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Brasília, 2021
CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INSTITUTO CNA
E PECUÁRIA DO BRASIL (CNA) RURAL (SENAR)
Os produtores rurais brasileiros podem ter a certeza que podem contar com
o Senar para ter a melhor assistência, o melhor suporte e toda a orientação
para que continuem fazendo a diferença na agropecuária do país.
Boa leitura.
Sumário
8 10
Apresentação ATeG em
números
12 24 54
Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3
Em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, o Senar lançou uma série de vídeos sobre gestão
para auxiliar os produtores rurais e iniciou o atendimento remoto. Nesse ano em que novos desafios
mundiais surgiram e desafiaram as instituições, a ATeG do Senar atendeu 44,7 mil novas propriedades.
Neste livro, abordaremos como é feita a seleção dos produtores, como funciona cada um dos
cinco passos e mostraremos casos de sucesso de produtores rurais, de Norte a Sul do Brasil, que
apostaram na Assistência Técnica e Gerencial do Senar e hoje colhem os frutos em suas propriedades.
A ATeG é uma prioridade para o Sistema CNA/Senar. Com ela, vamos construir uma nova classe
média rural no País e fortalecer ainda mais o produtor rural e o setor agropecuário brasileiro.
ATeG em
números
148.257
propriedades
atendidas no Brasil
2.970
profissionais
ATeG
24.497
propriedades
52.288
propriedades
atendidas atendidas
na Região Norte na Região Nordeste
29.775
propriedades
20.436
propriedades
atendidas na atendidas
Região Centro-Oeste na Região Sudeste
21.261
propriedades
34.699
atendimentos
atendidas virtuais
na Região Sul
01.
Como tudo
começou:
um pouco da
história da
extensão rural
no Brasil
A prioridade era a integração do homem rural à No entanto, registros históricos demonstram que
dinâmica de mercado, sendo fundamental “educá- o Serviço de Extensão Rural foi criado em 6 de
lo” para que ele passasse a adquirir equipamentos dezembro de 1948 com a assinatura do convênio
e insumos necessários à modernização de sua entre a Associação Internacional Americana (AIA)
atividade agropecuária, assim produzindo mais, e o governo do estado de Minas Gerais. Mas os
com melhor qualidade e maior rendimento. pioneiros da assistência técnica atribuem o início do
Serviço de Extensão às atividades em Santa Rita do
Há quem defenda, porém, que as primeiras Passa Quatro/MG e em São José do Rio Pardo/MG, a
atividades extensionistas no Brasil foram registradas partir de 1947, também com a participação da AIA.
em torno de 1910, em Minas Gerais, realizadas pelo
agrônomo e professor Benjamim H. Hunnicutt, da Independentemente da controvérsia histórica,
Universidade Federal de Lavras. Naquela época, foram muitas as dificuldades no início:
Hunnicutt procurou oferecer cursos e treinamentos preconceito quanto às mulheres trabalhando
para os agricultores usando algumas metodologias junto aos homens no campo; falta de pessoal
de extensão, como aulas, palestras, demonstrações habilitado; estradas intransitáveis; e ausência
de resultados e distribuição de folhetos ao produtor. de meios de locomoção e de recursos para
O objetivo era difundir técnicas relacionadas à implementar o crédito rural brasileiro.
consolidadas.
28
PRINCÍPIOS DA ATeG
As ações de ATeG devem ser aplicadas de forma direcionada à atividade produtiva principal da propriedade rural, com
intuito de coletar, interpretar e gerar indicadores de desempenho que permitam tanto a mensuração dos resultados
quanto a evolução técnica e gerencial alcançados.
As ações de ATeG estão intimamente associadas às de Formação Profissional Rural (FPR) do produtor e do trabalhador
rural, visando ao equilíbrio entre melhoria da produtividade da atividade e ao perfil profissional necessário para o
desenvolvimento do trabalho.
A ATeG tem como propósito identificar diversos pontos que necessitam de melhoria dentro da atividade
desenvolvida na propriedade rural, tudo isso de maneira integrada às necessidades e ao bem-estar das pessoas
envolvidas no processo.
Nas ações de ATeG, deve-se observar a implementação de uma gestão eficiente e inovadora, que proporcione
resultados efetivos, com ganhos financeiros, econômicos e ambientais, por meio do aumento da eficiência produtiva,
com diversificação de atividades e produtos, gestão eficiente da propriedade, recuperação das áreas degradadas,
ampliação de renda, geração de emprego, melhoria do bem-estar animal, redução de perdas quantitativas e
qualitativas decorrentes de falhas de manejo, resiliência às mudanças climáticas e desenvolvimento econômico,
financeiro e social.
Para que a metodologia da ATeG seja aplicada de O Senar Central assegura suporte metodológico em
forma eficiente e apresente os resultados esperados Assistência Técnica e Gerencial às administrações
em cada propriedade assistida, a gestão começa, regionais do Senar, possuindo as seguintes funções:
em nível nacional, na Administração Central do desenvolver e disseminar a metodologia de ATeG do
Senar chegando até a propriedade rural. Senar; elaborar os recursos instrucionais necessários
para divulgação, capacitação e execução das ações
A Administração Central do Senar possui como de ATeG; desenvolver o software para coleta e
função a estruturação da Assistência Técnica armazenamento e processamento dos dados
e Gerencial, propondo sugestões a respeito técnicos e gerenciais obtidos nas propriedades
das prioridades e das principais finalidades rurais atendidas; capacitar as equipes técnicas
de cada projeto de acordo com a região a ser das administrações regionais na metodologia
contemplada. Além disso, também deve apresentar ATeG do Senar; prestar o suporte técnico e
e esclarecer as particularidades da metodologia metodológico contínuo às administrações regionais;
adotada em relação ao desenvolvimento das e manter e coordenar a Central de Dados.
ações, à condução dos programas e à análise dos
resultados obtidos com a prestação do serviço.
44
COORDENAÇÃO
DE CAPACITAÇÃO
A Coordenação de Capacitação tem como intuito Nesse contexto, reforça-se que a capacitação tem
contribuir para a melhoria do desempenho papel importante na viabilização da promoção do
dos profissionais que fazem parte do processo desenvolvimento da Metodologia de Assistência
da ATeG, primordialmente na qualificação dos Técnica e Gerencial. É por esse motivo que o
agentes envolvidos nessa ação, possibilitando Senar Central mantém uma unidade específica,
uma formação não só com foco na área técnica, responsável tanto pela elaboração de conteúdo,
mas também na forma sistêmica, tendo maior materiais didáticos quanto pelos cursos,
envolvimento nos conceitos de competências acompanhamento andragógico e por todo o
essenciais, focalizando as abordagens nos processo educativo inerente à metodologia.
conhecimentos, nas habilidades e nas atitudes.
• Reuniões de produtores;
• Dias de campo;
• Palestras;
• Visitas às propriedades rurais, entre outros.
ATeG – Cinco etapas da transformação rural Banco de Imagens CNA/Senar - Tony Oliveira.
55
Com nova visão de gestão, produtor
aposta no empreendedorismo para se
manter no mercado
Um exemplo de sucesso na agricultura familiar
está na localidade do Lago Oeste, na pequena
propriedade rural de 5,5 hectares, onde reside e
trabalha o produtor Pedro Sena, com sua esposa
e seus filhos. As principais atividades de emprego
e renda que mantém unida e ocupada a família
são a agricultura orgânica (hortaliças e frutas)
e a criação de galinha poedeira. A propriedade
foi adquirida em 1993 pelos pais do Pedro,
que nunca produziram para comercializar.
6
Aviários
Depois da ATeG
200
na reserva estratégica de forragem, seja no
plantio da palma forrageira ou na produção e
armazenamento de silagem para os períodos de litros / dia
estiagem, garantindo, assim, a alimentação dos
animais. A silagem é um alimento barato, que,
juntamente com a palma forrageira, constitui base
alimentar dos animais, reduzindo bastante os
custos de alimentação. Essa situação, associada
ao aumento de produção, diluiu melhor os
custos de produção e aumentou a margem
bruta da atividade.
600litros / dia
Banco de Imagens CNA/Senar - Wenderson Araujo/Trilux.
Depois da ATeG
169
divulgado em todo o estado: a utilização da
parte aérea da mandioca na suplementação das
vacas leiteiras.
litros / dia
314
ATeG, a propriedade está chegando aos 400 litros
de leite/dia, e José Ivo, além do filho que já estava
na atividade, envolveu mais uma filha dentro da
propriedade em função do aumento da renda a litros / dia
partir da atividade leiteira.
200
em sua produção e, por isso, alguns dias de
campo são realizados em sua propriedade.
8
vacas
1,5 ha de pastejo
27
Banco de Imagens CNA/Senar - Wenderson Araujo/Trilux.
vacas
4 ha de pastejo
Depois da ATeG
54.734
77.901
Banco de Imagens CNA/Senar - Wenderson Araujo/Trilux.
litros de leite
2º ano da ATeG
867
de vacinação e a vermifugação do rebanho.
litros / dia
Banco de Imagens CNA/Senar - Produtor Jânio Mota.
Depois da ATeG
91,7
praticava a venda de leite na porta, porém não dava a
atenção adequada para esse fato, vendo-o, inclusive,
algumas vezes como inconveniente. Contudo, o leite
litros / dia
passou a ser vendido a pessoas que revendem
queijo, fazem sorvete, doces e outros produtos. Com
isso, o produtor rapidamente conseguiu aumentar o
volume de leite entregue na porta. Até o momento,
ele conseguiu aumentar 100 litros/mês em média,
chegando a 175 litros vendidos na porta (até junho
Depois da ATeG
de 2020). A meta é entregar 500 litros/mês na
porta, de maneira constante até julho de 2021.
A dedicação da família e o
comprometimeto com as diretrizes Produtor: Andresson de Andrade Silva
apontadas pela ATeG tornaram possível Poço Redondo - SE
aumentar a produção leiteira
190
209
a orientar e corrigir o que estava ultrapassado na
propriedade, com novas tecnologias e informações.
Com isso, o manejo do rebanho obteve grande
avanço na produção. litros / dia
Depois da ATeG
450
reforma na residência onde moram, comprar
um triciclo para uso na propriedade e uma
moto para uso particular, além de investir na litros / dia
infraestrutura da propriedade: energia, internet, com 19 animais
câmeras de monitoramento, tanque resfriador,
construção de galpão e pista de alimentação.
3,9
desejar. O rebanho tinha baixo potencial genético
para produção de leite e a porcentagem de
vacas em lactação era de 56%, com produção
média de leite por vaca de 3,9 litros. litros / dia / vaca
56% vacas em
lactação
Após 12 meses de atendimento da ATeG, a evolução
na propriedade é bastante satisfatória. A produção
diária de leite tem uma média de 130 litros, com
7,5 litros por vaca, sendo que a porcentagem
de vacas em lactação passou para 70%.
7,5
do produtor e de sua família. Edson faz
todas as anotações no caderno do produtor
rural, sua esposa controla a composição do
rebanho e o filho executa as atividades de litros / dia / vaca
adubação, roçagem e suplementação mineral, 70% vacas em
lactação
seguindo as recomendações técnicas.
6,8
financeiro, quanto pela mudança de postura do
produtor frente aos desafios, principalmente o
de manter uma propriedade rural lucrativa.
17,94
foi de 17,94L/vaca/dia, passando para 20,3 L/
vaca/dia no segundo ano, o que significa um
incremento de 13,16% na produção. A margem
líquida teve aumento de 102,5%. Já a qualidade litros / vaca / dia
do leite melhorou bastante, a contagem de
células somáticas (CCS) teve redução de 26,69%,
e a contagem padrão em placa (CPP) reduziu
76,1%, passando de 92 mil UFC/mL de leite
para 21 mil UFC/mL de leite. Esses resultados
derivam do trabalho incansável de toda equipe,
principalmente do empenho da produtora.
20,3
20,51% e uma redução de quase 50% nas
despesas da atividade leiteira da propriedade.
135
para a complementação alimentar do rebanho no
verão, corrigido com ureia e sulfato de amônia.
30
para auxiliar na nutrição do rebanho. Além disso,
diante da necessidade apresentada, foram criadas
zona de “salgadeiras” para dar rodeio no gado e
facilitar o manejo de maternidade. Para um melhor meses
desenvolvimento dos aninais, ainda foi realizada a idade / 1º parto
limpeza de pasto, melhorando a oferta de capim.
53.878
kg / carne / ano
Tratos
culturais
Banco de Imagens CNA/Senar - Wenderson Araujo/Trilux.
adequados
Depois da ATeG
Cafeicultura Araxá - MG
Cafeicultura Patos de
Minas – MG
Cafeicultura Patrocínio-MG
Cafeicultura Patrocínio-MG
250 a 300
sacas / ano
Depois da ATeG
Cafeicultura Porciúncula – RJ
Cafeicultura Jaguaré – ES
Produção
8ª Melhor
Amêndoa do
Brasil no
Programa Cacau
Banco de Imagens Shutterstock. de Excelência
Depois da ATeG
Ricardo Soares é um produtor com um grande Desde o início da aplicação da metodologia ATeG na
perfil empreendedor. A maioria dos produtores propriedade, há uma grande troca de conhecimento
de caju da região possuía extensão de terras e parceria entre Ricardo e o técnico. Além das
maior que a dele e utilizava espaçamentos técnicas, o produtor também colabora de forma
entre plantas maiores que o dele (10 x 10). satisfatória para o gerenciamento da propriedade.
Logo, para obter uma produção equivalente
aos outros produtores, Ricardo optou por Antes da assistência, o produtor tinha certa
plantar dois clones de cajueiro anão-precoce, dificuldade para identificação de pragas e doenças
com aptidões diferentes (indústria e mesa), de e o uso de manejo de controle integrado, além
forma mais adensada (espaçamento 7 x 7). de não realizar análises do solo para identificar
6.048
Plantas Doentes
com Frequência,
o que diminiu o
valor e a
comercialização.
Floricultura Planaltina – DF
Processos
de produção
desorganizados
e sem controles
Organização
e eficiência
nas rotinas
Depois da ATeG
Suinocultura Ivinhema - MS
Ovinos
aptos à comercialização
Banco de Imagens CNA/Senar - Tony Oliveira.
Depois da ATeG
Ovinocaprinocultura Aquidauana - MS