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João Pessoa - PB
2023
Giullia Di Carli, Letícya Azevedo e Thayanna Lima
João Pessoa - PB
2023
ATIVIDADE DE BUSCA NOS BANCOS DE DADOS ELETRÔNICOS:
PORTAL PERIÓDICO CAPES
Oliveira Cardoso, B.; Macedo Oliveira, C. Mulheres negras e o trabalho. Brasília, v.3, n.1, p.
38-64, 2021.
“A maioria das mulheres negras ainda se ocupa com as funções que exerciam no passado
colonial. Aliadas aos processos de racismo, exclusão de direitos e discriminações, está
população é vista de maneira estereotipada, inferiorizada, não só pela cor, mas pelo lugar e
trabalho que ainda exercem na sociedade atual.” (p.39)
“[...] a partir dos processos de luta e reinvindicação política e social, essas mulheres ganham
espaços de fala e representatividade, tendo sua relação com o trabalho não mais como um
fardo ou uma chaga, mas como eixo ressignificador de poder e lugar de espaço na sociedade.”
(p.39)
“[...] é importante que os estudantes tenham uma visão ampla e crítica da história do trabalho
no Brasil, e entender que, historicamente, ela está intimamente ligada as questões raciais, pois
foi formada a partir de estruturas de poder de base patriarcal e colonial, que condicionou a
trabalhos manuais forçados, a população negra, relegando-a a esta função na sociedade
colonial.” (p.40)
“[...] É necessário que os diálogos com essa temática se façam abertos e reforçados, com
intuito de promover uma educação que priorize o respeito aos direitos humanos, a busca por
justiça e equidade e o combate a todas as formas de discriminação..” (p.42)
“Apesar de todos esses aparatos legais para a implementação das temáticas de gênero e raça
[...] é necessário problematizá-las dentro dos projetos político pedagógicos, na construção dos
currículos, na formação de professores, nas mudanças de atitudes, nas metodologias, nas
práticas pedagógicas, buscando outras formas de enxergar o processo de ensino e a concepção
de educação.” (p.42)
“Um novo olhar sobre a educação consiste em descolonizar os currículos, transpassá-los para
além dos conteúdos específicos, trazendo temáticas que construam sentido aos alunos, as
quais, durante muito tempo, foram negadas ou silenciadas dos contextos escolares.” (p.42)
“Mesmo em meio às mudanças ocorridas no contexto brasileiro nos finais do século XIX e
início do século XX – na política [...]; no plano econômico [...] –, no que tange às estruturas
sociais, elas pouco se alteraram, mantendo-se as hierarquias baseadas na classe, no gênero e
na raça.” (p.43)
“ A interdisciplinaridade é antes de tudo uma atitude, uma postura diferenciada diante do que
está sendo estudado, mas que não se impõe ao ponto de desprezar as particularidades de
outros vetores.” (p.45)
“[...]a interdisciplinaridade é antes de tudo uma atitude, uma postura diferenciada diante do
que está sendo estudado, mas que não se impõe ao ponto de desprezar as particularidades de
outros vetores.” (p.45)
“Resgatar a compreensão do trabalho como princípio educativo é evidenciar que este processo
é fundamental para existência humana – no sentido de produção material da vida e ao mesmo
tempo, do educar-se nela.”
“Pensar as categorias gênero e raça a partir das suas relações com o trabalho significa refletir
que estas representações estão profundamente marcadas na sociedade brasileira por
concepções e estereótipos construídos culturalmente, na medida em que se estruturaram pelas
relações de poder.”
“Raça e gênero, categorias sociológicas, são essenciais para a compreensão das relações
sociais cotidianas[...]” (p.47)
“O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. A
ideia não é que o ser humano viva em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os
meios para se manter vivo. Dito isto, o impacto do trabalho e do seu conceito exercem grande
influência na construção do sujeito. (A.1)” (p.54,55)
“Historicamente, a partir do processo de colonização e constituição posterior de uma
sociedade brasileira, o trabalho braçal, ato de produção básica de subsistência é tido como
algo ruim. [...]” (p.55)
“A grande maioria das mulheres negras no Brasil hoje são pertencentes a classe pobre e sem
nenhuma perspectiva de vida, servindo aos brancos que quase sempre ocupam cargos de
poder, e acima de tudo sofrendo com o preconceito por serem negras. (A.4)” (p.56)
“Este trabalho teve a finalidade de materializar a busca por um ensino integral, omnilateral, de
igual oportunidade para todos [...] Assim, na tentativa de superação do modelo atual de
ensino, parte-se para a defesa de uma escola única, desinteressada, integrada e
transformadora.” (p.59)
“A partir das discussões e debates em sala, pode-se pensar em meios para ressignificar estas
relações, a saber: por meio do olhar positivo para o trabalho, com base no retorno ao seu
sentido histórico e ontológico, como realização humana e essencial para a vida.” (p.60)
“Assim, um ensino integrado, que ressignifica as formas de ensinar e aprender a partir de
metodologias ativas, consegue caminhar junto às demandas dos alunos pelas diferentes áreas
do saber e promover problematizações da realidade a partir da expansão das temáticas do
currículo formal.” (p. 60)
Artigo 2:
“A busca pela eficiência das empresas não tem limites e o avanço tecnológico mundial
propicia esse ganho para as organizações. Esse novo paradigma empresarial gera um
paradoxo: como garantir a empregabilidade principalmente da mão de obra das mulheres
negras brasileiras, que ainda padecem do descrédito de seu valor devido ao sexismo e racismo
nas organizações 4.0 no Brasil?” (p.2)
“Segundo Hirata (2011), as mulheres estão mais lotadas em trabalhos informais, quando o
trabalho é em tempo parcial e com baixa qualificação formal. Esse tipo de trabalho pode
impactar na segurança do trabalho, na carreira, na renda e nos desejos de formação e
representação sindical.” (p.5)
“Segundo dados oriundos no Relatório Cepal (2019), as mulheres ainda estão em situação de
desigualdade na América Latina e Caribe.” (p.5)
“Portanto, a situação das mulheres e negras é crítica no mercado de trabalho brasileiro estando
elas em desvantagem aos homens, o que pode ser explicado pelo sexismo moderno e racismo
(Rosa, 2014). As mulheres negras, nos últimos anos, avançaram em termos de nível de
escolaridade e qualificação após as políticas afirmativas, mas ainda está em pé a desigualdade
em relação às mulheres brancas. Há exceções, mas a maioria ainda está na base da pirâmide
de estratificação social.” (p.5)
“Esse sexismo fundamenta-se na discriminação contra as mulheres levando a avaliações
negativas de competências e habilidades, que se configuram na causa da sub-representação
das mulheres em alguns cargos. Essa condição é vista como culpa das próprias mulheres
envolvidas e não pela discriminação, preconceito individual e institucional contra as
mulheres, exercidos por funcionários e supervisores machistas. No caso de mulheres negras,
além dessa discriminação pelo sexismo, elas ainda padecem do racismo velado na esfera
privada, camuflado na tolerância racial na esfera pública, como também pelo condicionante
de classe social (Mariano & Carloto, 2013).” (p.7)
“Ferreira e Nunes (2019) enfatizam que os negros se deparam com diversos desafios, seja na
inserção, ascenção e vivência no mercado de trabalho, em decorrência do contexto histórico
de suas origens, em que ficaram às margens da sociedade, além de ocuparem cargos de baixa
qualificação, menor remuneração e condições precárias de trabalho.” (p.7)
“As subjetividades dos gestores poderão impactar a inserção e a inclusão das mulheres negras
nas organizações 4.0, desde que a mudança organizacional aconteça com a participação de
todos com os propósitos de: inclusão e não exclusão; busca de uma empresa e sociedade
sustentáveis; e redução das desigualdades social e racial.” (p.11)
“Espera-se com este estudo estimular o debate e a pesquisa para confrontar estas perspectivas
de futuro e contribuindo para novas oportunidades para as mulheres e negras.” (p.12)
Artigo 3:
Guimarães Chai, C.; Souza Moraes, V. H.; Sandes de Sousa, K.; Franklin da Costa Ramos, F.
Interseccionalidades da escravidão contemporânea da mulher negra à luz do pensamento
decolonial: trabalho, determinantes e desigualdades sociais. Rio de Janeiro, v.21, n.3, p. 1-13,
2023.
“As dificuldades sofridas pela mulher negra inserida na estrutura social brasileira patriarcal,
misógina e sexista, considerados os sistemas de poder vigentes, justificam pesquisas e estudos
que ponham em evidência as idiossincrasias de uma sociedade racista estrutural que naturaliza
o trabalho escravo contemporâneo e ainda abriga relações domésticas que escamoteiam, na
infeliz metáfora social de casa grande e senzala, a exploração silenciosa e obsequiosa do
trabalho doméstico e a sua domesticada, dócil e familiar invisibilidade.” (p.2)
“A invisibilidade desse público, em razão das suas determinantes sociais de cor e gênero, gera
grandes entraves, quando, o mais das vezes, a ausência de dados legitima um estado de coisas
inconstitucionais, o que acomoda uma organização e gestão públicas das relações de trabalho,
emprego e gênero que agravam a violência sofrida pela mulher negra.” (p.2)
“Esta pesquisa, qualitativa, com aplicação de revisão documental e bibliográfica, tem como
objeto de estudo a problematização da invisibilidade da mulher negra escravizada
contemporaneamente, que aparece quase sempre, e apenas socialmente, nas estatísticas da
violência contra a vida, nos homicídios, nos feminicídios e nos resgates de trabalhadoras
escravizadas, adotando-se como base teorética uma aproximação conceitual decolonial para
uma efetiva reação política, jurídica e econômica contra o trabalho escravo, segundo a
previsão do ilícito contido no art. 149, do Código Penal brasileiro, e nas normas internacionais
de combate ao trabalho escravo contemporâneo.” (p.2)
“Se mentalidade e práticas sociais brasileiras são de menor valia ao trabalhador negro, com
péssimas condições de trabalho, a situação das trabalhadoras negras é de severa indignidade,
sobretudo quando as tarefas domésticas são percebidas como obrigação exclusiva da mulher,
seja ela membro da família, seja ela trabalhadora escravizada.” (p.4)
“Nesse cenário, a mulher negra é constantemente posta em local de desinteresse, invisível aos
olhos da maioria, e deixa de ocupar bons postos de emprego, permanecendo às margens da
sociedade.” (p.5)
“No período após a abolição, quando a maioria das pessoas que antes compunham a parte
escravizada da sociedade brasileira estava envolvida com as plantações de café, o papel da
mulher tinha maior foco no exercício de atividades braçais, já que estava inserida na lavoura
e, portanto, na reprodução da economia. Durante o Império, estima-se que dentre cerca de 800
mil trabalhadores, 300 mil eram mulheres, no entanto, a força laboral feminina era vista com
desprezo, embora existisse em um número expressivo (Sousa, Tardivo, & Haack, 2021, pp.
57-58).” (p.5)
“Estipula-se, portanto, uma comparação entre a mulher branca e a mulher negra, sobre como o
patriarcado naturalizou a opressão feminina negra, já que a mulher branca era considerada
sacralizada na função de esposa e mãe; de outro lado, para a mulher negra escravizada,
sobrava a função sexual, objetificada (Araújo, 2003, p. 25).” (p.6)
“Davis (2011) também aborda o problema da exploração sexual de mulheres negras,
afirmando que essa é uma das maneiras distintas pelas quais a mulher também pode sofrer e
ser explorada, vítima de abuso sexual e bárbaros maus-tratos. Nesse cenário, a exploração
dessas mulheres acompanha a conveniência do explorador: se é conveniente utilizar sua força
braçal, assim é feito; se convém explorá-las sexualmente, assim o fazem.” (p.7)
Farias de Araujo, L. M. A exploração da mulher negra sob a teoria do valor- trabalho. Vitória,
v.15, n.1, p. 258-270, jan./abr. 2023.
“Além disso, as mulheres negras (ou racializadas) possuem piores empregos e menores
rendimentos” (p. 2)
“Tal qual a natureza, a vida das mulheres negras também é destruída no dia a dia, o estupro
sistemático fez e faz parte do cotidiano dessas mulheres, em que sociedades inteiras foram
forjadas sob a violência sexual.” (p. 3)
“A desumanização serve aqui para justificar a violência sobre tais mulheres. Além da
escravização de seu trabalho e corpo, também há a demonização de sua religião e cultura.” (p.
4)
“(CONDÉ, 2020, p. 138). Este é o homem burguês e branco na sua mais plena barbaridade;
estes são os verdadeiros selvagens que destinaram à mulher negra o estupro sistemático como
forma de reprodução da força de trabalho e também como punição.” (p. 9)
Pereira Lemos Junior, E.; Silva, C. Discriminação da mulher no mercado trabalho: destacando
a mulher negra neste processo. Bélem, v. 5, n. 2, p. 76-93, jul./dez. 2019.
“Ao longo dos anos a mulher tem batalhado para ser reconhecida e valorizada como parte
fundamental e necessária no mercado de trabalho. E mesmo atingindo um alto grau de
conhecimento e chegando a um elevado nível de educação e profissionalização, a mulher
ainda encontra vestígios de discriminação e desigualdade por parte da sociedade atual, que
tanto debate sobre a igualdade de gêneros e etnias.” (p. 1-2)
“Desde os tempos remotos, a mulher ocupa papel inferior em relação ao homem. Inseridas em
uma sociedade patriarcal, em que deviam obediência a seus maridos, eram tidas como
instrumentos, que deveriam cuidar das tarefas domésticas, de seus filhos e dos maridos, os
quais se consideravam seus donos.” (p.3)
“O trabalho sem remuneração da mulher, que é exercido no dia a dia em seus lares, não é
contabilizado pelas estatísticas e não possui uma valorização social, ainda que contribuam de
forma importante e significativa para a sociedade.” (p.5)
“O mercado de trabalho está marcado pelas alarmantes desigualdades de gênero e cor.” (p. 7)
“Estudos apontam que mulheres e negros têm mais dificuldade para serem inseridos de fato
no mercado de trabalho e é de responsabilidade do Governo Federal, a criação de planos de
política e a promoção da não discriminação, possibilitando a criação de oportunidades iguais
para todos que desejam adentrar no mercado de trabalho brasileiro.” (p. 7-8)
“Quando se fala da participação da população negra no ambiente de trabalho, vem à tona a
imagem que nos faz entender as desigualdades raciais que existem na sociedade brasileira e
no mercado de trabalho, representados pela pirâmide hierárquica, em que os negros aparecem
na base, em sua maioria as mulheres negras. Vemos também essa hierarquia, na questão
salarial, em que o homem branco aparece liderando, seguido da mulher branca, abaixo o
homem negro e por último a mulher negra.” (p. 8)
“As mulheres brancas ainda têm uma certa vantagem em relação as mulheres negras.
Enquanto as mulheres brancas têm maior predominância no nível superior, as mulheres
negras, estão mais propensas a realizarem trabalho doméstico” (p. 8)
“A mulher negra no Brasil, diante de um cenário histórico marcado pela escravidão, carrega
em sua pele e traços as desvantagens e desigualdades sofridas naquele tempo e que se
arrastam até os dias atuais.” (p. 10)
“Com uma carga histórica repleta de discriminação e desigualdade, a mulher sofre com esses
fatores que marcaram sua trajetória e têm reflexos ainda hoje em sua vida profissional e
pessoal.” (p. 15)
“Além da discriminação por gênero sofrido pelas mulheres, as mulheres negras ainda
carregam o peso do racismo, que se faz presente e constante em seu dia a dia.” (p. 16)