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MATÃO ano 2 - edição 10 - nº 3

auditada por:
PricewaterhouseCoopers
distribuição gratuita

29 de janeiro de 2013

85 anos de
dedicação ao
próximo e paixão
pelo futebol
O padre Amador Romão, palmeirense fervoroso,
conquistou o carinho dos fiéis com suas ações
caridosas, ao longo de quase 60 anos de sacerdócio.
Em 2008, também se elegeu vereador

Matão chora
a morte do
padre Marcos
Vítima de acidente,
o padre Marcos Simão
deixou muitos amigos

Estação ferroviária: dos bons tempos


à decadência e ao abandono
A estação ferroviária de Matão, que foi palco de
muitas histórias emocionantes por pelo menos
meio século, entre as décadas de 1920 e 1970,
amarga hoje o abandono total, resultado da
decadência do sistema

1 kappa magazine
2 kappa magazine
kappa magazine 3
4 kappa magazine
kappa magazine 5
sumário

10
Registramos a história do padre Amador Romão,
com 84 anos e 59 de ordenação. Além da
participação ativa junto à comunidade, inclusive
capa durante um período como vereador, ele ficou
conhecido por ser palmeirense fanático.

16 homenagem
A morte do padre Marco 20 saúde
Simão, 54 anos, em um O número de criadores do Aedes
egypti, transmissor da dengue, em
acidente automobilístico, no alguns bairros, preocupa a Vigilância
início de janeiro, comoveu Epidemiológica.
Matão. O padre era muito
querido e atuante na cidade.

28 distribuição
24 história
O prédio da estação ferroviária
Confira os pontos de entrega dos
20 mil exemplares da kappa,
estrategicamente distribuídos para
facilitar o acesso dos leitores.
de Matão, totalmente
abandonado, pede atenção.
Ouvimos testemunhas
dos tempo áureos e de
decadência.
36 cinema
De férias em Matão, Gustavo Giani,
montador de longas-metragens
premiados, concedeu entrevista
falando do seu trabalho.

32 kappinha
Ansiedade marca
comportamento de
crianças que entraram em
54 social
Circulamos por festas, bares
e restaurantes da cidade para
contagem regressiva para garantir o registro dos principais
a volta às aulas. acontecimentos do mês.

6 kappa magazine
Editorial
Por
Luciano
Abelhaneda

auditada por:

Ano 2 | Edição 10 | Nº 3 PricewaterhouseCoopers


distribuição gratuita

Matão pode
Matão, 29 de janeiro de 2013

Tiragem desta edição: 20.000 exemplares

Expediente: kappa é uma publicação da Abelhaneda

entrar para a
Editora e Serviços de Comunicação Ltda.

Diretor Comercial - Adilson Haddad

história
Executiva de Negócios - Maria Eugênia Panegossi
matao@revistakappa.com.br
Editora-chefe

C
Marcia Bessa Martins - editoraara@revistakappa.com.br
MTb. 24.567
Reportagem
om o desafio que começamos com essa edição número
Andressa Fernandes - redacao4@revistakappa.com.br 10 da kappa Matão, a cidade pode entrar para a histó-
Mtb. 38.154 ria como a primeira cidade do interior do seu porte a
Samara Ignácio - redacao@revistakappa.com.br
MTb. 64. 887 ter uma revista mensal. E além disso com tiragem com-
provada pela PwC - Price Waterhouse Coopers.
Criação
Aldo Pasetto Francisco, Alexandre Veras, Daniel Andrade Nessa edição, estamos trazendo muitas histórias de Matão, coi-
e Rebeca Miranda Sanches (estagiária) sas que mudaram a vida das pessoas. Chegamos à 10ª edição com
Fotógrafos recorde de tiragem e com a kappa sendo reconhecida em todos
Lucas Tannuri - Mtb. 59.775
Mateus Rigola os cantos da cidade.
Nosso desafio é manter esse pique comercial e editorial com o
Colunistas sociais
apoio da cidade e do comércio. A kappa vem para democratizar a
Antonieta Magalhães
socialara@revistakappa.com.br notícia com qualidade, boa impressão, tiragem de 20 mil revistas
Márcia Belotti e muito resultado para quem anuncia.
karaka@portalk3.com.br
Muitos me perguntaram por que fazer uma revista mensal em
Jornalista Responsável Matão. Eu respondo facilmente: precisamos estar no cotidiano
Luciano Abelhaneda - MTb. 23.733 das pessoas, precisamos que as pessoas sintam falta da kappa,
Revisão - Jussara Lopes
que ela chegue logo. Revista bimestral e trimestral acaba ficando
esquecida pelo tempo, todas têm sua qualidade e periodicidade,
Diretor Jurídico - Fernando Abelhaneda
mas queremos mais.
Diretor Financeiro - Mário Gonçalves de Mattos Jr. Já provamos esse êxito em Araraquara e São Carlos com revis-
Diretora de Eventos - Daniela Abelhaneda tas quinzenais e com muito sucesso. Nas duas cidades as revistas
se transformaram num sucesso comercial e de respeito junto à
kappa magazine
Via Abdo Najn, 3555 - Jd. Santa Julia sociedade.
16 3305-5533 - Araraquara-SP | 14.811-000 Apresentamos esta edição com grandes assuntos da cidade, e
www.revistakappa.com.br
já estamos preparando a próxima que vai mostrar o mercado imo-
Elogios, críticas e sugestões: biliário e o crescimento de Matão.
contato@revistakappa.com.br Você, comerciante, precisa experimentar a kappa, para sentir o
Quero anunciar: comercial@revistakappa.com.br resultado imediato e ficar nosso parceiro.
Contamos com o apoio de todos, e Matão entrará para a história.
kappa não tem responsabilidade editorial pelos
conceitos emitidos nos artigos assinados e informes
publicitários.

facebook.com/kappamagazine
twitter.com/kappamagazine
kappa magazine 7
Cartas

Gosto muito da revista devido às informações presta- Muito boa a kappa. Por onde vamos, escutamos co-
das à sociedade e também por ser uma revista gratuita, mentários sobre as reportagens. Quem não lê, fica de
pois todas as pessoas têm direito ao acesso à informação. fora do que está acontecendo. Eu procuro acompanhar
Caroline Viana todos os exemplares. Parabéns à equipe pela compe-
tência e pela qualidade da revista.
A kappa é a nossa revista preferida! Além de ser gra- Fernanda Carvalho
tuita, traz assuntos interessantes com muita competên-
cia e imparcialidade. Parabéns pelo excelente trabalho! Gostaria de sugerir mais matérias sobre os direitos
Feliz 2013! Abraços matonenses! do consumidor. A última ficou muito elucidativa. Aliás,
David Liesenberg eu não sabia que em Matão tinha um próprio Procon.
Aline Oliveira Andrade
Gostei da matéria sobre o crescimento de Matão na
última edição da kappa; mostra uma realidade que es- Parabéns ao comércio pela decoração natalina na
tamos verificando diariamente. Mas, além da habitação, praça, esperamos ver muito mais nos próximos finais
precisamos de muito mais para consolidar o desenvol- de ano. Deixa a cidade bonita e encanta as pessoas.
vimento. É preciso investir mais em infraestrutura, edu- Ricardo Luiz Batista
cação e saúde.
José Roberto Ignácio
Se você tem alguma sugestão, elogio ou crítica ao conteúdo da kappa,
entre em contato conosco através do e-mail contato@revistakappa.com.br
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Karen Pereira

8 kappa magazine
kappa magazine 9
Capa

Padre
Amador:
popular
pela fé e
pela paixão
palmeirense
Padre Amador Romão, que já foi
vereador, é conhecido também
como torcedor fervoroso do
Palmeiras

Por samara ignácio


Fotos: Lucas tannuri e arquivo pessoal

P
ara ele não bastou ser pa-
dre. Participar ativamente Padre Amador
da vida de sua comunidade Romão: quase
60 anos de
incluiu se tornar um dos esportis- ordenação
tas mais conhecidos de Matão e,

1 0 kappa magazine
Do seminário à
parceria com o irmão

Padre Nelson
Romão, falecido
Padre Amador (1º à dir.) com a família, entre eles, seu irmão mais velho, em 1973
o padre Nelson Romão (1º à esq.)

Após passar pelo seminário de sete anos, com aulas de


Teologia, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, e Filosofia,
em São Carlos, Amador Romão foi ordenado padre, em 8 de
dezembro de 1953. “No início do seminário eram 48 jovens.
Os votos do celibato, de obediência, fizeram com que apenas
mais tarde, se eleger vereador. Assim, irmão que ele iniciou sua missão de eu e mais dois se tornassem padre”, orgulha-se.
o padre Amador Romão, palmeiren- catequisar em uma cidade que, na- Rezou a primeira missa em Taquaritinga, onde ficou por
um ano. “No começo, padre acaba só tapando buraco”,
se que completa 85 anos no dia 1° de quela época, já era uma do Estado
brinca. Então foram mais um ano e meio em Jaú. Chegou
março, sendo 59 deles de ordenação, com maior número de católicos. a ficar dois anos e meio em Matão e foi enviado para
desenhou sua história. Foram mais Ele relata que a avó paterna Cata- Torrinha, onde permaneceu por nove anos. Até que, em 25
de 20 mil missas celebradas, mais de rina chegou a pedir por mais de 20 de fevereiro de 1968, voltou definitivamente para a cidade
em que o irmão, o padre Nelson Romão, já estava.
quatro mil casamentos e milhares de anos que Deus reservasse um neto Naquele tempo, só havia a Paróquia Senhor Bom Jesus.
crianças batizadas, além de leis mu- padre. Além de Amador e Nelson, “Era o vigário do padre Nelson e percorríamos os bairros
nicipais de sua autoria aprovadas no outros primos seguiram o celibato, catequizando. Cada casa onde era celebrada uma missa,
era plantada uma sementinha e hoje se tornou uma
Legislativo, no seu mandato, de 2008 reunindo cinco padres na família, paróquia. A segunda paróquia da cidade foi a da Santa
a 2012, quando se licenciou por con- além da irmã freira. “No leito de mor- Cruz”, relembra.
ta da saúde. te, ela pediu a meu avô que continu-
DESPEDIDA - Em 1973, um infarto na Praia Grande, em
Nascido em Bariri, padre Amador asse rezando para ter netos na vida
Santos, tirou a vida precocemente de seu irmão, que na
teve oito irmãos, alguns já falecidos, religiosa”, conta. época tinha apenas 50 anos. “Quando o corpo chegou a
e não foi o único da família a se de- O interesse pela religião surgiu Matão, as fábricas pararam. Quem não tinha permissão
dicar à vida religiosa. Uma irmã, ele quando ele tinha apenas 9 anos. Ao para sair do emprego, saiu ainda sim. Foi uma multidão.
Ele era um grande mestre, seria em breve nomeado bispo,
recorda, morreu ainda bebê, com assistir a uma missa, em Bariri, emo- foi uma grande perda”, lamenta.
apenas oito dias. A irmã Maria Íria cionou-se ao ver o padre dar a comu- Com a morte de padre Nelson, o jovem teve que assumir as
tornou-se freira, mas faleceu cedo, nhão à própria mãe. “Aquilo mexeu responsabilidades da paróquia e, em 24 de julho de 1973,
tornou-se o novo pároco da Igreja Matriz. “No mesmo dia
aos 21 anos, em 1950. Já o padre Nel- comigo, meu irmão já estava no se- cheguei a realizar um batizado. Fiquei sozinho”, lembra. Na
son Antônio Romão, que dá nome minário, mas foi aquele momento época Matão tinha cerca de 30 mil habitantes e as ações
à escola e nome à avenida da cida- especial que realmente influenciou da igreja não podiam parar. “Hoje, com nove paróquias,
Matão representa para mim um pedacinho do céu. Foi aqui
de, morreu em 1973. Foi ao lado do na minha decisão”, conta padre Ama- que aprendi sobre ser padre e ser humano”, agradece.

kappa magazine 11
Capa

O futebol e a política

Da esquerda para a direita: o padre Amador e o craque Ademir da


Guia, em visita a Matão, com Armando Marchesan e Dorival Pereira

Padre Amador, no Plenário


da Câmara, em 2010
Ele demonstra sua paixão pelo
Palmeiras, mas garante que a
Matonense também é querida

O envolvimento com o futebol tornou o padre Amador um dos palmeirenses mais jogar futebol. “Teve um jovem que tinha toda a chance de ser um grande jogador,
populares de Matão. No seminário, ele diz ter jogado muita bola. E a paixão pelo mas escolheu a cadeia. Foi triste, mas sabemos que muitos outros nós salvamos”,
Palmeiras é inabalável, mesmo em fases difíceis do time do coração, como a atual. lamenta o padre, que durante dois anos rezou missa no pátio da Cadeia Pública de
“Tem que contratar jogadores; do jeito que está, vai apanhar na segunda divisão”, Matão . “Eram as missas mais difíceis que realizava”, recorda.
critica, se referindo ao rebaixamento do time no Campeonato Brasileiro. E ainda
emenda: “O Parque Antártica foi o primeiro estádio de São Paulo, temos tradição”, LEGISLATIVO - Com 80 anos, Amador resolveu encarar um novo desafio: a política.
orgulha-se o padre torcedor que, claro, também defende o time da cidade e E foi eleito vereador em 2008, com 835 votos. “Já conhecia muita coisa na vida,
relembra quando a Matonense subiu para a segunda divisão. “O pessoal da Elite fez menos a política, por isso decidi tentar. Com três anos e meio de mandato tive
uma camiseta para mim, metade Matonense metade Palmeiras”, conta, admitindo que me afastar, por conta da dengue, mas ainda sim consegui fazer um pouco por
que, na época, ficava dividido quando os times disputavam uma partida. “Teve um nossa cidade”, avalia, citando, entre suas principais iniciativas, a busca pela melhoria
jogo que rezei para a Matonese ganhar o primeiro tempo e o Verdão, o segundo”. de qualidade de vida para doentes e idosos. “Apesar de não ser um político, tive a
O jogo terminou empatado nos primeiros 45 minutos e, no segundo, o Palmeiras oportunidade de estar no ambiente e me aproximei dos vereadores. Um dos que
venceu. “Estava rezando missa e só fiquei sabendo do resultado depois”, lembra, admirava era o Nogueira, um grande homem conhecedor das leis, uma grande
garantindo nunca ter deixado um compromisso por conta de jogos. perda”, revela, homenageando o vereador Ademir Nogueira, falecido em novembro
Chegou a desenvolver o Projeto Craques do Futuro, uma escolinha de futebol de 2012. Ainda autoavaliando a participação na Câmara, ele destaca: “Perfeição, só
com cerca de 90 meninos, do Jardim Popular. O objetivo era oferecer atividade no no céu, mas fiz indicações, fizemos o trabalho de fiscalizar o prefeito, observamos
período contrário às aulas e dar todo apoio aos meninos carentes que sonhavam em que o sistema tem muitas falhas. O prefeito até luta para atender a todos, mas...”

dor, hoje com 84 anos. O segredo da Quem o acompanha, sabe que gue. Mas a garra pela vida e a von-
longevidade, segundo ele, é comer 2012 não foi um ano fácil. Ele ficou tade de trabalhar o salvaram. “Teria
pouco para viver mais. muito debilitado após contrair den- apenas duas opções: cemitério ou a

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UTI e não quis nenhum dos dois. Fi- malas prontas. Roma, à Itália. “A segunda vez foi a
quei dez dias internado, mas não me melhor, inesquecível. A visita àque-
lembro de nada, graças a Deus”, des- DESAFIOS E CONQUISTAS - No la terra santa, acompanhar as pas-
creve o padre, que acrescenta: “Pedi sacerdócio, Amador se descreve sagens com outro olhar e sentir o
uma aprovação nas minhas preces; conservador. “Nossa técnica não era amor de Jesus pela humanidade
não podia ir embora sem passar por avançada, tivemos que nos adaptar, foram emocionantes” descreve. Mas
provações. Eu mesmo pedi para o modernizar ao nosso modo”, explica. também lembra com carinho da visi-
chefe uma dificuldade para me puri- Para ele, viver na espiritualidade e ta a Havana, em Cuba, em 1988, em
ficar por aqui mesmo”, brinca. dedicar-se ao próximo são a melhor pleno comunismo. “A primeira missa
Até porque ele diz que seu desejo forma de exemplo. “A Igreja é dinâ- tinha apenas cinco pessoas. No sába-
é de morrer bem depois dos 93 anos, mica e ao longo do tempo encon- do seguinte, conseguimos reunir um
como a mãe. Quando questionado tramos muitas pessoas dispostas a pouco mais”, relembra
qual homenagem gostaria de rece- se dedicar e a lutar pela verdade. Me
ber, já que a Avenida Padre Nelson
Antonio Romão recebeu o nome
entreguei ao conhecimento profun-
do da fé. O testemunho de fé arrasta
Um amigo para
do irmão, padre Amador é enfático: multidões”, garante. todas as horas
“Pode ser uma ruazinha bem escon- Quanto às abdicações por conta A amiga aposentada Maria Neu-
dida. O certo é homenagear em vida, das escolhas, Amador não vê dificul- sa Marchesan lembra muito bem do
depois que morreu, é bem esquisito, dades. “Todo ser humano é sexuali- momento de dificuldade do padre
não é?”, questiona. zado, mas renunciei pelo exercício e Amador. “Perder o irmão daquela
O espírito jovem, que mantém me consagrei no pastoreio. A Igreja forma, tão jovem, deve ter sido um
seu amor pelo futebol, principal- tem princípios e regras, baseados na fardo pesado. A primeira casa que
mente pelo time Palmeiras, está pre- Bíblia, e a renúncia é em troca do rei- o padre Nelson morou quando veio
sente na conversa descontraída, na no de Deus. Estive disposto 24 horas para Matão foi a minha, então, rece-
sala da paróquia do padre Maique, por dia, nunca falhei”, orgulha-se. bi também a família e nos tornamos
no Jardim Popular, após a chegada Entre as conquistas, por conta amigos. Fui ministra e coordenadora
da academia. “Minha avó dizia; terrí- do trabalho, destaca as cinco idas a de coroinhas, graças à confiança do
vel a velhice mal vivida e mal encara-
da, eu já morri uma vez”, destaca.
Desde que substituiu o irmão,
Maria Neusa
o padre Nelson, em 1973, Amador Marchesan, amiga
pertence à Paróquia Senhor Bom de muitos anos
do padre Amador
Jesus, na Matriz, e continua rezando
algumas missas, mas num ritmo me-
nor que antes, como vigário. Após
a dengue e o diagnóstico de início
do mal de Parkinson, já controlado,
se resguardou na paróquia em bus-
ca de tranquilidade para se recupe-
rar. O problema é que, segundo ele,
está tranquilo até demais. “Não vejo
a hora de voltar para a minha paró-
quia, lá fica mais fácil visitar os do-
entes no hospital, rever os amigos”,
afirma, completando que já está de

kappa magazine 13
Capa

Fui com minha família. E depois de


alguns anos, quando ele veio traba-
lhar em Matão, eu fui coroinha do
padre Amador e do seu irmão, padre
Nelson”, declarou ele, alegando ser
testemunha do seu grande trabalho
e da sua importância para Matão.
Sempre será um dos grandes nomes
na história da nossa cidade”.

Pela manutenção do
catolicismo
Padre Amador vê nos jovens a
renovação e a manutenção do ca-
tolicismo. A Jornada Mundial no Rio
de Janeiro, por exemplo, é uma das
ações destacadas. “Teremos 40 jo-
vens de Matão presentes na jornada.
Na juventude, o ser humano tem a
oportunidade de escolher o que será
da vida. A vocação é despertada nes-
Padre Amador e o te momento, por isso é importante
bispo Dom Joviano,
durante seu jubileu
que estejam sempre acompanhados
para serem encaminhados”, enfatiza
o padre matonense, que também se
dedica à formação de coroinhas.
padre Amador”, recorda. Celli é uma das dezenas de afilhadas O bispo Dom Luiz Gonzaga
Para ela, o amigo é o melhor do padre Amador e conhece bem Féchio foi um deles. “Aos 9 anos me
confessor. “Só me confesso com ele”. o trabalho dedicado à Igreja. “Não tornei coroinha e, sem dúvida, a
E lembra que está devendo uma importava a hora, ele nunca teve aproximação com o padre Amador,
polenta com frango ao padre. “Aos preguiça de orar por um doente, de ver seu amor pelo sacerdócio foram
meus sobrinhos foi dada a primeira ir até o velório. Sempre está à dispo- estímulos para a minha escolha,
comunhão, já viajamos para Apa- sição e pronto para ajudar. Quantas além, é claro, da vocação e de vir de
recida do Norte, enfim, são mais de vezes o vi na casa de doentes termi- uma família religiosa”, afirma.
50 anos de amizade. Ele é uma pes- nais para acalmar o coração dos fa- Dom Gonzaga foi ordenado na
soa formidável e sempre foi alegre, miliares”, ressalta ela. presença do padre Amador que,
sincero, brincalhão. O padre Nelson após 20 anos, em 2011, também es-
era mais sério, aliás, nunca o vi sem HOMENAGEM – Quem também teve presente na ordenação de bis-
túnica, já o Amador está sempre de foi coroinha do padre Amador foi po. “Olho para trás e vejo que a ami-
suspensórios”, brinca. o prefeito Chico Dumont (PT). “Co- zade e a admiração permanecem.
Quem também preza pela ami- nheço o padre Amador desde o dia Independente da hierarquia, ele é
zade do padre é o sobrinho Amauri, da sua ordenação, em São Carlos, como um pai na parte espiritual, al-
que conheceu a esposa Maria Mada- em 1953, quando eu tinha 4 anos guém que nos serve de apoio e refe-
lena Giaconi graças às suas missas. de idade. No mesmo dia também rência”, agradece. Além de Gonzaga,
“Meu tio é muito especial e é um se ordenou o padre Francisco Buck Dom Bruno Gambeline e Dom Sérgio
orgulho para toda a família”, destaca. Ferreira, que era daqui de Matão, e da Rocha, já falecido, foram coroi-
A secretária Rita de Cássia Féchio por isso várias pessoas foram até lá. nhas da paróquia.

1 4 kappa magazine
kappa magazine 15
HomEnagEm

Com as amigas Roberta e Robertina,


em evento da família

Padre Marcos
Pião e coroinhas,
amado por fiéis
de todas as idades

Padre Marcos Pião deixa saudade


Amigos lamentam o falecimento do padre e falam do convívio com o amigo

Por samara ignácio neiro de 2004, função que exerceu Seu trabalho na vida religiosa em
Fotos: arquivo
com muita dedicação até este mês Matão inclui, além das muitas ações
de janeiro, quando, precocemente, junto à comunidade, a reforma da

O
padre Marcos Antônio So- partiu. No coração dos fiéis, ficou a Matriz, a construção da igreja Santo
ares Pião, de 54 anos, foi saudade do homem forte, decidido Expedito e construção de uma área
nomeado o 28° Pároco da e, ao mesmo tempo, carismático e para a Casa de Curso.
Paróquia Bom Jesus no dia 22 de ja- sensível. Um padre que trabalhava muito.

1 6 kappa magazine
Com o prefeito Chico
Dumont, que decretou
luto por 3 dias em
Matão em respeito a
sua morte

Em nove anos, conquistou muitos


amigos em Matão, cidade que que
no último dia 5 de janeiro chorou a
sua morte, causada por um aciden-
te de trânsito. Ele dirigia seu carro
na Via Marchesan, à noite, quando
perdeu o controle da direção e bateu
violentamente contra um poste de
iluminação pública. O pároco mor- mou de formigação nas costas. “Meu sempre pronto para atender. Era au-
reu na hora e, apesar do laudo oficial filho chegou a massageá-lo”, lembra. têntico onde estivesse e um apaixo-
da perícia ainda não ter sido divul- Mas no horário que costumava ir em- nado pelo sacerdócio”, descreve.
gado, acredita-se que ele possa ter bora sempre que visitava a família, Para o prefeito Chico Dumont
sofrido um infarto antes da colisão. ele se despediu e seguiu para casa. (PT), que decretou luto oficial na ci-
Uma notícia que entristeceu toda a “Era uma homem muito prudente, dade, o padre Marcos era uma gran-
cidade. responsável e equilibrado, eu acre- de liderança, não só religiosa, mas de
Muitas foram as manifestações dito que ele foi vítima de infarto. alguém que realmente tinha com-
públicas de lamento. Roberta Dias Saiu daqui feliz, com planos para o promisso com o povo. “Ele via todos
Scopelli Asumpção, 43, era amiga do dia seguinte”, acrescenta. Amigo da os detalhes e as necessidades da vida
padre Marcos e foi na sua residência família, o padre chegou a viajar com da população. Eu conhecia o padre
que ele jantou na noite do acidente. a família para Tocantins para pescar. Marcos desde os anos 80, quando ele
Após o jantar, segundo ela, ele recla- “Era um homem ético e discreto e ainda era seminarista; nós tínhamos

O farmacêutico Cyro Virgíneo


Modé Filho, 57, ministro da
eucaristia, define o amigo
como um homem organizado,
de coragem e determinação

kappa magazine 17
HomEnagEm

uma grande amizade e por isso sou


testemunha do seu grande trabalho.
Sua trajetória
Foi uma perda irreparável e ainda es-
tamos todos muito chocados com o
que aconteceu”, lamenta.
Emocionado, o farmacêutico
Cyro Virgíneo Modé Filho 57, minis-
tro da eucaristia, resume padre Mar-
cos em uma palavra: catequista. “Ele
me ensinou muita coisa que desco-
nhecia”, ressalta. E admirava o conhe-
cimento amplo do amigo. “Só com
ele fui compreender as fases da lua
que definem o carnaval”, exemplifi-
ca. E na viagem a Roma juntos, o co-
nhecimento do padre o promoveu a
guia. O ministro de eucaristia define
também o amigo como um homem
organizado, de coragem e determi- Padre Marcos
chegou a Matão em
nação. “Desde que assumiu a paró- 2004 e conquistou
quia, o sino nunca deixou de tocar e o amor e admiração
o relógio sempre marcou a hora exa- dos fiéis

ta”, relata. O padre verificou a pressão


arterial várias vezes na farmácia. Para
ele a frase que define padre Marcos Marcos Antônio Simões Pião nasceu em 12
seria a de Santo Agostinho: “Fazes de setembro de 1958, foi ordenado diácono
o impossível para morrer um pou- em 7 de setembro de 1985 e presbítero em
co mais tarde e nada fazes para não dezembro do mesmo ano. Filho de Salvador
morrer para sempre?” Simões Pião e Luzia Apareceida Bortoletti
E o pároco alcançava fiéis de to- Pião, é natural de Roberto (SP), para onde
das as idades. Fernanda Borsetti Viei- seu corpo foi transladado e sepultado. Era
o assistente direto do bispo Dom Paulo, da
ra, 33, buscava o ombro do amigo
Diocese de São Carlos, e poderia ser indicado
em momentos de dificuldade. A jo-
para o posto em breve.
vem diz que não passa um só dia Ele estava em Matão há nove anos. Chegou à
sem chorar ou sonhar com o padre. cidade para substituir o padre Amador Romão.
“Tenho verdadeira adoração por Passou por duas paróquias da Diocese, se
ele. Ao seu lado, tinha sempre uma dedicou à formação presbiteral durante dois
palavra amiga, de compreensão. anos e ultimamente comandava a Paróquia
Batizou o meu filho e imaginava Senhor Bom Jesus, onde seu corpo foi velado,
que ele cresceria com um beijo na reunindo milhares de fiéis. Ele também atuou
testa do padre Marcos”, afirma, em Ibitinga, Brotas e Pindorama.
emocionada. Ele era tão presente
na vida de Fernanda que, nos mo- NOVO PADRE - A Paróquia Senhor Bom Jesus
já tem o novo pároco nomeado. Será o padre
mentos de angústia, ligava para o O padre Jorge João Aparecido Nahra,
Jorge João Aparecido Nahra, 57 anos, vindo da
seu celular. “Era um homem inteli- vem de São Carlos para substituir
Paroquia São João Batista, de São Carlos. Ele padre Marcos Pião
gente, de palavras sábias, mas tam- deve assumir já no início de fevereiro.
bém divertido e firme nos momen-
tos certos”, completa.

1 8 kappa magazine
kappa magazine 19
saúdE

Vigilância
Epidemiológica
está
intensificando
combate ao
mosquito
transmissor da
dengue, o Aedes
aegypti, no
detalhe

Sintomas da dengue clássica

Dengue coloca Febre alta com início súbito

cidade em alerta Forte dor de cabeça

População deve se conscientizar dos riscos da doença; alguns Dor atrás dos olhos, que piora
bairros estão com índice Breteau preocupante com o movimento dos mesmos

Perda do paladar e apetite


Por samara ignácio e que indica muitos criadouros na
Fotos: samara ignácio
cidade. De acordo com Mário Men- Manchas e erupções na pele
des Leal Filho, supervisor da Vigi-

N
semelhantes ao sarampo,
ão há segredo e apenas lância Epidemiológica, áreas como
principalmente no tórax e
uma solução: contra a den- São José, Parque Aliança, Jardim
membros superiores
gue, é fundamental eliminar Brasil, Jardim Paraíso, Santa Rosa e
criadouro do mosquito. Só assim a IV Centenário são regiões que reú-
população pode evitar um mal que nem maior número de criadouros. Náuseas e vômitos
coloca vidas em risco. O índice Bre- Em 2012, em Matão, foram confir-
teau, que define a quantidade do mados 289 casos de dengue e neste Tonturas
Aedes aegypti, mosquito transmis- ano, apesar de nenhum caso confir-
sor da dengue, em fase de desen- mado, já há duas suspeitas, na Nova Extremo cansaço
volvimento em residências vistoria- Matão. Em 2011, foram mais de mil
das em Matão, em janeiro, foi de 2.3, doentes diagnosticados, o que se Moleza e dor no corpo
número considerado preocupante configurou epidemia.
Muitas dores nos ossos e
2 0 kappa magazine articulações
Mário Mendes Leal
Filho, supervisor
da Vigilância
Epidemiológica,
aponta bairros com
maior número de
criadouros

Para que o problema não se re- Hoje, 23 agentes trabalham na Vigi- inicio de fevereiro. “Ao contrário de
pita, a Secretaria de Saúde aponta lância Epidemiológica do Município sete anos atrás, hoje não há período
como principal arma a prevenção. e mais dez serão contratados para o sem contaminação. No inverno até

kappa magazine 21
saúdE

Maria Alice Caparelli,


secretária municipal
da Saúde

reduz, mas novos casos continuam Matão”, alerta. -d´água, tambores, latões, cisternas,
sendo registrados. E neste ano te- Maria Alice Caparelli, secretária sacos plásticos e lixeiras, entre ou-
mos um clima ainda mais favorável municipal da Saúde, destaca a im- tros. “Se um vizinho está com den-
para o mosquito: chuvas seguidas portância do combate à doença e gue é muito comum outros da rua
de muito calor”, alerta. ressalta a iniciativa pública no com- terem também”, adverte Mário Men-
Ações como as visitas casa a casa, bate de criadouros, mas garante des Leal Filho.
o bloqueio em áreas com casos sus- que a principal fonte de combate O mosquito Aedes aegypti tam-
peitos, com eliminação de criadou- vem da sociedade. bém pode transmitir a febre amarela.
ros e pulverização com inseticida “Agimos em casos pontuais e
quando há casos confirmados, são com orientação, mas as famílias é SINTOMAS – O tempo médio
algumas das atividades realizadas quem devem contribuir para redu- do ciclo é de 5 a 6 dias e a incubação
pelo órgão. “Entregamos anualmen- zir os casos”, ressalta. é o intervalo entre a picada e a ma-
te mais de 20 mil panfletos de cons- A melhor forma de se evitar a nifestação da doença. Geralmente,
cientização em eventos com gran- dengue é evitar acúmulo de água, os sintomas se manifestam a partir
des públicos”, explica o supervisor locais propícios para a criação do do terceiro dia após a picada do
da Vigilância. Ele ainda destaca que, mosquito transmissor da doença. mosquito. É importante procurar
em Catanduva, foi encontrada a es- Para isso, é importante não acumu- orientação médica ao surgirem os
pécie 4 de transmissão, que seria lar latas, embalagens, copos plás- primeiros sintomas. “Em pessoas de-
um mosquito ainda mais resistente ticos, tampinhas de refrigerantes, bilitadas, como idosos e crianças, a
e que causaria sintomas ainda mais pneus velhos, vasinhos de plantas, doença pode ser fatal”, enfatiza a
graves. “Está cada vez mais perto de jarros de flores, garrafas, caixas- secretária da Saúde.

2 2 kappa magazine
kappa magazine 23
História

Estação
ferroviária
de Matão:
abandono

O fim de uma estação


População pede pelo restauro do local
que marcou vidas e serviu de cenário para muitas histórias

Por samara ignácio


Fotos: Lucas tannuri e arquivo

P
assageiros aguardam na esta-
ção ferroviária. Sob o céu azul, Quadro da estação,
a Maria Fumaça apita para ainda conservada
avisar que está partindo. Se preferir,
também tem o confortável trem no-
turno. Primeira ou segunda classe?
Na primeira, bancos acolchoados e
restaurantes a bordo. Na segunda,
o banco é de madeira e para comer
há apenas lanchinhos no percurso:
nada que tire o charme da viagem.
Na estação, crianças curiosas obser-
vam a saída e chegada dos trens de
São Paulo. Os pracinhas, com suas
carretas, levam os produtos do de-
pósito aos comerciantes. O pessoal

2 4 kappa magazine
do Correios também vai várias vezes Funcionários da ferrovia
ao dia buscar correspondências, en- posam em Maria Fumaça:
bons tempos
comendas, jornais e revistas. E à noi-
te, a estação vira ponto de encontro
de muitos jovens.
O texto acima descreve o mo-
vimento na estação ferroviária de
Matão no seu período de auge, en-
tre as décadas de 1920 e 1970, de
acordo com as recordações de quem
viveu parte daquela época. Nos anos
80 começou o seu declínio, com as
construções das rodovias e, nos anos
90, foi decretada a decadência, com
a extinção dos trens de passageiros.
Hoje, a estação é o retrato do aban-
dono, restando apenas o pátio de
manobra para trens cargueiros, para
depósito e refúgio de andarilhos. disso os trilhos já haviam sidos im- caz para levar seus produtos à capital
O ponto de passageiros e mer- plantados. Na época, as indústrias ou ao porto de Santos. Por aqui, che-
cadorias de Matão foi inaugurado metalúrgicas e as empresas de suco gavam aves e frutas.
em 25 de março de 1899, mas antes utilizavam o transporte barato e efi- A estação de Matão era conheci-

kappa magazine 25
História

buídos na viagem. “Nos anos 90, de-


cidi recordar esses tempos e viajar de
trem para São Paulo. Mas os vagões
estavam sujos, com mau cheiro e
havia pessoas deitadas no chão. Não
tive coragem de continuar . Embar-
quei em Matão e acabei descendo
em Araraquara para pegar o ônibus”,
lamenta o advogado, que também
se lembra quando, em 2001, todos
foram comunicados sobre o último
trem de passageiro. “Muita gente foi
se despedir daquilo que acreditava
que nunca mais ia ver.”
Foi a paixão pelos tempos áureos
Alder Comelli, 90 das ferrovias que motivaram Torto-
, farmacêutico: rello a escrever o livro Viajando pela
“Viajei muito de
trem”
Estrada de Ferro Araraquara. O livro,
que ainda não foi lançado, fala sobre
o sistema de administração da ferro-
O advogado
RECORDAÇÕES - O advogado via, as estações, ramais, funcionários
Jarbas Miguel
Tortorello Jarbas Miguel Tortorello, de 77 anos, e histórias dos usuários. Ele visitou as
escreveu um livro se lembra de cada detalhe da es- mais de 60 estações da extinta Estra-
com lembranças
de suas histórias
tação. Em 1952, seu pai ocupava o da de Ferro Araraquara (EFA) e o que
na estação cargo de chefe de estação, uma es- encontrou foi prédios demolidos,
pécie de encarregado pela ordem do abandonados ou utilizados por ter-
local. Com apenas 9 anos, o menino ceiros. Matão, assim como a estação
aprendeu a trabalhar no telégrafo de Tabatinga, Itaquerê, Curupá, Do-
com o tio, na estação. A ideia foi do brada, Cândido Rodrigues, ficou na
pai, como precaução: se o garoto triste categoria de abandonada.
fosse enviado à guerra, não ficaria No livro, ele cita também costu-
na linha de frente, e sim na comuni- mes da época, como o passeio e en-
cação. “Ele não queria que eu fosse contro de jovens na Praça Central, co-
da inicialmente como capela e fazia a bucha de canhão. Mas apesar de ter nhecido antigamente como footing,
linha de Araraquara a Presidente Var- aprendido o código morse, não che- que geralmente ocorria em torno do
gas. A ideia é que fizesse parte do ra- guei a trabalhar oficialmente. Era um coreto. No entanto, nos horários de
mal que ligava São Lourenço do Tur- mensageiro e passava horas por lá”, chegada dos trens, era comum os jo-
vo a Itápolis, mas isso não aconteceu. recorda. vens seguirem para a plataforma da
Em 1908, Matão também reivindicou Já rapaz, na década de 60, seguia ferrovia e ali permaneciam. “Na épo-
que o ramal de Silvânia a Tabatinga de trem para Araraquara, todos os ca chamávamos o trem pelo nome
tivesse início na cidade, mas tam- dias, para estudar. Durante algumas de uma marchinha de Carnaval. Era
bém sem êxito. Porém, esse ramal semanas, nessa época, também via- É com essa que eu vou. Antes disso,
durou apenas de 1908 a 1966, com jou para São Paulo para prestar con- chamávamos de Tirolesa”, acrescenta
entroncamento na Estrada de Ferro curso do magistério. “À noite tinha Tortorello.
Araraquara, que partia de Silvânia a cadeiras giratórias para olhar a paisa-
Tabatinga, passando pela Fábrica de gem, era muito luxuoso”, lembra ele, E MAIS RECORDAÇÕES - “Corría-
Óleo de Toriba, Curupá e Cambuhy. acrescentando que sua mãe vendia mos para ver a chegada do trem das
os ovos que iam nos lanches distri- 10 da noite”, recorda Alder Comelli,

2 6 kappa magazine
O sonho de ver a estação restaurada
90, farmacêutico. Com 18 anos, esta Ver a estação restaurada é o sonho de muitos apaixonados pela ferrovia, entre eles o empresário
era uma de suas diversões. Comelli Joemir Antônio Pinotti de Oliveira. Tudo começo há 13 anos, quando decidiu abrir uma choperia
mora há quase meio século na Ave- e, de acordo com o plano diretor do Município, teria que ser em uma área que não perturbasse
os vizinhos. O local mais indicado era próximo aos trilhos. Então, o que era uma floricultura se
nida XV de Novembro. “Ficávamos
transformou na Estação da XV.
vendo o pessoal descarregar a mer-
O nome escolhido para o estabelecimento o motivou a vasculhar objetos que pudessem decorar
cadoria nos barracões, que depois o local. Nessa busca, quando percebeu, já estava aficionado pela história que remete aos
seguiam para os armazéns da cida- tempos áureos das ferrovias. “Visitei São Carlos, Araraquara, Rincão, Motuca, enfim, fui buscar
de”, lembra. “Viajei muitas vezes de informação”, afirma.
primeira classe e no banco duro da O resultado dessa busca foi bem positivo. No local ele instalou uma réplica de uma bilheteria de
segunda”, brinca. estação, placas indicando a compra de passagens e completou a decoração com um quadro da
A comerciante Lucia Fedrigo estação de Matão, nos bons tempos. O bar é inspirado nos restaurantes nos vagões. Os garçons
Caliani Lucindo, 69, tem um bazar utilizam quepes como os dos maquinistas. As comandas ficam em trens. De choperia, o salão
há quase 40 anos na Avenida XV de temático virou recentemente espaço para eventos.
Novembro e também se lembra do
tempo que pegava o trem para São INICIATIVAS - Para Oliveira e para muitos que sonham com a recuperação da estação, o
Departamento de Cultura afirma que há interesse em proteger a área. O município fez um pedido
Paulo para fazer compras e abaste-
ao governo federal pelo uso do local, mas até o momento não obteve resposta. Na estação, ficam
cer seu comércio. “A viagem levava
guardados os materiais utilizados na festa de Corpus Christi.
cerca de sete horas, mas era mais Além disso, há 8 anos, de acordo com a então diretora do departamento Nimuendaju Oliveira,
barato que viajar de ônibus. Por ser foi dada entrada no processo junto ao governo federal propondo a transformação da área em
cansativo, revezava com meu mari- museu. Porém, segundo ela, a administração seguinte não deu continuidade à iniciativa e a
do; às vezes eu ia, outras vezes ele estação segue abandonada. “Locais como este são referência histórica, devem ser preservados.
embarcava” São fundamentais para a identidade do município”, defende ela.

O interior do prédio da
estação hoje: depredação

Fachada da estação expõe a necessidade


de recuperação da área
O empresário Joemir Antônio Pinotti de
Oliveira, no seu espaço temático: um
apaixonado pela ferrovia
kappa magazine 27
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Confira pontos
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da kappa
Os 20 mil exemplares podem ser retirados,
gratuitamente, em mais de 20 pontos da cidade Pantheon

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kappa, divulga os pontos de nense poderá retirar seu exemplar, gra-
distribuição dos 20 mil exem- tuitamente. Eles foram estrategica-
plares em Matão. A partir des- mente escolhidos para atender os 100
te mês de janeiro, a revista passa a ter mil habitantes da cidade, que já reco-
circulação mensal. nhecem a qualidade editorial e comer-
São mais de 20 pontos de entrega cial da revista. Confira os pontos, retire
espalhados pela cidade, onde o mato- a sua kappa e boa leitura.
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Matão • Ano O asilo recebe recursos
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2 8 kappa magazine
Chico Dumo Scardoelli
prefeito Adauto kappa magazine

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kappa matao ed4 05
MAR 12.indb 1

Adauto nista e apoia 05/03/2012 19:08:04

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ncia a pré- ardo Esqu foi
lli (PT) anu o do vereador Edin diz que Esquetini
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kappa magazine 29
dr. avEntura
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O gigante da selva
Por Marcelo Botosso rariamente minha caminhada. Encontrar um patrimônio
natural como aquele é uma das possibilidades de quem

Q
uem nunca sonhou em ter uma casa na árvore? pratica o trekking. O fascínio que as grandes árvores nos
Os estudos apontam que antes de viver nas sa- despertam talvez tenha relação direta com a nossa an-
vanas, os primeiros hominídeos habitavam as cestralidade. Testemunhas vivas de um tempo que se foi.
copas das árvores. Quanto mais alta, mais segura seria sua Fantástica!.
morada. Na selva (que não é de pedra), encontrar um co-
lossal jequitibá com mais de trinta metros de altura nos
faz refletir o quão seguro seria morar nesse “edifício” flo-
restal. Apesar de não ser uma espécie tão antiga como a
pré-histórica araucária (um verdadeiro fóssil vivo), o resis-
Dica
tente jequitibá-rosa, além de grande, pode ultrapassar os do autor Ir ao encontro do
quinhentos anos de idade, como o que se tem no Parque “gigante da floresta” não é
uma missão impossível, bastando
Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro
apenas ter conhecimento de sua
(SP). Caminhando por remanescentes da Mata Atlântica
localidade e caminhar um pouco na
no interior de Minas Gerais, encontrei um impressionante trilha em meio à mata. Informe-se
exemplar de jequitibá com grossas raízes que mais pare- com a Secretaria de Turismo de
cem gigantescas sucuris e jiboias serpenteando a superfí- Areado – MG: (35) 3293-1333/
cie do solo sobre a folhagem seca da floresta. Como num 9818-8043/ turismo@area-
estado de hipnose, mirei meu olhar atônito para aquele do.mg.gov.br
gigante, encostei-me numa de suas raízes e cessei tempo-

3 0 kappa magazine
kappa magazine 31
kappinHa

Raul Benício, 8:
“Conheço meus
amigos da escola
desde a creche.
Estou com
saudade”

Saudade da escola
Crianças mostram ansiedade com a volta às aulas e dizem que não veem
a hora de as férias acabarem
pais voltam à rotina normal e as Raul Benício, 8 anos, é uma des-
Por samara ignácio crianças já começam a enjoar dos sas crianças que estão ansiosas para
Fotos: Lucas tannuri
brinquedos e das brincadeiras. A o fim das férias. Ele sente falta prin-
partir daí, a proximidade do retorno cipalmente dos amigos. Em uma fa-

N
as primeiras semanas de fé- à escola e do reencontro com os ami- mília com apenas adultos e sem ter
rias acontecem as viagens gos anima muitas crianças que ficam amigos da mesma idade para brincar
e os passeios. Logo depois, aguardando o primeiro dia de aula. na rua, o estudante não vê a hora das
chega a hora dos presentes de Natal Elas já estão com saudades do dia a aulas da Escola Municipal Professor
e o encontro com os primos distan- dia na escola, afinal, é onde passam Aderval da Silva voltarem. “A maioria
tes. Em meados de janeiro, muitos maior a parte do tempo. dos amigos conheço desde a cre-

3 2 kappa magazine
Thiago Filipe
che”, ressalta. No começo das férias Amaraji, 7: “Estou
com saudades dos
foi para Ubatuba, no litoral paulista, meus amigos”
e também recebeu amigos em casa
para brincar, mas agora já cansou da
rotina. O garoto tem ido ao cinema,
pratica natação e brinca com o vide-
ogame. “Mas estou com saudade de
tudo, até de estudar”, garante.
Thiago Filipe Amaraji, 7, estuda
na Escola Municipal Padre Nelson
Antônio Romão. Ele brinca com os
vizinhos de três cortes, queimada,
esconde-esconde e pega-pega, joga
futebol, passeou no shopping cen-
ter de Araraquara, brincou com o
videogame, computador, mas está
ansioso para voltar à escola. “Tam-
bém estou com saudades dos meus
amigos. Encontrei um deles jantan-
do em um lugar, estava com muita
saudade”, conta. O garoto já está
com o material completo comprado
e tem lido a Bíblia todos os dias para
praticar a leitura.
Já Rafael de Souza Benício, 7, es-
tuda no Serviço Social da Indústria
(Sesi) em período integral. O peque-
no não está com tanta saudade as-
sim da rotina puxada e de passar tan-
to tempo na escola, mas a vontade
de rever os colegas de classe faz com
que ele aguarde o dia do retorno
com ansiedade. O ralado no joelho Rafael de
Souza Benício,
revela que as férias foram de muita 7: “Brinquei
brincadeira e diversão. “Fui para casa bastante e
da minha avó, passei o dia na casa agora já quero
voltar para a
dos meus amigos, mas agora já que- escola”
ro voltar”, frisa. Os dias de chuva, ele
passa na companhia de jogos no
computador. O pequeno estudante
também já está com a nova bolsa
comprada para o retorno. “Só fico em
casa nas quartas-feiras de manhã,
mas as brincadeiras à tarde, na esco-
la, estão fazendo falta”, finaliza.

kappa magazine 33
3 4 kappa magazine
kappa magazine 35
sétima artE

Uma paixão pelo cinema que


passa pela “terra da saudade”
Matonense de coração ganha o mundo assinando montagem de filmes

Por samara ignácio (ESPM), em São Paulo, nasceu em que me fez estabelecer laços dura-
Fotos: maria Eugênia panegossi e arquivo
Santos (SP), mas mantém vínculo douros com Matão. Além de meus
com a família, na “terra da sauda- falecidos avós, Mario Gandini e

O
montador e editor de filmes de”, onde concedeu entrevista à Maria Amélia Ortiz Gandini, tenho
Gustavo Gandini Giani, de kappa para falar de seu trabalho tios, primos e minha irmã Carla
36 anos, não nasceu em na montagem de filmes que lhe Martelli, que reside na cidade. Esta
Matão, mas todo ano está por aqui rendeu reconhecimento interna- ligação permitiu conhecer minha
e guarda com carinho as recorda- cional, entre eles O Banheiro do esposa, Bianca Caligher, e me casar
ções das férias passadas com a fa- Papa, À Deriva, Linha de Passe, Xin- com ela, fazendo de Matão minha
mília na cidade. É um matonense gu e o mais recente premiado na segunda cidade”, relata.
de coração. Formado em Comu- Argentina, Infância Clandestina. A paixão pelo cinema começou
nicação Social pela Escola Supe- “Tive a sorte de pertencer a uma desde muito cedo, por conversas
rior de Propaganda e Marketing família muito unida e numerosa, o com o irmão Giovani, a tia Ude e a

3 6 kappa magazine
Gustavo Giani,
montador premiado,
de férias em Matão,
no Cine Teatro

irmã Giana, que o levava ao cine- alguns casos, o filme pode ser rees-
ma. “Já na faculdade, fui conhecer crito na ilha de edição. É nela que
o estúdio de vídeo e quando entrei o filme efetivamente nasce. Em O
em uma ilha de edição, senti algo Tempo e o Vento, tínhamos aproxi-
tão forte que não consegui mais fi- madamente 50 horas de material
car longe dela”, descreve. filmado que se transformaram em
Para Giani, a montagem permi- pouco mais de 2 horas de filme
te moldar a atuação de um ator, montado”, revela.
determina o ritmo da história, a Entre seus trabalhos, ele co-
clareza e o estilo da narrativa. “Em menta o filme Besouro, cuja monta-

Em 2010, durante montagem do filme Xingu: trabalho


de Giani foi acompanhado de perto pelo diretor Cao
Hamburger e pela roteirista Elena Soarez

kappa magazine 37
sétima artE

Cartaz de Infância
Clandestina: montagem
de Gustavo Giani
premiada na Argentina

gem também leva sua assinatura.


Giani destaca o desafio de mer-
gulhar no universo da capoeira.
“Havia o misticismo e também as
cenas de ação coreografadas por
profissionais internacionais, o que
permitiu mesclar técnicas de filma-
gem de Hollywood à luta brasilei-
ra”, comenta.
Hoje, o montador premiado tra-
balha no filme O Tempo e o Vento,
adaptação da obra de Érico Verís-
simo e dirigido por Jayme Monjar- Gustavo Giani, além de melhor Prêmios Goya na Espanha.
dim. “Depois farei Jonas e a Baleia, filme, melhor diretor, melhor atriz A coprodução entre Brasil, Ar-
um filme que se passa no bairro da para Natalia Oreiro e melhor ator gentina e Espanha conta a história
Vila Madalena, em São Paulo e é para Ernesto Alterio. Outro brasi- de um menino com crise de iden-
cercado pelo universo carnavales- leiro premiado foi Marcelo Müller, tidade por ser um fugitivo político
co”, adianta. pelo melhor roteiro. na ditadura. “O diretor gostava de
“Fiquei surpreso e emocionado; O Banheiro do Papa e acabamos tra-
RECONHECIMENTO – O longa- é o prêmio mais importante da Ar- balhando juntos e iniciando uma
-metragem Infância Clandestina, gentina, que é reconhecidamente bela amizade”, conta Giani, que já
de Benjamín Ávila, foi o grande um polo cinematográfico mun- havia trabalhado em Buenos Aires
vencedor do Prêmio Sur, do Festi- dial”, conta. O filme ainda levou os durante as filmagens de O Passado,
val da Academia de Artes e Ciên- prêmios de melhores ator e atriz de Hector Babenco.
cias Cinematográficas da Argenti- coadjuvantes, melhor figurino e “Voltar à cidade para outro tra-
na, em dezembro do ano passado. melhor som e foi escolhido um dos balho foi um privilégio e me aju-
O filme levou dez prêmios, dentre quatro finalistas a melhor filme dou a conhecer melhor a cultura
eles o de melhor montagem de iberoamericano na 27a edição dos de nossos hermanos”, brinca.

3 8 kappa magazine
kappa magazine 39
nomE dE rua

Trecho da Rua Nhonhô Magalhães,


que passa pela Nova Matão e boa
parte da Vila Santa Cruz

Quem foi Nhonhô Magalhães?


Jovem que trabalhou com café, açúcar, boi e fundou uma usina dá nome a rua de Matão

Por samara ignácio o maior cheque até então emitido to disciplinado. Em 1925, iniciou os
Fotos: Lucas ignácio e arquivo
no Brasil, no valor de 20 mil contos, investimentos na Fazenda Itaquerê,
ao vender a Companhia Industrial, implantando a Usina Itaquerê, hoje,

E
la nasce na Avenida Jundiaí e Agrícola e Pastoril D´Oeste de São Usina Santa Fé.
termina na Avenida São Lou- Paulo, as Fazendas Cambuhy, para Nhonhô foi o único filho homem
renço, cortando alguns quar- um grupo inglês da Brazilian Warrant de Carlos Baptista de Magalhães, fa-
teirões da Nova Matão e boa parte Company. Em 1911, ele adquiriu do zendeiro, comerciante, banqueiro e
da Vila Santa Cruz. A Rua Nhonhô desembargador Bernardo Avelino ativo político. A família estabeleceu-
Magalhães tem cerca de 1,5 qui- Gavião Peixoto cerca de 23 mil al- -se em Araraquara após insucessos
lômetro, pouco pela importância queires, da Sesmaria do Cambuhy, do pai no Rio de Janeiro. Na cidade
de Carlos Leôncio de Magalhães, pagando apenas 1.700 contos. vizinha, foi duas vezes vereador: de
conhecido como Nhonhô, um dos Trouxe para a cidade imigrantes 1877 a 1880 e de 1894 a 1896, e li-
maiores fazendeiros de café do es- italianos, espanhóis e japoneses, derou uma revolta monarquista na
tado de São Paulo no início do sé- plantou café, fez criação de gado, região, em 1902, com a participação
culo XX. Ele nasceu em 6 de julho construiu residências, terreiros, usina de Nhonhô. O pai ficou preso dois
de 1875, em Araraquara, e faleceu de força, serraria, estações, linha de meses, ele ficou escondido no mato.
em 1931, aos 56 anos. O jovem em- trem, currais e outras benfeitorias. Quando retornou, decidiu dedicar-
preendedor ficou famoso por ter re- Segundo dados históricos, era dedi- -se apenas às fazendas. Demonstra-
cebido, em 4 de novembro de 1924, cado ao trabalho, apressado e mui- va entender a importância do café na

4 0 kappa magazine
Fotografia de Nhonhô Magalhães
(centro), na década de 1920:
investimentos na Fazenda Itaquerê

economia nacional e, para manter a pecial de Informação e Memória fechar. No entanto, Nhonhô res-
produção cafeeira em época de crise, (UEIM) da Universidade Federal de pondeu negativamente. A editora
investiu também no plantio de algo- São Carlos (UFSCar) descobriu de Lobato foi à falência, mas, anos
dão, frutas e cana-de-açúcar, garan- duas cartas escritas por Monteiro depois, o escritor fundou outra e
tindo, assim, capital necessário para Lobato ao empresário. Nelas, data- obteve sucesso. Em 1926, Maga-
os negócios. das de 1925, o escritor pede apoio lhães doou 400 contos de réis para
financeiro para sua editora, que a construção do Hospital de Cari-
CURIOSIDADE - A Unidade Es- estava abalada e corria o risco de dade de Matão.

kappa magazine 41
EmprEEndEdorismo

Ilson Luiz Galli e a esposa Silvia:


atuais proprietários que mantêm o
sonho de Natale Galli

Galli Doces: há mais de 40 anos


adoçando Matão
A família Galli investe nos doces desde a década de 1970, sempre inovando
para acompanhar o mercado

Por samara ignácio nuaram fazendo duas linhas de ven- apenas em bares”, recorda o filho Il-
Fotos: Lucas tannuri
da. Saíam cedo e só voltavam para son Luiz Galli, 62, atual proprietário
casa ao anoitecer. Em 1972, os dois da doceria.

M
atão começou a ser ado- compraram uma rifa e ganharam um Em 1985, a sede atual foi inaugu-
cicada pelos Galli no iní- Fusca Volkswagen. A partir daí, tive- rada, já com cinco caminhões fazendo
cio da década de 70, por ram recursos para investir no negó- a distribuição dos doces em um raio
iniciativa do jovem Natale Galli, que cio próprio. Natale Galli, então com de 100 quilômetros na região. Assim,
era representante de uma fábrica de 26 anos, começou um depósito em a empresa foi deixando o atacado e
doces caseiros e circulava vendendo casa, a Distribuidora Galli, que ven- passando para o comércio varejista.
seus produtos com um caminhão, dia os doces Campineira. Na década de 90, houve a segunda
da região de Matão até a cidade de Quando os negócios começaram ampliação. “Ovos de Páscoa só eram
Iacanga (SP). Quando o ex-patrão, o a crescer, o rapaz decidiu alugar um encontrados aqui, nos mercados tinha
proprietário dos Doces Furini, resol- salão na Rua Rui Barbosa, na San- muito pouco”, conta Silvia Bettio Galli,
veu parar, em 1970, o jovem com- ta Cruz. Em pouco tempo, o espaço esposa de Ilson, que acompanhou o
prou o caminhão em sociedade com também não era mais suficiente. “Na crescimento da empresa.
o amigo Pedro Trolli e, juntos, conti- época, os doces eram encontrados Neste momento, eles também pas-

4 2 kappa magazine
O interior da loja, em 1988

Equipe de funcionárias da Galli Doces

saram a trabalhar com descartáveis e acompanhar o dia a dia da empresa,


artigos para festas. Ilson viajava sema- a parte administrativa, e dar ideias. O
nalmente a Ribeirão Preto para com- homem empreendedor, de bom co-
prar decoração para festas de aniver- ração e espírito justo, que começou a
sários. “Como não tinha aluguel como trabalhar ainda adolescente em em-
é feito hoje, vendíamos arranjos para presas da cidade, entre elas Baldan e Fachada Galli Doces na década de 70
casamento, decoração de 15 anos. Me Albaricci, conhecia as dificuldades das
lembro de transportar castelos gigan- famílias carentes e, por isso, depois de
tes”, recorda o empresário. conquistar o mercado dos doces, fazia confecção de ovos de chocolate, para
O grande idealizador e fundador questão de levar caixas para distribuir atender a demanda da Páscoa.
do negócio, Seu Galli, como era co- para as crianças. Ao todo, são mais de 4,5 mil itens
nhecido, faleceu há cinco anos, com dispostos nas gôndolas, em mais de
84 anos. Ele ainda fazia questão de INOVAÇÃO – Para se manter por 300 metros quadrados. “Aqui na loja,
mais de 40 anos no mercado, tendo o cliente encontra de tudo: doces, in-
Natale Galli, na década de 80: ele inclusive como concorrentes gran- cluindo todos os tipos de chocolate,
acompanhou os negócios até os
84 anos, pouco antes de falecer des redes supermercadistas, os Galli massas, caixas de presente, formas,
tiveram que ficar atentos à clientela, embalagens, descartáveis, marmitex,
mudando para acompanhar as de- decoração, cestas e muito mais. Nos-
mandas. Nos últimos três anos, por sa equipe é capacitada para orientar
exemplo, foram muitas as novidades: o cliente que busca nossos produtos,
hoje, entre os diferenciais, a empresa garantindo qualidade e bom preço.
mantém, por exemplo, um espaço No setor de decoração, mesmo que a
para degustação e para cursos de pessoa chegue sem ideia, podemos
confecção de cestas temáticas, de dar dicas e sugestões”, garante Silvia,
lembrancinhas e produtos que fa- que, com o marido, dá continuidade
cilitam o trabalho das confeiteiras ao sonho do Seu Galli.
profissionais e amadoras. A taxa de A Galli Doces fica na Rua Rui Barbo-
inscrição é simbólica. As próximas sa, 1890, na Vila Santa Cruz, e o telefo-
aulas serão em março, com foco na ne é (16) 3382-1316.

kappa magazine 43
EntrEvista

Com a chuva forte, o rio transborda e inunda


a Avenida São Lourenço

O prefeito Chico
Dumont (PT): muito
trabalho no governo
municipal

Acabar com
Prefeito Chico Dumont fala
das necessidades de Matão e
obras planejadas

enchentes será Por samara ignácio

um dos desafios
Fotos: Lucas tannuri e arquivo/maury Júnior

A
s frequentes pancadas de

de Chico chuva já anunciam ao prefei-


to Chico Dumont (PT), de 63
anos, quais deverão ser os seus de-
safios. Serão necessários pelo menos

4 4 kappa magazine
mais R$ 20 milhões, além dos R$12 de pública”, ressalta o prefeito.
milhões que já foram investidos, A solução do problema está na
para definitivamente resolver o pro- construção de galerias pluviais com
blema das enchentes registradas na mais de 3 quilômetros de tubulações
Avenida Padre Nelson e na Avenida mais amplas para escoamento da
São Lourenço. A segunda fase ainda chuva, desde a Avenida Sinharinha
está em andamento, com a constru- Frota até o rio. “O Adauto [Scardoelli]
ção de pontes e ampliação de 603,7 teve coragem de mexer no que nun-
metros da calha do rio, em que foram ca foi solucionado. A cada chuva, há
investidos R$7 milhões. uma preocupação e estamos cami-
Na primeira etapa, na constru- nhando para solucionar este proble-
ção de lagoas secas de contenção ma”, pondera.
e também aprofundamento da ca- Apesar de considerar urgente a
lha, foi mais R$5 milhões, recursos resolução das enchentes, Chico defi-
insuficientes para solucionar defini- ne que em seu governo não haverá
tivamente o problema. Por isso, os prioridades, seguindo o modelo de
investimentos devem continuar. “Em gestão de Adauto. “Todas as áreas
relação à terceira fase das obras, nós têm que ser vistas como importan-
já temos o projeto em andamento, e tes, receber melhorias e investimen-
buscaremos recursos no Ministério tos. Não há uma área crítica para ser
das Cidades. É uma questão de saú- priorizada. Mas o primeiro passo é

kappa magazine 45
EntrEvista

também finalizar tudo que está em


andamento”, enfatiza.
Entre os projetos previstos, ele
aponta obras como a finalização da
Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) do Bairro Alto, construção de
sete novos prédios para o Programa
Saúde da Família (PSF) e, principal-
mente, a construção do Túnel da
Liberdade II, para facilitar a che-
gada de ambulâncias à UPA. Além
Enchente em
da passagem sob a linha, o projeto trecho da Avenida
prevê a construção de três rotató- Sinharinha Frota
rias, que farão a ligação do Jardim
do Bosque ao IV Centenário, dando
acesso à região central da cidade, tende resolver é a concessão da
Obras da Unidade
na ligação com a Rua São Louren- Estação de Tratamento de Esgoto de Pronto
ço e a Avenida Nhonhô Magalhães, (ETE). “Já temos lei na Câmara para Atendimento (UPA)
do Bairro Alto
em mais de R$ 7 milhões em inves- resolver este impasse que onera os
timentos. cofres da Caema por conta do va-
Chico diz ainda que pretende lor pago a CMS, responsável pelo
liberar, em breve, a construção das tratamento. Também pretendemos
mais de 250 empresas nos distri- chegar a 100% da cidade tratada,
tos industriais e iniciar o Portal das incluindo o distrito de São Lourenço
Transportadoras. “Também desen- do Turvo”, diz.
volveremos projetos para viabilizar
a modalidade urbana, seja no trans- EDUCAÇÃO E SAÚDE – Essas
porte público ou na construção de duas áreas terão naturalmente uma
ciclovias nos canteiros centrais”, atenção ainda maior, por conta das
destaca. Outras obras também en- exigências do Tribunal de Contas da
tram na lista do prefeito, como a União (TCU), mas haverá investimen-
construção de Postos de Abasteci- tos extras. “Vamos qualificar a mão
mento de Água no portal Terra da de obra de nossos jovens, ampliando
Saudade, Bom Jesus e Paraíso. para uma área de 10 mil m² o Serviço
Nacional de Aprendizagem indus-
IV CENTENÁRIO - O atual pre- trial (Senai), além de proporcionar
feito ressalta ainda que outra meta lazer com a construção de um Cajuzi-
sua é melhorar as condições das nho, na região Oeste, no Bom Jesus,
residências do IV Centenário. “Vou com piscina e quadra”, informa.
em busca de recursos, pois sabe- Chico Dumont conhece bem a ci- cipais, por conta de seu envolvi-
mos que há projetos disponíveis dade. É seu primeiro mandato como mento com metalúrgicos e com a
para reformar residências dessa re- prefeito, mas ele foi secretário muni- igreja. “Cheguei a ser vice na chapa,
gião. É um bairro antigo, de 1950, cipal da Saúde durante 12 anos, nos com o candidato a prefeito Arlindo
com idosos, e precisa deste incen- governos anteriores do seu anteces- Veronezzi”, relembra, se referindo à
tivo para ser reformulado. O mo- sor, o ex-prefeito Adauto Scardoelli. eleição vencida por Dr. João Féchio.
rador deverá apenas comprovar a Ele menciona que, em 1988, já Nas últimas eleições, venceu o plei-
necessidade da obra”, adianta. membro do PT, chegou a ser cota- to obtendo 19.209 votos ou 40,54%
Outro entrave que Chico pre- do para disputar as eleições muni- dos votos válidos.

4 6 kappa magazine
kappa magazine 47
prEfEitura

Estrutura de governo O prefeito Chico


Dumont (PT) com

de Matão é mantida
os secretários
municipais
nomeados

Apenas dois novos nomes surgiram na equipe de governo: Mara Caparelli e Tadeu Trench

Por samara ignácio Daremos fim ao déficit habitacional, foi o da secretária da Saúde, Maria
Foto: assessoria de imprensa
mas”, justifica Chico Dumont. Alice Garcia Capparelli, conhecida
O responsável pela nova pasta como Mara, que terá o desafio de

A
população de Matão sentiu é Tadeu Bellintani Trench, 44 anos, ocupar o cargo que o atual prefeito
pouca diferença ao buscar os nascido em Matão, que foi eleito ve- esteve por 12 anos em três manda-
responsáveis pelos serviços reador pelo PT nas últimas eleições. tos de Adauto Scardoelli. “Em 1998, a
públicos em 2013. O prefeito Chico É técnico em Contabilidade, bacha- Mara foi um dos nomes cotados para
Dumont (PT) manteve praticamente rel em Direito, formado pelo Institu- ocupar o cargo. A pasta aguardava
a mesma estrutura das 12 secretarias to Matonense Municipal de Ensino por ela, principalmente porque tem
da administração anterior. As mu- Superior (IMMES). Atuou como ins- experiência em gestão”, contextuali-
danças ocorreram com novos nomes petor na escola estadual Clhorita de za Chico.
em duas pastas e com a criação da Oliveira Penteado Martins e, depois, Ela tem 54 anos, nasceu em Matão
Secretaria de Habitação que, segun- seguiu no comércio durante 15 anos. e é analista de sistemas formada pela
do o prefeito, atende uma demanda Foi suplente de vereador no período Pontifícia Universidade Católica de
já detectada. “Temos o compromisso de 1997 a 2000 e se elegeu por três Campinas (PUC), com especialização
com a população de criarmos mais mandatos consecutivos na Câmara, em Gestão Estratégica de Negócios,
mil moradias populares, dentro do de 2001 a 2012. No Legislativo, ocu- na Unicamp, e MBA em Adminis-
Programa Minha Casa Minha Vida, pou os cargos de 1º e 2º secretário tração, na Fundação Getulio Vargas
com parcelas de até R$ 600. Para isso da Mesa Diretora, foi vice-presidente (FGV), em São Paulo. Desempenhou
precisamos de um setor especiali- e atuou em várias comissões. Na atividades de gerenciamento em di-
zado para conduzir essas inscrições. opinião do novo secretário, os in- versas empresas, como IBM, Robert
Estamos dando sequência à obra vestimento previstos em habitação Bosch, Gol Linhas Aéreas e Telefônica.
do Adauto [Scardoelli, ex-prefeito] devem mudar o perfil da cidade. “É “Fui diretora na Secretaria Municipal
na construção de mais de 600 casas preciso planejamento”, ressalta. de Desenvolvimento, mas agora te-
que já serão entregues à população. Outro novo nome apresentado nho dois desafios. O primeiro é o de

4 8 kappa magazine
ocupar uma pasta tão complexa. E, cujo secretário ainda não está defini- Municipal e para os setores de saúde
segundo, substituir alguém que revo- do. Também foram criados cargos de mental e de prevenção da violência,
lucionou a Saúde de Matão”, comple- direção e coordenação para o Canil além da Ouvidoria Municipal.
ta Mara, se referindo a Chico Dumont.
Entre os desafios, Mara ressal-
Secretários de governo
ta a capacitação dos profissionais,
contratações, aumento da rede do Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de
Programa Saúde da Família (PSF) e Governo e Secretaria Educação e Cultura Habitação
criação do Centro de Atenção Psicos- Municipal de Administração Alexandre Luiz Martins de Tadeu Bellintani Trench
social para alcoólatras e dependen- Aljamar De Lázari Freitas
Secretaria Municipal de
tes químicos.
Secretaria Municipal da Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos
Fazenda Esportes, Lazer e Turismo Sebastião de Deus Moreira
ALTERAÇÕES - Algumas mudan- Sérgio Alves De Oliveira José Orlando Marchesan
ças ocorreram na estrutura e nos no- Mingossi Secretaria Municipal de
mes de duas pastas. A Secretaria de Secretaria Municipal de Urbanismo, Segurança,
Saúde Secretaria de Serviços Trânsito e Defesa Civil
Desenvolvimento Econômico passou
Maria Alice Garcia Capparelli Municipais e Meio Ambiente A Definir
a contar também com a área de Pla- (Mara) Geraldo Lesbão Meira
nejamento. “São segmentos que de- (Mineiro) Caema – Companhia de Água
vem caminhar juntos”, explicou o pre- Secretaria Municipal de e Esgoto de Matão
feito. Desta forma, a pasta onde Assistência e Bem-Estar Social Secretaria Municipal Superintendente:
Hélio Leandro Prandi de Planejamento e Luiz Gonzaga Bussola
estava o setor de planejamento passa
Desenvolvimento Econômico
a ser Secretaria Municipal de Urbanis- Ademir de Souza
mo, Segurança, Trânsito e Defesa Civil,

kappa magazine 49
mEsa dirEtora

Mesa Diretora da Câmara: o vice-presidente


Sandro Aparecido Bellintani Trench (PCdoB),
o 1º secretário Aparecido do Carmo de Souza,
o Cidinho (PT), o presidente Agnaldo Navarro
(PDT) e a 2ª secretária Carla Abu Kamel (PPS)

Navarro quer dobrar a Câmara de tamanho


Presidente reeleito vê necessidade de ampliar espaço

Fotos: assessoria de imprensa não está confortável, por isso pretendo COMPOSIÇÃO DA MESA - Tam-
dobrar o tamanho do prédio”, comen- bém foram eleitos para a Mesa Direto-

A
primeira sessão da Câmara ta, sem detalhar o projeto. ra da Câmara de Matão os vereadores
Municipal de Matão ocorrerá O vereador reafirmou o compro- Sandro Aparecido Bellintani Trench
apenas no dia 4 de fevereiro. misso de tornar Matão uma referência (PCdoB) para a vice-presidência; Apa-
Mas, desde 1º de janeiro, foi definida a regional de qualidade de vida, isso, se- recido do Carmo de Souza, o Cidinho
composição da Mesa Diretora, tendo gundo ele, em parceria com o prefeito (PT), 1° secretário, e a estreante na
como presidente reeleito o vereador Chico Dumont (PT). “Busco fazer uma Casa, a radialista Carla Abu Kamel
Agnaldo Navarro (PDT), que já tem pla- gestão democrática”, afirmou. (PPS), 2ª secretária. Segundo Cidinho,
nos para o seu novo biênio. Entre seus Quando questionado se, futura- a Mesa Diretora tem como objetivo
projetos prioritários, Navarro aponta a mente, por conta de sua vasta experi- incentivar a participação popular na
ampliação do prédio da Câmara, que ência política, ele pretende candidatar- Câmara. Carla Kamel diz esperar que
vai precisar de mais de R$ 700 mil. -se a prefeito, Navarro não descartou a os trabalhos sejam de total transparên-
Navarro está no 3° mandato de ve- possibilidade. “Qualquer vereador quer cia e que haja união entre políticos e
reador e presidiu o Legislativo no biê- ser prefeito, mas não tem como ser so- partidos, em benefício da população
nio 2011-2012. O desafio, desta vez, é zinho, tem que formar um grupo.” matonense.
adequar o local que antes acomodava
10 vereadores e agora terá 15. “Todos
os gabinetes ficaram com o mesmo ta- Vereadores eleitos para a 16ª legislatura: 2013-16
manho. No Plenário, conseguimos ade-
Agnaldo Navarro de Sousa PDT Dr. Luiz José Cerqueira PSDB
quar as 11 mesas, mas as áreas adminis- Aparecido do Carmo de Souza (Cidinho) PT Luiz Roberto Pedro Antonio (Luizinho) PT
trativa e da imprensa estão pequenas. Carla Abu Kamel PPS Dr. Sandro Aparecido Bellintani Trench PCdoB
Gostaria de reunir o jurídico, por exem- Ednaldo Leão da Rocha (Nau) DEM Sebastião Aparecido Trigo PSB
Francisco Oliveira de Paula (Sgto. de Paula) PP Diácono Sérgio Renato Brochetto PSL
plo, além de construir um refeitório. Jonas Vagner Garcia Filho PSL Sidinei Calabrez PDT
E temos espaço para esta ampliação. José Amarante PV Valter Luiz Trevizaneli PSB
José Aparecido Ferreira dos Santos (Cido Motos) PT
Apesar de estarem todos acomodados,

5 0 kappa magazine
kappa magazine 51
foLia

Wilson Cardoso,
diretor do
Departamento de
Turismo: “Festa reúne
milhares de foliões da
cidade e região”

Escola de samba de
Matão: duas desfilam
este ano na Avenida
Padre Nelson

Tô Matão agita Carnaval 2013


Festa deve reunir milhares de foliões em cinco dias de evento

Por samara ignácio elétrico, com DJ, até a Praça Alfredo deverá ultrapassar 10 mil. A Prefeitu-
Fotos: samara ignácio e arquivo
de Paiva Garcia, onde a animação da ra disponibilizou mais de R$ 30 mil
Banda Frequência Modulada já estará para as duas escolas de samba. Este

A
Prefeitura está finalizando os agitando a festa, a partir das 22h30. ano, o Império e Acadêmicos do Jar-
preparativos para o Carnaval Na praça são esperadas mais de 10 dim Paraíso não desfilarão. Na mes-
Tô Matão, de 8 a 12 de feve- mil pessoas. ma noite também entram a avenida
reiro. A festa contará com o tradicio- A brincadeira do Rabo de Galo os tradicionais Os Onça, da família
nal Rabo de Galo, shows na Praça Al- começou sem uma organização ofi- Galvão, e Capoeira e Maculelê, do
fredo de Paiva Garcia, animados pela cial, há mais de 30 anos. Um grupo mestre Gilvan, entre outros.
Banda Frequência Modulada, mati- de amigos se concentrava no Centro Na Praça de Alfredo de Paiva Gar-
nês na Matinha do Bosque, além de e saía percorrendo os bares da cida- cia, a partir das 22h30, a festa reco-
duas noites de desfile, reunindo Ma- de vestidos de mulher e tomando a meça.
tão e região. bebida que leva o nome do bloco,
O Tô Matão começa na sexta-feira uma mistura de cachaça e vermute TRADIÇÃO - “Em 1998, acabaram
(8), às 21 horas, com a concentração ou conhaque e vermute, com gim. os desfiles, mas resgatamos a tradi-
do Bloco Rabo de Galo em frente ao No sábado (9), haverá os desfiles ção, inicialmente com os blocos, de-
Clube Sorema. Homens vestidos de das Escolas de Samba 100% Negro e pois ampliando para escolas”, explica
mulher e vice-versa serão diversão Liberdade e Alforria, a partir das 21 Wilson Cardoso, diretor do Departa-
garantida para os foliões e público horas, na Avenida Padre Nelson. As mento de Turismo. De 2001 a 2004,
em geral presente. A partir das 23 arquibancadas deverão acomodar o Carnaval chegou a ser realizado
horas, o bloco segue atrás do trio cerca de 5 mil pessoas. Mas o público dentro do Ginásio Décimo Chiozzi-

5 2 kappa magazine
ni, mas não agradou os foliões. “Sair “Meninas” do
de lugares fechados e levar para a bloco Rabo
de Galo: em
rua é o grande diferencial de Matão, 2013, elas
acompanhando uma tendência, por estarão de
isso reunimos até mesmo a região, volta

incluindo cidades como Araraquara,


Dobrada, Santa Ernestina, Taquari-
tinga Itápolis, Ibitinga, Borborema,
entre muitas outras”, ressalta ele.
E a festa continua no domingo
(10). Mais de 5 mil pessoas deverão
curtir a matinê na Matinha do Bos-
que, das 15 horas às 18h30. Crian-
ças fantasiadas em um clima familiar
serão conduzidas pela animação da
banda matonense Frequência Mo-
dulada. Na segunda (11), mais ma-
tinê na Matinha do Bosque, das 15
horas às 18h30, e show na Praça, a
partir das 22h30.
Na terça-feira (12), para encerrar a
festa, as escolas de samba desfilam
novamente e, para encerrar, foliões tará com muito samba e axé. “É um tas”, comenta. Outra mudança no
se reúnem na Praça Alfredo de Paiva evento público, que reúne a família, perfil musical foi a entrada do serta-
Garcia, a partir das 22h30. Para ani- portanto, músicas que incitem ao nejo universitário, principalmente o
mar tantas noites, o repertório con- uso de álcool e drogas foram restri- arrocha.

Sorria, você está sendo filmado Escolha da Corte de Momo

No dia 30 de janeiro, a partir das 20 horas, na


Sorema, será escolhida a Rainha do Carnaval. Cerca
A festa contará com o apoio da
de 12 meninas inscritas terão a oportunidade de
Polícia Militar e Guarda Municipal
representar o Carnaval matonense. A entrada é
e mais de 50 seguranças. Mas o
1 kg de alimento não perecível. A festa também
grande diferencial será câmera
contará com a apresentação dos sambas-enredo
de monitoramento, na esquina
das escolas de samba. Também serão escolhidas
da Avenida Padre Nelson com a
a Miss Simpatia, a 1ª Princesa e a 2ª Princesa, que
Sinharinha Frota. A equipe que
integrarão a corte do Carnaval 2013, juntamente
acompanhará o registro das imagens
com a Rainha e o Rei Momo.
estará na Câmara Municipal.

kappa magazine 53
kappa Por

social Márcia
Belotti
karaka@portalk3.com.br

O prefeito Chico
Dumont e a
Ana e Enivaldo primeira-dama
De Pietre Maria Antonia

Brinde a 2013!
Registramos festas
de confraternização,
eventos e encontros
de amigos em bares e
Vinícius
restaurantes. Confira!
De Pietre
Edson Beraldo e e Andreza
Claudinei Santana Barioni

Anália Radaeli,
Maraína
Radaeli, João
Pedro Radaeli,
Dorival Dias e
Maria José Dias

Turma de amigos aproveita a balada matonense

Ipojucã Villas Boas


e Iberê Perisse

5 4 kappa magazine
Belas na noite de Matão Alex
Gasoni

André Trevisan e
Marcelo Pinotti

Juntos, eles brindam 2013

Leonardo Georgete, Carolina


Carlos e Noca Siqueira e Pedro Marischen

kappa magazine 55
soCiaL

Marli e
Sérgio Oliveira
Thaís Ciarlo, Angelica Gabriel,
Carol Ferlanetto e Juliana Goularte

Maria de Lourdes, Cesar Finotti e


Naiara Oliveira

Maria Eugenia Beraldo


e Elaine Santana

Joice e
Alessandro Domingues

Itzel Mendrola,
Agnaldo Navarro
Thayssa Vituri e
e Renata
Leandro Nogueira

5 6 kappa magazine
Júlia e Érica Mochetti com
Thaty Wohnrath

Ester Cassiano e
Carminha Malzoni

Samara Ignácio e
Thays Marchesan

Fabiana, Thalita e
Rosa Dias e Molón
Adilson Pedro

kappa magazine 57
soCiaL

Carlão Chiozzini
e Cidinha

Catarina Cioffi Amaral,


Kris Kele Costa e
Fabiana Cedro

Bárbara Souza, Fabiano


Galbiatti, Jaqueline Pires, Gustavo Gabriel, Vitor de
Maria Souza, Vitória Jardim, Freitas, Hugo Henrique de
Andréia Maria e Tiago Belo Deus e Thiago Siqueira

Patrícia Martins Aline Ramos


e Hudson Martins e Robson Cruz

Du Oliveira, Juty
Oliveira, Maíra
Adriana, Tereza, Azevedo e
Thimóteo Silva e Paulo Juju Oliveira

5 8 kappa magazine
Thaís Baldan e Guilherme Pereira
Ademis de Souza e Daiane Karen

Patrícia Rodrigues, Daiane


Braga e Marinalva Pereira

Monique, Manuelly, Any


Carolini, Maria Vitoria e Taísa

Família Piva

kappa magazine 59
kappa Por

social Antonieta
magalhães

Solange e Gil

Regis, Ana,
Ana Elisa e Rodolfo

Roberto e Tábata e Lisandro


Ana Cadioli Revestilar

Tamiris
e Fabricio

Quéssia, Eva Maria e Rosangela

Regina, Maria
Beatriz e Rogério

6 0 kappa magazine
Vanda, Denise e Márcia

Graziela Zanini e
Daniela Caetano
Renata Amorim,
Ane e Renata

Sandra e Nivaldo

Thiago Abner e
Naiara Basilio.

Priscila Mariana Lopes


e Elen Pio

kappa magazine 61
soCiaL

Flávia,
Noca e Tamires
Casa & Estilo

Claudio e
Micheli

Antonio Carlos
e Valéria

Alessandra, Elizangela,
Hanna, Elen e Talita

Bete e
Geraldo

Formandos do Senai
Matão

6 2 kappa magazine
Monica e
Marquinhos
Reloptica

Nair, Viviane, Fernando


e Maria Julia

Morilho e
Cristiane

Peres e Marlene

Milene e Adriano

Marcela e Fernando e
Fernanda João Paulo

kappa magazine 63
soCiaL

Greidila, Kelly,
Fabiane, Marta e
Telma - Raízes

Marcia e Bá
Lolato, Gustavo,
Rafael

Lucas Andreia e
e Carol Serginho
Gabriel

Meire
e Paula

Giana e
Juninho

João Paulo,
Laura e Graziela
Viscaio

6 4 kappa magazine
Caio, Kelly, Bruno Trevizaneli e
Fabio, Hugo e Marcelinho Carioca,
Diego no Japão

Família Nonato: Cássia, Camila, Carla e Sérgio Fatima e Vinicius

Gabriela e Laerte, Ale


Carolina e Sonia

Thiago e
Karin

Giovana Manetti e Roberto e


Vinícius Bussola Kriskelli

kappa magazine 65
soCiaL

Carla, Fábio
e Isabele

Juliano e Mauricio

Ed, Marina,
Márcia, Thaisinha

Maria da Graça Stradiotto Vignandi comemorando seus 15


anos ao lado dos pais Valdir e Sueli e sua irmã Rafaela

Rogério, Henrique
e Tatiane

varaL
Rasteirinha Dului
R$ 59,99 1+3 R$19,99

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6 8 kappa magazine

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