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Campus Piranhas

Curso Técnico em Agroecologia


Disciplina: Fundamentos da Ciência Solo

NOÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO DO
SOLO

Professor Michelangelo de Oliveira Silva

Piranhas – AL
2023
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

O objetivo de qualquer classificação de objetos


naturais é ORGANIZAR os nossos conhecimentos de
tal maneira que as propriedades delas possam ser
RELEMBRADAS e as RELAÇÕES entre elas possam
ser mais facilmente compreendidas.

População: É o conjunto de todos os indivíduos de


um fenômeno natural.

Indivíduo: Menor corpo natural que pode ser definido


como uma entidade completa em si mesmo.

Para o solo é o PEDON x PERFIL


CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO

Quando uma população é diversificada de


forma que a separação de classes segundo um
único conjunto de critério, não possibilita a sua
classificação, tem-se que fazer a subdivisão de
classes, em diferentes categorias (Sistemas
multicategóricos).
TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO

Classificação técnica e classificação natural

Classificações técnicas – estabelecem grupos de


indivíduos para uma finalidade específica, visando
unicamente aplicações de caráter prático:

•Classificações de solos para fins de geotecnia;


•Sistema de Classificação da Capacidade de Uso das
Terras;
•Sistema FAO/Brasileiro de Avaliação da Aptidão Agrícola
das Terras;
•Classificação de Terras para Irrigação, etc.
Classificações naturais – a finalidade maior é
organizar os conhecimentos que se têm sobre os
solos, sem fazer referência a um objetivo
específico:

•Sistema Americano de Classificação de solos


(Soil Taxonomy);
•Legenda do Mapa-mundi de solos (Classificação
da FAO/UNESCO)
•Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
SISTEMA BRASILEIRO DE
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

• Baseada no antigo sistema americano formulado por


Baldwin, Kellog e Thorp (1938), e modificada por
Thorp e Smith (1949);

• Iniciada na década de 50 absorveu conceitos e critérios


do SOIL TAXONOMY E DA FAO.

IMPORTÂNCIA DE HORIZONTES DIAGNÓSTICOS


(Superficiais e subsuperficiais) e ATRIBUTOS
DIAGNÓSTICOS.
CARACTERÍSTICAS

MULTICATEGÓRICO, DESCENDENTE E ABERTO.

1º NÍVEL CATEGÓRICO: ORDEM


2º NÍVEL CATEGÓRICO: SUB-ORDEM
3º NÍVEL CATEGÓRICO: GRANDE-GRUPO
4ºNÍVEL CATEGÓRICO: SUB-GRUPO
5º NÍVEL CATEGÓRICO: FAMÍLIA
6º NÍVEL CATEGÓRICO: SÉRIE.
ORDEM:
Presença ou ausência de horizontes diagnósticos,
atributos ou propriedades passíveis de serem
identificadas no campo, relacionadas aos processos de
formação.

SUB-ODEM:

• Características que refletem processos secundários


que influenciaram os processos de formação
dominantes.

Ex.: GLEISSOLO TIOMÓRFICO


• Características responsáveis pela ausência de
diferenciação de horizontes diagnósticos;

Ex.: LUVISSOLO HÁPLICO

• Propriedades que são extremamente importantes para o


desenvolvimento das plantas ou outros usos;

Ex.: PLANOSSOLO NÁTRICO, GLEISSOLO SÁLICO

• Propriedades ou características diferenciais dentro das


classes do 1º nível.

Ex.: NEOSSOLO FLÚVICO, NEOSSOLO LITÓLICO.


GRANDE GRUPO: Tipo e arranjamento dos horizontes,
atividade de argila, complexo sortivo (V%, m%, PST), sais
solúveis, propriedades restritivas á penetração de raízes e
movimento de água.

Ex.: ARGISSOLO VERMELHO Distrófico

SUB-GRUPO: Conceito central da classe (típico),


características intermediárias ou extraordinárias.

Ex.: NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico

FAMÍLIA: Características físicas, químicas e mineralógicas,


informações pragmáticas.

SÉRIE: Características ligadas ao crescimento das plantas.


CLASSES 1º NÍVEL CATEGÓRICO
ORDEM ELEMENTO TERMOS DE CONOTAÇÃO E MEMORIZAÇÃO
FORMATIVO

NEOSSOLO NEO Novo. Pouco desenvolvido.


VERTISSOLO VERTI “Vertere”, inverter. Horizonte vértico.
“Cambiare”, mudar. Em evolução. B incipiente.
CAMBISSOLO CAMBI

A chernozêmico, preto, rico em matéria orgânica e


CHERNOSSOLO CHERNO
bases.

“Luere” iluvial, B textural com alta saturação por bases e


LUVISSOLO LUVI
Ta.

“Argilla”. Acumulação de argila. B textural, com baixa

ARGISSOLO ARGI saturação por bases. Tb ou Ta.

“Nitidus”. Brilhante. Horizonte B nítico Tb.


NITOSSOLO NITO

“Lat”. Latolização, hor. B latossólico. Material muito


LATOSSOLO LATO
alterado.

ESPODOSSOLO ESPODO “Spodos”, cinza vegetal. Hor. B espódico.

PLANOSSOLO PLANO “Planus”. Horizonte B espódico.


PLINTOSSOLO PLINTO “Planus”. Plintita. Hor. Plíntico.
GLEISSOLO GLEI Glei. Horizonte glei.
ORGANOSSOLO ORGANO Orgânico. Horizonte H ou hístico.
NOMENCLATURA
a) Fichas de descrição morfológica e legendas
de mapas.
NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutófico vértico

1 e 2º nível categórico 3º nível categórico 4º nível categórico

b) Textos corridos de livros, revistas:

NEOSSOLO FLÚVICO Ta Eutrófico vértico


5º Nível Categórico (famílias, em discussão)
Para haver coerência na nomenclatura do 5º nível
categórico, sugere-se incluir características específicas
e de grande importância para o manejo dos solos, tais
como: grupamento textural, distribuição de cascalho,
tipo de horizonte A (que não tenha sido usado em
outro nível categórico), saturação por bases, alumínio,
como exemplo tem-se:

LATOSSOLO AMARELO Ácrico petroplíntico,


textura argilosa, A moderado.
6º Nível Categórico (séries, não definidas no país)
É importante salientar que a criação, definição e
conceituação de séries requer intenso trabalho de
correlação de solos em nível nacional e
interinstitucional. Sabe-se que ainda não há condições
econômicas suficientes, para tal. Sendo assim, são
adotadas nomenclaturas provisórias onde são inseridos
dados de vegetação e de relevo, ficando a classificação
completa dessa forma:

CAMBISSO HÁPLICO Ta Eutrófico típico, textura


argilosa, A moderado, fase caatinga hiperxerófila,
relevo plano.
PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS
DO NORDESTE
LATOSSOLOS
 Solos Minerais
 Bw Latossólico - Minímo 50 cm à 200 cm
< 5% de Minerais Primários
Textura Franco-Arenoso
 Pouca diferenciação de horizonte (haploidização)
 Solos Profundos
 Baixa CTC
 Boas Características Físicas
 Típicos de Regiões Tropicais e Equatoriais
ARGISSOLOS
 Solos Minerais
 Bt
 Tb
 A ou E / Bt – transição Clara
 Profundidade Variável
(forte a imperfeitamente drenados)
ESPODOSSOLOS (Podzois)
 A histico ou E/ B Espódico
 B Espódico – Acumulação iluvial de M. O.
 (cinza a preto)
 Composto de Al
 Não satisfaz Bt
 Profundidade Variável (2 - 5 m)
 Pobres
LUVISSOLOS (bruno não cálcicos)
 A fraco(5 cm, <0,6% C); A moderado; E
 Bt ; B Nítico (“Bt fraco”)
 Sempre Ta
 Pouco Profundo (60 – 120 cm)
 Pode ter caráter Sódico
Sólodico 6% < PST NA+< 15%
PLANOSSOLOS
Solo Mineral
 A ou E
 B Plânico
 B Plânico - Bt Especial
Estrutura Colunar, Blocos Angulares
Cores de Redução
Planossolos podem ter :
▪ Horizonte Plíntico (coincidente com B Plânico ou A)
▪ Horizonte Glei (coincidente com B Plânico)
▪ Caráter Sódico ou Solódico
▪ Caráter Salínico
▪ Hidromórficos
▪ Mal Drenados
NEOSSOLOS (litólicos; regolíticos; flúvicos;
quartzarenicos)
 Pouco Evoluído
 A fraco (30cm)
C
 Pode Ocorrer contato Lítico (50cm)
 Textura Arenosa
CAMBISSOLOS
 A/ (Bt) incipiente – Tb e V baixo
 Pedogênese pouco avançado
VERTISSOLOS
 Horizontes vértico : 25 - 100
 Material Mineral com fenômenos de expansão e
contração - Ta : 2: 1
 V> 50%

Figura Aspecto da cana-de-açúcar no Vertissolo salino da usina Agrovale (Juazeiro-BA).


CONSIDERAÇÕES

O solo que cobre a Terra é realmente composto


de muitos indivíduos solos, cada um com propriedades
distintas. Entre as mais importantes dessas
propriedades estão aquelas associadas com camadas
(ou horizontes), encontradas em um perfil do solo.
Dúvidas??

E-mail: michelangelo.silva@ifal.edu.br

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