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AULA 1

DIREITO DIGITAL APLICADO

Prof. Charles Emmanuel Parchen


TEMA 1 – OS DADOS INFORMÁTICOS COMO BEM ECONÔMICO

Em maio do ano de 2017, a revista The Economist (2017, p. 1) chamou a


atenção, em uma reportagem, para o fato de que “o recurso mais valioso do
mundo não é mais petróleo, mas dados” (tradução nossa). A mesma matéria
também demonstra que, juntas, Amazon, Apple, Facebook e Microsoft tiveram
lucro líquido superior a 25 bilhões de dólares no ano de 2017 (The Economist,
2017, p. 1).
Da reportagem, o que fica evidenciado para nós é que os dados
informáticos possibilitam espantosos lucros não só para essas empresas, mas
para muitas outras que oferecem seus produtos e serviços na era da internet
banda larga, na qual a imediatidade, velocidade e instantaneidade da
comunicação é a tônica.
E é justamente do massivo uso da rede mundial de computadores, ou de
serviços como uma rede social que inúmeros problemas de ordem jurídica podem
ocorrer: desde o início, seja na hora de contratar (concordar com os famosos
termos de uso e de serviço), passando por vazamento de dados, exposição da
privacidade e intimidade, furto ou roubo de senhas, fotos, documentos,
cyberbullying, fake news, trollagem, stalking, tudo são riscos aos quais o usuário
está sujeito e que podem trazer consequências de ordem socioambiental que têm
o potencial de prejudicar os direitos de, às vezes, milhares de pessoas ao mesmo
tempo.
Portanto, os dados (vamos chamá-los apenas assim a partir de agora) têm
crucial importância para a sociedade contemporânea, e é por essa razão que o
Direito, enquanto ciência encarregada da pacificação social e que se dedica
também à observação dos fenômenos em sociedade, não pode descuidar deles.
Afinal, as consequências derivadas da interação humano-máquina
necessitam ser compreendidas e solucionadas pelo operador do Direito, o qual
deve estar sempre atualizado e atento às modernas formas do ser humano agir,
se comportar e se relacionar.
Não podemos esquecer que a Lei n. 13.709/2018, Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais (LGPD), adveio justamente da necessidade de regulamentar
a atividade de tratamento de dados, pois o Legislador entendeu que empresas
estão lucrando muito com eles e que a atividade é, também, de risco aos
vulneráveis e seus direitos.

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É importante ressaltar que, desde muito cedo, a humanidade percebeu o
valor e importância dos dados: a obtenção destes, por seu uso, posse ou domínio
por aquele que não é seu proprietário ou detentor, sempre propiciou vantagem
econômica, política e de poder.
E a respeito de tal ilação, há vários exemplos na história da humanidade:
na Idade Média, era comum a interceptação e tortura dos mensageiros dos reinos
para obtenção de informações. Já no século XX, com o fim da Primeira Grande
Guerra, foi criada uma máquina de criptografia chamada Enigma, usada pela
Alemanha nazista para codificar suas ordens e mensagens de guerra,
impossibilitando o conhecimento e interpretação dos dados pelo inimigo.
Edgar Morin (1986, p. 43) identifica a importância dos dados na Guerra ao
dizer “a guerra informacional tornou-se simplesmente parte intrínseca e essencial
da guerra no século XX”. Já Manuel Castells (1999, p. 411) assevera que quem
detém a informação, detém o poder. Para o citado autor, na era da informação,
isso significa que “as lutas pelo poder são lutas culturais”.
Acompanhando essa evolução e caminho, os movimentos de expropriação
dos dados tendem a se intensificar. Afinal de contas, eles podem revelar detalhes
da intimidade, dos hábitos, do modo de agir e de pensar de uma pessoa. E isso é
muito valioso na contemporaneidade, pois as informações obtidas dos dados dos
usuários interessam fortemente a prestadores de serviços e a comerciantes que,
para poderem potencializar seus ganhos, precisam conhecer os hábitos e
preferências de seus consumidores.
Conforme asseverado por Parchen et al. (2013, p. 158): “O processo
capitalista enxergou no uso dos computadores e na evolução da informática, uma
ampliação do seu modo de acumulação de riquezas e de poder através do
domínio da informação”. Portanto, não é de se estranhar que empresas como o
Google ou o Facebook se tornaram veneradas e seus proprietários, ricos e
influentes. Isso porque os dados de seus consumidores são coletados e vendidos
a anunciantes, os quais fazem ofertas de seus produtos de forma dirigida,
segmentada e extremamente personalizada ao público que utiliza esses serviços,
graças à análise das predileções constatadas no perfil de cada usuário.

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TEMA 2 – MINERAÇÃO DE DADOS NO BIG DATA

Como veremos mais adiante, a maioria dos modelos de negócios


atualmente vigentes na internet implicam uma ausência de contraprestação em
pecúnia por parte do usuário; ou seja, ele nada paga para usar e dispor, por
exemplo, de uma rede social. Vivemos, portanto, atualmente, a “aparência do
grátis” ou a “era do grátis” na rede mundial de computadores.
Mas como, na prática, a maioria das empresas que prestam serviços ou
oferecem produtos na internet obtém seu lucro? A esta altura, já podemos
perceber que o lucro é obtido com a expropriação dos dados do usuário. Nós
vamos aprofundar melhor essa questão quando falarmos de mercado de cauda
longa, dos modelos freemium e preço-isca. Mas antes disso, precisamos abordar,
necessariamente, o que são a mineração de dados (data mining) e o Big Data
(grandes dados).

2.1 Data mining e big data

Tudo o que é produzido com o auxílio de uma tecnologia, como o


smartphone, tem por característica a imediatidade na disseminação e alta
interação. Essa soma de características faz com que a necessidade de tratamento
dos dados produzidos alcance um patamar de elevada importância, haja vista que,
como vimos anteriormente, pode-se afirmar que os dados são valiosos e se
constituem em autêntica mercadoria: “And data themselves shave become an
important commodity, actively bought and sold within a global, multi-billion dollar
Market. For governments, widespread, dynamic data are providing new insights
about their own operations, as well as reshaping the means to govern and regulate
society” (Kitchin, 2014, p. 11)1.
Constata-se que o imenso volume de dados diariamente produzidos leva a
uma dificuldade na mensuração da sua quantidade e, principalmente, qualidade:
há muita coisa boa e útil sendo produzida na internet. Contudo, o número de dados
que não servem a qualquer utilidade ou benefício é, com certeza, muito maior.
Percebe-se, desta forma, que tudo o que é coletado e tratado a título de
dados forma o que é denominado de Big Data:

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E os dados, eles mesmos, beiram se tornar uma importante mercadoria, ativamente comprada e
vendida em um mercado global de vários bilhões de dólares. Para os governos, dados dinâmicos
generalizados estão oferecendo novas introspecções sobre suas próprias operações, bem como
remodelando os meios para governar e regular a sociedade (tradução nossa).
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Os dados das redes sociais online podem ser usados para extrair
informações sobre padrões de interações interpessoais e opiniões.
Esses dados podem auxiliar no entendimento de fenômenos, na
previsão de um evento ou na tomada de decisões. Com a ampla adoção
dessas redes, esses dados aumentaram em volume, variedade e
precisam de processamento rápido, exigindo, por esse motivo, que
novas abordagens no tratamento sejam empregadas. Aos dados que
possuem tais características (volume, variedade e necessidade de
velocidade em seu tratamento), chamamo-los de big data. (França,
2014, p. 8)

Pelo conceito delineado, pode-se perceber que praticamente todo


conteúdo produzido no âmbito das redes sociais pode formar um Big Data, que
tem, para alguns autores como Rob Kitchin, três características (os chamados
3Vs): volume, velocity e variety. “Grande volume, alta velocidade e diversidade
em variedade de tipos de dados estruturados ou não sendo frequentemente
referenciados temporal e espacialmente” (Kitchin, 2014, p. 68).
Já para autores como Bernard Marr (2015, p. 79-80), há quatro
características (volume, velocidade, variedade e veracidade). Por sua vez, outros
textos afirmam haver 5 Vs: volume, velocity, variety, variability e veracity – volume,
velocidade, variedade, variabilidade e veracidade (Nadal et al., 2017, p. 79).
De outro lado, há empresas de banco de dados, como a Experian (2017, p.
1), que alude que a fornecedora de computadores IBM foi a responsável, no ano
de 2012, em expandir as três características clássicas para o total de quatro. Ao
mesmo tempo afirma que ela, a Experian, quebrou este paradigma no ano de
2017 ao acrescentar mais duas composições, de modo que, atualmente, ela
defende haver 6 Vs no Big Data: volume, variedade, velocidade, veracidade,
vulnerabilidade e valor dos dados (Experian, 2017, p. 1).
De qualquer modo, e independentemente de serem três, quatro, cinco ou
seis as características do Big Data, é interessante trazer ao conhecimento o fato
de que a primeira rede social ocidental de grande sucesso, o já extinto Orkut, foi
pioneira em contar com um modelo de extração e monitoramento dos dados de
seus usuários:

Em 2004, com o lançamento do Orkut e do Gmail, o Google passou a


obter os dados cadastrais dos usuários, possibilitando sua confirmação
positiva, associando identificadores anônimos a estes dados, além da
possibilidade da extração dos dados cadastrais e personificação do
usuário, estes dois novos produtos permitiram extrair dados de interesse
e rede de relacionamentos dos usuários. O Orkut, uma ferramenta de
rede social, passou a permitir uma extração dinâmica em tempo real, de
perfis e mapas de relacionamento, interesses e padrões. (Caribé, 2019,
p. 7)

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Logo, percebe-se que, desde um comentário em uma rede social até o
trajeto usado pelo automóvel em um deslocamento guiado pelo GPS, tudo deixa
rastros ou vestígios que podem ser capturados, armazenados e filtrados para
produzir uma imensa quantidade de dados que, depois de filtrados, revelarão
gostos e preferências dos usuários.
O potencial de tratamento dos dados é enorme no âmbito das redes sociais,
haja vista que o interesse das empresas é transformá-los em informação
disponíveis para uso ou para venda. Logo, a existência do Big Data é alicerce da
mineração de dados.
Assim, a incidência dessas tecnologias de tratamento de dados corrobora
o fato de que os hábitos e decisões dos usuários sempre sofreram interferência e
monitoramento, uma vez que gostos e preferências identificadas são produtos
monetizáveis e negociáveis a terceiros que poderão explorar ofertas massivas de
produtos, exibir publicidade segmentada e oportunizar serviços.
É que a possibilidade de transformação do dado bruto em informação
catalogada, indexada, “limpa” e prontamente acessível faz gerar um mercado
altamente lucrativo baseado na expropriação que, por sua vez, alimenta a
mineração de dados, haja vista a necessidade de uma busca cada vez maior das
preferências pessoais do usuário.
A lógica da segmentação e personalização é evidente: para que se possa
oferecer publicidade dirigida e sedutora, é necessário suprimir o espaço para
dados brutos ou genéricos que nada ou pouco revelem sobre as preferências de
consumo (Freitas, 2015, p. 94). Como dito, o processo de agregação de valor ao
dado, para transformá-lo em informação, é um trabalho altamente especializado.
Dessa maneira, as empresas de redes sociais contam com departamentos
próprios de implementação e uso da ferramenta da mineração de dados (data
mining), que é ferramenta ou técnica computacional derivada da Tecnologia da
Informação (TI), que por sua vez adveio diante da necessidade de empresas
alavancarem e potencializarem o processo de criação e desenvolvimento de
capacitação tecnológica (Meirelles, 1994, p. 419).
Logo, por mineração de dados entende-se os procedimentos de “pré-
processamento, extração e exploração de grandes quantidades de dados visando
estabelecer padrões consistentes” (Freitas, 2019, p. 191), como regras de
associação (perfil de usuários) ou sequências temporais (quando um conjunto de
usuários utiliza determinado aplicativo) para, então, poder detectar

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relacionamentos sistemáticos entre variáveis e determinar novos subconjuntos de
dados.
Todo esse processo visa à obtenção de informação e conhecimento. Para
Castro e Ferrari (2016, p. 4), tem-se que:

O termo mineração de dados (MD) foi cunhado como alusão ao processo


de mineração descrito anteriormente, uma vez que se explora uma base
de dados (mina) usando algoritmos (ferramenta) adequados para obter
conhecimento (minerais preciosos). Os dados são símbolos ou signos
não estruturados, sem significado, como valores em uma tabela, e a
informação está contida nas descrições, agregando significado e
utilidade aos dados, como o valor da temperatura do ar. Por fim, o
conhecimento é algo que permite uma tomada de decisão para a
agregação de valor, então, por exemplo, saber, que vai chover no fim de
semana pode influenciar sua decisão de viajar ou não para a praia.

Na verdade, a mineração de dados constitui-se em uma verdadeira ciência


Matemática e Informática que visa transformar um grande volume de dados
brutos, volátil e genérico em informações concretas, sistematizadas,
categorizadas e indexadas, de modo a gerar conhecimento sobre um conjunto de
variáveis, por exemplo, usuários de um determinado aplicativo ou de um produto.
Essa técnica pode ainda ser associada a mecanismos de busca e serviços
on-line. Portanto, evidencia-se a importância da mineração de dados como técnica
oriunda da TI, pois as empresas de redes sociais (não só elas) denotaram que o
controle da informação é questão estratégica aos negócios e também que sua
mercantilização é altamente rentável, pois segundo Baltzan e Phillips (2012, p. 6),
“compreender o impacto direto que a informação tem sobre o resultado final de
uma organização é fundamental para gerir um negócio bem-sucedido”.
Assim, a mineração de dados não só passou a ser cada vez mais aplicada,
mas expandiu-se e encontra-se altamente evoluída. Usando o exemplo do
WhatsApp, rede social altamente difundida, tem-se que, para além dos dados
fornecidos para criação da conta ou aqueles compartilhados, acessados e
disponibilizados pelo usuário (fotos, postagens, reações, mensagens etc.), a rede
social também tem acesso à forma como o usuário interage (com quantas
pessoas, em quais grupos e suas predileções em comum), o tempo e a frequência
da duração das atividades, os contatos favoritos, a localização da postagem bem
como informações referentes às transações comerciais realizadas dentro da
plataforma, tais como forma de pagamento e o número de cartão de crédito ou
débito.

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Além disso, a rede social pode capturar dados referentes ao dispositivo
(nível de bateria, navegador utilizado, nomes e tipos de arquivos e aplicativos, o
movimento do cursor, ID do dispositivo, fuso horário, idiomas, pontos de wifi
próximos, localização GPS (quando ativada), câmera ou fotos contidas no
dispositivo, dados de cookies armazenados no dispositivo etc.

TEMA 3 – MODELOS DE NEGÓCIOS NA INTERNET

Portanto, devido a essa quase infindável gama de dados e à capacidade


limitada de processamento múltiplo dos computadores, as redes sociais têm se
utilizado largamente da técnica do data mining para suprir as lacunas ou
obstáculos oriundos da infindável gama de dados produzidos diariamente. Isso
faz da mineração de dados algo imprescindível, ainda mais porque a maioria dos
produtos e serviços ofertados na internet se baseiam eminentemente em um
modelo de negócios no qual o usuário não precisa desembolsar nenhum valor
pecuniário para usá-los. O objetivo é claro: atrair, sob os auspícios de uma
suposta gratuidade, uma gama cada vez maior de clientes.

3.1 Freemium e preço-isca

A sociedade contemporânea, portanto, se encontra diante de modelos de


negócios designados por Chris Anderson (2009, p. 225) como sendo o freemium
ou preço-isca. Em ambos o que se verifica é que as empresas de tecnologia
oferecem gratuitamente serviços ou produtos com o intuito de despertar a
curiosidade e fidelização de muitas pessoas, sendo que a remuneração do
produto ou serviço é indireta ou feita por terceiros que não efetivamente usam das
plataformas tecnológicas, e estes subsidiam aqueles.
O que seria, então, o preço-isca? Embora Chris Anderson diga que a nova
forma de “grátis” do século XXI não é nenhuma isca, porque está baseada na
capacidade de reduzir os custos dos bens e serviços a quase zero (Anderson,
2009, p. 12), ele chama de preço-isca um processo de marketing em que “grátis
só significava que a trajetória do produto à receita era indireta” (Anderson, 2009,
p. 10).
Assim, pode-se analogicamente interpretar e utilizar o conceito trazido pelo
referido autor para algumas aplicações disponibilizadas de forma gratuita aos
usuários: na verdade, assim o são porque indiretamente há uma “isca” ou atrativo

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grátis para o produto que realmente interessa ao mercado neoliberal e
autorregulado, e que, portanto, vai acabar gerando a demanda, e
consequentemente, a necessária e esperada receita aos fornecedores. Exemplos:
fornecer um mês grátis de Netflix após assinatura do contrato, no qual o usuário
já deixa o número do seu cartão de crédito ou, ainda, dar um aparelho de barbear
de graça caso o cliente compre cinco lâminas juntas que, somado o valor,
ultrapassam o dobro do valor do aparelho.
E o que seria o freemium? Ele tem por base um mecanismo de captura de
dados e funciona calcado na ausência de ressarcimento direto de valores
pecuniários pelo usuário, ou seja: o produto ou serviço é oferecido “gratuitamente”
ao usuário que adquire, ao assinar as cláusulas contratuais, uma licença de uso
que perdura até a extinção do serviço, seja pelo distrato, pela resilição ou
resolução unilateral. Nenhum valor pecuniário é cobrado do usuário por tal licença,
pois o preço é suportado por um terceiro que paga por ele (Anderson, 2009, p.
12).
Nesse sentido, muitos softwares ou aplicativos dispostos atualmente estão
preparados para buscar cada informação que satisfaça os interesses para o qual
fora criado: produtos e serviços como Facebook, Gmail e outros travestem-se da
gratuidade para, colocados à disposição de toda sociedade, coletar cada vez mais
dados que serão transformados em informação, que por sua vez será vendida a
empresas e fornecedores interessados em utilizar dela para seu próprio benefício.
Esta é a lógica do mercado, e os dados na era digital são o mais valioso produto.
Para Anderson (2009, p. 29), isso só é possível devido à capacidade do
mercado em reduzir custos para produtos ou serviços oferecidos em plataformas
digitais. Contudo, a verdade é que tanto o modelo freemium quanto o preço-isca
de negócios possui um custo que precisa ser remunerado de alguma forma:

A cada vez que você faz uma busca no Google, está ajudando a
empresa a melhorar seus algoritmos de localização de anúncios. Em
cada caso, a utilização do serviço cria algo de valor, melhorando o
serviço em si ou criando informações que podem ser úteis em outro
lugar. Sabendo ou não, você está pagando com seu trabalho por algo
que recebe de graça. (Anderson, 2009, p. 29)

Dentro da lógica popularizada pelo Prêmio Nobel de economia, Milton


Friedman disse que “não existe almoço grátis” (Fucs, 2013, p. 1). Dessa forma,
quando o assunto são negócios, é importante ter em mente que alguém pagará
pelo seu custo. E mais: a contraprestação não necessariamente precisará ser feita
em dinheiro.
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Logo, são os comerciantes e parceiros comerciais do aplicativo que estão
dispostos a pagar quantias elevadas pelo trabalho de mineração de dados,
permitindo assim que a parte que está na outra ponta do elo (o usuário) nada
pague ou desembolse diretamente para estar na rede social, por exemplo.
Observa-se que cada vez mais produtos e serviços baseados em modelos
freemium de negócios são lançados no mercado. É que os usuários, ávidos por
novidades e aplicativos, precisam se manter engajados ou fidelizados. E a melhor
maneira de fazer com que isso aconteça é oferecendo a tecnologia sem
contraprestação em pecúnia. E é por isso que produtos e serviços como o
Facebook e WhatsApp são cases de sucesso: sob os auspícios do conforto e
facilidade de acesso a inúmeros serviços (como agenda de eventos, localização
de contatos, visualização de fotos e outros), estes acabam se moldando com
perfeição às necessidades dos usuários.
De qualquer forma, a relação negocial proporcionada pelo modelo
freemium é aquela que compele, por contrato, o usuário a autorizar de forma
irrestrita que o fornecedor possa praticar indistintamente a mineração de dados.
Desta maneira, percebe-se que as redes sociais acabam constituindo um
excelente negócio para suas proprietárias, pois lucram principalmente por
intermédio da espoliação dos dados pessoais dos usuários.
Dessa maneira, a rede social acaba sendo, na prática, apenas um
intermédio que atende aos interesses da coleta e tratamento de dados daquele
que aplica modelos de negócios freemium baseados em data mining do Big Data
e que, ao mesmo tempo, serve a unir dois polos que, sem a plataforma, muito
dificilmente teriam contato direto.
Ou seja, usuários e comerciantes só “dialogam” porque a empresa que
minera dados detém a exclusividade e a dominância do meio necessário (banco
de dados e informações) para que oferta e demanda se encontrem. São os
comerciantes e parceiros comerciais os efetivos clientes de uma rede social. O
próprio Facebook deixa clara essa situação em seus termos de uso:

Em vez de pagar pelo uso do Facebook e de outros produtos e serviços


que oferecemos, acessando os Produtos do Facebook cobertos por
estes Termos, você concorda que podemos lhe mostrar anúncios que
empresas e organizações nos pagam para promover dentro e fora dos
Produtos das Empresas do Facebook. Usamos seus dados pessoais,
como informações sobre suas atividades e interesses, para lhe mostrar
anúncios mais relevantes. (Facebbok, 2021, p. 1)

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E como são eles que acabam subsidiando o uso “grátis” para a outra ponta
da cadeia triangularizada (o usuário), verifica-se que a empresa de rede social
acaba exercendo um papel de intermediária ou detentora exclusiva da técnica de
extração e obtenção dos dados segmentados, bem como do monopólio da base
de dados posta a disposição para venda.
O comerciante – ou anunciante – por outro lado, não consegue ter acesso
ao que necessita sem depender e pagar à empresa de rede social. Esta, por sua
vez, depende da continuidade do usuário utilizando o serviço de forma ininterrupta
de forma a produzir dados. Assim, o verdadeiro cliente de uma rede social é quem
paga, por exemplo, ao Facebook para ter seu banner (anúncio) veiculado no feed
(alimentador) de notícias do perfil.
A importância do tema deriva do fato de que é necessário bem
compreendermos a relação negocial havida entre o usuário e o aplicativo para
saber, por exemplo, se determinada empresa tem o direito de impor aos usuários
a mudança unilateral de suas políticas de privacidade, em nome da preservação
dos seus modelos de negócios.

TEMA 4 – O PAPEL DOS HUBS E DOS LINKS NA INTERNET

O sucesso de produtos e serviços tecnológicos como as redes sociais


também deriva da força de suas conexões (links), mais especificamente dos
chamados hubs, que são conectores com um número muito grande de links. O
papel desses conectores (hubs) é primordial para a rede mundial de
computadores: eles têm o condão de aglutinar pessoas e agregar valor social a
um produto.
A título de exemplo, vejamos uma notícia de mídia a respeito do jogo
eletrônico Fortnite. Ele se tornou fenômeno mundial no ano de 2018, com mais de
200 milhões de usuários cadastrados, após duas celebridades bastante
conhecidas do público, o cantor americano Drake e o streamer Tyler Blevins,
anunciarem em suas redes sociais que estavam usando o jogo (Uol, 2019, p. 1).
Neste caso específico, percebe-se que a popularidade e apelo das
celebridades foi suficiente a insuflar o número de jogadores do referido
videogame, tornando-o um dos produtos de maior sucesso comercial à época.
Portanto, é possível afirmar que Drake e Blevins são hubs, ou seja, os
responsáveis por condensar ainda mais as ligações entre pessoas, na medida em
que podem ser comparados a “chamarizes” ou agregadores.

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4.1 A cauda longa

Por que, afinal, isso acontece? A resposta vem de Barabasi (2009, p. 64),
que descreve a Lei de Potência (ou Cauda Longa) como sendo a responsável por
tornar as redes o que elas são hoje: “A web é uma rede sem escala, dominada
por hubs e nós com grande quantidade de links” (Barabasi, 2009, p. 50 e 146).
A referida lei matemática (potência) difere-se da maioria daquelas que
permitem estabelecer uma média para diversos fatores, tais como altura de uma
pessoa, por exemplo, e que possuem, em sua representação gráfica, o formato
de um sino, ou seja, um pico máximo de valores. É que as leis de potência são
representadas por uma curva decrescente e não têm pico. Isso implica dizer que:
“O caráter distintivo de uma lei de potência não é apenas o fato de haver muitos
eventos pequenos, mas que os inúmeros eventos pequenos coexistam com
poucos eventos de grande magnitude”. Esses eventos extraordinariamente
grandes são simplesmente proibidos em uma curva de sino” (Barabasi, 2009, p.
61).
Sem termos a pretensão de aprofundar a conceituação e a análise de leis
matemáticas que implicam representações em sino, importa esclarecer que elas
permitem estabelecer uma média e ao mesmo tempo estabelecem um limite
numérico da grandeza estudada, que não pode ser ultrapassado; ou seja, o topo
da curva serve a bem representar a tradicional lei mercadológica da escassez. Já
as leis de potência (Cauda Longa) não conhecem a escassez (Anderson, 2006, p.
11), e por isso se adaptam tão bem a explicar a demanda de produtos e serviços
atuais na internet.
Na medida em que a nova conformação de mercado ditada pela era digital
e pela banda larga pôs fim aos velhos entraves do comércio, como necessidade
de economia de custos, de locação de grandes espaços para estoque, de caro
fretamento para transporte de produtos, da existência de lojas físicas com
estruturas limitadas e difíceis de se manter, crescia cada vez mais o acesso do
público a uma gama enorme de produtos que antes não tinham vez nas prateleiras
dos mercados: “Os produtos menos procurados continuavam vendendo pouco,
mas eles eram tão numerosos que, no todo, constituíam um grande negócio”
(Anderson, 2006, p. 9).
O resultado disso é que, se antigamente (e por conta dos referidos
obstáculos) havia o que Chris Anderson (2006, p. 7) chamou de hits, ou seja,

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poucos produtos, mas que precisavam ser best-sellers em um mercado
estandardizado de massa, a revolução digital rompeu com todas as barreiras do
velho comércio, propiciando o acesso a uma infinitude de opções, logo, de
escolhas que antes não eram possíveis de serem feitas simplesmente porque a
grande maioria de produtos, considerados “medianos” ou não hits, não se dava a
oportunidade de adentrar ao mercado. Nascia aí o “mercado de massa de nichos”
(Anderson, 2006, p. 7).
Esse mercado deu origem a uma curva que Anderson (2006, p. 10) chamou
de The Long Tail (A Cauda Longa): uma tradução da Lei de Potência sustentada
por três constatações: “1- A cauda das variedades disponíveis é muito mais longa
do que supomos; 2 - ela agora é economicamente viável; 3 - todos esses nichos,
quando agregados, podem formar um mercado significativo” (Anderson, 2006, p.
10).
Mercados baseados em leis de potência – ou caudas longas –
necessariamente precisam, para funcionar, de uma infinidade de opções, na
medida em que o público deve ter acesso ao maior número possível de produtos
e serviços para contemplar a maior gama possível de nichos, ou seja, de gostos
e preferências: “a cauda longa nada mais é do que cultura sem os filtros da
escassez econômica” (Anderson, 2006, p. 51).
Percebe-se, desta forma que, em um mercado tradicional regido pelas
curvas de sino, ou seja, pela regra da escassez, isso seria absolutamente
impossível, já que não haveria como alocar tanta quantidade de opções em
espaços de estoque ou lojas limitadas. O advento da banda larga fez ruir a
necessidade de caros espaços de manutenção e exibição de produtos: prateleiras
se transformaram em fotos e descrições virtuais dos produtos.
As lojas físicas transmutaram-se em domínios de internet. Os vendedores
foram substituídos por chatbots (robôs de diálogo) e atendimentos remotos:
começou-se a vivenciar a era da abundância (Anderson, 2006, p. 51). Desta
forma, fica fácil compreender que, quando o assunto é escalabilidade da internet,
o céu virtual é o limite e, desse modo, a cauda longa justifica a importância dos
links e dos hubs, enaltecendo ainda a questão da relevância em redes sociais.
Na medida em que cada link é visibilidade e no mercado da Cauda Longa
as opções de nicho quase infinitas leva a uma natural pulverização da atenção
nas redes, a luta sempre é por relevância e também para se tornar um hub, logo,

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um chamariz a causar constante concentração de nós (ties). Temos ainda o que
diz Barabasi (2009, p. 52):

Na rede que se encontra por trás da web, muitos nós não populares ou
pouco percebidos, que possuem apenas um pequeno número de links,
são sustentados por esses poucos sites da web altamente
conectados[...]. coletivamente, de certa forma criamos hubs, websites a
que todo mundo se conecta. São muito fáceis de encontrar,
independentemente de onde estejamos na web. Em comparação a
esses hubs, o restante da web é invisível. Para todos os propósitos
práticos, páginas conectadas por apenas um ou dois outros documentos
simplesmente não existem. É quase impossível encontrá-las. Até as
ferramentas de busca lhes são desfavoráveis, ignorando-as quando
rastreiam a web à procura de novos sites mais interessantes. (Barabasi,
2009, p. 53)

Grandes hubs podem ser observados em redes sociais como o Youtube e


no Instagram. Na primeira plataforma, canais de diversos youtubers brasileiros
figuram constantemente como os mais influentes do mundo. Neste sentido,
destaca-se o conteúdo de Whindersson Nunes, com mais de 41 milhões de
inscritos (Youtube, 2021) e o de Kondzilla, com mais de 63 milhões de inscritos
(Youtube, 2021). O primeiro lugar mundial pertence à indiana T-Series, com 169
milhões de inscritos (Youtube, 2021). O segundo lugar é do americano conhecido
como PewDiePie, que tem mais de 108 milhões de inscritos e ultrapassa 26
bilhões de visualizações em sua plataforma (Youtube, 2021).
Os números de PewDiePie denotam que sua audiência geral é mais de
três vezes o número total de habitantes da Terra (7,6 bilhões de pessoas para o
ano de 2017, segundo a ONU (Guevane, 2017), e mais de sete vezes o número
de usuários da internet (3,9 bilhões de pessoas ao final do ano de 2018 segundo
os dados da Agência para Tecnologias da Informação e Comunicação das Nações
Unidas (International Telecommunication Union, 2018).
Portanto, entender a cauda longa é importante para que possamos ter
ciência de que, sem os hubs, não existiram produtos e serviços tecnológicos como
conhecemos hoje, na medida em que são estes chamarizes ou agregadores de
links, grandes responsáveis pela intensa e massiva produção de dados. “Os
poucos links que conectam os nós menores entre si não são suficientes para
garantir que a rede seja inteiramente conectada. Essa função é assegurada pelos
relativamente raros hubs que impedem a desagregação das redes reais”
(Barabasi, 2009, p. 63).
Na medida em que a conformação em links permeia todos os aspectos do
mundo, por consequência lógica é possível afirmar que a humanidade sempre

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esteve e sempre estará inexoravelmente interligada em redes ordenadas,
extremamente ligadas, intermediadas por hubs em mercados de nichos (cauda
longa).
O mundo do Direito deve se manter atento a essas questões, pois elas são
relacionadas intimamente com a questão contratual incidente, por exemplo, na
remuneração de youtubers, sem falar nas consequências derivadas da
superexposição na internet, tais como a perda de privacidade e intimidade.

TEMA 5 – UBERIZAÇÃO DA ECONOMIA

Um reflexo direto da aplicação do mercado de cauda longa pode ser


encontrado no que se convencionou chamar de uberização da economia. Trata-
se de mais uma consequência derivada das modernas tecnologias, aplicadas às
relações humanas em todos seus meandros.
A uberização nada mais é do que uma espécie de intermediação que se
iniciou com o aplicativo Uber (Moraes, 2016, p. 24) e que hoje espalha seus efeitos
em muitos produtos e serviços, tais como hospedagem (AirBNB), delivery (IFood,
Uber Eats, James) e transporte interestadual rodoviário (Buser).
É importante entendermos esse intrincado fenômeno que tem gerado
consequências importantes para o mundo jurídico, notadamente nas questões
trabalhistas e contratuais civis, já que há uma enorme gama de celeumas que se
preocupam em debater, por exemplo, se vínculos e direitos trabalhistas são ou
não gerados quando uma pessoa adere ao Uber e se dedica a transportar pessoas
que usam a aplicação.
Neste tocante, a maioria da jurisprudência2 tem entendido que não há
vínculo entre o motorista e a empresa, já que não estariam presentes todos os
requisitos ensejadores da relação de emprego, quais sejam: pessoalidade,
onerosidade, não eventualidade e subordinação.
Não há dúvidas de que a desmaterialização do suporte papel para os
contratos e a instantaneidade das comunicações e relações humanas,
proporcionadas pela internet, é a força motriz deste moderno efeito que veio para
ficar, de forma definitiva, em nossas vidas: a liberdade econômica ganha crucial
importância na economia em que o indivíduo se faz por si próprio.

2
Neste sentido, vide processo n. 10575-88.2019.5.03.0003 da 4ª Turma do TST, Relator Ministro
Alexandre Luiz Ramos. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/processo10575-
8820195030003.pdf>.
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Vivemos a era do self made-man americano, aquela do empreendedor
nato. Será isso uma verdade ou apenas um mito? Quantos empregos formais
correm risco por conta da uberização da economia? Quais são os impactos
econômicos, sociais, previdenciários e tributários decorrentes da intermediação
de produtos e serviços?
Fato é que se percebe claramente um crescimento paulatino da tentativa
dos Estados e Governos em regulamentar os chamados serviços disruptivos,
talvez em uma tentativa de racionalizar e dar um uso sustentável às plataformas
que vieram para modificar definitivamente a forma pela qual nos relacionamos
com a tecnologia.
Neste sentido, é notório no Brasil os movimentos legislativos que, após
meses de acirradas discussões, formalmente reconheceram, no Uber, a
legalidade de sua atividade econômica, regulamentando aquele. Mas essa
questão, inclusive, gera muitas curiosidades e dúvidas, pois precisamos nos
perguntar: os serviços que intermediam demanda e oferta necessitam ser
regulamentados? Eles se autorregulam?
Se o Estado se imiscuir na esfera privada para regulamentar todo produto
ou serviço uberizado, qual o risco dessas tecnologias se engessarem ou caírem
na mesmice dos modelos tradicionais, prestando serviços e produtos pouco
criativos, intuitivos e benéficos aos usuários?
De fato, quais são os benefícios e malefícios decorrentes da uberização da
economia? Ao que parece, não há como contentar todos os interesses envolvidos,
pois se de um lado os clientes da plataforma obtêm maior comodidade e facilidade
na obtenção de produtos e serviços, quem os presta fica submetido a uma série
de flexibilizações de tradicionais direitos consagrados no ordenamento jurídico.
O desafio do Direito reside em, justamente em algo tão novo, cunhar
soluções efetivas para os problemas derivados da aplicação das tecnologias sem
tentar subsumir novas e modernas categorias naquelas que são antigas e
estanques, geralmente ensinadas nas tradicionais Academias de Direito.

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REFERÊNCIAS

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