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REPRESENTAÇÃO E APROPRIAÇÃO: DISCUTINDO OS CONCEITOS E

ANALISANDO A REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA

Autor: Lucas Dario ROMERO y GALVANIZ


Orientador: Prof. Me. Rafael Cardoso de MELLO

APRESENTAÇÃO:

Nos últimos anos a historiografia se viu imersa em um ambiente de crise


epistemológica. A ausência de “verdades” que confortassem os cientistas para a
realização de suas pesquisas gerou tal ambiente de “conflito”. Assim, se faz necessário
um retorno aos conceitos, estudos mais detidos sobre a epistemologia histórica e de
como nós, historiadores, construímos tal contexto.

OBJETIVOS:

O escopo deste trabalho é apontar alguns dos resultados conseguidos pelo


projeto de pesquisa “Compreendendo as 'representações' análise de um conceito por
meio da Revista Brasileira de História” durante o período em que este esteve atrelado
ao Projeto de Iniciação Científica (PIC) “Teorias Científicas e bases epistemológicas” do
Centro Universitário Barão de Mauá”, que objetivava a análise das revistas científicas
de maior expressão no Brasil nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Letras,
Pedagogia e História, tendo esta última disciplina adotado a Revista Brasileira de
História (RBH) como objeto de análise e sendo nela que nosso trabalho se encaixa.

JUSTIFICATIVA:

Salientando que o PIC, principalmente na área das Ciências Humanas, se


pretende um projeto interdisciplinar, de ações conjuntas e de longo prazo (iniciado em
2013 e projetado para ter seu fim em 2016), entendemos que tanto a pesquisa aqui
divulgada (a medida em que é fruto do projeto enquanto publicação) quanto os
resultados dela (pois se juntarão aos demais resultados obtidos pelos demais
participantes) se tornam importantes por corroborarem com os objetivos do próprio PIC,
tendo em vista aquilo que seus autores descrevem como objetivos: “A partir desse
levantamento, propor a quantificação do perfil dos autores e propostas teóricas que
fomentam a formação dos pesquisadores/educadores das áreas em questão” (ROSA, et
al, 2013, p.03); além de “… Contextualizar historicamente o período de publicação dos
dossiês…” (ROSA, et al, 2013, p.03).

DESENVOLVIMENTO:

Os pesquisadores envolvidos se voltarão para compreensão dos periódicos


escolhidos pela disciplina em que estão inseridos, analisando quantitativa e
qualitativamente artigos, temas, dossiês, instituições envolvidas, etc. Sendo este
“projeto maior” um trabalho de ações em conjunto e de longo prazo, nossa participação
circunscreveu-se na análise do volume 15, número 29, da RBH, exemplar que trata do
conceito de “representações”.
Em busca de alcançar nosso intento, sendo notória a presença do conceito
“representações sociais” na historiografia nacional, antes mesmo de analisar qualitativa
e quantitativamente a RBH, tivemos primeiramente de ir em busca de uma
aproximação com o conceito e um aprofundamento em seu entendimento. Apareceu-
nos, pois, a necessidade de historicizar o conceito “representação”, conhecendo
profundamente o contexto de seu surgimento. Para dar conta da história do conceito e
iniciarmos a pesquisa, partimos de dois textos: “O mundo como representação”, de
Roger Chartier (1989); e “Em busca de uma outra história: imaginando o imaginário”,
contida na própria revista em análise, de autoria de Sandra Jatahy Pesavento (1995).

RESULTADOS:

O conceito de representação apareceu na “década de 1960 com os escritos de


Serge Moscovici” (MELLO, 2009, p.30). Embora atualmente o conceito seja facilmente
encontrado em uma quantidade considerável de trabalhos no campo da História, seu
surgimento e utilização se deram aquém dos historiadores, e a década de 1960 é
reveladora para compreendermos o porquê do surgimento do conceito “representação”
e de sua distância, em primeiro momento, dos trabalhos de História.
A conjuntura predispunha à reavaliação das técnicas e das teorias que haviam
constituído os trabalhos históricos até então. A ideia de que se poderia construir uma
sociedade socialista, alternativa ao capitalismo, foi abalada, “dada a forma histórica de
realização totalitária em que tais regimes haviam descambado” (PESAVENTO, 1995,
p.10). Boa parte das ciências sociais a esta época, e principalmente a História,
“dedicada por completo à exploração do econômico e do social” (CHARTIER, 1989,
p.172), não tinham espaço senão para estas teorias e objetos de estudo. Segundo
Pesavento, à época os historiadores estavam “presos às correntes [do] historicismo,
[…] positivismo, […] marxismo” (PESAVENTO, 1995, p.12).
De acordo com Chartier, a mudança somente poderia ser lançada pelas
“disciplinas mais recentemente institucionalizadas e triunfantes intelectualmente: a
linguística, a sociologia ou a etnologia” (CHARTIER, 1989, p. 174), que lançavam mão
de “normas de cientificidade e modos de trabalho imitados das ciências exatas (por
exemplo, a formalização e a modelização, a explicação das hipóteses, a pesquisa em
grupo)” (CHARTIER, 1989, p.174). Isto explica o fato do conceito representação não ter
sido criado por historiadores nem tão cedo utilizado pelos mesmos.
Pesavento afirma que “Tornou-se mais fácil perceber a descontinuidade do que a
continuidade dentro deste contexto” (PESAVENTO, 1995, p.10). Foi-se, pois, procurar
em outras esferas do real a explicação destas “descontinuidades”, uma vez que o
“determinismo” do econômico e do social não eram capazes de explicar em sua
plenitude muitas das ações humanas.
A História Cultural, nascida da ocupação das frentes abertas por outras
disciplinas e utilizando-se de várias de suas ferramentas de análise, renovava a
disciplina histórica ao passo que mantinha boa parte de sua tradição. Desta forma, os
utensílios mentais voltaram a fazer parte das investigações dos historiadores, que,
embora tenham ampliado a gama de objetos, de técnicas (pela captação delas dentre
as demais ciências humanas) e por vezes de métodos de análise (também de outras
disciplinas), utilizaram-nos sem abrir mão daquilo que já era consagrado na História: “a
preferência pelo maior número, portanto à pesquisa da cultura tida como popular, a
confiança no numérico e na série, o gosto pela longa duração, o primado conferido ao
recorte sócio profissional” (CHARTIER, 1989, p.175).
Utilizar novos objetos na pesquisa histórica, estudar a cultura ainda atrelada aos
“velhos hábitos” da disciplina significava manter a tradição com os” 'paradigmas
dominantes' que foram, durante certo tempo, o estruturalismo ou o marxismo”
(CHARTIER, 1989, p.173) e suas ideologias. Estudou-se o cultural, mas ainda preso
uma hierarquia onde o econômico e o social ainda imprimiam caráter determinante nas
próprias práticas culturais dos indivíduos, de sua visão de mundo, de suas
representações.
Contudo, na década de 1980, novamente as ciências sociais passaram por um
período de reflexão, e a História foi novamente contestada. Pesavento afirma que a
nítida falência dos regimes socialistas e a incapacidade das economias capitalistas de
resolverem os problemas sociais intestinos geraram incertezas quanto aos princípios
normativos que haviam norteado os trabalhos das ciências sociais, e principalmente os
da História.

Na medida em que deixa de ter sentido uma teoria geral de


interpretação dos fenômenos sociais, apoiada em idéias-imagens
legitimadoras do presente e antecipadoras do futuro (o progresso, o
homem, a civilização), ocorre uma segmentação das ciências sociais
humanas e um movimento paralelo de associação multidisciplinar em
busca de saídas (PESAVENTO, 1995, p.09).

A contestação foi pautada na revalorização dos sujeitos como agentes históricos,


conscientes, que mesmo sob condicionamentos vários, conseguem criar práticas por
vezes díspares em relação ao esperado.
No artigo “O mundo como representação”, Chartier aponta que o editorial da
Revista dos Annales de 1988 chega a duas conclusões: a primeira é a crise que
atravessava as ciências sociais; a segunda é a constatação de que a História estava
isenta desta mesma crise. Haveria uma clara tentativa de manter a História “como uma
disciplina ainda sadia e vigorosa” (CHARTIER, 1989, p.173). A História, ainda atrelada
ao marxismo e ao estruturalismo, uma vez “renovada” pelos novos objetos que
passaram a fazer parte de seus estudos, estaria numa ascensão intelectual, enquanto
as demais ciências sociais, que colocavam em dúvidas tais pressupostos, estariam
passando por uma crise.
Chartier é um dos historiadores que, teorizando e utilizando o conceito
representações, faz parte do grupo que se coloca à margem dos pressupostos que
nortearam por muito tempo o trabalho dos historiadores. Segundo o autor, o fato das
ciências sociais abandonarem os antigos sistemas de interpretação (marxismo e
estruturalismo) não se configuraria propriamente uma crise, tal como apregova a
Revista dos Annales, mas justamente um fortalecimento destas mesmas ciências, e da
própria História (obviamente da parte da História que adota os novos princípios de
inteligibilidade). Chartier afirma que

é justamente à distância das representações objetivistas propostas


por estas duas teorias referenciais que se constroem as pesquisas
mais fundamentais, invocando contra as determinações imediatas
das estruturas as capacidades inventivas dos agentes, e contra a
submissão mecânica à regra as estratégias próprias da prática
(CHARTIER, 1989, p.177).

Chartier, aliado às mudanças ocorridas nas ciências sociais que se iniciaram


desde os anos de 1960, traz o conceito de representação para. os trabalhos de
História. Contudo, ao teorizar sobre o conceito, traz mudanças significativas em seu
entendimento e uso.
À procura de leis gerais que regessem as sociedades, o conceito de
representação estava preso ao estruturalismo, que ao estudar as estruturas mentais
por meio de constantes, do mais comum no mais diverso, acreditavam que a soma
destas constantes em dada sociedade eram a porta de entrada para compreender as
práticas culturais. Essa soma dos aspectos comuns seriam as “representações” desta
sociedade e determinariam suas ações.
Nesta perspectiva, nega-se ao sujeito qualquer possibilidade de ação consciente
ou inconsciente que seja contrária às estruturas mentais, sendo suas ações resultantes
das determinações que a cultura impõe por meio das próprias representações.
Chartier, entretanto, pauta seu trabalho “sobre o primado da liberdade do sujeito,
pensado como livre de toda e qualquer determinação, e privilegiando a oferta de ideias
e a parte refletida da ação” (CHARTIER, 1989, p.188). Nesta concepção, de forma
alguma se nega a existência de forças coercitivas que os diversos lugares sociais
imprimem, pondo barreiras aos indivíduos e por vezes castrando suas ações, contudo,
a aceitação de que estes lugares sociais condicionam determinadas ações, não quer
dizer necessariamente que os indivíduos sejam determinados por eles, recriando
práticas tal como requer o lugar social.
Segundo Pesavento, neste contexto em que Chartier começava a pensar de
forma distinta as representações, é um momento histórico onde se consegue perceber
muito mais as “descontinuidades” do que as “continuidades”. Oras, se os indivíduos
são determinados pelas suas estruturas mentais ou qualquer outra estrutura que seja,
suas ações deveriam ser exatamente aquelas apregoadas e esperadas, contínuas e
não descontínuas, não distintas. Justamente neste vão entre o determinado pelas
estruturas e o feito pelos sujeitos é que Chartier procura mostrar a parte refletida da
ação, onde os indivíduos são capazes de fugir às determinações, embora não
necessariamente das condicionantes que o lugar social impõe.
Para dar conta de explicar esta diferença entre o “determinado” ao sujeito e o
vivido por ele, Chartier lança mão de um conceito que, ao contrário da própria
representação que se ancora em uma coletividade, nas constantes em determinada
sociedade, é individual, único, distinto: a apropriação.
Chartier afirma que a apropriação seria a maneira pela qual o indivíduo recebe
as condicionantes do meio social e as interpreta, norteando posteriormente suas ações.
Ou seja, a apropriação seria a leitura que o indivíduo faz do mundo que o cerca e que
permite sua ação sobre o mesmo.
O fato de se aceitar que o indivíduo recebe informações do meio social é a prova
de que há condicionantes, mas afirmar que ele interpreta estas informações significa
aceitar que estas não são determinadoras de suas ações. Interpretar é abrir a
possibilidade de ruptura com o esperado, é possibilitar a reinvenção de práticas, é
potencializar o indivíduo como agente histórico.
Desta forma as representações não podem ser entendidas sem que se leve em
consideração as apropriações que os indivíduos fazem do mundo. A representação, a
grosso modo, pode ser entendida como “o que é esperado do indivíduo”, a apropriação
pode ser entendida como “o que o indivíduo faz com o que é esperado dele”. Estas
apropriações recriam as representações coletivas, que por sua vez exercem certa força
coercitiva a fim de que os indivíduos reproduzam práticas segundo as representações
vigentes. Há aí uma clara dialética entre apropriação e representação.
Segundo Mello, as “representações foram moldadas e, ao mesmo tempo,
moldaram os valores e, portanto, a visão de mundo das diversas sociedades, criando
entre seus membros determinadas práticas” (MELLO, 2009, p.30).
Para Chartier é justamente esta dialética que move o mundo, daí “O mundo
como representação”. O autor afirma que não há “prática ou estrutura que não seja
produzida pelas representações, contraditórias e em confronto, pelas quais os
indivíduos e os grupos dão sentido ao mundo que é o deles” (CHARTIER, 1989, p.176).
Ele se apropria da dialética no marxista para criar sua tese. Contudo, rompe com a
ideia de que a luta de classes (ou somente ela) promove a mudança; ao contrário,
como fica bem evidente, seriam as “representações, contraditórias e em confronto” que
desempenhariam este papel.
É justamente neste contexto de reflexão das ciências sociais e de seus pressupostos e
conceitos que, na década de 1980, o conceito de “representações” chegou ao Brasil,
por intermédio de Ângela Arruda (MELLO, 2009, p.30).
Na mesma década, Chartier estava em plena produção, usufruindo e
repensando o conceito, tal como vimos. As representações possibilitaram uma
mudança nos trabalhos históricos no meio acadêmico brasileiro, tanto que em menos
de 20 anos de sua chegada ao país, vários congressos discutiram o conceito, além da
Revista Brasileira de História ter lançado um dossiê com trabalhos de diversos
historiadores tendo as Representações como temática.
Ao analisar a revista que nos é objeto de estudo, percebemos que ela é
composta por 11 artigos e 1 resenha, cujos autores, títulos das obras e instituições a
que estão ligados seguem abaixo:

TABELA 1: Relação de artigos, autores e Instituições de Ensino Superior da


RBH, v.15, n.29, de 1995.

ARTIGO AUTOR IES


Em busca de uma outra história: imaginando o Sandra Jatahy UFRS
imaginário. Pesavento

A vigia do acontecer e a história do Francisco Murari Pires USP


acontecimento.
Ruptura e permanência: a cristianização dos Carlos Roberto F. USP
povos bárbaros. Nogueira
Mistérios da “fragilidade humana”: o adultério Eni de Mesquita Samara USP
feminino no Brasil, séculos XVIII e XIX.

Viagem pelo Brasil de Spix e Martius: quadros da Karen Macknow Lisboa USP
natureza e esboços de uma civilização.

Curral dos bárbaros: os campos de concentração Frederico de Castro UFCE


no Ceará (1915 e 1932). Neves

Os problemas do desenvolvimento na América Zilda Márcia Gricoli Iokoi USP


Latina frente aos descaminhos da modernidade.

Os traficantes de africanos e seu “infame Jaime Rodrigues UNICAMP


comércio” (1827-1860).

Representações nacionais do cafeicultor: Zé Steven C. Topik U. Califórnia


Prado e Juan Valdez.

Memória da Independência: marcos e Maria de Lourdes Viana UFRJ


representações simbólicas. Lyra

Representações políticas no movimento Diretas- Marcos Francisco UFPR


Já. Napolitano de Eugênio

RESENHA AUTOR IES


Quando a história enlouquece. Modesto Florenzano USP

Pode-se notar que, dentre os artigos/resenhas publicados nesta edição da


Revista Brasileira de História, 50% deles são provenientes da USP (6 dos 12 artigos), o
que pode demonstrar um possível locus de estudo/utilização do conceito. Quanto a
regionalização das publicações, identificamos a seguinte configuração:
A região Sudeste detém o maior número de publicações nesta edição, com
66,6% (8 de 12 artigos – sendo 6 da USP, 1 da UFRJ e 1 da UNICAMP), a região Sul
têm 16,6% (2 de 12 artigos – sendo 1 da UFPR e 1 da UFRS), a região nordeste tem
8,3% (1 de 12 artigos – UFCE), e ainda 8,3% (1 de 12 artigos) foram escritos por
historiadores estrangeiros. Percebemos que nenhum artigo é proveniente de
instituições das regiões Norte e Centro-Oeste.
Durante a leitura dos artigos da Revista, foi possível notar que em apenas um
deles Roger Chartier foi citado, a saber, no artigo de Sandra Jatahy Pesavento. Nesta
primeira breve leitura, percebemos que o conceito ainda estava muito atrelado ao
estruturalismo. Isso demonstra que no Brasil o conceito de Representações ainda era
utilizado guardando certa distância da significação dada pelo historiador francês
quando da publicação da RBH em 1995.

ConsIDERAÇÕES FINAIS:

Tal como fora dito, a origem dos artigos contidos na revista podem apontar para
um possível locus de estudo/utilização do conceito no Brasil, tal como pode ser indício
de uma possível representação do que se entende por “centro do conhecimento”. Em
uma outra pesquisa, inclusive, poder-se-ia levantar os dados referentes à origem (IES)
dos artigos das outras edições da RBH e cruzar com os índices de desempenho
escolar nas diversas regiões do país, procurando possíveis relações entre o número de
publicações em revistas acadêmicas por região e o índice de educação nas mesmas
regiões. Como nossa pesquisa não tem por objetivo tal empreendimento, fica como
menção/sugestão.
Com relação a “representações”, é notório como desde seu surgimento com
Serge Moscovici tal conceito passou a ser de suma importância para as Ciências
Humanas, mas que como produto de seu tempo e através do mesmo, passou por
diversas mudanças em seu entendimento e utilização até chegar a ser utilizado pela
História, e mesmo no interior desta disciplina também se modificou com o tempo.
Roger Chartier, historiador que primeiro utilizou as representações, lançou mão
de outro conceito que seria fundamental para o entendimento das representações: a
“apropriação”. A apropriação seria basicamente a leitura individual que os sujeitos
fazem do mundo que o cerca e que os possibilitam agir sobre o mesmo. Sendo, de
acordo com Chartier, o mundo composto sobretudo por representações, e estas sendo
“um modelo” a ser seguido pelos indivíduos de dada sociedade, a apropriação permite
ao indivíduo interpretar e recriar as práticas “impostas” pelas representações,
modificando-as. É justamente nesta dialética entre representação-apropriação que é
possível compreender o processo de mudança nas diversas sociedades.
A revista Brasileira de História, em sua edição intitulada “Representações”, além
de trazer a luz obras que utilizaram o conceito, deixa transparecer como o próprio
conceito foi apropriado pelos intelectuais do país. Nossa pesquisa, então, para além de
se inserir na discussão teórica acerca do que seriam “representação e apropriação”,
ganhará notoriedade quando for aliada às outras pesquisas de igual cunho e que estão
sendo realizadas concomitantemente a esta por meio do PIC.

REFERÊNCIAS:

CHARTIER, R. O mundo como representação. Estudos Avançados. São Paulo: USP,


11(5), 1991, pp.173-191.
______. Por una c0ociologia histórica das prácticas culturáis. In _____ História
cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: DIFEL/Bertrand Brasil,
1988, p.13-28.

DE CERTEAU, M. Operação Histórica. In _______ A escrita da história. Rio de


Janeiro: Forense Universitária, 1993.

MELLO, R. C. de. “Um coronel de saias” no interior paulista: a “rainha do café” em


Ribeirão Preto (1896-1920) – Franca: UNESP, 2009.

PESAVENTO, S. J. Em busca de uma outra história: imaginando o imaginário.


In_Revista Brasileira de História, vol. 15, nº29 – São Paulo: Contexto, 1995, p. 09-
27.

Revista Brasileira de História, vol. 15, nº29 – São Paulo: Contexto, 1995, 231 p.

ROSA, L. R. O. (et al.) Teorias Científicas e bases epistemológicas das Ciências


Humanas. Projeto interdisciplinar apresentado ao PIC-Programa de Iniciação Científica
do Centro Universitário Barão de Mauá. Centro Universitário Barão de Mauá: Ribeirão
Preto, 2013.

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