Senar-MS Educacao Ambiental F3

Educação Ambiental
Fase 3
Do ambiental à
sustentabilidade:
deixando um legado para
as próximas gerações
2023. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul – SENAR/AR-MS
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul – SENAR/AR-MS
Rua Marcino dos Santos, 401, Bairro Chácara Cachoeira II
Campo Grande/MS, CEP: 79.040-902
(67) 3320-9700
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PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO

Marcelo Bertoni
TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO

José Pereira da Silva, Marcio Margatto Nunes, Daniel Kluppel Carrara e Valdinir
Nobre de Oliveira
SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO

Mauricio Koji Saito, Janes Bernardino Honório Lyrio, Thaís Carbonaro Faleiros
Zenatti, Luciano Muzzi Mendes e Maria Helena dos Santos Dourado Neves
TITULARES DO CONSELHO FISCAL

Paulo César Bózoli, João Batista da Silva e José Martins da Silva
SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL

Rafael Nunes Gratão, Moacir Reis e Orélio Maciel Gonçalves
SUPERINTENDENTE
Lucas Duriguetto Galvan
DIRETORIA TÉCNICA
Mariana Adalgiza Gilbert Urt
DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

Clodoaldo Martins de Oliveira Júnior
Sumário
Fase 3 – Do ambiental à sustentabilidade: deixando

um legado para as próximas gerações 4
Tópico 1 – Começando pelo ambiental e caminhando

para o sustentável 6
Tópico 2 – Sustentabilidade: despertando meu Eu

Natureza 10
Tópico 3 – Ativando o poder de transformar o mundo

para muito melhor 16
Atividade de aprendizagem 30
Gabarito 32
Encerramento do curso 34
Sementeira
a jornada do estudante
Fase 3
3 Frutificação
Fase 3 - Frutificação
Do ambiental à sustentabilidade:
deixando um legado para as próximas
gerações
Boas-vindas à Fase 3 do nosso curso Educação Ambiental.
Agora que você conhece a teoria sobre a educação ambiental e sobre o desenvolvimento
sustentável, assim como também já conhece diversas formas de transformar estes
conceitos em práticas cotidianas, chegou a hora de dar o próximo passo, entendendo
um pouco mais sobre ecologia e sobre como construir um mundo mais sustentável para
as próximas gerações.
Vamos juntos deixar um maravilhoso legado?!
Avance para o Tópico 1 sobre como podemos caminhar para o sustentável.
Bons estudos!
Educação Ambiental 5
Folhas
Tópico 1 – Começando pelo

ambiental e caminhando para
o sustentável
Para identificar como atuar positivamente no ambiente local a partir de uma visão
sistêmica e de um pensamento nas futuras gerações, o primeiro ponto que precisamos
compreender é a diferença entre educação ambiental e educação ecológica.
Educação ambiental Educação ecológica
Aprendemos a importância de Ampliamos nossa visão sobre

nossas ações cotidianas para nosso papel e a importância
diminuir nossos impactos sobre dele para a sustentabilidade
o meio em que vivemos – casa, planetária e especialmente
cidade, trabalho –, contribuindo sobre nossa responsabilidade
para um ambiente mais para com as próximas
saudável e sustentável. Ou seja, gerações. Ou seja, cuidamos
cuidamos especialmente do especialmente de nosso futuro
nosso tempo presente. e de nossos descendentes.
E por falar em cuidar do presente e do futuro, sabe quem vem cuidando de todos nós há
milhares de anos? A resposta é: o Planeta Terra e toda a sua natureza.
Seu planeta é generoso
É possível que você nunca tenha parado para pensar sobre isso, mas existem quatro
elementos essenciais para a manutenção de nossas vidas e todos são fornecidos pela
natureza, além de coincidentemente todos serem iniciados pela letra “A”. Confira a seguir.
Ar
Sabemos que o limite máximo que
um ser humano consegue ficar
sem oxigênio são três minutos.
Após esse tempo sem respirar,
os neurônios e o coração não são
capazes de continuar funcionando.
E de onde vem o oxigênio? Da fotossíntese das plantas, ou seja, da natureza.
Água
Da mesma forma do ar, também
temos um limite máximo a suportar
sem ingerir água, que são quatro
dias. Isso porque, ao se desidratarem,
nossas células “murcham”, tornando
o sangue mais viscoso e dificultando
o seu bombeamento para todos
os nossos órgãos. E, mais uma vez, quem nos fornece toda a água de que
dispomos é a natureza (lembra do ciclo hidrológico?)
Alimento
No caso dos alimentos, todos são
produzidos pela natureza (solo +
água), ainda que hoje nós tenhamos
a agricultura para viabilizar e
facilitar os processos naturais e não
nos deixar sem alimentos. Nossa
capacidade máxima sem ingestão
de alimentos é de 20 a 30 dias.
Abrigo
A noção de abrigo vai desde o Planeta
Terra (que por meio da camada
atmosférica nos protege da incidência
direta dos raios solares e nos mantém
com temperaturas amenas) até nossas
casas, que também são construídas
com materiais da natureza: areia,
argila, pedras, madeira, etc.
Diante da constatação de tanta generosidade da natureza e, mais ainda, diante do

reconhecimento de nossa ligação e dependência direta de tudo o que ela provê,
precisamos ir muito além na busca pela sustentabilidade, sendo o primeiro passo o
despertar de nosso Eu Natureza.
Avance no curso para saber mais sobre a sustentabilidade ecológica.
Flores
Tópico 2 – Sustentabilidade:
despertando meu Eu Natureza
Como vimos, tudo aquilo que é mais essencial para nossas vidas vem diretamente da
natureza e, por isso, podemos entender que também fazemos parte dela. Isso fica ainda
mais evidente ao percebermos que somos completamente adaptados a este planeta do
ponto de vista biológico.
Mesmo que nos falte a força e a resiliência

de outros animais capazes de viver
diretamente na selva, nos sobra inteligência
e engenhosidade para nos protegermos e
aprendermos a conviver de forma harmônica
com essa grande mãe chamada Terra.
Para isso, basta lembrarmos que também somos seres ecológicos e temos um Eu Natureza.
Como a ecologia poderá despertar nosso

Eu Natureza
A ecologia é um ramo da biologia que estuda a relação dos seres vivos com seu
meio ambiente.
Dica da Flora
O termo “Eco” significa casa, ou seja, é o
estudo da nossa casa, a Terra.
É por meio da ecologia que podemos compreender

todas as nossas interações neste planeta, incluindo
nossos impactos e nossa forma de contribuir
positivamente com nossa autossustentabilidade.
Raramente nos perguntamos qual a nossa função aqui nesse planeta. Pensamos que
toda a natureza que existe está à nossa disposição para usar na forma de “recursos
naturais” e acabamos por esquecer que dependemos do equilíbrio dos ecossistemas para
continuarmos tendo ar puro, água limpa, alimentos em abundância e um abrigo seguro.
Quando olhamos para toda a crise ambiental sob a óptica da ecologia, ganhamos a
capacidade de enxergar o sistema terrestre onde estamos completamente inseridos,
assim como estarão nossas próximas gerações, então cabe a nós acordar para a
importância de manter todo esse sistema.
Vale ressaltar que a natureza existe e prospera de forma equilibrada há mais de 3.5
bilhões de anos no Planeta Terra, tendo passado inclusive por processos de extinção de
espécies. Ainda assim, foi capaz de se recuperar e permitir que a vida continuasse se
desenvolvendo e prosperando.
Flora alerta
Cabe a nós, enquanto
humanidade, sermos capazes
de viver e prosperar da
mesma forma, mantendo o
equilíbrio ecológico e, para isso,
precisamos entender um pouco
mais sobre os princípios que
regem toda a vida na Terra.
Vamos conhecê-los. Siga com a leitura!
Os princípios da vida segundo a ecologia

De acordo com diversos estudiosos da ecologia, podemos aprender ensinamentos muito
valiosos apenas observando o comportamento da natureza. O autor Fritjof Capra chama
esse processo de ecoalfabetização, pois entende a natureza como uma espécie de
professora ou mentora.
É claro que existem diferenças evidentes

entre ecossistemas naturais e a comunidade
humana, contudo, a natureza poderá sim nos
ensinar alguns pontos essenciais sobre como
viver de maneira sustentável, aprimorando
nossa qualidade de vida.
Dentro deste processo de aprendizado, são conhecidos alguns princípios, os quais

devemos observar para nos tornar ecologicamente sustentáveis e deixarmos um bom
legado para as próximas gerações. Vamos aprender? Então confira a seguir o recurso
Natureza Viva, apresentado em vídeo no AVA. Não deixe de anotar os pontos mais
importantes. Também recomendamos acessar o AVA.
Olá! Tudo bem? No vídeo de hoje vamos explorar três

princípios da ecologia. Venha com a gente!
Princípio da interdependência
Na natureza, tudo está interligado
e é interdependente. Para que
tenhamos flores e frutos, precisamos
dos polinizadores, por exemplo.
Reconhecer que todos estamos interligados nos ajuda a sermos mais

responsáveis com o mundo, pois sabemos do potencial de nossas
ações, assim como somos impactados pelas ações das outras pessoas.
Princípio da parceria
A natureza mostra que a parceria traz maior eficiência.
As formigas, por exemplo, trabalham em parceria o

tempo todo. Esse princípio nos ensina que somos mais
fortes quando nos associamos uns aos outros, pois
construímos um caminho de evolução em conjunto.
Princípio da diversidade ecológica

Você já reparou na quantidade de plantas, animais e minerais que
existe em nosso planeta? Toda essa vida coexistindo só é possível por
meio da diversidade.
Pense aí: o que aconteceria com a vida se todos os

animais se alimentassem da mesma planta? E se nós
humanos vivêssemos todos da mesma forma?
Quanto mais diversos em nossos hábitos e

escolhas, maiores as chances que temos de evoluir conjuntamente.
Como é importante observar esses princípios ecológicos, não é

mesmo? Tchau, tchau!
Os princípios da interdependência, da parceria e da diversidade ecológica são os mais

básicos da natureza e que já nos trazem excelentes aprendizados, contudo, há ainda
mais nove princípios na natureza (descobertos por um ramo da ecologia chamado
Biomimética) bem interessantes para você conhecer, pois estão sendo muito utilizados
na busca por soluções mais ecológicas em todo o mundo. São eles:
• Na natureza tudo é movido a energia solar.

• A natureza usa apenas a energia de que precisa.
• A natureza adapta a forma à função.
• A natureza recicla tudo.
• A natureza recompensa a cooperação.
• A natureza se baseia na diversidade.
• A natureza exige especialização geograficamente localizada.
• A natureza inibe excessos em seu seio.
• A natureza explora o poder dos próprios limites.
No próximo tópico, descobriremos como aplicá-los em nossas vidas, seja no cotidiano

seja em possíveis inovações sustentáveis para atividades agrícolas.
Avance no curso e siga com a leitura.
Frutos
Tópico 3 – Ativando o poder de

transformar o mundo para muito melhor
Chegamos ao nosso último tópico, no qual vamos apresentar para você como podemos
operacionalizar os princípios da natureza em nossas vidas, além de trazer alguns
exemplos de inovações que estão sendo realizadas em todo o mundo por pessoas que
já tiveram acesso à educação ecológica. Vamos juntos!
Inovando a partir dos modelos da natureza

A essa altura, já sabemos que podemos e devemos aprender com a própria natureza,
para então respeitá-la e nos tornarmos sustentáveis. Concorda?
Para isso, já contamos com um ramo da ciência chamado

Biomimética, em que estudamos a inteligência existente na
natureza para resolver problemas humanos.
O entendimento mais atual que existe sobre nossa relação com a natureza é de que ela
poderia ser uma mentora com suas formas, funções, estruturas, etc., sendo hoje muito
utilizada na arquitetura, na engenharia e também na agricultura, conforme veremos nos
exemplos a seguir.
Para nosso caminho ficar mais interessante, veremos tudo isso a partir de nove
princípios da natureza segundo a Biomimética.
Vamos juntos!
Princípio 1 – Na natureza tudo é movido a

energia solar
Todos os seres que vivem na superfície da Terra e no fundo dos oceanos utilizam
apenas a energia solar como fonte primária para tudo o que precisam. Até mesmo nós
também dependemos completamente da energia solar, seja como fonte de vitaminas,
seja para que possamos ter oxigênio a partir da fotossíntese das plantas.
Nas últimas décadas, tivemos um bom desenvolvimento destas fontes alternativas de

energia, porém, antes de reconhecermos o Sol como essa grande fonte, infelizmente,
promovemos muitos impactos com o uso de fontes poluentes que nos trouxeram a
problemática das mudanças climáticas devido à emissão de GEE.
O Sol e o vento, assim como tudo da natureza,

é abundante e, por isso, devemos apostar
cada vez mais nesse caminho sustentável.
Princípio 2 – A natureza usa apenas a energia

de que precisa
No princípio anterior, vimos que o Sol é a fonte para tudo o que é vivo na Terra e que
essa fonte é abundante. Portanto, na natureza não há necessidade de estoque de
energia, pois também não há risco de escassez.
No princípio 2, veremos que a natureza usa apenas a energia de que ela precisa. No
podcast Cultivando, a Flora vai nos explicar um pouco mais sobre esse princípio.
Lembre-se, o podcast pode ser acessado no AVA.
Cultivando
Oi! Como vai? Nós já sabemos que o Sol é a fonte para tudo o
que é vivo na Terra e também que ele é uma fonte abundante.
Então concluímos que na natureza não há necessidade de estoque de

energia, pois não há risco de escassez.
No podcast de hoje, vou deixar com vocês alguns trechos editados de

uma aula na qual falo sobre a capacidade da natureza de usar apenas a
energia de que precisa. Prestem atenção!
Turma, para fechar nossa discussão, nós concluímos então

que a natureza usa apenas a energia de que precisa. Nem a
mais, nem a menos.
Ou seja, a natureza é extremamente eficiente, pois não há

desperdício de energia. Todos os organismos vivos possuem
as tecnologias necessárias para que desempenhem suas
funções da forma mais eficiente possível.
Igual a nós humanos, não é mesmo!? Não! E é isso o que

precisamos aprender.
As abelhas, por exemplo, possuem uma espécie de “GPS

natural” que as auxilia dando total precisão na hora de
buscar fontes de néctar.
Quando uma única abelha descobre uma fonte de alimento,

ela retorna para a colmeia e informa às demais a localização
exata onde elas poderão encontrar o alimento. Dessa forma, o
voo é preciso e não há desperdício de energia.
As abelhas, e a maioria dos insetos, utilizam principalmente o

Sol para se geolocalizar e repassar a informação a seus pares.
Por isso, as abelhas estão sendo amplamente estudadas por

nossos engenheiros de telecomunicação para melhorarmos
nossos sistemas de GPS e telefonia. Mas esse é o tema da
próxima aula…
Gostou do trecho gravado? Espero que tenha aproveitado para aprender

mais sobre o conteúdo. Até a próxima!
Princípio 3 – A natureza adapta a forma à função

Este princípio evidencia que tudo o que existe na natureza – e da forma como existe –
exerce uma função. Vamos citar um exemplo para ficar bem claro.
Você já percebeu como os rios não “correm

retos”? Ou seja, eles possuem muitas curvas
em seus percursos e embora cheguemos à
conclusão inicial de que essas curvas (também
chamadas de meandros) existem para que a
água possa se desviar de obstáculos, há muito
mais o que aprender com a forma dos rios.
As curvas existem também para que a água escoe mais devagar, ou seja, para reduzir
a velocidade do fluxo da água, para que assim haja melhores condições para os peixes,
assim como para os animais que precisam beber da água destes rios.
Dica da Flora
Muito interessante, não é mesmo?
E se você tiver curiosidade de
pesquisar sobre todas as formas
da natureza, certamente irá se
surpreender com as explicações.
Um belo exemplo de adaptação na natureza são os beija-flores. Normalmente eles

possuem bico fino e alongado para que possam extrair o néctar das flores com maior
facilidade. Contudo, dentre os vários tipos de beija-flores, destacamos o Balança-rabo-
de-bico-torto (Glaucis hirsutus), conhecido popularmente como beija-flor de bico torto.
Fonte: Charles J. Sharp, CC BY-SA 4.0.
O que nós humanos podemos aprender com esse princípio é manter as formas da
natureza para evitar consequências adversas para si mesmos.
Por exemplo, nas grandes cidades, os humanos aterram ou desviam os cursos dos rios para
poderem construir suas casas e edifícios, ou seja, alteram a forma original da natureza.
Como consequência disto, em período

de chuvas, estas ruas – as quais eram
originalmente rios – ficam completamente
alagadas, chegando a água a invadir as
próprias casas ali construídas.
Princípio 4 – A natureza recicla tudo

Você já viu lixo na natureza que não tenha sido produzido por humanos? Provavelmente
não. Isso porque a natureza recicla absolutamente tudo o que produz, uma vez que tudo
é orgânico e, portanto, biodegradável.
Plantando ideias
Então, por que simplesmente não aplicamos este mesmo
princípio em nossas vidas?
Para que possamos agir de forma ecológica e de acordo com os princípios da vida e da
natureza, precisaremos repensar o design de tudo o que existe, desde a concepção do
produto até seu descarte, ou seja, precisamos aplicar o chamado ecodesign.
Um bom exemplo são os bioplásticos

que começaram a ser desenvolvidos nas
universidades e nos centros de pesquisa. Nestes
casos, o plástico artificial (oriundo do petróleo),
que leva mais de 400 anos para ser degradado
pela natureza, deverá ser substituído pelo
plástico feito com material biológico, cujo tempo
de biodegradação deverá ser cada vez menor.
Flora alerta
Mas sabe o que seria ainda
melhor? Se voltássemos ao
tempo em que não precisávamos
de plástico algum.
Princípio 5 – A natureza recompensa a cooperação

Sabemos que existe competição na natureza, contudo é a cooperação que prevalece
e ela é recompensada. No vídeo Natureza Viva, abordamos mais sobre o princípio da
cooperação. Confira a transcrição a seguir e também recomendamos acessar o AVA.
E aí, como vai? Apesar de haver muita competição na

natureza, o conteúdo de hoje mostrará como a cooperação
prevalece e é recompensada. Vamos juntos!?
Embora haja competição na natureza, ela acontece em momentos

específicos: na hora da reprodução, na defesa dos territórios e em
alguns momentos da alimentação.
Por requerer um uso maior de energia, este é um comportamento

pontual e arriscado e está restrito às situações de sobrevivência.
Por outro lado, a cooperação é o que prevalece na natureza.
Seja na relação entre plantas e animais que precisam de oxigênio para

respirar até nas relações de cooperação entre fungos e plantas, as
chamadas micorrizas – uma das cooperações mais interessantes e
antigas que existem.
Nessa relação, algumas plantas

contam com a ajuda de fungos
para estenderem suas raízes e
alcançarem nutrientes em áreas
mais profundas do solo.
A partir da descoberta dessa tecnologia, hoje já começa a ser

comercializada como um fertilizante totalmente natural.
Não é interessante o poder e a capacidade da cooperação? Siga em

frente e até a próxima!
Princípio 6 – A natureza se baseia na diversidade

Uma floresta é um excelente exemplo de eficiência baseada em diversidade. Lá, existem
muitos tipos de espécies que coabitam e conseguem manter o ecossistema em pleno
funcionamento sem a necessidade de qualquer intervenção não biológica.
Uma excelente forma de aplicar esse princípio

em áreas rurais é o modelo agroflorestal, mesmo
havendo a produção de uma espécie principal
para fins comerciais.
O cultivo é realizado em cooperação com outras espécies, garantindo dessa forma

que o solo se mantenha fértil por conta da diversidade de espécies, bem como todo o
ambiente tenha a capacidade de se autorregular e se proteger do ataque de pragas,
dispensando a necessidade de defensivos, por exemplo.
Princípio 7 – A natureza exige especialização

geograficamente localizada
Este princípio enuncia que na natureza, as espécies se especializam nas condições
geográficas em que vivem para se tornarem mais fortes, adaptadas e resilientes às
adversidades.
Vamos conferir o exemplo da Caatinga? Descubra mais sobre as suas características.
As plantas da Caatinga se tornaram completamente especializadas em

viver em uma região geográfica onde o que prevalece é um Sol forte e a
escassez de chuvas.
Com a chegada da estação seca, as plantas da Caatinga deixam suas

folhas caírem para evitar a perda de água por meio da transpiração
das folhas.
Além de economizarem a pouca água que conseguem, elas entram

em um estado de economia da própria energia, reduzindo a sua a taxa
fotossintética.
Fotossintética
A Caatinga possui, portanto, um mecanismo altamente sofisticado

de sobrevivência.
Fotossintética: Capacidade de realizar fotossíntese.
Plantando ideias
E como aplicar essa inteligência em áreas rurais?
Evitando a inclusão de espécies não adaptadas a determinados ambientes, pois elas

poderão se tornar predatórias para este ambiente por pura necessidade de sobrevivência.
Flora alerta
Respeitar a individualidade
e a especialidade das
espécies também é uma
forma de ser sustentável.
Princípio 8 – A natureza inibe excessos em seu seio

Já vimos que a natureza usa apenas a energia de que precisa, assim como vimos que a
natureza evita o excesso de competição, compensando a cooperação.
Na atualidade, são os humanos que estão

provocando um excesso na natureza, por meio
da emissão de Gases de Efeito Estufa.
Como a natureza inibe esses excessos imediatamente, estamos vendo as mudanças

climáticas acontecendo, as quais poderão inclusive inviabilizar a vida humana na Terra
se não começarmos a agir já.
Princípio 9 – A natureza explora o poder dos

próprios limites
Finalizando os princípios da natureza e da vida, este nos fala que precisamos aprender a
nos limitar e aprender melhor sobre os potenciais internos, antes de queremos expandir
barreiras e limites. Uma boa aplicação na agricultura mais uma vez seria o exemplo da
cooperação entre fungos e plantas, as chamadas micorrizas.
Por vezes acreditamos que a fertilidade de uma determinada área chegou ao fim e então
buscamos expandir para novas áreas, contudo, com um olhar mais ecológico e apurado
sobre as tecnologias da própria natureza, poderíamos garantir a fertilidade de uma
mesma área por muito mais tempo.
Encerramento da fase
Chegamos ao final da terceira fase da nossa trajetória e é importante avaliarmos se
atingimos nossos objetivos em cada um dos tópicos propostos. Vamos verificar?
No primeiro tópico, identificamos como

atuar positivamente no ambiente local
a partir de uma visão sistêmica e do
pensamento nas futuras gerações.
No segundo tópico, desenvolvemos valores

éticos na relação humanidade e natureza,
reconhecendo a responsabilidade quanto às
futuras gerações.
No terceiro e último tópico, conhecemos

os nove princípios da natureza segundo
a ecologia.
Agora que você revisou o conteúdo desta fase, trouxemos abaixo a atividade de
aprendizagem. Lembre-se: para realizá-la, você deverá acessar o AVA e respondê-la. Só
assim conseguirá avançar no curso.
Siga em frente e boa sorte!
Atividade de Aprendizagem
Que tal verificar o que você aprendeu? Leia os enunciados a seguir com atenção e
determine uma alternativa de resposta para cada questão. Para realizar a atividade e
prosseguir no curso você deverá estar conectado à internet e acessar o AVA.
Preparado? Então vamos juntos!
Questão 1
Embora ambas sejam métodos essenciais de educação para humanos, entendemos que
há uma diferença entre educação ambiental e educação ecológica. Marque a alternativa
que melhor explica essa diferenciação.
a. A educação ambiental significa garantir a reciclagem dos resíduos, enquanto a

educação ecológica significa cuidar melhor de nossas florestas.
b. A educação ambiental significa fazer ações no tempo presente, enquanto a educação

ecológica significa diminuir os erros que cometemos no passado.
c. A educação ambiental nos ensina a economizar água, enquanto a educação

ecológica nos ensina a economizar energia.
d. A educação ambiental significa termos uma conduta sustentável em nosso meio

ambiente no tempo presente, enquanto a educação ecológica nos ensina a pensar em
todo o sistema planetário para deixarmos o bom legado para as próximas gerações.
Questão 2
Na sustentabilidade, compreendemos que é possível aprender com a natureza para nos
tornarmos cada vez mais sustentáveis, garantindo nossa existência no planeta. Para nos
guiar nesse aprendizado, apresentamos alguns princípios da natureza e da vida segundo
a Biomimética, e um deles menciona a necessidade de aprendermos a economizar todos
os nossos recursos (seja água, solo ou até mesmo recursos financeiros). Assinale qual
destes princípios nos traz esta lição.
a. A natureza recompensa a cooperação.
b. A natureza usa apenas a energia que precisa.
c. A natureza adapta a forma à função.
d. A natureza é movida a energia solar.
Gabarito
Questão 1
Resposta: D
A diferença reside na amplitude do espaço e do tempo. A
educação ambiental é mais voltada para o espaço local no
tempo presente, ainda que tenha bons resultados para o
futuro. Na educação ecológica, o espaço é todo o planeta e ela
aguça a nossa responsabilidade com as próximas gerações.
Questão 2
Resposta: B
Toda a energia da natureza vem do Sol e apesar de ele estar
sempre disponível, a natureza usa apenas o necessário,
evitando excessos, desequilíbrio e escassez. Ao usarmos essa
mesma lógica em nossos recursos, também nos tornaremos
mais autossustentáveis.
Parabéns pela conclusão desta fase!
Avance e confira o encerramento do curso.
Sementeira
a jornada do estudante
Encerramento
do curso
Parabéns! Você chegou ao encerramento do curso Educação Ambiental.
Antes de mais nada, gostaríamos de destacar a evolução de nosso aprendizado até aqui.
Partimos das ideias mais comuns da educação

ambiental, as quais são fundamentais para que
tenhamos uma convivência harmônica com
nosso meio ambiente – casa, bairro, cidade –
no tempo presente.
Finalizamos trabalhando as noções de uma

educação mais ampla, conhecida como educação
ecológica, na qual percebemos a natureza não
apenas como um recurso natural, mas como uma
grande professora que poderá nos guiar rumo à
sustentabilidade, inclusive por meio da inovação.
Com tudo isso, esperamos que você coloque em prática muitas das ações
aqui orientadas, e também venha a se tornar um(uma) multiplicador(a) destes
conhecimentos, de modo que possamos ter mais e mais pessoas coevoluindo e
colaborando com a sustentabilidade planetária.
Flora alerta
Fique atento para não
deixar mais seu Eu
Natureza adormecer!
Próximos passos
Agora você deve retornar ao AVA para prosseguir no curso. No AVA, você acessa todo o
conteúdo disponível de forma interativa, e consegue responder à pesquisa de satisfação
e obter o certificado.
Por fim, confira as referências utilizadas para elaboração deste curso.
Referências
BENTO, Luiz. A linguagem da dança em abelhas. Disponível em: https://www.blogs.
unicamp.br/discutindoecologia/2009/06/danca_abelhas/comment-page-1/. Acesso em:
maio 2023.
BENYUS, Janine M. Biomimética: inovação inspirada na natureza. São Paulo: Cultrix, 2003.
BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis: Vozes, 1975.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida. 4. ed. São Paulo: Cultrix, 1999.
CAPRA, Fritjof. A visão sistêmica da vida. São Paulo: Cultrix, 2014.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 7. ed. São Paulo:
Gaia, 2001.
EMBRAPA. Riscos na agricultura. Disponível em: https://www.embrapa.br/olhares-

para-2030/riscos-na-agricultura/-/asset_publisher/SNN1QE9zUPS2/content/carlos-
nobre?inheritRedirect=true. Acesso em: maio 2023.
EMBRAPA. Índice Global do Desperdício de Alimentos da ONU estima em 121 quilos o

desperdício de comida per capita anual. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-
de-noticias/-/noticia/59945046/indice-global-do-desperdicio-de-alimentos-da-onu-
estima-em-121-quilos-o-desperdicio-de-comida-per-capita-anual. 2021. Acesso em:
maio 2023.
ÍNDICE GLOBAL DA FOME 2022. Disponível em: https://www.globalhungerindex.org/pdf/

pt/2022/sinopse.pdf. Acesso em: maio 2023.
MAYA, Magda Helena. Sustentabilidade 4.0: o novo mindset do desenvolvimento

sustentável. Rio de Janeiro: Vermelho-Marinho, 2019.
MORIN, E. A via para o futuro da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SEGREDOS DO MUNDO. Primeiros seres vivos: quais eram, como e há quanto tempo
surgiram? Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/primeiros-seres-vivos-quais-
eram-como-e-ha-quanto-tempo-surgiram/. Acesso em: maio 2023.
SHARP, CHARLES J. CC BY-SA 4.0. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/

File:Rufous-breasted_hermit_(_Glaucis_hirsutus_insularum).jpg, via Wikimedia Commons.

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Educação ambiental Educação ecológica

Aprendemos a importância de Ampliamos nossa visão sobre

Seu planeta é generoso

E de onde vem o oxigênio? Da fotossíntese das plantas, ou seja, da natureza.

Diante da constatação de tanta generosidade da natureza e, mais ainda, diante do

Avance no curso para saber mais sobre a sustentabilidade ecológica.

Mesmo que nos falte a força e a resiliência

Como a ecologia poderá despertar nosso

É por meio da ecologia que podemos compreender

Vamos conhecê-los. Siga com a leitura!

Os princípios da vida segundo a ecologia

É claro que existem diferenças evidentes

Dentro deste processo de aprendizado, são conhecidos alguns princípios, os quais

Olá! Tudo bem? No vídeo de hoje vamos explorar três

Reconhecer que todos estamos interligados nos ajuda a sermos mais

As formigas, por exemplo, trabalham em parceria o

Princípio da diversidade ecológica

Pense aí: o que aconteceria com a vida se todos os

Quanto mais diversos em nossos hábitos e

Como é importante observar esses princípios ecológicos, não é

Os princípios da interdependência, da parceria e da diversidade ecológica são os mais

• Na natureza tudo é movido a energia solar.

No próximo tópico, descobriremos como aplicá-los em nossas vidas, seja no cotidiano

Avance no curso e siga com a leitura.

Tópico 3 – Ativando o poder de

Inovando a partir dos modelos da natureza

Para isso, já contamos com um ramo da ciência chamado

Princípio 1 – Na natureza tudo é movido a

Nas últimas décadas, tivemos um bom desenvolvimento destas fontes alternativas de

O Sol e o vento, assim como tudo da natureza,

Princípio 2 – A natureza usa apenas a energia

Então concluímos que na natureza não há necessidade de estoque de

No podcast de hoje, vou deixar com vocês alguns trechos editados de

Turma, para fechar nossa discussão, nós concluímos então

Ou seja, a natureza é extremamente eficiente, pois não há

Igual a nós humanos, não é mesmo!? Não! E é isso o que

As abelhas, por exemplo, possuem uma espécie de “GPS

Quando uma única abelha descobre uma fonte de alimento,

As abelhas, e a maioria dos insetos, utilizam principalmente o

Por isso, as abelhas estão sendo amplamente estudadas por

Gostou do trecho gravado? Espero que tenha aproveitado para aprender

Princípio 3 – A natureza adapta a forma à função

Você já percebeu como os rios não “correm

Um belo exemplo de adaptação na natureza são os beija-flores. Normalmente eles

Fonte: Charles J. Sharp, CC BY-SA 4.0.

Como consequência disto, em período

Princípio 4 – A natureza recicla tudo

Um bom exemplo são os bioplásticos

Princípio 5 – A natureza recompensa a cooperação