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Equipe Ténica

Coordenadores dos Grupos de Trabalho: Coordenação de Produção da Revista


Valéria Oliveira Henrique de Araújo - IBGE
Secretaria Executiva
Maria Cristina Barboza Lobianco - IBGE Textos
Coordenadores dos Grupos de Trabalho e Colaboradores
Interface com o Usuário
Maria Cristina Barboza Lobianco - IBGE Copidesque e revisão
Mark Doucette – WaterMark / Canadá Cláudia Mattos
Lívia Mendes da Silva
Disseminação João Bosco de Azevedo - IBGE
Valéria Oliveira Henrique de Araújo - IBGE Moema José de Carvalho Augusto - IBGE
Mark Doucette - WaterMark / Canadá Valéria Oliveira Henrique de Araújo - IBGE

Questões Técnicas Projeto Gráfico


João Monico Galera - UNESP Elza Suzuki - Linetron Design
Pierre Tétrault – NRCan
Fotos
Definição do Sistema Álvaro Vasconcellos (IBGE) – Censo
Edvaldo Fonseca - USP VitorNogueira
Humberto Capai
Conversão de Referencial Kadidja Fernandes
Leonardo Castro de Oliveira - IME Banco de Imagens - Linetron

Modelo Geoidal Colaboradores


Denizar Blitzkon - USP Andrea Flávia Tenório Carneiro - UFPE
Vânia de Oliveira Nagem - IBGE
Impactos do Projeto Paulo Roberto Alves dos Santos - IBGE
Moema José de Carvalho Augusto - IBGE Silvane Paixão – UNB/Canadá
Dave Carney – WaterMark / Canadá Erin O’Brien - UNB/Canadá
Sônia Maria Alves da Costa - IBGE
Impactos Técnicos
João Bosco de Azevedo - IBGE

Impactos Sociais
Anna Lúcia Barreto de Freitas - IBGE
Nilo Cesar Coelho da Silva - IBGE
Susan E. Nichols – UNB / Canadá

Equidade de Gênero
Anna Lúcia Barreto de Freitas - IBGE
Susan E. Nichols – UNB /Canadá

2 Ponto de Referência - 2007


Equipe Técnica 02
Índice Índice 03

Fale Conosco 04

Editorial 05

Entrevista - Alexandro Piffano


fala sobre mapeamento de Vitória 06

Artigo - Benefícios do SIRGAS2000 09

Artigo - Coordenadas SAD69 e SIRGAS2000


em mesmo documento cartográfico 12

Artigo - Impactos Sociais – Acesso


e Uso de Informação Geoespacial 16

Capa - Integração RBMC e RIBaC 22

Notícias 23

Eventos 28

Luiz Paulo Souto Fortes Marcelo Carvalho dos Santos


Coordenador do PIGN no Brasil Coordenador do PIGN no Canadá

Endereço Endereço
Av. Brasil, n 0 15671 – Bloco III – B University of New Brunswick
Parada de Lucas21241-051 P.O. Box 4400
Rio de Janeiro/RJ Fredericton NB Canada E3B 5A3
Tel: (21) 2142-4997 2142-4998 Tel: (1-506) 453-4671
Fax: (21) 2142-4910 Fax: (1-506) 453-4943
http://www.ibge.gov.br http://www.unb.ca

2007 - Ponto de Referência 3


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(21) 2142-4910

4 Ponto de Referência - 2007


Editorial
Luiz Paulo Souto Fortes
Coordenador do PIGN no Brasil

Apresentamos aos leitores a segun- rência Geocêntrico para as Américas da uma avaliação
da edição da revista Ponto de (SIRGAS2000) – tanto em modo preliminar das res-
Referência, criada com o objetivo de pós-processado quanto em tempo real postas ao ques-
estreitar a comunicação com os - totalmente transparente para os tionário disponibili-
usuários no âmbito dos Projetos Mu- usuários. zado na Internet,
dança do Referencial Geodésico Essa publicação inclui também uma cujo objetivo era
(PMRG) e de Infra-estrutura Geoespa- entrevista com Alexandre Piffano de identificar os impactos da adoção do
cial Nacional (PIGN). Resende, gerente de Mapeamento e novo referencial SIRGAS2000 sob seus
Nessa edição serão abordados vári- Informações Habitacionais da Secre- usuários. Esperamos que as informa-
os temas de interesse da comunidade taria de Habitação da Prefeitura Muni- ções coletadas ajudem a direcionar ain-
brasileira de produtores e usuários de cipal de Vitória, que vai falar sobre o da mais as atividades do PMRG/PIGN
dados geoespaciais. Dentre eles, a novo mapeamento do município que para atendimento às necessidades da
integração da Rede Brasileira de está sendo realizado em SIRGAS2000, comunidade usuária.
Monitoramento Contínuo (RBMC), rede além de abordar questões técnicas e Aproveitamos para lembrar a impor-
geodésica ativa operada pelo IBGE, sociais em desenvolvimento nos Pro- tância dos leitores encaminharem suas
com a Rede Incra de Bases Comunitá- jetos de Demonstração do PIGN. Tais perguntas, dúvidas, sugestões e críti-
rias (RIBaC) que está dando origem a projetos visam a avaliar os impactos cas à Secretaria Executiva do PMRG,
uma rede única em território nacional. da adoção do novo referencial geodé- no endereço eletrônico sepmrg@ibge.
A expansão e modernização da RBMC/ sico em diversos segmentos da socie- gov.br, para que possamos elaborar
RIBaC disponibilizará, até 2009, uma dade. Com esse objetivo, o IBGE tem uma publicação ainda mais esclare-
estrutura com mais de 80 receptores oferecido suporte técnico a outros cedora.
GNSS (do inglês Global Navigation órgãos do Governo Federal a fim de Boa leitura!
Satellite System) de última geração, avaliar o impacto da mudança do Luiz Paulo Souto Fortes
tornando a vinculação de novos posi- referencial na demarcação de terras. Coordenador do PIGN no Brasil
cionamentos ao Sistema de Refe- Ainda nessa edição será apresenta- IBGE

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Entrevista

Mapeamento de Vitória
em SIRGAS2000
Alexandre Piffano de Resende, gerente de Mapeamento e Informações Habitacionais da
Secretaria de Habitação da Prefeitura Municipal de Vitória - PMV, fala sobre o processo
para definir o SIRGAS2000 como referencial geodésico, e sobre a expectativa de que a
padronização possibilite melhor integração entre bases cartográficas. Para Resende,
que é engenheiro cartógrafo, a adoção do SIRGAS2000 é uma escolha sensata, já que o
uso do referencial será, em breve, uma realidade inevitável.

Ponto de Referência - Fale-nos ção de obras, além de uma série de de forma a esclarecer nossas dúvidas
um pouco sobre o mapeamento de outros fatores, tornou possível a aqui- e nos dar segurança no caminho a
Vitória sição do novo mapeamento com a seguir.
APR - Contratamos o levantamento aceitação de todas as Secretarias Ponto de Referência - Qual foi o
planialtimétrico de todo o município, Municipais. fator principal que levou a PMV a ado-
com exceção do Porto de Tubarão, Ponto de Referência - Como foi o tar o SIRGAS2000?
que já havia realizado mapeamento processo para definir o SIRGAS2000 APR - A certeza de que em breve
recentemente de sua área. Vitória terá como o referencial a ser usado no novo todos teriam que se adequar ao novo
cobertura aerofotogramétrica de apro- mapeamento? datum. Os técnicos entenderam que
ximadamente 90 km2 na escala de 1: APR - Optar pelo SIRGAS2000 não contratar um serviço dessa magnitu-
5.000, restituição planialtimétrica na foi uma tarefa fácil. Durante aproxima- de exatamente no momento da mo-
escala de 1:1.000 com curvas de nível damente sete meses, o corpo técni- dificação do padrão de referência bra-
a cada 1m. Também serão confec- co da PMV, temeroso das conseqüên- sileiro e não avançar seria um contra-
cionadas ortofotos digitais na escala cias da alteração do datum plani- senso.
de 1: 1.000 de toda a área do municí- métrico dos mapeamentos existentes, Ponto de Referência - Existe ma-
pio. Todo esse serviço teve como buscou evitar a mudança. A existência peamento anterior em outro sistema?
motivação principal a regulari- de vários trabalhos em andamento e APR – Atualmente Vitória possui um
zação fundiária, uma vez que o muni- concluídos baseados no antigo mapeamento em meio digital execu-
cípio de Vitória sofre com grande parte datum, a possibilidade de utilização tado em 1992 pela empresa Maplan
dos terrenos ocupados irregular- de duas bases por um período de Aerolevantamentos S. A. com vôo na
mente em morros e com edificações transição, e todos os problemas escala de 1:8. 000 com restituição
construídas em terrenos “de Marinha” vislumbrados oriundos de uma migra- planialtimétrica na escala 1:2000,
e “Acrescidos de Marinha” cujo ca- ção deste porte eram as principais pre- referenciados ao datum SAD 69, an-
dastro por meio do método clássico ocupações para a adoção do novo re- tes do ajustamento de 1996. No ano
seria muito lento. A necessi- ferencial. A decisão somente aconte- de 2000, os principais níveis de infor-
dade de atualizar o cadastro munici- ceu quando, a convite da PMV, o IBGE mação foram atualizados através de
pal e de intensificar a fiscaliza- esteve presente realizando palestras um novo mapeamento. A partir daí

6 Ponto de Referência - 2007


as atualizações passaram a ser pon- ciparmos junto ao IBGE de um dos ses cartográficas, como por exemplo,
tuais e inseridas na rotina de alimen- Projetos de Demonstração como pri- projetos que envolvam toda a região
tação do banco de dados georre- meira instituição, no âmbito munici- metropolitana da Grande Vitória. Pode
ferenciado. pal, a adotar o novo referencial para parecer pouco, mas a compatibiliza-
Ponto de Referência - Vocês pre- o mapeamento de toda a área do ção de projetos pode ser um serviço
tendem integrá-lo com o novo município. Além disso, ficamos feli- extremamente moroso na administra-
mapeamento? zes em saber que estamos nos an- ção pública. Quanto às desvanta-
APR- Sim. Foi exatamente essa in- tecipando ao fazer espontanea- gens, poderia citar o trabalho de se
tegração o motivo da polêmica no mente uma escolha que será inevitá- capacitar os técnicos no entendimen-
momento da escolha no uso do vel daqui a alguns anos. to do que seja o novo referencial, e a
SIRGAS2000. Sabíamos que não po- Ponto de Referência - A empresa necessidade de se indicar em todos
deríamos abandonar tudo o que já vencedora da concorrência ofere- os projetos qual o datum utilizado
havíamos feito, mas também não po- ceu algum tipo de resistência para para evitar transtornos no momento
deríamos nos prender ao passado. utilização do SIRGAS2000? de novas locações ou definições de
Assim, estamos nos preparando para APR - Não. Na realidade tudo alinhamentos. Aliás, o maior desafio
as naturais complicações decorren- ocorreu com uma naturalidade é criar a cultura do manuseio de in-
tes dessa transição. impressionante. Não houve sequer formações cartográficas. Mas vale a
Ponto de Referência - Quais as dúvidas em relação a isso. pena! Há bem pouco tempo brigáva-
vantagens para a Prefeitura Municipal Ponto de Referência - Quais mos pela necessidade de efetuar le-
de Vitória ao usar o novo referencial? vantagens e desvantagens podem vantamentos georreferenciados. Hoje,
APR - Uma das vantagens práticas advir da adoção do novo referen- após muito esforço, já é uma prática
da adoção do novo referencial geo- cial? quase inquestionável.
désico é o uso direto da tecnolo- APR - Tudo é muito novo. Ainda não Ponto de Referência – Quando es-
gia GPS, uma importante ferramenta temos a dimensão completa das van- tariam disponíveis os novos produtos
utilizada na Prefeitura para levanta- tagens, mas acreditamos que a pa- utilizando o SIRGAS2000?
mentos e atualização de mapas. Des- dronização do referencial possibili- APR - Apesar de alguns problemas
tacamos ainda, o privilégio de parti- tará uma melhor integração entre ba- meteorológicos ocorridos na etapa ini-

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Entrevista

cial do contrato, que provocaram um Vitória, no âmbito da Prefeitura, um


atraso no cronograma, a empresa novo ciclo de palestras, apresentan-
pretende entregar todos os produtos do o material adquirido para todas as
ao município até dezembro. Secretarias e alertando para as novas
Ponto de Referência - Quais no- responsabilidades seria uma contri-
vas iniciativas o IBGE poderia ter para buição e tanto.
auxiliar os usuários na adoção do novo Ponto de Referência - As secreta-
referencial? rias que vão utilizar o mapeamento
APR – Creio que a população brasi- têm conhecimento sobre o novo refe-
leira é muito afastada de qualquer in- rencial? Existem informações setoriais
formação cartográfica. É impressio- que serão integradas a esse mapea-
nante como engenheiros, arquitetos mento novo?
e geógrafos se perdem ao analisar APR - O Comitê Gestor da Admi-
uma carta ou um projeto e muitas nistração Municipal tem conheci-
vezes desconhecem a importância mento do produto que está para ser
de um marco geodésico. Ainda não entregue. Diversas secretarias possu-
inovamos e acho que é necessário em técnicos, envolvidos com
estudar uma forma de se alcançar o geoprocessamento e estão cientes;
público através da mídia televisiva porém, nem todos imaginam, de fato,
com propagandas inteligentes e de o impacto que esta mudança acarre-
grande impacto para trazer a aten- tará. Hoje a Prefeitura de Vitória pos-
ção para essa realidade que teve re- sui um banco de dados georreferen-
centemente o “Google Earth” como ciado que trabalha de forma integra-
maior aliado. Eventos intermunicipais da. A intenção é que essa relação se
com participação dos técnicos do fortaleça ainda mais entre todas as
IBGE, bem como intenso trabalho secretarias e órgãos municipais com
junto às escolas de 1º e 2º graus trará a adoção do novo referencial. Espe-
reconhecimento e mostrará a impor- ramos em breve só falarmos em
tância da adoção do novo datum. Em SIRGAS 2000.

8 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Benefícios da Utilização do SIRGAS2000

Com o surgimento e adoção do SIRGAS2000


como o novo sistema de coordenadas para o
Brasil surgem diversas perguntas:
Quais os benefícios de usá-lo?
Que atividades podem beneficiar-se dele?
Existirá algum produto que apoie a migração
para SIRGAS2000? O que fazer hoje?

O
O SIRGAS2000 existe para ser usado
nas atividades de topografia, mapeamen-
to, Sistema de Informação Geográfica –
SIG, sensoriamento remoto, gerencia-
mento de recursos naturais, gerencia-
mento de terra, reordenamento agrário, De outro modo, mapas ou bancos de ções, porém, a “morte do paciente” é
entre outros. Os benefícios do seu dados podem também ser doadores, ao imediata. Analisemos alguns casos:
emprego podem ser sentidos em curto, invés de somente receptores, caso haja Em 15 de junho de 2001, a construto-
médio e longo prazos. interesse em migrar informações entre ra Galvão, ao realizar obras no km 20 da
Com dados geoespaciais advindos das mapas e/ou banco de dados e/ou siste- Rodovia Castelo Branco, uma das princi-
atividades anteriores pode-se fazer uma ma de informação. Porém, se eles não pais estradas do Estado de São Paulo,
analogia com a doação de sangue na qual forem compatíveis, o choque é certo. perfurou um duto de GLP (Gás Liquefei-
existe um doador e um receptor. O doa- Como na doação de sangue, deve existir to de Petróleo) da Petrobrás. O acidente
dor, neste caso, são as atividades de co- compatibilidade entre doador e recep- aconteceu porque, embora a construto-
leta de informações, ou seja, os levanta- tor. Ao contrário da doação de sangue, ra estivesse utilizando tecnologia moder-
mentos de campo feitos utilizando-se onde as complicações manifestam-se ra- na de posicionamento, essa era incom-
equipamentos diversos, desde as esta- pidamente, no caso das informações patível com o mapa que mostrava a loca-
ções totais até os receptores de sinais geoespaciais, a manifestação dos proble- lização dos dutos. A rodovia foi fechada
de satélites. O receptor tem a função de mas ocorre, na maior parte dos casos, de e não houve vítimas. A Galvão, porém,
armazenar e utilizar a informação geoes- modo mais devagar e por vezes silencio- foi multada em R$ 98.000 pela Compa-
pacial, através, por exemplo, de mapas, so, o que torna difícil para não- nhia Estadual de Tecnologia de Sanea-
bancos de dados e sistemas de informa- especialistas identificar o problema e mento Ambiental do Estado de São Pau-
ção geográficas. mesmo remediá-lo. Em algumas situa- lo (Cetesp). Esse exemplo demonstra o

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Artigo

problema que vivenciamos atualmente désicos originais para o SIRGAS2000. conseguinte aqui não abordados). No
no Brasil, oriundo da falta de compatibi- Vejamos agora um outro exemplo de entanto, para dispôr de informações en-
lidade entre processos de posiciona- “incompatilibilidade sanguínea”. Em 5 de tre diversos sistemas, artifícios matemá-
mento e mapas. setembro de 2006, um acidente envol- ticos são novamente necessários. Situa-
Posicionamento e navegação têm usa- vendo duas concessionárias de serviços ção ainda mais preocupante é quando
do os satélites do Sistema de Posicio- públicos resultou em explosão e ferimen- informações oriundas entre diversos sis-
namento Global (GPS), crescentemente to de cinco funcionários, o que poderia temas, Córrego Alegre e SAD 69, por
encontrado em automóveis, e tão men- ter sido evitado se as informações exemplo, são concatenadas sem que se
cionado em filmes e até em desenhos geoespaciais tivessem sido compartilha- informe ao gerenciador do banco de
animados. Outros sistemas de posicio- das e seus referenciais espaciais homo- dados – tal situação, é lamentável dizer,
namento por satélite já existem ou es- geneizados entre as duas empresas. acontece na prática, não sendo a inten-
tão em desenvolvimento, o que nos leva Mapas e bancos de dados são usados ção do presente artigo discutí-la .
a concluir que o posicionamento por sa- hoje para diversas aplicações, desde Pelo que foi exposto até então, é pos-
télites veio para ficar. O problema é que mapeamento (topográfico, cadastral/ sível identificar dois benefícios da utili-
os mapas e bancos de dados que exis- urbano), de concessionárias de serviços, zação do SIRGAS2000: uniformidade e
tem atualmente, em sua maioria no Bra- para reordenamento agrário e regula- compatiblidade entre informação de na-
sil, não são compatíveis com o rização fundiária, para demarcação de tureza geoespacial. Porém, para que os
SIRGAS2000. terras indígenas, para manejo ambiental benefícios dessa modernidade possam
A solução atual é dispor de uma série e florestal, entre outros.” Esses mapas e ser plenamente usufruídos, será neces-
de artifícios matemáticos para fazer com bancos de dados foram construídos com sária a transformação de mapas e ban-
que a posição se torne compatível com base em informações geoespaciais cos de dados para o referencial geodési-
os mapas. Porém, a solução definitiva, oriundas de sistemas como o Córrego co SIRGAS2000, que provê a compatibi-
que acabará com a questão da incompa- Alegre e o SAD 69 (existem outros lidade de dados geoespaciais em nível
tiblidade, será transformar os mapas e sistemas geodésicos usados em nacional e internacional.
bancos de dados de seus sistemas geo- situações muito específicas, por O PIGN/PMRG e o IBGE têm a intenção

10 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Enquanto o programa final de transforma-


ção entre os sistemas não está disponível,
os usuários têm as seguintes alternativas:
(a) Se o usuário não tem pressa, e suas atividades podem continuar
sendo executadas como de costume, o melhor é aguardar que o pro-
grama de transformação seja disponibilizado;

de fornecer mecanismos que facilitem (b) Se o usuário vai contratar um mapeamento novo, nesse caso o
essa mudança. Um programa especifica- ideal seria que esse novo mapeamento já fosse feito em SIRGAS2000.
mente dedicado à transformação entre Caso o mapeamento seja feito em Córrego Alegre ou SAD 69, é impor-
os sistemas Córrego Alegre, SAD 69 para tante que os pontos materializados no terreno com o propósito de apoio
o SIRGAS2000 está em desenvolvimen- de campo tenham coordenadas também em SIRGAS2000;
to e será disponibilizado possivelmente
dentro de um ano. (c) Atividades que tenham implicações legais devem começar a ter
Atualmente, existe no site do IBGE o seus novos levantamentos e bancos de dados construídos diretamen-
TCGeo - Sistema de Transformação de te em SIRGAS2000. Esse é o caso das atividades de reordenamento
Coordenadas, que é uma primeira apro- agrário e de regularização fundiária executados pelo Incra, Ministério do
ximação do programa de transformação Desenvolvimento Agrário – MDA (Secretaria de Reordenamento Agrá-
final a ser disponibilizado. O TCGeo é útil rio – SRA) e Institutos Estaduais de Terra
para atividades que precisam usar o
SIRGAS2000 imediatamente, em ativida-
des e trabalhos que contemplem até a
escala de 1:50.000. Um ponto que o usuário deve atentar é que o TCGeo
indica a precisão da transformação. O programa está disponível no site http:/
/www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/param_transf/
default_param_transf.shtm.
Comentários e perguntas sobre esse artigo podem ser endereçados para o
Fórum do PIGN, através do seguinte endereço eletrônico: http://www.pign.
org/phpbb2/
Marcelo Santos
Department of Geodesy and Geomatics
Engineering
University of New Brunswick

2007 - Ponto de Referência 1 1


Artigo

Proposta para a obtenção de coordenadas


SAD 69 e SIRGAS2000 usando o mesmo
documento cartográfico
Em 25 de fevereiro de 2005, o Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS2000), elaborado em 2000, foi oficialmente adotado como
o novo sistema de referência geodésico para o Sistema Geodésico Brasileiro
(SGB) e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN) 1 Foi também definido
um período de transição, não superior a 10 anos, onde o sistema novo
(SIRGAS2000) e os antigos (SAD 69, Córrego Alegre) poderão ser utilizados
concomitantemente.

Essa decisão foi tomada após


um processo iniciado em 2000
envolvendo discussões com

O
representantes de relevantes
instituições governamentais e O Projeto de Infra-estrutura Geoespa- Estatística (IBGE).
privadas, universidades e cial Nacional (PIGN), assinado no final de A série de Projetos Demonstração (PD),
2004 pela Agência Canadense de Desen- proposta no II Seminário sobre o Refe-
usuários que lidam com
volvimento Internacional (Cida) e a rencial Geocêntrico no Brasil, tem como
informação geoespacial. Agência Brasileira de Cooperação (ABC), objetivo avaliar os impactos técnicos e
Com esse passo, o Brasil foi proposto com o objetivo de fomentar sociais da mudança do referencial
segue as resoluções o desenvolvimento da infraestrutura geodésico nos diferentes segmentos.
geoespacial brasileira a partir da adoção Esse trabalho irá apresentar alguns
internacionais que
do SIRGAS2000. A parte canadense é resultados do Projeto Demonstra-
recomendam referenciais de
coordenada pela Universidade de ção 1 (PD1) – Mapeamento Topo-
concepção geocêntrica e a New Brunswick (UNB), em conjunto com gráfico –referente à proposta para
integração dos sistemas instituições governamentais e privadas, obtenção de coordenadas em SAD 69
geodésicos nacionais nas e a parte brasileira tem a coordenação SIRGAS2000 usando o mesmo docu-
do Instituto Brasileiro de Geografia e mento cartográfico.
Américas ao SIRGAS.

12 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Transformação entre SIRGAS2000 e SAD 69


Com a conclusão do ajustamento da coordenadas ajustadas SIRGAS2000”. Rede Clássica – SAD 69, realização
Rede Planimétrica em SIRGAS2000 e a Devido à coincidência atual entre os 1996
sua adoção oficial, o IBGE disponibilizou sistemas de referencia WGS84 e Rede GPS
informações indispensáveis para a utili- SIRGAS2000, os parâmetros de transfor- Entende-se por Rede Clássica –
zação do novo sistema geodésico. mação publicados entre SIRGAS2000 e SAD 69, aquela cujo método de obser-
Essas informações estão disponíveis no SAD 69 devem ser usados também para vação é o de Triangulação e Poligonação
endereço eletrônico do IBGE 2 . transformar produtos atuais obtidos por e as coordenadas obtidas pelo 1° ajus-
Coordenadas SIRGAS2000 das esta- GPS em produtos SAD 69. tamento da rede geodésica em SAD 69.
ções pertencentes à Rede Planimétrica A qualidade da transformação está in- A definição de Rede Clássica – SAD
do Sistema Geodésico Brasileiro, Banco trínseca a alguns fatores, sendo que, se- 69, realização 1996, é aquela cujo mé-
de Dados Geodésicos ; 3
gundo o IBGE, devido à dimensão conti- todo de observação foi o de Triangulação
Modelo Geoidal - MAPGEO2004 4; nental da Rede Planimétrica e à diversi- e Poligonação, incluindo também o
Parâmetros de transformação entre dade de métodos utilizados no seu esta- controle por GPS, e as coordenadas ob-
os Sistemas SAD 69 e SIRGAS2000 1; belecimento, a precisão na transforma- tidas pelo reajustamento de 1996 da
Programa de transformação TCGEO . 5
ção está relacionada a dois aspectos: rede geodésica em SAD 69.
Os valores dos parâmetros de trans- Método de observação: Triangu- Já Rede GPS é aquela cujo método
formação foram publicados pela Reso- lação, Poligonação, Doppler e GPS de observação foi somente o GPS e
lução n° 1 de 25 de fevereiro de 20055. Ajustamento da rede: SAD 69 (realiza- as coordenadas obtidas pelo reajusta-
O modelo matemático indicado para a ção 1996) e SIRGAS2000. mento de 1996 da rede geodésica
transformação encontra-se publicado na Com o objetivo de auxiliar os em SAD 69.
Resolução n° 23 de 21 de fevereiro de usuários a decidirem se o processo de Sendo assim, com a utilização dessas
1989. De acordo com nota do IBGE, “os
7
transformação é aplicável ou não, consi- informações, os usuários poderão
parâmetros de transformação oficiais derando os erros obtidos devido a fato- estimar a precisão da transformação
entre os sistemas SAD 69 e SIRGAS2000 res mencionados anteriormente, o diante do método de observação e
foram estimados através de 63 estações TCGeo apresenta a precisão das trans- do ajustamento da rede utilizado no
GPS que possuem coordenadas SAD 69 formações para: seu mapeamento ou levantamento
oriundas do ajustamento de 1996 e Rede Clássica – SAD 69 original.

2007 - Ponto de Referência 1 3


Artigo

Metodologia
Esse trabalho resume um dos es-
tudos realizados pelo Grupo de Tra-
balho 5 – Impactos, do Projeto Mu-
dança do Referencial Geodésico
(PMRG), do Projeto Demonstração e
do Projeto de Infra-estrutura Geoes-
pacial Nacional (PIGN), que objetiva
indicar um procedimento alternativo, Figura 1 – Parte da folha topográfica de
além de mostrar as ferramentas que Luxemburgo

auxiliam os usuários de cartas topo- mas de referência ED50, Euref 89 e Transformação das coordenadas
gráficas impressas na obtenção de co- WGS84 e vice-versa. geodésicas dos nove pontos para o
ordenadas nos sistemas geodésicos Através do exposto anteriormente, foi sistema destino (SIRGAS2000);
utilizados oficialmente no período de desenvolvido um programa para cálculo Cálculo da média aritmética das
transição do PMRG. dessas constantes, utilizando os diferenças das coordenadas geodési-
A transformação será realizada atra- parâmetros oficiais do IBGE, conforme a cas e UTM entre os dois sistemas.
vés de constantes que deverão ser seguinte lógica: A média obtida será utilizada como
adicionadas aos valores de coorde- Cálculo das coordenadas geodési- constantes de transformação entre os
nadas obtidas em uma folha topográ- cas dos limites da folha através do índi- dois sistemas, exclusivamente para
fica impressa (Latitude/Longitude e/ ce de nomenclatura no sistema de ori- aquela folha.
ou E/N). Dessa forma, o usuário po- gem;
derá rapidamente obter ou inserir Identificação de
uma coordenada em mais de um sis- nove pontos fixos no in-
tema geodésico. terior da folha topográfi-
A figura 1 ilustra a utilização dessa ca (Figura 2)
Figura 3 – Nota explicativa
técnica em uma folha topográfica de Transformação das coordenadas
Luxemburgo, produzida pelo Institu- geodésicas dos nove pontos para o sis-
to Geográfico Nacional da França em tema destino; A figura 3 apresenta a nota
parceria com a Adminstração de Ca- 1 2 explicativa sugerida pelos estudos do
dastro e de Topografia de Grand- PMRG / PIGN para o rodapé de uma
Duché de Luxemburgo. 6 folha topográfica. Como exemplo, uti-
5
A folha foi construída no sistema lizou-se a folha Arapeí, na escala de
7
de referência Luref, porém o usuário 1:25.000, produzida pela Diretoria de
pode transformar, utilizando as cons- Serviço Geográfico do Exército Brasi-
9 leiro (DSG).
tantes de transformação exclusivas 8
para aquela folha, qualquer coorde- 4
nada obtida em Euref para os siste- 3 Figura 2

14 Ponto de Referência - 2007


Artigo
Teste de Precisão

Para comprovar a utilização da meto- programa TCGeo. Folha


Latitude Longitude E N
(seg) (seg) (cm) (cm)
dologia foram calculadas constantes para A tabela 1 sintetiza os re-
20 folhas topográficas (foram utilizadas sultados dos testes. O valor Média Geral 0,0030 0,0061 3,3158 4,2421

quatro escalas – 1:25.000, 1:50.000, máximo da diferença entre Máximo 0,0299 0,0533 21,4000 48,2000

as coordenadas E e N, obti- Mínimo 0,0002 0,0004 0,0000 0,1000


1:100.000 e 1:250.000 – cinco folhas
para cada escala) localizadas em diferen- das pela aplicação da cons-
Tabela 1 – Resultado do teste de precisão
tes lugares do Brasil. tante e o valor calculado pelo
Foram aplicadas as constantes nas co- TCGeo, ocorreu na folha topográfica
ordenadas de um ponto aleatório de cada NA.22-V-D, na escala 1:250.000. Nessa
folha e comparadas ao valor obtido pelo escala o erro gráfico é de 50 metros.

Conclusão
A inserção de uma nota explicativa com os valo-
res das constantes irá auxiliar os profissionais que
utilizam cartas topográficas impressas nas suas ati-
vidades, facilitando os processos de transformação
entre sistemas de referência, sem a necessidade
de formulações matemáticas complexas.
O programa TCGeo (Figura 4) está sendo desen-
volvido no âmbito do PIGN, assim como uma publi-
cação com os valores das constantes para cada fo-
lha do mapeamento brasileiro, que será divulgada
no relatório final deste Projeto Demonstração.

Figura 4
Artigo elaborado por:
João Bosco de Azevedo (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE), com
colaboração de:
Anna Lucia Barreto de Freitas
e Nilo César Coelho da Silva
(Instituto Brasileiro de Geografia 1 Resolução n° 1 de 25 de fevereiro de 2005, Altera 4 IBGE, Mapa Geoidal http://www.ibge.gov.br/home/
e Estatística – IBGE) a caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro geociencias/geodesia/modelo_geoidal.shtm
Leonardo Castro de Oliveira Disponibilizado em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documen- 5 IBGE, Sistema de Transformação de Coordenadas

(Instituto Militar de Engenharia – IME) tos/geodesia/pmrg/legislacao/ - TCGEO , disponível em http://www.ibge.gov.br/


Marcelo de Carvalho Santos RPR_01_25fev2005.pdf home/geociencias/geodesia/param_transf/
e Susan E. Nichols 2
www.ibge.gov.br default_param_transf.shtm.
3 IBGE, Banco de Dados Geogésicos. Disponível em 6 Resolução n° 23, de 21 de fevereiro de 1989.
(University of New Brunswick – UNB)
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/ Disponibilizado em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/docu-
Mark Doucette e Dave Carney (WaterMark
sgb.shtm mentos/geodesia/pdf/rpr-2389.pdf
Industries)

2007 - Ponto de Referência 1 5


Artigo

Impactos Sociais –
Acesso e Uso de
Informação Geoespacial

Território aldeia de Sapukai

O Brasil, como muitos dos países em desenvolvimento, está adotando a Infra-estrutura de Dados Espaciais
– Ide (Spatial Data Infrastructure – SDI), para uma nova reestruturação dos dados geoespaciais. Um dos
desafios para uma Ide no Brasil é o de facilitar a tomada de decisões dos gestores de políticas públicas,
e explicitar aos usuários em potencial quais os benefícios advindos da Ide, principalmente os sociais.

O
O objetivo deste artigo é apresentar brasileiro, e a Universidade de New O PIGN está composto por três gru-
projetos-piloto, integrantes da estrutura Brunswick, pelo lado canadense, tendo pos com as respectivas funções:
do Projeto de Infra-estrutura Geoespa- sido estabelecido seguindo o Projeto Técnico – integrar a rede geodésica
cial Nacional (PIGN), onde são analisados Mudança de Referencial Geodésico clássica ao SIRGAS2000, modelar
os impactos sociais relativos aos bene- (PMRG). distorções das redes clássicas com
fícios, em termos, do acesso eqüitativo Os critérios estabelecidos pela Cida relação ao SIRGAS2000 e criar modelos
e da informação sobre terra, visto que para apoio ao projeto englobam questões de transformação de datum que
se torna imprescindível estabelecer a que devem demonstrar melhorias nos considerem essas distorções;
relação entre o mundo técnico da Ide seguintes aspectos: Interface com os usuários –
com o mundo real, ou seja, apresentar a) equidade de gênero; trabalhar com uma variedade ampla de
como a Ide pode contribuir para melhoria b) acesso eqüitativo a terra; usuários com o objetivo de disseminar
socioeconômica da população. c) gestão ambiental; ferramentas e desenvolver metodo-
O Projeto de Infra-estrutura Geoespa- d) acesso à informação. logias para assegurar as vantagens da
cial Nacional (PIGN) é fruto de coope- Assim, no desenvolvimento do Infra-estrutura Geoespacial Nacional e
ração entre a Agência Brasileira de PIGN, as equipes canadenses e bra- melhorar o uso da informação geo-
Cooperação (ABC) e a Agência Cana- sileiras vêm enfatizando significati- espacial;
dense Internacional de Desenvolvi- vamente a demonstração de como a Social – identificar como os
mento (Cida, em inglês) e tem como mudança de datum geodésico afetaria a impactos gerados pela adoção do novo
instituições líderes o IBGE, pelo lado sociedade. sistema geodésico podem melhorar a

16 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Programa Cadastro de Terras e Regularização Fundiária no Brasil


MDA/SRA e IADB/BID - Apresentação Geral do Programa –
MDA/SRA, 2007

eqüidade (por exemplo, eqüidade de a regularização de terra (Haverá mento Agrário - Projeto Cadastro de
gênero, eqüidade para as minorias incertezas e disputas, e nesse caso, Imóveis Rurais – IADB/BID
étnicas, acesso a informação, seguridade como elas podem ser minimizadas?); Janaúba (MG): processo de levanta-
da terra e acesso a serviços). b) Investigação de impactos no mento e de instrumentos legais para
Os projetos de demonstração criados processo de titulação de terra, no titulação (planta e memorial descritivo);
com ênfase nos impactos sociais processo de registro e limites (O uso de Seminário SRA - de 27 a 29 de julho
envolvem: GPS e do SIRGAS2000 pode tornar a de 2007: participação IBGE e UNB; con-
1. Regularização Fundiária: identificar regularização da terra mais eficiente, vênio e análise de dados – em anda-
impactos na delimitação de propriedades beneficiando mais pessoas?); mento.
rurais e registro de direitos, acesso à c) Exame da introdução de dados de O Programa SRA compreende a
informação, eqüidade de gênero e propriedades no CNIR (Como o uso do efetivação dos processos para a
acesso a terra. Projeto desenvolvido novo sistema de coordenadas pode regularização fundiária de lotes em
junto com o Ministério do Desen- melhorar a integração de dados no 83 municípios das cinco Unidades
volvimento Agrário (MDA), dentro do processo de registro, e no acesso à da Federação, conforme figura acima. O
acordo de atividades de reordenamento informação por proprietários, tabeliães, Programa irá cadastrar, segundo a lei 10
agrário em cinco UF’s, Maranhão, Ceará, bancos e agências de governo?); 267/2001, aproximadamente 144.000
Bahia, Minas Gerais e São Paulo, que d) Contribuição para as avaliações imóveis rurais nos municípios selecio-
envolve a utilização do novo referencial socioeconômicas especificamente nados e aproximadamente 44.500 imó-
geodésico. Está inserida no projeto relacionadas a gênero e pobreza (Que
avaliação socioeconômica das popu- dados básicos são exigidos para avaliar
lações envolvidas. os impactos em gênero?);
Resultados e benefícios esperados: e) Desenvolvimento de seminários e
a) Análise dos assuntos legais, workshops para demonstrar a evolução
procedimentos de levantamento de e as lições do projeto demonstração.
campo e documentação cartográfica Ações realizadas:
envolvidos utilizando o SIRGAS2000 para MDA/SRA – Secretaria de Reordena- Figura 1: Reuniões PIGN e INCRA – SR29

2007 - Ponto de Referência 1 7


Artigo

veis rurais de pequenos produtores se-


rão regularizados nos municípios seleci-
onados.
Programa Cadastro de Terras e Regu-
larização Fundiária no BrasilMDA/SRA e
Figura 2 – Localização da comunidade
IADB/BID Guarani-Mbya
Apresentação Geral do Programa –
MDA/SRA, 2007
Incra – SR29 – Petrolina - análise pacial entre SIRGAS2000 e os sistemas
dos dados inerentes ao referencial de coordenadas anteriores (A mudança
geodésico nos processos e instrumen- de datum terá alguma implicação legal
tos de regularização fundiária (Incra e na definição dos limites territoriais?
Ministério da Fazenda), em reunião Como decretos presidenciais passados
realizada com a equipe do Incra (ver podem ser adequados e/ou gerenciados
figura 1 na página anterior); no novo sistema?);
inventário e análise dos processos, b) Examinar as questões relacio- A sequência de fotos, a seguir, apre-
instrumentos e dados da regularização nadas ao acesso e à integração de senta algumas características do territó-
fundiária (contrato Incra-SR29 com a informação disponível para a terra rio (rural e montanhoso, próximo ao lito-
Fundação para o Desenvolvimento do indígena (Um SIG pode ser usado mais ral), das comunidades, as habilidades e
Semi-árido Brasileiro - Fundesa); efetivamente? Como o conhecimento os hábitos da comunidade Guarani
prioridade: áreas dos canais de tradicional pode ser aperfeiçoado?); (aldeias: Sapukai e Paraty-Mirim).
transposição do Rio São Francisco; c) Conduzir seminários sobre o novo Ações realizadas:
convênio e análise de dados – em referencial geodésico para a área de construção de projetos-pilotos: ca-
andamento. mapeamento da Funai, para a Funasa e a pacitação no uso de informação geoes-
2. Comunidades Indígenas: identifi- Fiocruz; capacitação em cartografia, GPS pacial e composição de SIG (temas: saú-
car impactos no processo de delimita- e SIG; e transferir conhecimento do pro- de, saneamento e monitoramento
ção da terra e suporte a sua execução, cesso de reivindicações de terras nati- territorial e ambiental);
acesso a terra, informação, saúde, sane- vas no Canadá (O processo de reivindi- aquisição de vôo (1: 30 000) – Esta-
amento e educação. Projeto em parceria cações de terras e o processo de levan- do do Rio de Janeiro, elaboração de ma-
com a Funai, Funasa, Fiocruz e Secretari- tamento de limites podem ser melhora- peamento sitemático 1: 25 000. Para a
as de Educação Estadual e Municipal dos?); área da Aldeia Sapukai - ortofotos (me-
(Paraty e Angra dos Reis), que focaliza a d) Capacitar a comunidade indígena da nores que 1: 5 000) e geração de bases
eqüidade étnica, segurança para as etnia Guarani-Mbya do Rio de Janeiro, cartográficas por compilação e restitui-
reivindicações de terra, e acesso cres- Angra dos Reis e Paraty (figura 3), em ção. Planejamento e execução de apoio
cente da comunidade à informação para leitura de mapas, uso do GPS e na de campo – em andamento;
gerenciamento de suas terras. visualização de documentação carto- inventário e análise de dados;
Resultados e benefícios esperados: gráfica em um SIG visando à gestão co- consolidação do conteúdo progra-
a) Análise dos limites em uma região munitária e ao monitoramento de suas mático da capacitação com os represen-
para determinar qualquer diferença es- terras.

18 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Figura 3 - Comunidades das aldeias e escolas ensino fundamental,


Território aldeia de Sapukai – comunidade Guarani-Mbya

tantes indígenas (Guarani), professores


e órgãos parceiros;
capacitação em três vertentes: 1o
módulo – Leitura de Mapas (42 parti-
cipantes: 33 índios e 9 não índios) 24 a
28 de setembro de 2007).
3. Comunidade Quilombola: identifi-
car impactos no reconhecimento de désico no processo de regularização de
áreas de remanescentes de escravos. territórios Quilombolas, comparando
Projeto em parceria com o Incra e a UFPE, três levantamentos dos limites externos
que procura demonstrar como o novo de uma área selecionada para determi-
sistema de referência geodésico pode nar diferenças espaciais (Qual é o im-
auxiliar na capacitação de comunidades pacto nos levantamentos com a nova
quilombolas para a obtenção do título lei de regularização fundiária usando
comunal de sua terra, e no acesso e uso SIRGAS2000, e como isso se relaciona
de informação geoespacial para o de- com o processo de regularização?);
senvolvimento sustentável. A comuni- b) Análise e documentação das ques-
dade em estudo reside no Quilombo tões processuais de regularização de ter- a municipalidade adjacente na adminis-
Castainho, localizado no Município de ras Quilombolas e capacitação da comu- tração de terra (Quais informações são
Garanhuns, Pernambuco. nidade no acesso e uso de informação acessíveis e como podem ser usadas?);
Resultados e Benefícios esperados: geoespacial; d) Análise de assuntos de terra rela-
a) Análise dos impactos legais e c)Desenvolvimento de um SIG de- cionados a gênero, ao acesso à informa-
cartográficos do novo referencial geo- monstração para ajudar a comunidade e ção e à segurança de título (O que pode

2007 - Ponto de Referência 1 9


Artigo

Figura 4 - (a) Rede GPS Nordeste e


(b) Rede GPS densificada

Figura 5 - Reunião de estágio processos Incra Figura 6 - Pesquisa e complementação


e com Lideranças Quilombolas de cadastro fundiário

Inventário do estágio dos processos ceria com a Associação de Mulheres da


para titulação e registro das terras Mangueira e a Secretaria de Ação Social
Figura 7 – SIG preliminar, com dados da regulariza- quilombolas de Castainho, realizado pelo do Rio de Janeiro. A Associação das Mu-
ção fundiária – Castainho
Incra seguindo a Instrução Normativa 20 lheres da Mangueira quer ampliar sua
ser apreendido a partir da experiência de (figura 5); capacidade de acesso a melhores em-
grupos étnicos semelhantes no Canadá Construção do projeto-piloto com a pregos e prover melhores serviços às
para beneficiar as comunidades?); Comunidade de Castainho, Prefeitura de mulheres e crianças da favela. Para con-
e) Capacitação no Incra e nas comuni- Garanhuns e Djumbay; seguir realizar essas metas precisam ter
dades (Como uma comunidade pode se Complementação do cadastro acesso a treinamento.
organizar melhor para tornar o processo fundiário e pesquisa socioeconômica Atividades realizadas pelos parceiros
de titulação mais eficiente?); (figura 6); canadenses:
f) Capacitar a comunidade negra em Análise e integração de dados - em a) Auxiliar no desenvolvimento
leitura de mapas, uso do GPS e na desenvolvimento; de um plano empresarial de acesso
visualização de documentação carto- Inventário da área educacional a financiamento para a obtenção
gráfica em um SIG visando à gestão co- (escola de ensino fundamental) para de uma nova e adequada acomodação
munitária e ao monitoramento de terras módulos de capacitação em leitura de para apoiar as atividades implementadas
da comunidade de Castainho, mapas, uso de GPS e acesso e uso com a comunidade;
Garanhuns, Pernambuco. de informação geográfica (SIG) - vide b) Ajuda para disponibilizar internet
Ações realizadas: figura 7, a serem ministrados para a co- legal, acesso a software de capacitação
Parceria: Incra / Recife e Comunidade munidade professores e órgãos parcei- e computadores e contribuições para a
Castainho ros – em desenvolvimento. biblioteca da Associação das Mulheres
Densificação da rede GPS / PE 4. Gênero: ajudar uma associa- por doações públicas e privadas (Como
(figura 4); ção de mulheres urbanas em uma favela o acesso à informação poderá ajudar a
Suporte para a delimitação da área na obtenção de uma propriedade segura Associação da Mulher e seus
quilombola, e geração de cadastro para apoiar treinamento e desenvolvi- beneficiários principais: suas crianças?);
fundiário; mento da comunidade. Projeto em par- c) Promover treinamento em uma va-

20 Ponto de Referência - 2007


Artigo

Figura 8 - Evento de consolidação do Plano de Negócios

riedade de áreas para melhorar acesso à


Figura 9 – Mapeamento de famílias atendidas
informação (PIGN).
pelo Bolsa Família, em Curitiba
Ações realizadas:
Consolidação do Plano de Negócios no referenciamento de dados e informa-
e Centro de Apoio desenvolvido pelos ções dos bancos de dados da Sagi; jeto de curto prazo, principalmente no
parceiros canadenses (reunião sobre b) Estudos e suporte aos processos tocante a aproximar o mundo técnico-
Plano de Negócios - figura 8); de avaliações socioeconômicas, espa- científico da sociedade em geral. Tam-
Diretrizes para módulos de capa- cialização de informações e análises es- bém existem demandas declaradas por
citação: liderança, acesso e uso de IG, paciais (monitoramento: consulta e iden- dados básicos sólidos e estatisticamen-
informática, entre outros. tificação dos beneficiários). te confiáveis, além de metodologias e
5. Benefícios Sociais: Desenvol- Ações realizadas: análises para avaliar o real impacto da
ver estudos e metodologias para a Identificação e inventário de dados mudança do referencial geodésico.
espacialização do Sistema de Informa- utilizados no gerenciamento dos bene- No desenvolvimento dos projetos-pi-
ção de Gerenciamento dos Benefícios fícios; loto observou-se a demanda dos órgãos
Sociais do Governo Federal. Projeto em Elaboração de mapeamento temático parceiros e das comunidades envolvidas
parceria com o Ministério do Desenvol- (dados Censo Demográfico 2000) para por projetos similares que propiciem a
vimento Social (MDS), desenvolvido em as cidades de Curitiba, Belo Horizonte e continuidade das ações, especialmente
conjunto com a Superintendência de Crato; quanto a capacitação e uso de Informa-
Avaliação e Gestão de Informação (Sagi) Estudo de caso: Curitiba (figura 9) – ção Geoespacial. Sem isso os avanços
que gerencia os bancos de dados refe- integração de dados e adequações de técnicos permanecerão fora do alcance
rentes aos benefícios sociais, hoje dis- cadastros (IPPUC, Correios e PNAD/IBGE) das pessoas.
tribuídos pelo Governo (Bolsa Família, – 51% identificados
Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, entre Considerações Artigo elaborado por:
outros) - (figura 9). Há muitos desafios na tentativa de Anna Lucia Barreto de Freitas, Nilo Cesar
Resultados e benefícios esperados: demonstrar benefícios sociais (especi- Coelho da Silva (IBGE); Andrea F. T. Carneiro
a) Suporte para uso do SIRGAS2000 (UFPE); Silvane Karoline Silva Paixão, Susan
almente quanto à eqüidade) em um pro-
Nichols e Hazel Onsrud (UNB, Canadá).

2007 - Ponto de Referência 2 1


Artigo

Integração da RBMC e RIBaC


Parceria do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e do
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra),
oficializada em 2006,
permitiu a fusão e a
expansão das redes
RBMC e RIBaC
Após a assinatura de
um termo de cooperação
técnica entre o IBGE e o
Incra, a Rede Brasileira de
Monitoramento Contí-
nuo (RBMC) e a Rede
Incra de Bases Comuni-
tárias (RIBaC), ambas do
sistema GPS, foram inte-
Distribuição atual das estações da RBMC/RIBaC.
gradas, sendo denomina-
das RBMC/RIBaC. A fusão trocada a grande los de receptores: o NetRS e o NetR5,
é, certamente, uma das maioria dos recepto- sendo que o modelo NetR5 rastreia in-
melhores notícias que a res das estações da formações dos sistemas GPS e
área de georreferencia- RBMC pelos novos GLONASS. Outra vantagem é que os da-
mento e posicionamen- Estações ONRJ, localizada no equipamentos adqui- dos coletados pelas estações estão sen-
Rio de Janeiro (lado esquerdo) e
to poderia receber. Maba, localizada na SR do Incra
ridos pelo Incra. Além do disponibilizados através do portal do
O RIBaC operava com de Marabá (lado direito). disso, novas estações Incra - http://ribac.incra.gov.br - e do IBGE
31 estações com receptores de uma fre- foram estabelecidas em Superinten- ftp://geoftp.ibge.gov.br/RBMC. No pri-
qüência, enquanto a RBMC possuía 24 dências Regionais do Incra. Os novos re- meiro são disponibilizados arquivos ho-
estações com receptores de dupla fre- ceptores dispensam o uso de rários com intervalo de coleta de
qüência. Porém, a partir de março desse microcomputadores na estação, facili- cinco segundos, já no outro portal, os
ano, o Incra e o IBGE deram início às ativi- tando o controle operacional da rede, arquivos são diários com intervalo de
dades de expansão da RBMC/RIBaC, gra- uma vez que esse pode ser realizado coleta de 15 segundos. Além dos dados,
ças à aquisição pelo Incra, em 2006, de remotamente pelos Centros de Contro- cada portal divulga aos usuários as infor-
80 receptores de dupla freqüência de le localizados no Incra em Brasília e no mações necessárias de cada estação
última geração. IBGE no Rio de Janeiro. A rede RBMC e para o processamento dos dados.
Na primeira etapa dessas atividades foi RIBaC utiliza basicamente dois mode- As melhorias a serem implementadas

22 Ponto de Referência - 2007


Notícias
não param na fusão e expansão da
RBMC/RIBaC. No âmbito das atividades
do PIGN, o IBGE está trabalhando na eta- PIGN abre novo fórum
pa de modernização da RBMC/RIBaC, a
qual consiste na implementação do virtual de discussões
sistema de correções em tempo real
semelhante ao que é adotado hoje pelo O leitor interessado já pode contar com um novo veículo para discutir
Canadá, o CDGPS – Canada-Wide DGPS assuntos ligados à adoção e ao emprego do SIRGAS2000 no Brasil.
Correction Service.
A página do PIGN na internet abriu um fórum para que os internautas
A RBMC/RIbaC, além de manter o ser-
viço para os usuários que necessitam possam debater sobre vantagens, problemas e dúvidas técnicas
utilizar os dados no modo pós-proces- do novo referencial.
sado, passará a oferecer um serviço de O fórum é moderado pelo Prof. Marcelo Santos, da University of
correção tipo WADGPS, disponibilizan-
New Brunswick (UNB). Contudo, as opiniões do moderador são
do dados e correções em tempo real, o
que permitirá aos usuários referenciar, particulares e não expressam as opiniões do IBGE ou da UNB.
de uma forma rápida e transparente, O espaço servirá também para a atualização da FAQ sobre o
seus levantamentos ao novo sistema SIRGAS2000, acessada pelo seguinte endereço: http:/www.
SIRGAS2000. A previsão é que a partir
ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/pmrg/faq.shtm. O endereço
do início de 2009 estarão disponíveis
correções, em caráter experimental, em eletrônico do fórum é http://www.pign.org/phpbb2/ ou http://
tempo real, determinadas pela utilização www.pign.org – nesse último caso, escolha a opção de idioma
de uma sub-rede formada por seis esta- (inglês ou português) e, colocando o cursor em “Sobre o PIGN”,
ções da rede.
escolha “Fórum”. Para se inscrever basta digitar nome e senha.
Pronto! Agora é só participar dos debates!

Nova estação em Manaus, Naus


localizada no Sipam de Manaus

Novo receptor – NetRs instalado


na estação RIOD.

2007 - Ponto de Referência 2 3


Notícias

Itabira é a 1ª Rebio União é a primeira


cidade mineira
Unidade de Conservação
mapeada em
SIRGAS2000 mapeada em SIRGAS2000
Uma parceria de sucesso vem sendo
Após pesquisa de
construção do protótipo de estabelecida entre o IBGE, o Ibama-RJ/
mapeamento municipal, Instituto Chico Mendes e a Reserva
Itabira é mapeada em base Biológica União (Rebio União)* através do
cartográfica 1:10.000 Projeto de Infra-estrutura Geoespacial

O Instituto de Geociências Aplica-


Nacional (PIGN), que busca apresentar os
Entrada da Rebio União
das (IGA), órgão oficial de benefícios da adoção de um referencial
Geociências do Estado de Minas único para o suporte ao gerenciamento de Unidades de Conservação.
Gerais, com o apoio da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de
O projeto ganhou mais dinamismo a bem como o processo de coleta de no-
Minas Gerais (Fapemig), concluiu,
partir da aquisição do vôo aerofotogra- mes geográficos, irá subsidiar a con-
em março de 2007, a pesquisa de
construção do protótipo de mapea- métrico de parte do Estado do Rio de fecção de uma folha de carta topo-
Janeiro, em junho de 2007, o que per- gráfica atualizada, que irá subsidiar o
mento municipal em escala
mitiu a elaboração de ortofotomosaico, SIG a ser implementado no âmbito da
1:10.000, originando o primeiro
no recorte do mapeamento sistemático Rebio/PIGN.
mapeamento do estado de Minas
nacional, na escala de 1:25.000 em Outro componente importantíssimo
Gerais, na cidade de Itabira, em
SIRGAS2000. Esse ortofotomosaico, para a gestão da Rebio União é o traba-
escala grande, referenciado ao
SIRGAS2000.
O mapeamento altimétrico e
hidrográfico do município, cuja área
é de 1.254,49 km2, foi articulado em
62 cartas, respeitando a divisão da
folha ao milionésimo. A base do
mapeamento foi o marco geodésico
SAT93788, homologado pelo IBGE e
implantado pelo IGA para a execução
do mapeamento e para o
adensamento da Rede Geodésica
Brasileira no Estado de Minas Gerais. Primeira reunião do PIGN na Rebio União – maio/2007

24 Ponto de Referência - 2007


Notícias

Visita na Unidade de Conservação

Medição e padronização da estação geodésica SAT 93.948

Ortofotomosaico

lho de interpretação visual do ortofoto- fessores e gestores da região, terá um ção dos impactos da mudança do refe-
mosaico para subsidiar um novo estudo poder disseminador e será, possivel- rencial geodésico em nível federal, es-
para detalhamento das unidades de ve- mente, fomentadora de maior consciên- tadual e municipal, no âmbito das ques-
getação, sua classificação digital super- cia geodésica e cartográfica dos atuais e tões relacionadas ao gerenciamento das
visionada, e, posteriormente, os traba- futuros usuários de informações unidades de conservação do Brasil.
lhos de coleta de florística. Todas essas geoespaciais. Como ponto de partida
* Unidade de conservação de proteção integral, cujo
atividades são insumos ao mapeamen- desse trabalho de conscientização, está objetivo principal é assegurar a proteção e a recupera-
to da vegetação, e do respectivo tema sendo realizada a instalação, pela ção de remanescentes de floresta atlântica e forma-
ções associadas, e da fauna típica que delas depende.
no SIG a ser composto. Coordenação de Geodésia do IBGE, de Abriga várias espécies endêmicas e ameaçadas de
A proposta de inserção da educação uma estação geodésica (SAT / GPS), no extinção, tais como: mico leão dourado, preguiça de
coleira, surucucu bico de jaca, dentre outras. Sua
cartográfica e geodésica (diretriz do interior da reserva. área é de 3.126 hectares e localiza-se na região da
PIGN) na educação ambiental, já ofere- Esse projeto de demonstração baixada litorânea do Estado do Rio de Janeiro, nos
municípios de Rio das Ostras (53%), Casimiro de Abreu
cida na Rebio União para estudantes, pro- constituirá um modelo para dissemina- (46%) e Macaé (1%).

2007 - Ponto de Referência 2 5


Notícias

Questionário identifica perfil


dos usuários do SIRGAS2000
PIGN e IBGE realizaram sendo que as respostas do primeiro in- mapas que precisam ser convertidos
levantamento virtual para cluíram representantes dos governos para o SIRGAS2000 e 27 mil estações
medir o impacto do novo federal, estadual e municipal; geodésicas que irão requerer valores de
datum nas atividades dos Não só usuários, mas também pro- coordenada SIRGAS;
usuários dutores de mapas responderam ao le- Os usuários que estavam familiari-
O PIGN disponibilizou, em parceria com vantamento. Dentre os usuários, foi pos- zados com as transformações geodési-
o IBGE, entre novembro de 2006 e agos- sível identificar pessoas de variada for- cas advertiram que existem algumas
to de 2007, pesquisa através de ques- mação acadêmica, incluindo Geologia, questões que devem ser discutidas nes-
tionário com o objetivo de reunir infor- Planejamento, Biologia, Geomática, Car- sa mudança de datum. Também acredi-
mações sobre como o novo datum tografia, Geografia, Arquitetura, Econo- tam que é importante que o governo
(SIRGAS2000) e seus impactos podem mia, Informática, Florestal, Engenharia use uma terminologia compreensível
afetar as atividades dos usuários, além Civil e Meio Ambiente; quando tratar diretamente com o públi-
de informá-los dos impactos de sua Aplicações utilizando os dados co, além de fornecer documentos e pro-
implementação, auxiliando-os em dúvi- geoespaciais incluem mapeamento to- cedimentos oficiais para a execução da
das que venham a surgir. pográfico, engenharia, agricultura, pes- conversão entre sistemas, incluindo
O questionário virtual contou com 123 ca comercial, SIG, gerenciamento da uma documentação do processo e um
respostas. O relatório com os resulta- zona litorânea, GPS, utilidades públicas, pacote automatizado de programas que
dos está em processo de elaboração e a planejamento municipal, gerenciamen- operem em MS Windows;
análise final será disponibilizada em no- to da terra, organização não-governamen- Os usuários gostariam de contar com
vembro de 2007. Uma avaliação inicial tal, floresta/vegetação, recreação, trans- treinamentos e seminários para ajudá-
das repostas indicou o seguinte: porte, montanhismo/caminhada, mine- los a entender a mudança de datum e
Tanto setores do governo quanto pri- ração, caça e pesca recreacional e pros- de acesso a algum tipo de suporte, seja
vados responderam ao questionário, pecção de óleo e gás; telefônico, site ou FAQ. Assistência na
Uma grande maioria das pessoas que migração de dados também foi um ponto
respondeu ao levantamento está ciente abordado;
a respeito do SIRGAS2000 e seus im- Os usuários acreditam que qualquer
pactos; programa de software fornecido deverá
As ferramentas SIG mais usadas são ter a habilidade de transformar as coor-
o ArcGIS, AutoCAD, Microstation e denadas geodésicas para coordenadas
Spring. Já os sistemas de referência cartográficas e vice-versa, converter
mais usados são o WGS (82 usuários), alturas ortométricas em alturas geodé-
SAD 69 (81 usuários), Córrego Alegre sicas (elipsoidal) e vice-versa, e ser ca-
(66 usuários), e SAD 69, antes do ajuste paz de aceitar um arquivo de entrada em
de 1996, (57 usuários); coordenadas cartesianas, coordenadas
Estima-se que haja mais de 36 mil geodésicas e coordenadas planas.

26 Ponto de Referência
Referência -- 2007
2007
Notícias

Censos 2007 do IBGE utilizaram


mapas já em SIRGAS2000
Para a atividade de coleta dos Censos 2007 (contagem da população para os
municípios com menos de 170 mil habitantes e censo agropecuário), foram
produzidos mais de cinco mil mapas municipais digitais estatísticos atualizados e
referenciados ao SIRGAS2000.
A partir desses novos produtos foram gerados 63 mil arquivos no formato jpg dos setores censitários
rurais, com a finalidade de compor as cadernetas dos recenseadores, oferecendo melhor visualização dos
mapas nos computadores de mão utilizados para execução do recenseamento.

SIRGAS2000 no Colóquio de Geodésia


Workshop do SIRGAS2000 no à mudança do referencial geodésico brasileiro. parâmetros oficiais já foram publicados atra-
Colóquio de Geodésia motiva Pontos interessantes do evento: vés da Resolução 01/2005 do IBGE, que esta-
não indicação por parte de instituições belece o SIRGAS2000 como sistema de refe-
recomendação para que o Incra
públicas, do SIRGAS2000 como sistema geo- rência brasileiro e, considerando que já se pas-
modifique suas normas e adote o
désico preferencialmente a ser empregado nos saram mais de dois anos da publicação dos
novo referencial serviços realizados parâmetros oficiais, faz-se uma moção para
Aconteceu no período de 24 a 27 de Julho uso ainda atual do sistema Córrego Ale- que o Incra proceda a atualização da norma de
de 2007 em Presidente Prudente – SP, o gre para novos mapeamentos georreferenciamento de imóveis rurais incluindo
Workshop “Mudança para o Referencial falta de comunicação ou dificuldade na a adoção imediata do SIRGAS2000 como sis-
Geocêntrico SIRGAS2000 no Brasil: estado comunicação de informações geodésicas para tema de referência preferencial para os traba-
atual e perspectiva”, dentro do II Simpósio a sociedade de modo geral lhos de georreferenciamento. Recomenda-se
Brasileiro de Geomática e do V Colóquio Brasi- Segue na íntegra a moção produzida pelo que sejam feitas consultas às universidades
leiro de Ciências Geodésicas. O objetivo era Workshop: para dar o suporte técnico na atualização das
apresentar o estágio atual do SIRGAS2000 e “Considerando que durante o I SIMGEO normas.”
do PIGN, incluindo as ações dos responsáveis realizado em Recife no ano de 2004 foi discu- Moção aprovada por unanimidade na sessão
pelo sistema e dos usuários. tido e aceita pelo IBGE, a divulgação dos de encerramento do II SBG – V CBCG, dia
Participaram cerca de 70 pessoas, que tive- parâmetros preliminares do SIRGAS2000 vi- 27 de julho de 2007. Veja no endereço abaixo:
ram a oportunidade de evidenciar, conhecer e sando facilitar o georreferenciamento de imó- http://www2.prudente.unesp.br/sbg-cbcg/
debater aspectos relevantes no que se refere veis rurais. Considerando ainda que os arq/Mocao_INCRA_SIRGAS_ 2000.pdf

2007 - Ponto de Referência 2 7


Notícias

Normas para mapeamento cadastral


devem entrar em vigor em 2008

Foi criado no final do ano passado, no usuários e produtores que se ressen- vários problemas encontrados atual-
âmbito da Comissão Nacional de Car- tem da falta de padrão do mapeamen- mente, tais como: geometria deficien-
tografia (Concar), o Comitê de Norma- to terrestre de referência, em escalas te, formatos de arquivos diferentes, di-
tização do Mapeamento Cadastral, que maiores do que 1:25 000. vergências toponímicas, falta de padro-
tem como meta elaborar normas para A previsão é que em meados de 2008 nização de escalas, limites, falta de
mapeamentos em escalas cadastrais. já estejam em vigor normas padroni- metadados e, finalmente, referenciais
A motivação para criação desse Co- zando os mapeamentos nessas esca- geodésicos variados e alguns pouco co-
mitê surgiu a partir da necessidade de las, o que ocasionará a diminuição de nhecidos.

IBGE adquire novas fotos


aéreas do Estado do Rio de Janeiro
O IBGE, na busca de insumos para atu- topográficas que recobrem a área da
alização e densificação do mapea- Reserva Biológica União, localizada nos
mento terrestre sistemático, adquiriu municípios de Rio das Ostras, Casimiro
recentemente novo vôo aerofotogramé- de Abreu e Macaé, além de áreas de ficos nas áreas citadas.
trico de parte do Estado do Rio de Janei- terras indígenas, da etnia Guarani Mbya O IBGE e a Secretaria Estadual de Meio
ro, composto de 1800 fotografias aéreas em Parati e Angra dos Reis. Ambiente do Rio de Janeiro (Sema)
na escala 1:30 000, com o objetivo de Já foram elaborados ortofotomo- estão formalizando convênio para ma-
mapear o estado na escala de 1:25.000. saicos (1:25.000), em SIRGAS2000, que peamento de todo o Estado do Rio de
Na linha de produção cartográfica do servirão de insumos para a fase de Janeiro, em escala 1:25.000 no novo
IBGE estão sendo priorizadas as folhas reambulação e coleta de nomes geográ- referencial, SIRGAS2000.

28 Ponto de Referência - 2007


Eventos

PIGN promoverá II Workshop


sobre Territórios Quilombolas
Questões Sociais, Legais e Técnicas

Evento, com previsão para


abril de 2008, vai
apresentar os resultados
das ações do PIGN, o
I Workshop foi realizado
I Workshop Quilombola - Recife/PE
em junho de 2006.
Com o objetivo de apresentar os ONG’s, universidades e as diversas
Estima-se que existam
resultados das ações do PIGN no instituições envolvidas, além de
hoje no Brasil cerca de projeto de demonstração realizado apresentar as ações desenvolvidas no
2.800 comunidades na comunidade de Castainho, em âmbito do PIGN, de cooperação téc-
quilombolas, consideradas Garanhuns, Pernambuco, entre os nica entre os governos brasileiro e
dias 28 e 29 de junho de 2006, o canadense.
verdadeiros núcleos de
grupo de trabalho responsável Durante o evento, representantes
resistência histórica. A pelos Impactos Sociais do PIGN está das instituições que atuam direta-
importância do território organizando o II Workshop, previsto mente no processo de regularização
para essas comunidades e para abril de 2008, onde serão de territórios quilombolas tiveram a
também apresentados os desdo- oportunidade de abordar diversos as-
a dificuldade institucional
bramentos dessas ações, através suntos referentes ao tema, com a par-
de concretizar o sonho da
de outros projetos que tiveram ticipação efetiva de comunidades,
regularização levou o PIGN início com apoio das instituições pesquisadores, organizações não-go-
a organizar a segunda parceiras. vernamentais e instituições públicas
O evento em Pernambuco teve que, de alguma forma, lidam com as
edição do Workshop sobre
como objetivo contribuir para um populações quilombolas. O Work-
Territórios Quilombolas –
melhor entendimento do processo shop representou uma contribuição
Questões Sociais, Legais e de regularização de territórios do PIGN para uma melhor compre-
Técnicas. quilombolas através da promoção ensão sobre a regularização dos ter-
de debates entre as comunidades, ritórios quilombolas.

2007 - Ponto de Referência 2 9


Eventos

Projeto participará da próxima edição


do Congresso Brasileiro de Cartografia
com estande e trabalhos
Evento, que acontecerá entre os dias 21 e 24 de outubro, no Rio,
contará com apresentação de trabalhos técnicos que abordarão
temas como transformação para o referencial SIRGAS2000 e
expansão das redes RBMC/RIBaC

O PIGN/PMRG participará, entre os dias


21 e 24 de outubro, do XXIII Congresso
Brasileiro de Cartografia, no Rio de Ja- Marcelo de Carvalho Santos e Susan La Plata)
neiro. Haverá um estande do projeto para E. Nichols, University of New Brunswick Aplicação de uma Metodologia de
atendimento direcionado, onde aconte- (UNB) Mapas Cognitivos no Território Quilom-
cerão apresentações programadas, e vá- Mark Doucette e Dave Carney bola de Castainho
rios trabalhos técnicos serão expostos. (WaterMark Industries) Ericka Delania Veríssimo de Andrade
Veja abaixo os trabalhos que serão Plano de Expansão e Modernização (IBGE)
apresentados: das Redes Ativas RBMC/RIBaC Andrea Flávia Tenório Carneiro (UFPE)
Uma Visão Crítica do Processo Luiz Paulo Souto Fortes, Sônia Maria Temas Atuais da Geodésia e Carto--
Decisório para a Transformação de uma Alves Costa, Mário Alexandre de Abreu, grafia, Integrados à Educação Ambiental
Base de Dados em SAD 69 para Newton José de Moura Júnior, Alberto Vania de Oliveira Nagem, Ana Maria
SIRGAS2000. Luis da Silva e Marco Aurélio de Almeida Goulart Bustamante, Fernando Bezerra
Proposta para a Obtenção de Coor- Lima (IBGE) Barroso e Luiz Antônio Xavier (IBGE)
denadas em SAD 69 e SIRGAS2000 usan- João Francisco Galera Mônico (Unesp) Modelagem das Distorções entre
do o mesmo Documento Cartográfico Marcelo Carvalho Santos (Universida- Diferentes Realizações da Rede Plani-
Custos Operacionais para a Conver- de de New Brunswick) métrica do SGB Utilizando o Software
são do Mapeamento Topográfico: Pro- Resultados Obtidos Aplicando Ma- NTV2
jeto Demonstração do PMRG pas de Ionosfera para Posicionamento Sônia Maria Alves Costa e Marcos
João Bosco de Azevedo, Anna Lucia Absoluto e Relativo na América do Sul Ferreira dos Santos
Barreto de Freitas e Nilo César Coelho Sônia Maria Alves Costa, Alberto Luis Conversão entre as Coordenadas
da Silva, Instituto Brasileiro de Geogra- da Silva, Newton José de Moura Júnior dos Referenciais Geodésicos no Brasil:
fia e Estatística (IBGE) e Mário Alexandre de Abreu (IBGE) uma Abordagem Prática
Leonardo Castro de Oliveira, Instituto Mauricio Alfredo Gende e Claudio An- Fabiana S. Pires de Castro (IBGE)
Militar de Engenharia (Ime) tonio Brunini (Universidade Nacional de Leonardo C. de Oliveira (Ime)

30 Ponto de Referência - 2007


Geoespacial Nacional (PIGN) Projeto de Infra-estrutura
Geoespacial Nacional (PIGN)
Projeto de Infra-estrutura

do Referencial Geodésico (PMRG)


Projeto de cooperação técnica, assinado em
2004 entre a Agência Internacional de Desenvol-
vimento Canadense (Cida) e a Agência Brasileira
de Cooperação (ABC). A parte canadense é da
Universidade de New Brunswick (UNB), com o
apoio de instituições canadenses governamentais
e privadas e a parte brasileira é coordenada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Projeto Mudança
Projeto Mudança do Referencial
Geodésico (PMRG)
Objetiva promover a adoção no país de um novo
sistema de referência, mais moderno, de concepção
geocêntrica e compatível com as mais modernas
tecnologias de posicionamento.

Legislação
http://www.ibge.gov.br/home/
geociencias/geodesia/pmrg/leg.shtm Cronograma
Decreto Nº 5334/2005
Data Ação
Dá nova redação ao art. 21 e revoga o
2000 Criação do PMRG 1
art. 22 do Decreto no 89.817, de 20 de
junho de 1984, que estabelece as Instru- 2003 Definição do Sistema de Referência
ções Reguladoras das Normas Técnicas 25/02/2005 Início do Período de Transição 2

da Cartografia Nacional. (Convivência entre os sistemas)


Decreto Nº 89.817 (nova redação) 2014 Adoção definitiva do novo sistema
Redação com as alterações efetuadas
1: I Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil
pelo Decreto 5334/2005. 2: II Seminário sobre Referencial Geocêntrico no Brasil
Resolução do Presidente do IBGE Nº 1/ Período de Transição - Intervalo de tempo durante o qual o novo sistema
(SIRGAS2000) e os sistemas anteriores (SAD 69 e Córrego Alegre) poderão ser
2005 altera a caracterização do Sistema oficialmente utilizados, proporcionando ao usuário a adequação e ajuste de suas
bases de dados, métodos e procedimentos ao novo sistema.
Geodésico Brasileiro.

2007 - Ponto de Referência 3 1

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