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o que são as dez

sefirot?
As Sefirot são bastante complexas, contém
muitos elementos e para explicá-las em detalhes
seriam necessários muitos volumes de uma
enciclopédia, por isso vamos nos limitar a uma
explicação básica, e ao longo das próximas
semanas, falaremos um pouco mais sobre cada
uma delas.
A palavra Sefirá tem dois significados: um é
contar, o outro é limite ou fronteira. De acordo
com a Cabala, existem 10 dimensões para a
nossa realidade, que são as 10 Sefirot. As Sefirot
funcionam como canais através dos quais a Luz
do Mundo Infinito chega até nós, animando o
nosso universo inteiro, incluindo nossas
almas.Cada Sefirá , como um filtro, reduz
sucessivamente a emanação da Luz, diminuindo
gradativamente seu brilho para um nível quase
imperceptível em nosso mundo físico dos cinco
sentidos. Por cada Sefirá que passa, a Luz se
manifesta de forma diferente, mas sem nunca
mudar sua essência. É como se colocássemos
um filtro colorido na luz do sol; nós a veremos
azul, vermelha ou verde, mas a Luz não muda
nunca, o que muda é o recipiente. Elas também
são conhecidas como atributos divinos, já que
cada uma delas está relacionada a um atributo
ou qualidade de Deus. Cada uma delas também
se relaciona a uma parte do nosso corpo.
Esses 10 níveis ou Sefirot são: Keter, Chochma,
Biná, Chesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod,
Yesod e Malchut. As Sefirot Chesed, Gevurah,
Tiferet, Netzach, Hod e Yesod estão compactadas
em uma dimensão chamada Zeir Anpin como um
todo unificado. Toda a Luz que recebemos em
nosso mundo físico de Malchut é derivada de
Zeir Anpin.
Curiosamente, os cientistas do final do século 20
revelaram uma estranha visão do nosso universo
com o advento da Teoria da Supercorda, que é
uma tentativa de unificar a teoria da relatividade
de Einstein com a mecânica quântica. De acordo
com a teoria, todas as partículas subatômicas
são na verdade diferentes ressonâncias de
minúsculas supercordas vibrantes, muito
parecidas com as diferentes notas musicais que
podem emanar de uma única corda de violão. A
Teoria das Supercordas sustenta ainda que
nosso universo deve conter 10 dimensões de
modo que possa se conciliar com a teoria da
relatividade de Einstein, considerando a força da
gravidade. Graças à evolução da ciência e da
tecnologia, os cientistas atuais e os antigos
Cabalistas concordam que a realidade existe em
10 dimensões e que 6 dimensões estão
firmemente compactadas.

Conheça cada uma das sefirot, mais


detalhadamente:

| keter |
A Sefirá de Keter foi a primeira, o primeiro recipiente que
apareceu logo após a restrição e está ligada ao Mundo de
Adam Kadmon - Homem Primordial. Keter faz parte das três
Sefirot superiores (as outras duas são Chochmah e Binah),
que estão além da nossa realidade física e são o estado
potencial. Nós nos relacionamos com as sete inferiores, que
são o estado da manifestação.
Keter ou Coroa, se situa no topo da coluna central, logo
abaixo do Mundo Infinito. A coroa normalmente está na
cabeça do rei, mas não pertence ao corpo do rei, pertence
ao reino. Para cada ação existe um pensamento que a
precede. Keter, a coroa, é a semente das manifestações que
vão acontecer no mundo físico. É o potencial da
manifestação.
Keter é a inteligência ardente que canaliza a Força da Luz da
Criação para as demais Sefirot. Funciona como um super
computador que contém o inventário total do que cada um
de nós é, alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a
gênese de nossas vidas neste reino da Terra, mas de todo
pensamento, idéia ou inspiração que teremos enquanto
estivermos nessa nossa jornada.
A reencarnação, na qual a alma humana volta várias vezes a
este reino físico até que suas imperfeições sejam corrigidas,
é uma doutrina central da Cabala. Este processo de
correção é chamado Tikun e já foi explicado em mensagem
anterior. Outros ensinamentos espirituais se referem ao
processo de Tikun como Karma. Esse processo, no qual
uma alma é canalizada através das Dez Sefirot para nascer
no mundo físico de Malchut, começa em Keter, e nenhuma
alma parte de lá sem a bagagem que acumulou em
existências prévias.
A luz de Keter tem um longo caminho a percorrer antes de
nos alcançar. Está tão longe do reino físico no qual vivemos
como o primeiro pensamento de um arquiteto está distante
do edifício que aquele pensamento se tornará em última
instância. Keter é a fonte de tudo, mas somente em
potencial indiferenciado. As outras Sefirot são necessárias
para se transformar aquele potencial em algo que podemos
perceber como realidade, e a primeira a receber o poder que
flui para fora de Keter é a Sefirá de Chochmah, sobre a qual
falaremos na próxima mensagem.

| chochmah e binah |
Completando as três Sefirot superiores (Keter, Chochmah e
Binah), esta semana falaremos sobre duas Sefirot,
Chochmah e Binah, pois a duas são correspondentes.

Chochmah, no topo da coluna direita é Sabedoria. Mantém-


se como a figura do pai universal. É o primeiro recipiente a
conter toda a Sabedoria do universo e contém a totalidade
da Luz. É o pensamento intuitivo em sua forma mais pura, o
"estalo", a criatividade, o inconsciente, toda atividade ligada
ao lado direito do cérebro. Em outras palavras, Chochmah
pode ser comparada a um tolo que carrega uma
enciclopédia nas costas. A possessão da enciclopédia não
torna o homem mais inteligente. A Sabedoria, encapsulada
em si mesma, passiva, não tem nenhum valor em qualquer
plano de existência. Para ser manifestada, a Sabedoria de
Chochmah precisa de uma conexão com a energia de Binah.

Binah, Entendimento, é a figura da mãe universal e situa-se


no topo da coluna esquerda. É uma usina geradora de
energia cósmica, desde aquela que motiva o empenho
humano até aquela que mantém as galáxias em movimento.
É o raciocínio e a lógica que definem e dão forma ao
"estalo" que vem de Chochmah, transformando-o em
pensamento, proporcionando o desenvolvimento mental de
uma idéia. É o lado esquerdo do cérebro, o consciente, os
processos mentais. Binah interioriza o conteúdo de forma
que a informação se torna conhecimento e parte da pessoa.

Quando o pensamento precisa ser manifestado em ação,


Chochmah e Binah se encontram, combinam suas energias
e transformam informação bruta em conhecimento.

É interessante notar que a ciência, exatamente como a


Cabala, atribui a criatividade e a intuição ao lado direito do
cérebro e a lógica e a racionalização com o lado esquerdo
do cérebro.

| chesed |
Chesed - Misericórdia, se situa na coluna direita, logo
abaixo de Chochmah. É também a primeira das Sete Sefirot
inferiores, com as quais nos relacionamos. Mas as Sefirot
são inteligências muito elevadas, então como nos conectar
com elas? Precisamos de instrumentos, canais para fazer
essa conexão. Da mesma forma que sabemos que existe
eletricidade na tomada, mas precisamos de instrumentos -
cabos ou aparelhos - entre nós e a eletricidade para que ela
possa se revelar. O canal para Chesed é o patriarca
Abrahão, pois ele foi o canal que manifestou a inteligência
de Chesed, misericórdia e gentileza, no mundo. Quando
queremos nos conectar com essa energia, devemos meditar
em Abrahão.

De acordo com a Guematria, a numerologia Cabalística, as


letras hebraicas que formam a palavra Chesed somam 72,
relacionando-a com o poder dos 72 nomes. Essa relação
nos ensina que, para que possamos ativar o poder dos 72
nomes, devemos ter misericórdia, gentileza pelo nosso
próximo.

A expressão física da esfera de Chesed é a água. Chesed


representa o total Desejo de Compartilhar. É o doar
incondicionalmente, o estender a mão (por isso em nosso
corpo se relaciona com o braço direito), é o fluxo de energia
que se expande abundante e incontrolavelmente, por isso é
considerada a mais expansiva das Sefirot. Chesed sem
equilíbrio é o extremista-liberal que lamenta mais pelo
criminoso do que pela vítima; é o homem pobre que ganha
na loteria e dá cada centavo de sua nova fortuna para
caridade e deixa a própria família pobre. Desenfreada,
Chesed doa até quase machucar. Felizmente, tem uma
contraparte de equilíbrio, a Sefirá de Gvurah.

| gvurah |
Gvurah é conhecida como Julgamento, ou ainda Força,
Grandeza ou Poder.

Situa-se na coluna esquerda, logo abaixo de Binah. O canal


para Gvurah é o patriarca Yiztchak (Isaac), filho de Abraham,
e no nosso corpo essa Sefirá se relaciona com o braço
esquerdo.

Enquanto Chesed doa incondicionalmente, Gvurah é a


avarenta. Onde Chesed se expande, Gvurah se contrai.

Onde Chesed diz, "Compartilhe", Gvurah diz "e o que eu


ganho com isso?" Onde Chesed celebra o heroísmo, Gvurah
é um disciplinador com o medo olhando por sobre seu
ombro. É pura contração, restrição, é a força que permite o
controle e o domínio sobre os impulsos.

Gvurah, sem rédeas, sem o equilíbrio de Chesed, se torna a


tirania de um estado policial, podendo levar a
autocontenção e se transformar em uma fonte de energia
para sentimentos de ódio e medo. Mas assim como a
Sabedoria de Chochmah não pode se manifestar sem a
energia de Binah, a semente indiferenciada em Chesed
nunca poderia se tornar a árvore diferenciada sem a mão
forte de Gvurah.

Gvurah canaliza energia espiritual para superar obstáculos e


atingir objetivos específicos, e é a força essencial para
realizarmos nossa principal missão nesta vida: transformar
a nossa natureza.

| tiferet |
Tiferet representa Beleza. Está relacionada com a Coluna
Central e o Mundo da Formação Localiza-se abaixo e entre
as Sefirot de Chesed e Gvurah. Junto com Chesed e Gvurah,
forma a tríade superior do Maguen David. O canal para
Tiferet é Yaakov e no corpo humano, está relacionada ao
tronco.

Tiferet é Beleza porque uma coisa bela, seja um pôr-do-sol,


uma flor, um poema ou a mente humana, tem que combinar
sabedoria [Chochmah], entendimento [Binah] e o brilho da
Luz para existir como tal.

Tiferet também se refere à beleza porque é o ponto de


equilíbrio entre as colunas direita e esquerda, gerando a
harmonia, sem a qual beleza nenhuma poderia existir.
Também representa a verdade, que vem com esse equilíbrio.

Tiferet nos ensina quando compartilhar e como faze-lo com


equilíbrio, e quando receber ou julgar com amor. Representa
aquele equilíbrio entre julgamento e misericórdia que
permite a um pai disciplinar seu filho pelo amor em vez de
faze-lo pela raiva reativa

| netzach |
Netzach - Vitória ou Eternidade - situa-se na coluna direita,
logo abaixo de Chesed. É um armazém de energia positiva
de Chesed, que irradia o Desejo de Compartilhar e se torna
o canal dessa energia na medida em que começa a abordar
o mundo físico no qual vivemos.

É Vitória no sentido de vencer as próprias limitações e


Eternidade no sentido de expressar os pensamentos
eternamente.

É a primeira Sefirá onde há reciprocidade, sendo


responsável pela necessidade que o homem tem de se
relacionar com o outro.

É análoga ao esperma que, em união com o óvulo, irá criar,


em última instância, um ser humano individual.

Netzach também representa os processos involuntários e o


lado direito do cérebro, onde o processo criativo acontece.

Em resumo, Netzach é o artista, o poeta, o músico, o


sonhador e o princípio fertilizador masculino.

No corpo, está relacionada à perna direita e o canal para


energia de Netzach é Moisés, porque trouxe a eternidade, a
vida eterna, ao universo.

| hod |
Hod representa Glória ou Esplendor. Localiza-se na coluna
esquerda, abaixo de Gvurah, e no corpo humano
corresponde à perna esquerda. O canal para nos conectar
com a energia de Hod é Aarão, ou Aharon HaCohen.
Análoga ao óvulo na concepção humana, essa Sefirá inicia a
materialização do que aconteceu somente em potencial em
Chesed/Netzach, assim como uma mulher dá à luz o que foi
concebido em conjunção com o princípio fertilizador
masculino. Hod permite que a energia repassada de Netzach
seja apropriada e aceitável para quem a recebe, sendo
responsável por criar um espaço interno para que se possa
identificar com o outro e, conseqüentemente, aceitar o
outro.
Assim como dissemos anteriormente que Netzach é o
artista, Hod é o cientista, o lógico, o craque da matemática e
o contador.
Sua qualidade espiritual enfatiza a humildade e o
reconhecimento. Hod também controla os processos
voluntários e atividades do lado esquerdo do cérebro,
canalizando a praticidade de Gvurah na psique humana.

| yesod |
Yesod, ou Fundamento, situa-se como um grande
reservatório abaixo das oito Sefirot das quais falamos
anteriormente.
Todas as Sefirot acima emanam sua inteligência e seus
atributos para o vasto vasilhame de Yesod, onde são
misturados, equilibrados e preparados para transferência
em um esplendor tão radiante, que nenhum mortal poderia
sobreviver em sua presença.
O canal para nos conectar com Yesod é Joseph, e no corpo
humano essa Sefirá está relacionada aos órgãos sexuais.
Metaforicamente falando, Yesod é como uma betoneira,
aquele caminhão de cimento, que junta água, areia e todos
os componentes em sua forma bruta, os mistura e verte uma
mistura úmida que, finalmente, endurecerá e se solidificará
como cimento, que é o nosso universo físico, conhecido
como Malchut.

| zeir anpin |
Antes de falar sobre a Sefirá de Malchut, achamos
importante explicar o que é Zeir Anpin, que se refere a
algumas das Sefirot anteriormente mencionadas.
Os antigos Cabalistas explicam que das dez dimensões
existentes, seis dimensões em particular (Chesed, Gvurah,
Tiferet, Netzach, Hod e Yesod) estão firmemente envolvidas,
uma dentro da outra, compactadas em uma dimensão
conhecida como Zeir Anpin ou Mundo Superior. Toda a Luz
que recebemos em nosso mundo físico vem de Zeir Anpin.
Esta é a dimensão que tocamos quando o telefone toca e já
sabemos quem é, mesmo antes de atender. Quando uma
mãe desperta repentinamente no meio da noite, suando e
com o coração acelerado no mesmo momento em que seu
filho escapa de um grave acidente, ela estabeleceu contato
com este Mundo Superior. Quando um cientista grita
"Eureka", esse flash de inspiração se originou deste Mundo
Superior. Quando você está deitado em uma bela praia, livre
de tensões e com aquela gostosa sensação de serenidade,
essas emoções emanam desta dimensão. Sempre que você
sentiu prazer, felicidade, tranqüilidade, paz interior, e o tipo
de confiança de que você poderia conquistar qualquer
coisa, você estava tocando Zeir Anpin.
A conexão com esta dimensão é a chave secreta para obter
controle e realização genuínos na vida. Mas isso não é fácil
de fazer, e para isso os antigos mestres Cabalistas nos
deram as ferramentas e os métodos para alcançarmos essas
dimensões superiores além de nossas vidas cotidianas, de
forma a fazer com que elas causem um profundo impacto
em nossas vidas. Essa é a diferença entre a ciência e a
Cabala, pois a Cabala explica por que as leis da natureza
existem e também como elas se relacionam e se aplicam à
nossa vida pessoal e espiritual, nos ajudando a buscar a
realização e a satisfação das necessidades de nossas
almas.

| malchut |
A última das Sefirot é Malchut, o Reino. Ela contém o mundo
da fisicalidade e o nível de revelação. É a única das Sefirot
onde a matéria física parece existir. É aqui que a mistura
"despejada" por Yesod endurece como pedra, adquire
estrutura e assume forma física. Em nosso corpo está
relacionada aos pés e o canal para Malchut é o Rei David.
Está também relacionada ao mundo da manifestação, da
ação, e tem a ver com nossa existência física; comer,
trabalhar, dançar, etc. É nesta dimensão que as
divergências na atitude humana significam a diferença entre
as vidas individuais. É em Malchut que ocorre o maior
"Desejo de Receber", porque essa dimensão nosso
universo é a que está mais distante da fonte de Luz. Por
isso, este nosso reino é onde existe maior sentimento de
"falta".
A Cabala explica ainda que, cada um dos dez níveis das
Sefirot também contém mais dez níveis, os quais contém
mais dez, e assim por diante, infinitamente, como fractais.
Essa estrutura atua como um prisma que refrata a Luz em
várias freqüências, gerando a diversidade que compõe o
espectro inteiro da criação. Toda criatura neste planeta
também está imbuída dessa mesma estrutura, e tudo o que
existe em nosso mundo físico, se origina no reino não-físico
das Sefirot.
Esses Mundos Superiores são os portais através dos quais
a energia espiritual flui para nossa dimensão, e podemos
alcança-los através de orações, transformação espiritual e
meditação.

Rabino Joseph Saltoun. Texto baseado nos escritos do


Rabino Berg.

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