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Histórico de evolução do sistema; estrutura hierárquica; seis categorias do Sibics; ordens dos solos
brasileiros; principais diferenças entre sibics, soil taxonomy e FAO
O sistema brasileiro de classificação de solos foi baseado nos conceitos centrais do antigo sistema
norte americano elaborado por Baldwin et al. (1938), modificada por Thorp & Smith (1949).
Contudo, os solos sendo fruto da interação de diferentes fatores e processos dinâmicos e variáveis
no tempo espaço, sendo necessário a adaptação de conceitos, criação de classes novas,
desmembramento de classes existentes e formalização de subclasses de natureza transicional ou
intermediárias. Isto foi necessário para que o sistema atendesse as especificidades dos solos
brasileiros, bem como as variações na escala de mapeamento nos níveis exploratórios e de
reconhecimento.
Primeiro nível – ordem – engloba 13 classes que são separadas principalmente pela ausência ou
presença de horizontes diagnósticos relacionados a processos pedogenéticos, com sua
nomenclatura utiliza termos consagrados da classificação de solos e do sistema da FAO.
Desta forma para efetuarmos a classificação de determinado solo é preciso saber qual nível
categórico de interesse e da escala de trabalho, dado que quanto mais específico for o nível
categórico maior o número de classes, podendo chegar a dezenas. O número de classes aumenta
de 13 para 43 quando passamos da categoria ordem para sub ordem.
As características usadas para a definição de um nível categórico devem ser propriedades dos
solos que possam ser identificadas no campo ou que possam ser inferidas de outras propriedades
que são reconhecidas no campo (SiBICS, 2006). E nos níveis categóricos mais elevados da
classificação as propriedades utilizadas devem ser aquelas que resultam diretamente dos
processos de gênese do solo.
Os critérios para diferenciação das classes de solo é baseada na presença ou ausência de horizontes
diagnósticos superficiais (A, O ou H) e subsuperficiais (Bt, Bk ou Bh, por exemplo), somados a
características consideradas atributos diagnósticos aplicados aos níveis categóricos mais baixos.
Estes atributos incluem uma série de parâmetros morfológicos, físicos e químicos (Atividade de
argila, matéria orgânica, mudança textural, saturação por bases, carbonato, plintita).
Desta forma para identificação de um solo no primeiro nível categórico é preciso da sua
descrição morfológica em campo, bem como o resultado das análise laboratoriais, como
granulometria ou características de atividade das argilas para definição do horizonte diagnostico.
No segundo nível categórico as subordens foram separadas com base em atributos que refletem
a atuação de processos pedogenéticos que agiram conjuntamente e afetaram os processos
pedogenéticos dominantes que são utilizados para definição da classe de ordem.
Neossolo pode apresentar até quatro subordens: Litólico, Flúvico, Regolitico ou Quartzarênico.
Latossolo dependendo da cor poder ser: Bruno, Amarelo, Vermelho, Vermelho- Amarelo a
depender da cor do horizonte B.
O terceiro nível categórico estão os grande grupos que representam as subdivisões das subordens
baseadas no tipo, arranjo e no grau de expressão dos horizontes com ênfase nas características
que afetam o desenvolvimento das raízes (saturação por sódio, alumínio e sais solúveis, por
exemplo.
O Neossolo (ordem) flúvio (subordem) deverá ser enquadrado como sódico (grande grupo).
O quarto nível categórico, denominados subgrupos são definidos pelas características que
representam o conceito central da classe, características intermediárias ou alguma características
extraordinária (solos antrópicos).
Neossolo fluvico sódico vértico – este com características intermediarias para vertissolo.
O regime hídrico e de temperatura são utilizados no segundo nível categórico do Soil Taxonomy,
destacando a importância do clima na evolução dos solos. É de grande importância para
agricultura, pois mostra como o solo se relaciona com a água ao longo do ano. No caso do Brasil
não há dados climáticos regionais suficientes para utilização de dados climáticos na classificação
dos solos. Exemplo: Aquic Acrudox (Ud – regime hídrico údico) Clay, Oxic, Isothermic
(temperatura).
No caso da classificação da FAO, ela se distingue do SiBICS pela ênfase nas características
agrícolas do solo. No segundo nível categórico a classificação contempla informações úteis ao
manejo agrícola.
Argissolos: bem intemperizados, com acúmulo de argila de atividade baixa iluvial no horizonte
B. Compreendem solos intermediários entre outras ordens, principalmente dos latossolos
podendo apresentar um horizonte E de cor acinzentada sobre o horizonte B com aumento de
argila. Os agregados são subangulares com desenvolvimento moderado a forte com cerosidade.
Depois dos Latossolos é a ordem mais extensa do Brasil e possivelmente a mais heterogênea
(Lepsch, 2011) com relação a topografia, profundidade ou saturação por bases. São classificados
como Lixisols, Acrisols e Alisols de acordo com a FAO/UNESCO e WRB, Ultisols e Alfisols
pela Soil Taxonomy. No SiBICS os argissolos são divididos em cinco subordens: Bruno-
acinzentado, Acinzentado, Amarelos, Vermelhos e Vermelho-Amarelos. Horizonte diagnóstico
B textural com grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para
caracterizar uma mudança textural abrupta.
Chernossolos: horizonte superficial espesso (mais de 30cm), escuro e rico em bases e argilas de
atividade alta com eventual acúmulo de carbonato. No SiBICS é dividido em quatro subordens:
Rêndzicos (sem horizonte B com A sob material calcário), Ebânicos (com B textural típicos da
campanha gaúcha área de maior ocorrência destes solos no Brasil), Argilúvicos e Háplico.
Chernozems de acordo com FAO/UNESCO e WRB, Mollisols (Soil Taxonomy) e Brunizems
(França e Argentina).
Vertissolos: Ricos em argilas 2:1 com grande capacidade expansão, possui horizonte diagnóstico
vértico entre 25 e 100 cm de profundidade e fendas verticais com pelo menos 1 cm de largura
com até 50 cm de profundidade. Devido a mudança no volume do solo em resposta a expansão e
contração, apresenta slickensides e estrutura cuneiforme, bem como superfície irregular em
resposta a presença do microrelevo e gilgai. No SiBICS estão agrupados em três subordens:
Hidromorfico (gleizados), Ebânicos (cor escura) e Cromados (cores mais claras). Vertisols
FAO/UNESCO, WRB e Soil Taxonmy.
Neossolos: Solos em via de formação, seja pela reduzida atuação dos processos pedogenéticos ou
por características inerentes ao material originário. Não apresentam horizontes diagnósticos
subsuperficiais. Material de origem inerte e resiste aos processos de intemperismo (Neossolos
Quartzarênicos) ou foram submetidos a pedogênese por pouco tempo. Estão em quatro subordens:
Neossolo Quartzarênico, Litólicos, Flúvicos e Regolíticos. São classificados como Arenosols
(WRB), Lithosols (FAO/UNESCO), Entisols (EUA).
Gleissolos: Hidromorfia expressa por forte gleização, resultante de processos de intensa redução
de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem alternância de oxidação,
por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de regime de excesso de umidade
permanente ou periódico. O horizonte glei inicia dentro dos primeiros 150cm de profundidade,
sem B textural ou mudança textural abrupta ou plintita acima dos 200cm de profundidade. SiBCS
distingue quatro subordens: Tiomórfico (ricos em enxofre - mangue), Sálicos (com elevados
teores de sais solúveis – próximos ao mar ou ambientes semiáridos), Melânico (horizonte
superficial escuro – hístico, húmico ou chernozêmico), Háplico (horizonte superficial claro).