidónio Cachapa. Lisboa: Cavalo de Ferro, 2002.

para fundamentar a teoria


exposta nas aulas.

40

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Competências e habilidades da BNCC
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2


Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, me-
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de diante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e papel geopolítico dos Estados-nações.
posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista
e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das merca-
dorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e
(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas ex- a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais,
pressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e
e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações
ambientais e culturais. entre eles.
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geo- (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação
gráficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos po-
conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/ pulacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e
desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e com- culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais,
parando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. ambientais, econômicas e culturais.
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (es-

Habilidades
relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epis- pacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e re-
lativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo,
Habilidades

temológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas


naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a
(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de
modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacio-
a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no nais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais
tempo e no espaço. (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioe-
(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (popu- conômicas, políticas e tecnológicas.
lações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/ (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas di-
campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual mensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no
etc.), explicitando suas ambiguidades. mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, dife- (EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em di-
rentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação ferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem,
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o
incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, pro- raciocínio geográfico.
duzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 4


Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, con-
com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e textos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam transformação das sociedades.
a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional, nacional e global. (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes
sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas,
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de pro- tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do
dução, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e ela- (EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda
Habilidades

borar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estrati-
socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. ficação e desigualdade socioeconômica.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e so- (EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnoló-
cioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais gicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, pro-
e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, movendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e
considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, da violação dos Direitos Humanos.
quilombolas e demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativis- (EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em di-
tas e o compromisso com a sustentabilidade. ferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de
Habilidades

sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atuali-


massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambien- dade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
tais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à
adoção de hábitos sustentáveis.
(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas
de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as
origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas
que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
(EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organis-
mos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental
e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambien-
tais sustentáveis.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes
modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da
sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos
sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades,
entre outros).

VI

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fa-
princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. zendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
(EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos
e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos (EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos,
éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedo- sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (in-
rismo, a convivência democrática e a solidariedade. cluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem
condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades
Habilidades

preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os étnico-raciais no país.


Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do auto-
individuais. ritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e
(EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psico- latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com
lógica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da auto-
seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando nomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e
mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos. dos direitos humanos na sociedade atual.
(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das (EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de

Habilidades
transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mun- suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos
do contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indi- políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, so-
víduos, grupos sociais, sociedades e culturas. berania etc.).
(EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto
mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas
formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos
dessa atuação para as populações locais.
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, re-
correndo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progres-
sos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contem-
porâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações
desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de
cada grupo e de cada indivíduo.
(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade bra-
sileira – com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de
diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados
e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o pro-
tagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a
autoconfiança e a empatia.

VII

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