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Campinas, SP
1997
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Profa. Dra. Célia Maria de Castro Almeida
... as músicas criadas hoje, o que elas nos propõem, o que delas participamos
pouco tem a ver com a “música” tal como é ensinada de hábito nas escolas.
Cumpriria talvez à educação musical algo além do “ensino” da música em qualquer
das suas manifestações, cumpriria a nós educadores musicais algo além de ensinar
ao aluno aquilo que a anos aprendemos com os nossos professores?
Carlos Kater
1.INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.2.1. Multiculturalidade
2.2.2. Interdisciplinaridade
2.2.3. Criatividade
3. CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.INTRODUÇÃO
O gravador de fita magnética foi o ponto de partida para toda essa revolução
na música. O aparentemente “simples” fato de se poder reproduzir uma obra já foi
uma revolução como salienta Walter Benjamin em 1930:
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Centros de Pesquisa:
Pontuamos algumas das institucionais que apareceram para unir o fazer
musical às possibilidades oferecidas pela tecnologia contemporânea:
• IRCAM
“Procurar definir música - que de toda forma não é um objeto, mas um processo - é
um pouco como tentar definir poesia: trata-se, pois, de uma tentativa felizmente
impossível, haja vista a futilidade que existe em querer traçar os limites que separam
a música do que não é mais música, entre a poesia e não-poesia.”5
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O conceito de arte esta sendo pensado e revisto. O século XXI chega com o
fim da diferença. Composições recentes tanto na área classificada como Erudita,
como obras de Luciano Berio (Folcksongs), Gilberto Mendes (Beba Cola-cola), Chico
Mello ( John Cage na Praia), Tato Taborda (Samba do Crioulo Doido), quanto na área
classificada de Popular, Arrigo Barnabé, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti,
mostram que os muros entre o erudito e o popular, vanguarda e tradição,
internacional e regional estão sendo redimensionados (KARTER,1990). Minha filha
de 23 anos viaja nas férias para conhecer ao vivo e a cores os amigos virtuais
encontrados nos “chats” , salas-de-conversa, da Internet e inscreve seus alunos, do
30 ano do 10 grau, em sites para receber correspondência de crianças de vários
lugares do mundo. Meu sobrinho, roqueiro de 17 anos, aprende a mexer no
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computador para navegar na grande rede até o “site” do Bon Jovi e pegar novos
sons. A Aldeia ficou global, a interdisciplinaridade é o dia-a-dia, o multiculturalismo
ganhou as ruas. Como todo este admirável mundo novo esta se refletindo na
Educação Musical?
Multicultural
Regina M Simão Santos cita um exemplo da música Kamaiurá que utiliza sons
considerados não-musicais pelos detentores da tradição musical e que, apesar disto,
são amplamente usado em músicas de vanguarda tanto erudita – música concreta –
quanto popular – Hermeto Pascoal :
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folhas, etc. Usando a voz como veículo da palavra, ou a palavra como jogo sonoro
(sem preocupação com o significado do vocábulo), há de haver sempre um
pensamento musical, uma intenção musical para que haja música.”
Interdisciplinar
∗ brincar com os sons da mesma forma brincamos com cores, formas e argila,
“um tatear sonoro”, modificando o timbre, altura do som, experimentando
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{“Há pouco valor em se saber sobre pulso, ritmo, harmonia, timbre, etc.
a não ser que se possa fazer uso musical (artístico) de tais conceitos, a não
ser que a visão derivada da experiência seja tal que nos capacite a lidar com
outros e variados usos do ritmo, harmonia, timbre, etc. como e quando os
encontramos.” (Paynter, p.34 in Santos, Regina M, Simão. A Natureza da
aprendizagem musical e suas implicações curriculares - análise
comparativa de quatro métodos. Revista da Abem - Associação Brasileira
de Educação, Musical - 1994}
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... “ o momento que vivemos é, sob vários pontos de vista, único. Único porém
não só pelas limitações que imprimem mal-estar, em decorrência de estado de “ des-
pespectiva” para a educação em geral, artística e musical em particular. Única
também não apenas pelo incômodo profundo causado àqueles que têm convicção -
originada por anos de trabalho, reflexão e experiência - de que a música é mais,
muito mais de que um simples luxo ou prazer “ desnecessário” . Mas é único ainda
na medida em que acreditamos que “ música” representa tanto uma dimensão
sensível fundamental no ser humano, quanto constitui-se num importante patamar,
onde não meramente se assenta mas, sobre o qual se desenvolve uma legitima
cultura.” Kater, Carlos Editorial Cadernos de Estudo - Educação Musical no 1, São
Paulo:Atravéz,1990.
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É preciso lembrar que para o professor estar afinado com o seu tempo ele
deve ser preparado para exercer esta temporalidade. Vencer o medo da
incompetência frente à máquina e frente aos mais jovens que “nascem sabendo
apertar botões” não pode ser uma tarefa solitária. Para isto não bastam também
apenas os famosos “cursos de reciclagem” de fim-de-férias. É preciso apostar mais,
investir mais neste profissional que tem como tarefa educar nosso povo. Apenas uma
formação contínua tanto tecnológica quanto musical fará com que nós nos
apropriemos da tecnologia do século XXI para caminhar rumo a uma educação
musical coerente com a criação contemporânea.
Fredric M. Litto
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MULTICULTURALIDADE
PROPOSTAS:
Acreditamos que a educação multicultural deve criar mecanismos que dêem a todos iguais
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condições para uma atuação social mais crítica e efetiva e que através do contato com outras
culturas reafirmemos o percurso histórico e consciência de quem somos, para análise crítica de
nossa vivência.
Demerval Saviani
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Bibliografia Geral
GIRON, Luís Antônio, jornal “Folha de São Paulo” Editado no Caderno Especial
Página: Especial A-7 Edição: Nacional JUL 11, 1994
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PAYNTER, John. & ASTON, Peter. Sound and silence: classroom projects in
creative music. London: At the University Press,1970, p6
TURKLE, S. (1984). "The Second Self - Computers and the human spirit" ,
produzido por Fernández L. y Reginni S.A., Buenos Aires, Argentina
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SITIES PESQUISADOS -
http://www.geocities.com/TelevisionCity/7815/nov.tec.htm
SOFTWARES PESQUISADOS -
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A função primária dos centros de pesquisa que foram montados até agora tem
sido, portanto, aquela de suprir recursos tecnológicos para várias espécies de
pesquisa musical. Atualmente, em virtude dos avanços tecnológicos permitirem que
pesquisas sérias sejam realizadas em praticamente qualquer lugar, os centros de
pesquisa servem às duas funções primordiais de proporcionar um contexto social no
qual alianças incomuns possam ser formadas e fornecimento de equipamento
exótico ou caro. Na medida em que equipamentos relevantes tornam-se mais
baratos, a missão destes centros começa a gravitar, de modo sempre crescente, em
direção à educação e ao networking.
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Educadores como Edgar Willems, Dalcroze, Orff e Kodaly renovaram com seus
métodos em aspectos diferentes o ensino da música, mas é a partir dos anos 40 com
o movimento Música Viva criado por H.J.Koellreutter e, nos anos 60, com novo
impulso trazido pelas Oficinas de Música que a presença da música contemporânea
se fez presente, ainda que como sombra, na educação musical brasileira.
Ciça
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Iça
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