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TÉCNICAS DE

ANÁLISE DE
RISCOS
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS
• São métodos sistemáticos que auxiliam na identificação e
análise dos riscos de uma atividade e estimam a
probabilidade da ocorrência de evento indesejável.
• São técnicas reconhecidas mundialmente as elencadas a
seguir:
- Análise preliminar de risco – APR
- Estudos de Identificação de Perigos e Operabilidade –
Hazop
- Análise dos Modos de falhas e efeitos - Amfe
WHAT IF...? / E SE...?
WHAT IF...? / E SE...?
• Técnica de identificação qualitativa e geral.
Utiliza-se de questionamentos a cerca de
possibilidades que possam dar errado
durante as atividades. Expressa-se na
utilização da pergunta E se...? Para obter
respostas às diversas indagações propostas.
• A indagação se desdobra em duas
abordagens: questionamento livre e
sistemático.
WHAT IF...? / E SE...?
• Questionamento livre: Explora
diversas possibilidades em relação
a um objeto e pode abranger uma
variedade de tópicos, sem
necessariamente estar vinculadas
à especificidade de cargo ou áreas
em uma empresa. Por exemplo,
questionar sobre possíveis
acidentes ou atrasos.
WHAT IF...? / E SE...?
• Questionamento sistemático: concentra-se em questões
específicas relacionadas a cargos ou campos de atuação,
como combate ao incêndio, eletricidade, medicina
ocupacional, preservação do ecossistema, entre outros. A
eficácia desse método depende da profunda compreensão da
comissão responsável sobre o sistema analisado, permitindo
a formulação de perguntas pertinentes e esclarecedoras.

OBS: É crucial destacar que os questionários devem ser documentados em


formulários, tal como exemplificado
WHAT IF...?
/ E SE...?

EXEMPLO:
WHAT IF...? / E SE...?
ATIVIDADE: LAVAR ROUPA UTILIZANDO MÁQUINA LAVADORA

E se... ? Perigo/Consequência Causas prováveis Medidas de controle


de risco e
emergência

Fossem misturadas
roupas brancas
com roupas
coloridas?
Faltasse energia?
WHAT IF...? / E SE...?
ATIVIDADE: REFORMA DE UM BANHEIRO

E se... ? Perigo/Consequência Causas prováveis Medidas de controle


de risco e
emergência

Houver atraso na
entrega do vaso
sanitário?

O pedreiro faltar?
WHAT IF...? / E SE...?
ATIVIDADE: VIAGEM PARA A PRAIA

E se... ? Perigo/Consequência Causas prováveis Medidas de controle


de risco e
emergência

Houver um
acidente no meio
do caminho?

Faltar gasolina no
carro?
WHAT IF...? / E SE...?
ATIVIDADE: PASSEIO DE BARCO

E se... ? Perigo/Consequência Causas prováveis Medidas de controle


de risco e
emergência

Chover?

Não houver
coletes salva vidas
suficiente?
ANÁLISE POR
ÁRVORE DE
FALHAS (AAF)
ANÁLISE POR ÁRVORE DE FALHAS

• É uma ferramenta que organiza eventos em uma sequência lógica para


identificar a causa raiz de um problema. Utilizando diagrama onde
visualiza-se a falha inicial que desencadeou o problema principal. Após
detectar a falha, uma análise dedutiva é realizada para corrigir o
problema na sua origem, evitando apenas tratar as consequências. A
árvore de falhas permite rastrear a causa raiz, prever problemas
futuros e prevenir reincidências, contribuindo para a solução eficaz de
questões.
ANÁLISE DA ÁRVORE DE FALHAS
• Ferramenta valiosa para aumentar a produtividade da empresa,
permitindo:
1. Diagnosticar a causa raiz das falhas, tratando a fonte do problema;
2. Identificar possíveis falhas no sistema, abrindo espaço para a prevenção
por meio de planos de ação;
3. Determinar os riscos associados ao sistema, facilitando análise de risco;
4. Identificar medidas para reduzir o risco e melhorar a confiabilidade
operacional;
5. Estimar a frequência de acidentes de segurança, preservando a saúde e
a segurança no trabalho.
ANÁLISE DA ÁRVORE DE FALHAS
• A segurança do trabalho é um setor que se beneficia da árvore de falhas.
Quando uma ocorrência, como um acidente de trabalho, é registrada, o
diagrama auxilia a identificar a origem do problema. Isso permite a
implementação de medidas de prevenção e controle para evitar a
repetição do incidente. Por exemplo, ao analisar um acidente de queda, a
árvore de falhas pode revelar causas como falhas no EPC (rede de
proteção) ou no EPI (cinturão de segurança). A análise aprofundada ajuda
a descartar possíveis falhas, como as relacionadas ao EPC, focalizando na
falha humana. Se a investigação apontar para o uso inadequado do EPI
como causa raiz, medidas preventivas, como a implementação de um
checklist de EPI, podem ser adotadas para evitar reincidências.
VANTAGENS DA ÁRVORE DE FALHAS
• Além de tratar a causa raiz dos problemas, oferece vantagens adicionais:
1. Aumentar a conformidade com normas de segurança: Facilita a
implementação de medidas preventivas e de controle;
2. Mapear relações entre falhar e subsistemas: ajuda a compreender as
relações de causa e efeito entre diferentes falhas;
3. Avaliação probabilística de risco: possibilita a previsão e medição da
probabilidade de potenciais riscos;
4. Diminuir o risco de paradas não programadas: permite programar
manutenção preventiva e agendar paradas em momentos
convenientes.
ESTRUTURA DA ÁRVORE DE FALHAS
• A árvore é elaborada na forma
de diagrama e é construído de
cima para baixo, começando
com o problema principal. Novos
elementos são adicionados
seguindo uma ordem lógica,
representando possíveis falhas
relacionadas. O processo
continua até identificar a causa
raiz que deu origem à falha
inicial.
SÍMBOLOS DA ÁRVORE DE FALHAS
• A simbologia é dividida em símbolos de eventos e símbolos de porta.

• Símbolos de eventos – os eventos podem ser primários, secundários ou


intermediários.
- Evento primário ou básico: falha inicial que deu origem à situação, sendo
representada na base da árvore por um círculo;
- Evento secundário: eventos sobre os quais não há muitas informações e que
precisam de análise adicional. São representados por losangos;
- Evento intermediário: oferecem uma análise adicional do evento principal,
mas ainda não são a causa raiz. A representação é feita por retângulos ou
quadrados.
SÍMBOLOS DA ÁRVORE DE FALHAS

• O evento principal (aquele


que despertou a
necessidade de busca
pela causa raiz) deve ser
representado por um
retângulo no topo da
árvore, de onde sairão os
outros elementos.
SÍMBOLOS DA ÁRVORE DE FALHAS
• Símbolos de porta: representa a relação entre os eventos.

• Porta E: a falha ocorre se todos os eventos de entrada forem verdadeiros;


• Porta Ou: a falha ocorre se algum dos eventos for verdadeiro.
SÍMBOLOS DA ÁRVORE DE FALHAS
Com
isso, a
árvore
de falha
deve
ficar
assim:
LIMITAÇÕES DA ÁRVORE DE FALHAS
• Apesar de oferecer diversas vantagens, a árvore de falhas possui
limitações notáveis. Algumas delas incluem:
- Criar um diagrama para cada evento principal, resultando na elaboração
de vários diagramas para diferentes falhas.
- Em sistemas complexos, a análise pode se tornar demorada e trabalhosa;
- Além disso, por ser um método estático, não leva em consideração
informações variáveis, como tempo, ciclo de vida e outros fatores
quantitativos.
Portanto, é recomendável combinar a árvore de falhas com outras
metodologias para uma análise mais abrangente.
COMO FAZER UM DIAGRAMA DE ÁRVORE DE FALHAS
• Primeiramente, iniciamos com o evento principal que motivou a
análise, representando-o no topo da árvore por meio de um
retângulo. Em seguida, estabelecemos relações com outros eventos
por meio de portas. Consideramos, por exemplo, o evento principal
de um carro que não liga. Este é o foco central da análise
COMO FAZER UM DIAGRAMA DE ÁRVORE DE FALHAS
• A próxima etapa consiste em investigar as razões pelas quais o carro
não liga. Utilizaremos retângulos para representar esses eventos e
símbolos de porta para conectá-los. Identificamos que as principais
causas são problemas elétricos, falhas no motor e problemas no
sistema de ignição, os quais são representados como eventos
secundários. Neste contexto de análise exclusiva de um desses
problemas, utilizaremos a porta "Ou".
COMO FAZER UM DIAGRAMA DE ÁRVORE DE FALHAS
• O problema na ignição é um evento secundário que requer análise adicional (como
um diagnóstico profissional, no exemplo fornecido), indicado pelo símbolo do
losango. Já os problemas elétricos e no motor abrem novas possibilidades na
árvore.
• Os problemas no motor, após uma análise mais simples, são facilmente
identificados e descartados, excluindo a falta de combustível e o
superaquecimento. Ao examinar os problemas elétricos, constatamos que não há
curto-circuito, levando à conclusão de que a bateria descarregada é a causa raiz do
problema principal (o carro não liga).
COMO FAZER UM DIAGRAMA DE ÁRVORE DE FALHAS
• Sua árvore deve
seguir a mesma
abordagem:
começando pelo
evento principal,
estabelecer conexões
com outras situações
até identificar a falha
inicial. Encontramos a
causa do carro não
ligar, que era a
bateria descarregada,
enquanto também
identificamos outras
falhas potenciais que
podem resultar nesse
problema e, portanto,
devem ser evitadas.
AGORA É A SUA VEZ!!!
Queda de andaime
AGORA É A SUA VEZ!!!
Acidente com empilhadeira
AGORA É A SUA VEZ!!!
Não acionamento do sistema sonoro de combate a
incêndio
ANÁLISE DE
MODOS DE
FALHAS E
EFEITOS (AMFE)
ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E EFEITOS - AMFE
• A Análise de Modos de Falha e Efeitos
(AMFE) é uma análise detalhada que
pode ser qualitativa ou quantitativa. Seu
propósito é identificar os modos e os
efeitos das falhas nos componentes de
um sistema, processo ou produto. A
AMFE busca minimizar ou prevenir falhas
antes que ocorram, contribuindo para o
aumento da confiabilidade do sistema.
Assim como nas técnicas anteriores, é
essencial registrar a AMFE em uma
planilha própria.
OBJETIVO DA AMFE
• Prever possíveis falhas em projetos, produtos ou processos com o objetivo
de agir antecipadamente e evitar sua ocorrência. Para isso, de acordo com
Figueiredo (2009), é necessário:
1. Realizar uma revisão sistemática das falhas de um componente para garantir
danos mínimos ao sistema;
2. Determinar os efeitos que tais falhas terão em outros componentes do
sistema;
3. Identificar quais componentes, se falharem, teriam impacto crítico na
operação do sistema;
3. Avaliar a probabilidade de ocorrência das falhas;
4. Simular maneiras de reduzir as falhas.
APLICAÇÕES DA AMFE
• A AMFE possui diversas aplicações. Cabe destaque à aplicação da AMFE
como suporte ao processo de gerenciamento de riscos em serviços
hospitalares, além da sua aplicação na análise de falhas de sistemas
agroindustriais (GARRAFA; ROSA, 2009).
MÉTODO DA AMFE
• O procedimento a ser realizado à elaboração de uma AMFE, sugerido por Helman (1995) segue as
seguintes etapas:
1 – Definição da equipe de execução;
2 – Definição dos itens do sistema a serem considerados;
3 - Preparação e aquisição de informações de dados;
4 – Análise preliminar dos itens considerados;
5 – Identificação dos modos de falhas e seus efeitos;
6 – Identificação das causas das falhas;
7 – Levantamento dos controles atuais de detecção de falhas;
8 – Determinação dos itens de criticidade;
9 – Análise de recomendações;
10 – Revisão dos procedimentos;
11 – Preenchimento do formulário da AMFE;
12 – Reflexão sobre o processo.
ANÁLISE
PRELIMINAR DE
RISCOS
O QUE É A APR ?
• A Análise Preliminar de Riscos é um documento que faz parte da elaboração do
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), previsto na NR1, e é prevista em
diversas outras normas. E é uma inspeção ou um levantamento prévio e sobre todos
os riscos que possam estar presentes em um ambiente de trabalho.

OBJETIVO DA APR
• Identificar os potenciais riscos presentes em todos os setores da empresa, abarcando todos os
cargos;
• Fornecer orientações aos colaboradores acerca desses riscos e incentivar práticas preventivas;
• Desenvolver processos e técnicas que priorizam a Segurança e Saúde do Trabalho;
• Elaborar planos abrangentes de prevenção, segmentados para cada fase das atividades laborais e
para ambientes distintos.
• Implementar medidas preventivas para evitar acidentes, independentemente de serem ocasionados
por falhas humanas ou mecânicas.
COMO REALIZAR UMA BOA ANÁLISE PRELIMINAR?
1. Faça levantamento de cada
tarefa/atividade separadamente.
Cada atividade apresenta processos
distintos e, por conseguinte, riscos
específicos. Uma APR eficaz não deve ser
generalizada, pois requer a consideração
das particularidades de cada atividade.
Recomenda-se contar com a colaboração
dos próprios trabalhadores para fornecer
opiniões durante esta fase. Ressalta-se que
depender apenas do ponto de vista de
uma única pessoa pode resultar em uma
APR incompleta.
COMO REALIZAR UMA BOA ANÁLISE PRELIMINAR?

2. Identifique os perigos
Assim que o levantamento das tarefas for concluído, é essencial identificar os riscos potenciais durante a
execução. Para facilitar esse processo, algumas perguntas podem servir como guia, tais como:
• O equipamento utilizado apresenta riscos intrínsecos, como queimaduras, choques, arranhões ou
cortes ao usuário?
• Durante a utilização do equipamento ou máquina, existe a possibilidade de o usuário sofrer quedas ou
escorregões?
• Alguma parte do equipamento ou máquina pode se desprender, tornando-se um objeto em queda?
• Há riscos de lesões relacionados a atividades como levantar, puxar ou empurrar durante a realização da
tarefa?
É possível elaborar outras perguntas específicas de acordo com o contexto das tarefas e variáveis
envolvidas na atividade a ser realizada.
COMO REALIZAR UMA BOA ANÁLISE PRELIMINAR?
3. Avalie os perigos
É preciso responder há algumas questões:
- Os trabalhadores estão expostos a alguma fonte geradora de riscos?
- Os trabalhadores ficam em contato com alguma fonte geradora?
- Por quanto tempo o trabalhador fica exposto ou em contato com esta fonte?
- Qual a frequência dessa exposição?
- Qual é a distância entre o trabalhador e a fonte?

Entende-se por Fonte Geradora à origem ou ponto específico de onde emanam riscos, perigos
ou substâncias que podem impactar a saúde, segurança ou meio ambiente. É o local ou
processo que gera potenciais problemas ou situações adversas. Identificar a fonte geradora é
crucial para implementar medidas preventivas eficazes.
COMO REALIZAR UMA BOA ANÁLISE PRELIMINAR?

4. Elabore um plano de prevenção aos riscos


Após identificar os riscos aos quais os colaboradores estão expostos ao realizar a
atividade, é o momento de desenvolver as medidas preventivas. Essas medidas podem
incluir a eliminação do risco, a substituição por um perigo menor, o controle de
engenharia (isolando o perigo das pessoas), a modificação na forma como as pessoas
executam as tarefas (por meio da criação de um manual de procedimentos, por
exemplo) ou o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Importante ressaltar que, caso alguma das medidas de controle adotadas resulte na
criação de novos riscos não previamente analisados, será necessário retornar à etapa 3
e repetir o procedimento de identificação
COMO REALIZAR UMA BOA ANÁLISE PRELIMINAR?
5. Documente os Resultados da APR e divulgue aos funcionários
A Análise Preliminar de Riscos (APR) é um documento acessível a todos os colaboradores,
devendo estar disponível para consulta sempre que necessário. Além disso, é crucial ajustar a
linguagem utilizada de acordo com o nível de compreensão dos usuários, pois é essencial que a
informação seja compreendida de maneira clara e acessível. Não basta utilizar uma linguagem
elaborada se isso comprometer a compreensão por parte dos envolvidos
6. Revise sua Análise Preliminar de Riscos
A Análise Preliminar de Riscos (APR) é um documento dinâmico que deve ser atualizado
sempre que houver mudanças na execução de atividades, melhorias em equipamentos ou
remoção de etapas do processo. Ao realizar modificações, é crucial revisar a APR para garantir a
identificação de novos riscos. Manter um histórico de atualizações, com versões anteriores, é
fundamental para acompanhar as evoluções ao longo do tempo e assegurar transparência na
gestão da segurança.
EXECUÇÃO DA
ANÁLISE
PRELIMINAR DE
RISCOS

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