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ATENÇÃO AO

RECÉM-NASCIDO

ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO
EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:
RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

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ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:
RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

O momento atual exige uma visão integral, sustentando os


princípios básicos de atenção e humanização, que atenda a
todas as novas solicitações diante do desconhecimento,
incertezas e escassez de evidências científicas sobre o cuidado
perinatal na pandemia de COVID-19.

OMS, 2020 portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br


ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:
RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

Objetivos dessa apresentação:


• Apresentar as recomendações atuais para o Método Canguru durante
a pandemia de COVID-19 elaboradas pelo grupo de consultores
nacionais da Atenção Humanizada ao Recém-Nascido - Método
Canguru.

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ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:
RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

Introdução
• As diretrizes de cuidados no Método Canguru buscam a melhor proteção dos recém-
nascidos, suas famílias e da equipe medindo, ao máximo, os riscos de exposição;

• As mudanças recomendadas são provisórias, mas necessárias e adequadas ao momento da


pandemia da COVID-19;

• As mudanças de propostas poderão ser novamente modificadas diante de novas e robustas


informações utilizando como apoio os princípios básicos do Método Canguru.

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RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

Recomendações gerais para as três etapas do Método Canguru


• Destaca-se a importância da prática da Atenção Humanizada ao Recém-Nascido - Método Canguru,
apesar da necessidade de restrições temporárias durante a pandemia;

• O Leite Materno deve ser garantido em todas as situações, considerando que não existem
evidências de transmissão da doença por esta via;

• Discussões em grupo à beira do leito não devem ser realizadas pela equipe que presta assistência;

• Atividades coletivas presenciais realizadas na Unidade Neonatal, incluindo grupo de mães, rodas de
conversa e reuniões de equipe devem ser suspensas.

O contato pele a pele, neste momento de crise, deve ser realizado


exclusivamente pela mãe assintomática e sabidamente sem contato prévio
com pessoas com síndrome gripal ou infecção sintomática pelo SARS-CoV-2.
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RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Mãe e/ou Pai sintomáticos ou contactantes


• A mãe e/ou pai sintomáticos ou contactantes não devem entrar na UTIN/UCINCo até que
se tornem assintomáticos e tenha passado o período de transmissibilidade da COVID-19
(cerca de 14 dias).
• Informações sobre o recém-nascido deverão ser fornecidas aos pais por meio telefônico ou
virtual, mais de uma vez ao dia se necessário.
• A mãe deve ser apoiada e auxiliada na extração do seu leite para o seu recém-nascido, de
acordo com as recomendações da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, conforme a
Nota Técnica nº 7 DAPES/SAPS/MS de 18 de março de 2020.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Mãe e/ou Pai assintomáticos ou não contactantes


• Para a entrada na Unidade Neonatal é sugerida a realização de triagem diária na entrada do
hospital ou da Unidade Neonatal, conforme rotina local, que inclua uma lista de sintomas
gerais de infecção, preferencialmente impressa e assinada pelos pais atestando a
veracidade das informações prestadas.
• A mãe assintomática e não contactante de pessoas com síndrome gripal ou infecção
respiratória comprovada pelo SARS-CoV-2 deve ser garantido acesso livre e permanência na
unidade neonatal. A entrada do pai deve ocorrer alternando com a mãe, para diminuir a
concentração e circulação de pessoas no ambiente de internação neste período, até novas
deliberações.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)
Recém-nascido sintomático internado em UTIN/UCINCo
• Com base no conhecimento atual sobre COVID-19 e a falta de evidências consistentes de
transmissão vertical por SARS-CoV-2, a condução dos casos de desconforto respiratório em
recém-nascidos pré-termo nas primeiras 24 horas de vida deve ser realizada de acordo com
os protocolos vigentes em termos de investigação diagnóstica e assistência ventilatória.
• Recém-nascidos de mãe com suspeita ou diagnóstico de infecção por COVID-19, com
sintomas respiratórios que justifique a internação em UTIN ou UCINCo, devem ser
acomodados preferencialmente em área privativa na unidade neonatal, em precaução de
contato e gotículas ou em área de coorte de casos suspeitos, respeitando as distâncias
recomendadas entre as diferentes áreas de assistência e a área de paramentação e
desparamentação.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Recém-nascido sintomático internado em UTIN/UCINCo


• O recém-nascido deverá ser transportado à Unidade neonatal em incubadora de transporte.
• Para procedimentos com risco de aerolização o profissional da saúde deverá seguir todas as
orientações referentes ao uso de equipamentos de proteção individual e limpeza de
ambiente padronizados em acordo com a Nota Técnica CVIMS/GGTES/ANVISA N˚ 04/2020
atualizada em 31 de março de 2020 e orientadas pela CCIH local.
• Na ausência de área privativa na UTIN ou UCINCo, deve ser organizado: uma coorte recém-
nascidos sintomáticos respiratórios filhos de mães com suspeita ou com diagnóstico
confirmado de COVID19, e outra coorte recém-nascidos assintomáticos com suspeita ou
diagnóstico confirmado de COVID19, internados na unidade neonatal por outros motivos.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Recém-nascido sintomático internado em UTIN/UCINCo


• Utilizar quarto com porta fechada (idealmente com pressão negativa para recém-nascidos
em assistência respiratória), acomodar o recém-nascido preferencialmente em incubadora,
em precaução de contato e de gotículas, guardando distância mínima de 2 metros entre os
leitos, para diminuir o risco de contaminação do ambiente e entre os recém-nascidos.
• É recomendado o sistema fechado para a aspiração traqueal para reduzir os riscos de
aerolização e a contaminação do ambiente e dos profissionais.
• Considerar a indicação de coleta de material biológico para pesquisa de SARS-CoV-2
somente nos quadros respiratórios que não respondem a tratamento de suporte ventilatório
habitual e sem diagnóstico que justifique a falta de resposta terapêutica.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Recém-nascido sintomático internado em UTIN/UCINCo


• Seguir as recomendações de técnica de coleta e encaminhamento para laboratórios de
referência de acordo com protocolos vigentes em cada estado e DF.
• Profissionais da saúde que cuidam desses RN deverão seguir as recomendações referentes à
higienização das mãos, precauções, paramentação e retirada de paramentação, assim como
o cuidado com o ambiente, material e equipamentos de acordo com a Nota técnica
CVIMS/GGTES/ANVISA N˚ 04/2020 e com as orientações atualizadas pela CCIH local.
• Casos suspeitos de COVID-19 devem ser notificados de forma imediata (até 24 horas) à CCIH
que formalizar notificação ou ao Serviço de Vigilância em Saúde Municipal, de acordo com a
rotina estabelecida localmente. A notificação é compulsória.
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PRIMEIRA ETAPA – Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados


Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo)

Recém-nascido assintomático internado em UTIN/UCINCo


• Manter as condutas atuais de cuidados ao neonato na UTIN/UCINCo, segundo
recomendações das portarias vigentes, ressaltando-se a Portaria GM nº 1683 de 12 de julho
de 2007, que aprova a Normas de Orientação para a Implantação do Método Canguru.
• Quanto ao acesso de outras pessoas à Unidade Neonatal: até novas deliberações, deve
ser suspensa a entrada de qualquer outra pessoa, incluindo avós e irmãos, além do pai ou
da mãe. No caso de total impossibilidade do acesso e/ou permanência do pai e da mãe
(óbito, internação prolongada na UTI), a família deve indicar um(a) cuidador(a)
substituto(a), assintomático e não contactante de pessoas com síndrome gripal ou infecção
sintomática pelo SARS-CoV-2, com idade entre 18 e 59 anos, único, que possa
acompanhar o recém-nascido, guardando as recomendações já definidas para os pais.
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SEGUNDA ETAPA – Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

As UCINCa NÃO devem ser fechadas nem reduzidas.

• Nesta fase de pandemia as UCINCa devem ser estimuladas.


• As evidências mostram a importância do contato pele a pele e do aleitamento materno
para mãe e recém-nascido, inclusive nas infecções hospitalares que continuam sendo um
problema, especialmente em situações de crise. Interessante que haja inquérito
ocasional para a detecção de sintomáticos ou suspeitos durante a internação na unidade.

Orientações a seguir portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br


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SEGUNDA ETAPA – Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

Mães sintomáticas ou contactantes de pessoa com síndrome gripal


• Neste momento não poderão ser encaminhadas à UCINCa até que se tornem
assintomáticas e tenham concluído o período de transmissibilidade da COVID-19 (cerca de
14 dias).

• Quando possível coletar exame para confirmação.

• Devem ser apoiadas e auxiliadas na extração de leite para o próprio filho, considerando
que não existem evidências de transmissão da doença por esta via.
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SEGUNDA ETAPA – Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

Mães assintomáticas ou não contactantes de pessoa com síndrome gripal


• Mais que nunca, devem ser estimuladas a ficarem na UCINCa com seu filho. Nesse caso
orienta-se que seja mediante assinatura de declaração de veracidade das informações
prestadas sobre o não contato com pessoa suspeita ou confirmada com infecção pelo
COVID-19. Diante da decisão materna de permanência, serão desestimuladas saídas do
ambiente de internação, evitando assim, circulação no hospital e fora dele.

Durante a Pandemia de SARS-Cov-2, o contato pele a pele deve ser estimulado e realizado
exclusivamente pela a mãe assintomática não contactante de pessoas sintomáticas.
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SEGUNDA ETAPA – Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

Mães assintomáticas ou não contactantes


• Não é recomendada a presença do pai, mesmo assintomático e não contactante.
Destacamos as repercussões desta medida no estabelecimento de vínculo do pai com o
filho, que contribui, inclusive, para a redução de mortalidade infantil após a internação, e
no isolamento da mãe e sua consequente saúde mental.
• A restrição da presença do pai nesse momento epidemiológico é justificada por
representar o aumento da circulação de pessoas em contato com a comunidade em um
mesmo espaço. Cada Unidade Neonatal poderá realizar adaptações nessa rotina,
guardando o princípio da segurança aos recém-nascidos e mães internados na UCINCa.
• No caso de autorização do acesso ao pai assintomático, indicar o uso de máscara cirúrgica e
medidas de higienização das mãos durante sua permanência.
• Estas medidas são provisórias frente à Pandemia de COVID-19. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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TERCEIRA ETAPA – A alta hospitalar, domicílio e acompanhamento compartilhado entre


Atenção hospitalar e Atenção Primária
Alta hospitalar para a terceira etapa do Método Canguru
• Os critérios já estabelecidos em portarias para a alta responsável do recém-nascido devem ser
seguidos.
• A alta não deve ser protelada considerando-se os fatores negativos já conhecidos de internação
hospitalar. Deve ser discutida com a família a necessidade de um ambiente domiciliar seguro,
condição já incluída como critério de alta para a terceira etapa.
• Em caso de crianças que retornarão para domicílios distantes, levar em conta o difícil acesso ao
cuidado especializado, nesta situação de pandemia.
• As famílias devem ser orientadas sobre a necessidade de isolamento no domicílio.
• Deve ser garantido transporte seguro para o domicílio. Transporte público coletivo não poderá ser
utilizado no momento da alta durante a pandemia. Se a família não dispuser de meios próprios para
isso, o transporte deverá ser garantido em articulação com secretarias de saúde estadual ou
municipal. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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TERCEIRA ETAPA – A alta hospitalar, domicílio e acompanhamento compartilhado entre


Atenção hospitalar e Atenção Primária
No domicílio
• Estimular o contato pele a pele com a mãe assintomática. Apesar do Método Canguru estabelecer
que o contato pele a pele (posição canguru) pode ser realizado em casa pela mãe e pai, no período
da pandemia, a recomendação é estimular o contato pele a pele apenas com a mãe, na
impossibilidade do pai permanecer em isolamento domiciliar.
• A criança deve ser cuidada apenas pelos pais.
• Avaliar a possibilidade de mudança provisória de endereço ou de uso de diferentes cômodos (se
existirem) quando o domicílio for compartilhado com avós.
• Não devem ser permitidas visitas à mãe e ao recém-nascido, nem mesmo com uso de máscaras.
• Orientar quanto aos cuidados com o ambiente, sempre que possível, abrindo janelas e portas para
a circulação do ar.
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TERCEIRA ETAPA – A alta hospitalar, domicílio e acompanhamento compartilhado entre


Atenção hospitalar e Atenção Primária
Acompanhamento compartilhado - Atenção hospitalar e Atenção Primária
• Estimular a articulação com a Atenção Primária para acompanhamento compartilhado da
terceira etapa, já definida como prioritária. O hospital deverá manter contato agendado
com as famílias e com as equipes da Atenção Primária por telefone.
• Não estão recomendadas consultas presenciais neste momento. Devem ser estimuladas
consultas à distância por meio de chamadas telefônicas preferencialmente com vídeos,
realizadas pela equipe do hospital.
• O acompanhamento da terceira etapa não deverá implicar deslocamento para o recém-
nascido e sua mãe, exceto para administração de vacinas, palivizumabe ou em situações de
risco.
• Garantir a visita domiciliar, guardando a segurança da equipe de saúde com
equipamentos para proteção individual (EPI). portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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TERCEIRA ETAPA – A alta hospitalar, domicílio e acompanhamento compartilhado entre


Atenção hospitalar e Atenção Primária
Acompanhamento compartilhado - Atenção hospitalar e Atenção Primária
• Estimular o uso de balanças domiciliares, quando possível, para acompanhamento do peso
das crianças, orientando a higienização com produtos domésticos de forma segura.
• Quando for necessária a reinternação do recém-nascido na Unidade Neonatal
(UTIN/UCINCo), deverá seguir todas as precauções já estabelecidas na rotina do hospital.
Especialmente se houver risco de ter ocorrido contato do recém-nascido com pessoas
sintomáticas ou suspeitas de infecção pelo SARS-CoV-2, no domicílio ou em serviços de
saúde pelos quais tenha passado.
• O recém-nascido deverá ser mantido em incubadora, em precaução de contato e de
gotículas, guardando distância mínima de 2 metros entre os leitos, para diminuir o risco de
contaminação do ambiente e entre os recém-nascidos.
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Aleitamento Materno e Doação de Leite Materno


• Considerando os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mulher, a
ausência de evidências científicas sobre a transmissão do SARS-CoV-2 por meio da amamentação e
que não há recomendação para a suspensão do aleitamento materno na transmissão de outros
vírus respiratórios, recomenda-se que a amamentação seja mantida em caso de infecção pelo
SARS-CoV-2, desde que a mãe deseje amamentar e esteja em condições clínicas adequadas para
fazê-lo.
• Caso a mulher não se sinta segura em amamentar enquanto estiver com COVID-19 recomenda-se
que seu leite seja retirado e ofertado à criança.
• De acordo com Resolução de Diretoria Colegiada da ANVISA nº 171/2006, para doar o leite
materno, as mulheres devem atender aos critérios e procedimentos para a doação segura. A
doação de leite materno aos Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta de Leite Humano é
contraindicada para mulheres com sintomas compatíveis com síndrome gripal, infecção
respiratória ou confirmação de caso da COVID-19 e mulheres contactantes de pessoas com
síndrome gripal ou caso confirmado de COVID-19.
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Aleitamento Materno e Doação de Leite Materno


São recomendadas ainda as seguintes precauções, tendo em vista que a mãe infectada pode transmitir o vírus
através de gotículas respiratórias durante o contato com a criança, incluindo a amamentação:
• Lavar as mãos com água e sabonete por pelo menos 40 segundos ou higienizar as mãos com preparação
alcoólica em gel ou espuma por pelo menos 20 segundos antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite
materno (extração manual ou na bomba extratora)
• Usar máscara facial, do tipo cirúrgica, cobrindo completamente nariz e boca durante as mamadas e durante os
cuidados com o recém-nascido
• A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;
• Em caso de opção pela extração do leite, devem ser observadas as orientações disponíveis no documento
Cartilha para a mulher trabalhadora que amamenta (Ministério da Saúde, 2015)
• Seguir rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso
• Deve-se considerar a possibilidade de solicitar a ajuda de alguém que esteja saudável para oferecer o leite
materno em copinho ou colher ao recém-nascido
• É necessário que a pessoa que vai oferecer o leite ordenhado ao bebê aprenda a fazer isso com a ajuda de um
profissional de saúde portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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Cuidando do cuidador
É necessário um olhar especial para toda equipe, com diferentes categorias profissionais, que, mesmo diante das
incertezas que vivemos, permanecem ativas nas Unidades Neonatais baseando suas condutas clínicas em
protocolos existentes e buscando novas informações, notas técnicas e pesquisas que surgem a cada dia.
• Na situação da pandemia de SARS-CoV-2 podem surgir muitas dúvidas, novas condutas e orientações. Bom senso
e conhecimentos prévios deverão prevalecer nas equipes.
• Uma nova rotina de atenção e cuidado se impõe não apenas no ambiente hospitalar, mas também no
ambiente familiar do profissional. Compartilhar todas estas experiências intra-equipes, fazer sugestões de
estratégias utilizadas no cuidado, substituir um colega no momento em que este não se sentir capaz, fazem
parte de medidas de proteção do próprio grupo.
• Cuidados individuais como exercícios físicos, respiratórios, meditação, adaptados ao ambiente e espaço
hospitalar são recomendados e devem ser estimulados e facilitados pelos gestores e supervisores de cada
unidade.
• Psicólogos e assistentes sociais da equipe podem trazer grandes contribuições para o manejo de situações de
estresse e auxiliar em medidas que tragam maior tranquilidade da equipe.
• Adaptar atividades lúdicas, de convivência familiar prazerosas quando não estiverem de plantão, incluindo jogos,
música, buscar fotografias da família em diferentes momentos, são sugestões. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
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O compromisso com os bebês, suas famílias e profissionais de


saúde exigem mudanças de postura que podem ser
novamente questionadas, modificadas, na dependência de
novas e robustas informações, utilizando como apoio os
princípios básicos do Método Canguru.

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Referências
• Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária -ANVISA. Nota Técnica Nº 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que
devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19 ).
• Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 171, de 4 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o funcionamento de
Bancos de Leite Humano.
• Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.683, de 12 de Julho de 2007. Aprova, na forma do Anexo, a Normas de Orientação para a Implantação do Método
Canguru.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Nota Técnica Nº 7/2020-DAPES/SAPS/MS. 19 Mar. 2020.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção humanizada ao recém-nascido: Método Canguru: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. – 3 ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Guia de orientações para o Método Canguru na Atenção Básica :
cuidado compartilhado / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Método canguru : diretrizes do cuidado [recurso eletrônico] /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018. 84 p. : il.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Método Canguru : manual da terceira etapa do Método Canguru na
Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno.
Manual do método canguru: seguimento compartilhado entre a atenção hospitalar e a atenção básica / Manual for kangaroo method: shared follow-up between Hospital Care and
Primary Care / Manual del método canguru: seguimiento compartido entre la atención hospitalaria y la atención primária. Brasília; Ministério da Saúde; 2015. 274 p. Livroilus, tab, graf.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Cartilha para a mulher trabalhadora que amamenta / Essentials of
breastfeeding and the working woman / Cartilla para la mujer trabajadora que amamanta. Brasília; Ministério da Saúde; 2 ed; fev. 2015. 27 p. Folhetoilus.
• Cao Q, Chen YC, Chen CL, Chiu CH. SARS-CoV-2 infection in children: Transmission dynamics and clinical characteristics. J Formos Med Assoc. 2020 Mar;119(3):670-673. doi:
10.1016/j.jfma.2020.02.009. Epub 2020 Mar 2. PubMed PMID: 32139299; PubMed Central PMCID: PMC7126646.
• Center for Disease Control and Prevention (CDC). Considerations for Inpatient Obstetric Healthcare. Settings.
Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/inpatient-obstetric-healthcare-guidance.html. portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:
RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU

Referências
• Chen H, Guo J, Wang C, et al. Clinical characteristics and intrauterine vertical transmission potential of COVID-19 infection in nine pregnant women: a retrospective review of medical
records. Lancet. 2020; Published online February 12, 2020
• Dong, Yuanyuan & Mo, Xi & Hu, Yabin & Qi, Xin & Jiang, Fang & Jiang, Zhongyi & Tong, Shilu. (2020). Epidemiological Characteristics of 2143 Pediatric Patients With 2019 Coronavirus
Disease in China. Pediatrics. e20200702. 10.1542/peds.2020-0702.
• Lu Q, Shi Y. Coronavirus disease (COVID-19) and neonate: What neonatologist need to know. J Med Virol. 2020 Mar 1. doi: 10.1002/jmv.25740. [Epub ahead of print] Review. PubMed
PMID: 32115733.
• Victora CG, Bahl R, Barros AJ, França GV, Horton S, Krasevec J, Murch S, Sankar MJ, Walker N, Rollins NC; Lancet Breastfeeding Series Group. Breastfeeding in the 21st century:
epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016 Jan 30;387(10017):475-90. doi: 10.1016/S0140-6736(15)01024-7. Review. PubMed PMID: 26869575.

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ATENÇÃO AO
RECÉM-NASCIDO

ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO EM TEMPOS DA PANDEMIA DE COVID-19:


RECOMENDAÇÕES PARA O MÉTODO CANGURU
Material de 15 de abril de 2020
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido

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