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Exus, Eguns e Kiumbas - O que são - como atuam - diferenças

Antes de mais, e consoante as diferentes formas de Umbanda e Cultos de


tradição afro., há que lembrar as diferentes formas de entender este assunto, não
impondo nunca uma verdade única e suprema, pois simplesmente não existe.
Tentando apenas desmistificar pela forma naturalmente mais aceite de um modo
geral

Eguns

“Na língua yorubá significa 'alma' ou 'espírito'


de uma pessoa falecida. Egun tanto pode ser
uma entidade de luz quanto um Kiumba.
Acontece que aqui no Brasil as pessoas
acabaram utilizando essa palavra,
especialmente no Candomblé e na Umbanda,
para designar 'almas penadas', ou seja,
espíritos desencarnados presos ao plano
físico ou 'Ego' (personalidade transitória
assumida na última reencarnação).
Na África, e em alguns pouquíssimos terreiros
de Candomblé no Brasil (realizados em
espaço separado daquele onde se cultuam os
Orixás), existe o Culto aos Egungun, um culto prestado em homenagem aos
ancestrais do povo e que geralmente foram iniciados nas religiões africanas. É
um culto envolto em mistérios, pois muitos afirmam que esses espíritos se
materializam diante dos fiéis, que podem apenas ser pessoas iniciadas no culto.
Só que aí, a entidade Egun, já é diferente de um desencarnado comum. Egun, já
tem uma certa outorga no mundo espiritual, trata-se de um grau já em evolução.
Quase um estágio.
O culto dos Eguns no Candomblé, que retrata o culto e fala sobre as Sociedades
Geledé e Egungun sendo a primeira o culto aos espíritos femininos e o segundo
aos espíritos masculinos quando encarnados.”
Eguns nada mais são do que espíritos que já desencarnaram, mas entre eles
existem diferenças no grau de evolução. Ou seja, Egun tanto pode ser um espirito
de luz (Caboclo, Preto-Velho, Boiadeiro, Criança, Exu...), como um espirito sem
luz (Espíritos Sofredores, Kiumbas, Seres Trevosos…).

Kiumbas

Por vinganças pessoais que carregam em seus mentais por muitos anos, desde
encarnações passadas, atacam seus “inimigos encarnados” de forma contínua.
Às vezes estão sozinhos e atuam continuamente e especificamente até

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conseguirem seus objetivos. Outras vezes se unem a outros eguns formando um
grupo de ‘egunguns’ que mantêm o propósito original: a destruição de
determinada pessoa. Nesse caso a ação de encaminhamento é
consideravelmente mais difícil, requer muito mais atenção e consciência, pois o
tratamento é longo, e também porque proporciona ‘sobe e desce’ na vida da
pessoa atuada por eles.
Existem também aqueles espíritos que há
muito tempo perderam sua consciência
divina perante as leis da fé, do amor e da
vida. Encontram-se completamente
vazios e ocos em seus mentais, para eles
nada mais importa… Esses espíritos
vagam como zumbis e acabam sendo
alvos fáceis para aqueles que lideram
negativamente no baixo astral, ou seja,
muitas vezes se tornam escravos de
outros espíritos negativos com maior
capacidade de domínio se tornando
então vítimas. São também
frequentemente utilizados por Magos Negros encarnados, conhecedores da alta
magia negativa, de forma a conseguirem atingir seus objetivos maléficos.
Esses espíritos estão perdidos no tempo, muitas vezes soltos e sem nenhum
entendimento sobre Lei de Ação e Reação ou da Lei Divina. A sua doutrinação é
difícil, pois ficam localizados na sua grande maioria, “no meio” das setes faixas
vibratórias (no caos).
Fora do universo dos Kiumbas, sabendo, porém, que existe também quem os
considere como tal, existem os Seres Trevosos ou das Trevas e os Espíritos
sofredores.

Seres Trevosos ou das Trevas:

São evoluídos e
conscientes de seus
poderes e capacidades
negativas. São os grandes
líderes do mal, muitas vezes
são também esses espíritos
que são ativados na magia
negra.
No entanto, o grande
propósito desses espíritos é
atacar médiuns e centros
religiosos atingindo e

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envolvendo a fé das pessoas. Eles têm como propósito grandes destruições,
afetam diretamente o mental do médium e em pouco tempo dominam a vida
desta pessoa, levando-a a destruição total, principalmente espiritual. Essa
capacidade de ataque mental somente os mais evoluídos conseguem atingir
(mesmo que negativamente).
Vale ressaltar que algumas vezes eles desconhecem que são escravos dos
grandes Magos Negros, espíritos que conquistaram seus tronos nas mais
inferiores faixas e que possuem grandes exércitos.
Estes são espíritos localizados nas faixas vibratórias mais densas e negativas,
sendo muitíssimo difícil sua doutrinação.

Espíritos sofredores:

São espíritos que caíram nos polos negativos por suas próprias vibrações
mentais e emocionais negativas, como o apego ao material ou ao ente querido
ainda encarnado.
Sofrem por medo, pois muitas vezes não reconhecem seu estado de
desencarnados, ou por dor. Em alguns casos, o desencarne foi rápido e doloroso,
e não conseguem se livrar da sensação de dor e medo.
Geram apegos, dores, doenças, tristezas, depressão.
São espíritos que aceitam a doutrinação, a cura e o encaminhamento facilmente,
sem nenhuma resistência, precisando somente de oportunidade. Não são
maldosos conscientemente – prejudicam sim, mas por apego, não percebendo
que os mais prejudicados são eles mesmos.

Exus

Exu ainda é um grande tabu da religião de Umbanda.


Historicamente foram discriminados e mal compreendidos por membros de
outras religiões e até mesmos por praticantes e sacerdotes de Umbanda, e até
hoje ainda se vê alguns desses preconceitos perturbarem a mente de
simpatizantes e médiuns dessa linda religião, inclusive, chegando a atrapalhar na
incorporação destes irmãos, devido ao bloqueio que criam pela ideia negativa
que possuem destas Entidades.
A ideia que muitos ainda possuem é de que Exus são espíritos involuídos, de
pouca luz e presos em vícios carnais, pela utilização do fumo e da bebida
alcoólica nos seus trabalhos, e também pelo seu comportamento dito
“debochado”, devido às estrondosas gargalhadas que costumam dar durante
seus atendimentos. Todas essas características, vistas pelos ignorantes de seus
fundamentos, contribuíram para o sincretismo errôneo dos Exus com o Diabo da
Igreja Católica, causando medo em muitos e facilitando seu uso como bode
expiatório pelos Neo Pentecostais.

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Essas mesmas ideias, inclusive, levaram alguns irmãos de Umbanda, ainda não
compreendendo o trabalho destes, a contribuírem com este movimento de
“crucificação” dos Exus. Como foi o caso do médium Aluizio Fontenelle, que, em
1966, escreveu um livro que compara Exus com os demônios da Goétia,
prestando um enorme desserviço a Umbanda e atrasando por alguns anos a
compreensão destas entidades, além de dar vazão à mente humana para
representá-los através daquelas imagens de corpo vermelho, com pés de bode
e rabos em flecha, que até hoje são vistas em algumas terreiros ou casas do
gênero…

Há que acrescentar que o Orixá Exu é assim como todos os Orixás, originário do
continente Africano. E o Diabo ou Demónio, é criação e tradição das religiões
cristãs e afins. Então, Exu nunca poderia ser Diabo ou Demónio, simplesmente
porque essa figura não existe na tradição religiosa Africana.
Muito distante de todo esse folclore criado em seu entorno estão os verdadeiros
Exus, espíritos de humanos desencarnados que, após compreenderem e
consertarem os erros e desvios que cometeram à Lei Maior enquanto
encarnados, aceitaram assentarem-se ao lado esquerdo do Criador e
trabalharem como Executores desta Lei que agora compreendem. São espíritos
que trabalham sim, na escuridão, porém, em prol da luz, a serviço da Lei Maior e
da Justiça Divina.
Existem diversos argumentos utilizados por aqueles que desconhecem o trabalho
dos Guardiões para inferiorizá-los.
Talvez o mais comum seja o de comparar os Exus de Lei (como são chamados
aqueles que trabalham sobre a benção de Pai Oxalá) com aquilo que se manifesta

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em certas Igrejas Neo Pentecostais e que utilizam nomes simbólicos das falanges
de trabalho dos Exus (Caveira, Omulú, Tranca Ruas), como se assim o fossem.
O que acontece, é que não existe Exu nenhum incorporado ali, é apenas o
subconsciente de alguém que poderá até ter algum grau de mediunidade, que
acredita estar incorporado e pratica atos que julga (ou leu, ouviu falar…) serem
o comportamento de um Exu.
Nas manifestações sérias, o que ali se auto
denomina Exu, na verdade, são espíritos de pouca
luz, Kiumbas, espíritos obsessores que, por
decorrência de alguma afinidade, ativados por
magias negativas, e ou acerto de contas ou algo
do tipo, perturbam a vida daquela pessoa, que na
maioria das vezes possui algum grau de
mediunidade não conhecido.
Estes espíritos, quando se manifestam nas
sessões, apresentam-se com nomes de Exus pois
creem ser, estes nomes de seres das trevas, da
mesma forma que acreditavam e acreditam ainda
alguns.
Na verdade, os Exus, são os guardiões dos
caminhos, e das encruzilhadas. Vigiam as
passagens, abrem e fecham os caminhos, conforme o merecimento de cada um,
sempre sobre os desígnios da Lei Maior e da Justiça Divina
São quem protegem os médiuns e as casas de culto, de espíritos perturbadores,
para que a caridade possa ser praticada durante os rituais, e durante o
atendimento. São como que os “soldados” dos Orixás. Atuam no baixo astral,
combatendo os espíritos trevosos e demoníacos, e são os responsáveis pela
estabilidade e equilíbrio nas trevas, sempre sob a luz da lei e da justiça divina.
Em geral, considera-se que no Umbral existem sete níveis negativos, sete
camadas onde vivem e se purgam os seres trevosos. Considerando-se que as
últimas duas camadas mais baixas, estão na total ausência de luz, e são habitadas
por seres demoníacos que perderam na totalidade a consciência humana. São
estes seres que os Exus combatem principalmente, pois vivem na maldade pura,
e sempre tentando capturar para as suas hostes mais espíritos caídos, levando a
humanidade para a parte negativa.
Em outro aspecto, é Exu quem irradia nos seres a vitalidade, em especial o vigor
físico e sexual. Exu pode vitalizar, isto é, aumentar ainda mais as qualidades
vibradas nos seres pelos Orixás, ou desvitalizá-las conforme as necessidades e
merecimento dos seres. Um Exu, tanto pode punir o ser que se desvirtuou e se
afastou da irradiação luminosa dos Orixás, desvitalizando-o e paralisando-o,
esgotando o seu carma. Como o pode irradiar e vitalizar, enchendo-o de força,

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de energia e vigor, caso o ser caminhe no sentido correto da lei divina. Sempre
protegendo o ser, sem nunca interferir no seu livre-arbítrio, congratulando-se
quando o seu protegido caminha no sentido da evolução, e sofrendo sempre com
as suas quedas.
A atuação dos Exus, os Guardiões da lei divina, englobam, não só as religiões
Afro-Brasileiras, mas todas as existentes no planeta, pois todas têm o seu polo
positivo e o negativo. Como é lógico, têm diferentes denominações, consoante
as diferentes religiões, zonas e culturas, mas sempre de maneira a que possam
desenvolver as suas missões, na realidade material e nos planos subtis.

Algumas questões frequentes:

Kiumbas, Espíritos Sofredores e Seres Trevosos, podem entrar nas casas


espiritas, igrejas, templos, terreiros…?
Bem isso seria talvez e simbolicamente comparando, a um hospital sem doentes,
a uma esquadra sem prisioneiros ou delitos, ou a um tribunal sem processos,
pois deixaria de fazer sentido existirem médicos ou enfermeiros, assim como
policias ou juízes

Entendemos assim:

Antes de qualquer ritual ou trabalho espiritual, seja ele onde for não importando
qual o culto ou religião. Os nossos irmãos na esquerda, os Exus, limpam o espaço
no plano etérico, e criam um perímetro de defesa, como que uma cúpula em volta
do local, assegurando dessa forma a proteção do espaço e dos irmãos
encarnados que lá estarão presentes.
Como é lógico, muitos Espíritos Sofredores, Obsessores, Kiumbas e Seres
Trevosos, vão ser atraídos ao local, ora pelas emanações energéticas e
luminosas irradiadas no astral pelo próprio espaço, ora por curiosidade, ora por
acompanhamento de irmãos encarnados que lá se dirigem, ou até por maldade
pura dos Seres Trevosos tentando prejudicar os trabalhos, ou até mesmo por
magias negativas ativadas contra o local e seus dirigentes.
Agora o que acontece quando um desses seres sem luz se aproxima do espaço?
Poderá acontecer três situações:
✓ é permitida a entrada do ser, pelo seu merecimento e necessidade de ajuda,
doutrina e encaminhamento na senda da luz.
✓ é permitida a entrada do ser, como forma de “armadilha”, para depois dentro
do local ser capturado, aprisionado pelos guardiões e encaminhado segundo
a lei maior.
✓ Não é permitida a entrada, pois o astral superior assim o entende.
O trabalho de defesa dos Guardiões existe apenas nos locais de culto das
religiões de matriz afro.?

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Não, o trabalho dos Guardiões existe em todo o globo terrestre, nas diferentes
culturas e religiões, adaptando-se com diferentes roupagens fluídicas e
denominações, de modo a poderem realizar seu trabalho nas diferentes
realidades.
Nos cultos de matriz afro., como são de forma geral “assentados” e oferendados,
talvez seus trabalhos se tornem mais facilitados, pois tem pontos próprios de
descarga e de energização no plano material.
Realizando da mesma forma seus trabalhos em outros cultos e religiões, mas
utilizando outros recursos. Trabalho realizado e apoiado em livros e textos de
inúmeros autores de renome dentro dos cultos e religiões de matriz africana.
Referência:
Templo Arani, https://olorum.blogs.sapo.pt/5738.html

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