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BIBLIOTECAS

NA
ANTIGUIDADE
FCI UNB / HLB 1_2020
Tópicos

Oralidade, leitura e mercado de livros

na Grécia e no mundo helênico

Biblioteca de Alexandria

Biblioteca de Pergamo
Grécia Antiga e o ESCRITA ALFABÉTICA E DEMOCRACIA

Mundo Helenico Lugar onde o livro adquiriu a dimensão que se conhece na atualidade. Momento
favorecido pela escrita alfabética e pelo sistema político de democracia, um contexto
que influenciou o ensino, os debates, a filosofia, a ciência, medicina e religião
(GRACIA, 2016, p. 88).
Leitura

No século V a. C., o hábito de usar livros para leitura


individual vai surgindo gradativamente e sua
promoção se desenvolve favorecida pelo ideal de
cultura e pela capacidade de ler e escrever como
elemento definidor da cidadania (GRACIA, 2016, p.

Oralidade 90).
A leitura privada desenvolveu-se muito rapidamente
e causou reações mistas. Para alguns, a leitura
privada acabaria levando o livro a substituir os
professores e prejudicaria os alunos, já que nenhum
livro poderia fornecer mais conhecimento do que
um sábio.
A tradição na antiguidade é a da oralidade. Poesias Apesar dessas críticas, a força da leitura foi tal que
épicas não eram escritas, mas declamadas, assim culminou neste mesmo século com o surgimento de
como teatro também. A música era usada como coleções.
recurso de memória (GRACIA, 2016, p. 89). A procura de livros pelos cidadãos resultou no
surgimento da profissão de livreiro.
Compradores de Livros

Segundo Casson (2018, p. 40) com livros facilmente


adquiridos, as pessoas começaram a colecioná-los,
o que aumentou o número dos alfabetizados e mais
ainda, dos que liam por prazer.

Bibliotecas Gregas
Mercado de Livros IMPORTANTES COLEÇÕES
Escola de Isócrates
Liceu de Aristóteles
Escola Hipocratica de Medicina em Cos
Alguns desses livreiros se tornaram famosos e, além
de cumprir a função de vender livros, também se
tornaram editores. Para isso, conseguiram um bom
PERÍODO HELENÍSTICO
número de escravos que foram colocados para
Biblioteca de Alexandria - Dinastia Ptolemaica
copiar os livros em uma espécie de cadeia de
produção. Esses livreiros-editores eram chamados Biblioteca de Pergamo - Dinastia dos Atálidas
de bibliopolai (GRACIA, 2016, p. 91).
Papiros gregos
Mais informações
Ancient Lives
https://www.ancientlives.org/

Manuscritos de Euclides encontrados no lixo


https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/grandes-
reportagens/1191-ed-especial-euclides-mar2017

Oxirrinco - obras que renascem das cinzas da valiosa


lixeira
http://tempocaminhado.blogspot.com/2011/09/oxirrinco-
obras-que-renascem-das-cinzas.html

Papiros de Oxirrinco Papiro de Derveni Museu Arqueológico de Tesalónica - Google Earth


https://cutt.ly/ngW4iqM

Até o pouco tempo atrás, poucos escritos gregos Como em Oxirrinco, o acaso permitiu encontrar
haviam sido encontrados - menos de 7% do total de entre cinzas funerárias o mais antigo livro O Papiro Derveni: Um Projeto de Pesquisa
cerca de 2000 autores - (BAEZ, 2013, p.111). Desde europeu preservado até hoje, o Papiro Derveni Interdisciplinar - Universidade de Harvard
https://chs.harvard.edu/CHS/article/display/2273
1897, escavações na região de Oxirrinco encontraram (340 a. C.), hoje protegido no Museu Nacional de
500 mil fragmentos de papiros. Tesalonica. O rolo foi encontrado semi-
O Papiro Derveni: O 'livro' mais antigo
queimado em 1962 (BAEZ, 2013, p.114). Contém
da Europa - Unesco
um tratado de extraordinária importância para https://cutt.ly/5gW7JMY
entendimento da relação entre a religião grega
https://cutt.ly/ZgW7G75
e história intelectual. Foi incluído no programa
da Unesco Memória do Mundo em 2015.
Aristóteles
O primeiro colecionador e organizador de livros

Após a condenação de Sócrates, Platão (424-438 a.C.) funda a sua


escola, a Academia (BARBIER, 2018, p. 39) que privilegia a oralidade do
discurso por “exercitar a memória, a dialética e a técnica de discussão”.
Com o seu discípulo Aristóteles, isso muda, pois ele documenta tudo o
que encontra em matéria de experiências e de reflexões. Sua escola é
frequentada por Alexandre, o grande.
Aristóteles seria o primeiro a fazer uma "coleção de livros".
Segundo Barbier, na escola de Aristóteles, o Liceu, as aulas aconteciam
ao ar livre e havia biblioteca para consultas.
Casson (2018, p. 41) afirma que para Aristóteles ser considerado o
primeiro colecionador de livros, deve ter superado os seus antecessores
(como vimos anteriormente o caso do rei Assurbanipal).
Sua coleção era tamanha, que era necessário um sistema de
organização, o que justifica o fato de Aristóteles ter ensinado aos reis do
Egito como organizar uma biblioteca.

Para Aristóteles e os seus, os documentos mais significativos são seus testamentos


[...] A transmissão das bibliotecas é aí especificada com mais cuidados do que as dos
bens. Entramos decididamente na era enciclopédica em que todo conhecimento é
transcrito, classificado e na medida do possível publicado.
(SIRINELLI apud BARBIER, 2018, p. 39-40).
Alexandre
INFLUÊNCIA DE HOMERO
Segundo Puchner (2017), a influência de Ilíada e
Alexandre da Macedônia é Odisseia de Homero foi fundamental para o
chamado de Grande porque percurso de Alexandre.
conseguiu unificar as orgulhosas
cidades-Estados gregas, "A epopeia de Homero já era um texto fundamental para
conquistar todos os reinos entre os gregos havia muitas gerações. Para Alexandre,
a Grécia e o Egito, derrotar o adquirira a importância de um texto quase sagrado, e é
poderoso exército persa e criar por isso que sempre o levava consigo em sua campanha.
um império que se estendeu até É o que fazem os textos, sobretudo os fundamentais: eles
a Índia — em menos de treze alteram a maneira como vemos o mundo e também como
O GRANDE IMPERADOR
anos. atuamos nele"
Filho de Felipe II da Macedônia e Olímpia, foi Ele foi induzido não só a ler e estudar esse texto, mas
educado por Aristóteles, que inspirou seu interesse (MARTIN, 2017) também a reencená-lo.
pela filosofia, medicina e investigação científica. Alexandre, o leitor, se pôs dentro da narrativa, vendo
Tornou-se líder aos 20 anos quando seu pai morreu. sua própria vida e sua trajetória à luz do Aquiles de
Estabeleceu um grande império que incluía a Homero. Alexandre, o Grande, é bem conhecido por ser
Grécia, Pérsia, Mesopotâmia, Síria, Líbano, Egito e um rei extraordinário. Acontece que era também um leitor
Índia. extraordinário.
Morreu aos 32 anos e seu império foi dividido em 3
partes. O Egito passou ao general Ptolomeu, e
Alexandria, fundada por Alexandre em 331 a.C.,
tornou-se a capital do novo Estado. (CAMPBEL,
2016, p. 45). O período que se inicia a partir de sua
morte até o fim do século I d. C. é chamado de
helenístico.
Alexandria
CAPITAL INTELECTUAL DO
MUNDO
Com a riqueza do Egito (grãos e planta
do papiro), a região era muito próspera e
bem localizada (porto na costa egípcia).
A cidade projetada pelo arquiteto
Deinócrates atrairia inevitavelmente não
só comerciantes ricos, mas também
eminentes estudiosos, artistas e homens
de ciência (FLOWER, 2010)
Segundo Barbier (2018, p.41) Alexandria
era um lugar onde transitavam
mercadorias, valores financeiros, ideias,
textos e livros.
Demétrio de Para entender a Biblioteca de Alexandria

Falero
Segundo Baez (2006, p.61), a melhor forma de entender a
biblioteca de Alexandria, é entender a vida de Demétrio.
Nascido em Falero, estudou no Liceu com o próprio Aristóteles
Governou Atenas por 10 anos, com um governo popular, teve 300 estátuas em sua homenagem
Fugiu para Tebas com a queda de Atenas. Recluso, lia os poemas de Homero todos os dias
Impossibilitado de voltar para Atenas, foi para Alexandria
Introuduziu-se no palácio real e aconselhou Ptolomeu I a ler livros sobre monarquia porque "o que os amigos não
dizem, está escrito nos livros".
Escreveu um livro dedicado a Ptolomeu sobre a arte da política
Convenceu o rei a construir um prédio dedicado às musas, filhas de Zeus. A obra fez parte do palácio real
O rei gostou da ideia pois poderia substituir a cultura egípcia pela grega e aumentar o seu prestígio.
Demétrio planejou criar uma ramificação do Liceu de Aristóteles em Alexandria e construir uma biblioteca com
muitos livros.
" estando a cargo da biblioteca do rei, recebeu grandes somas de dinheiro para adquirir, até onde fosse possível, todos os
livros do mundo"
Coordenou um grupo de tradutores judaicos para traduzir o Antigo Testamento para o grego
Criou assim, a ideia da grandeza da Biblioteca, junto com o museu.
Biblioteca de
Alexandria
CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
Fundada em meados do ano 300 a.C.

Teve por objetivo assegurar a conservação


dos textos, facilitar o trabalho intelectual e
promover a cultura grega (BARBIER, 2008,
p. 42).

A Biblioteca de Alexandria era um objeto


político do Estado, um mecanismo para
governar e se constituiu como uma
instituição prestigiosa a serviço do rei.
(GRACIA, 2016, p 93).

A Biblioteca Alexandrina de Ptolomeu se


converteu em um centro mundial de
investigação, literatura e livros.

A biblioteca conseguiu - mediante


laborioso trabalho de cópias dos originais -
o maior acervo de sua época. As
estimativas mais generosas calculam 400
mil exemplares, enquanto outros
historiadores dizem 40 mil. (MURRAY, 2009,
p. 38).
Biblioteca de
Alexandria
CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
A Grande Biblioteca Alexandrina era
essencialmente um templo, dedicado
às Nove Musas, - entre elas poesia,
música, canto e oratória.

Os administradores da biblioteca de
Alexandria coletavam rolos de papiro
de todo o mundo e os e copiavam,
nem sempre com devolução.
Filosofia, arte e
ciência
A biblioteca reuniu os maiores sábios da época com o apoio dos
faraós da dinastia ptoleumaica.
Entre eles:
Estratão de Lâmpsaco (que mais tarde dirigiu o Liceu), Apolonio de
Rodes (cuja obra As Argonauticas é preservada), Philitas de Cos
(instrutor de Ptolomeu II Filadelfo), Zenódoto de Éfeso (bibliotecário
que escreveu uma edição crítica da obra de Homero, Euclides (pai
da Geometria), o cronógrafo e geógrafo Eratóstenes de Cirene,
Herophilus (o pioneiro dos estudos anatômicos que realizou a
primeira dissecação pública em Alexandria), Agnodice (a primeira
médica a cortar o cabelo e vestir-se de homem para frequentar as
aulas de Herófilo), Aristarco de Samos (que pela primeira vez
Os cientistas e investigadores que iam à biblioteca eram trabalhadores formulou a teoria heliocêntrica), entre outros. Até Arquimedes
do Estado, pagos por este, incluindo a sua manutenção, enquanto na residiu lá por algum tempo. (GRACIA, 2016 p 93)
biblioteca se dedicavam à produção intelectual para o Estado.
(GRACIA, 2016 p. 93)
Zenódoto de Éfeso
escritor, poeta, epigramatista, instrutor,
editor

Bibliotecários de
Seu trabalho mais lembrado é a edição dos clássicos de
Homero. Rigoroso, apontava erros e orientava o leitor o
sentido das passagens difíceis. É considerado o
responsável pela divisão dos poemas homéricos em 24

Alexandria
livros.

(BAEZ, 2006, p. 65-68)


Apolônio de Rodes
Poeta
Autor de As Argonauticas. Apontou erros conceituais e
O rei era quem designava o bibliotecário diretor. gramaticais da edição de Homero. Foi tutor de Ptolomeu III
Vivia no palácio do rei e recebia incentivos que nomeou Eratóstenes como diretor
econômicos e não pagava impostos para evitar
suborno ou traição.
Era responsável pela tutela dos filhos dos reis Jasão e os argonautas
baseado na obra de Apolônio de Rodes

(BAEZ, 2006, p. 65)


https://www.netflix.com/br/title/649580

https://www.youtube.com/watch?v=t89cAmA3oec

Os argonautas -Caetano Veloso


https://www.youtube.com/watch?v=CwppKJjYReA
Eratóstenes
Atividade crítica e científica
Viajante em busca de conhecimentos, estudou

Bibliotecários de
matemática e filosofia na Academia de Platão.
Modificou a imagem dos bibliotecários com a
gestão científica e literária. Calculou a
circunferência da terra em um número muito

Alexandria
próximo do exato. Não era um gramático como
seus antecessores, então se considerava um
filólogo. Morreu por se negar a comer.

(BAEZ, 2006, p. 65-68)


Calímaco de Cirene
Escritor
Trabalhou na construção de um catálogo
biobibliográfico dos clássicos mais relevantes da
Segundo alguns autores, o diretor Biblioteca, chamado
"Catálogo de todos os que foram eminentes na literatura
do museu delegava a um erudito em todos os gêneros"
O catálogo era dividido por gênero de autores: retóricos,
para a função de bibliotecário. legisladores, miscelâneos, filósofos, historiadores,

Outros pesquisadores afirmam médicos, poetas, épicos, poetas trágicos, poetas


cômicos.
que o diretor era o mesmo para o
museu e biblioteca. (BAEZ, 2006, p. Aristófanes de Bizâncio
65) Gramático, lexicógrafo, filólogo, crítico
Gramático respeitado, constituiu a escola analógica e
editou Homero. Estabeleceu os nomes dos clássicos
obrigatórios em toda a Grécia.
Bibliotecários de Aristarco de Samotrácia

Alexandria
Gramático, filólogo
Em 800 livros, comentou os principais poetas e delimitou
(BAEZ, 2006, p. 65-68) importantes problemas próprios da obra de Homero.

Notáveis ajudantes

Dídimo de Alexandria, gramático apelidado de Bibliólata (pois Licrofon de Calcis, um dos poucos autores de
esquecia o escrito ao terminar o livro), autor de cerca de 3500 rolos quem lemos um extenso poema na íntegra
perdidos. Com base nos catálogos da Biblioteca, escreveu (Alexandra, em 1.474 versos)
comentários sobre cada um dos poetas.

O assassinato de Ptolomeu VII por volta de 144 a. C. fez com que


Aristarco e sua equipe fugissem de Alexandria.
Ptolomeu VIII nomeou um militar para a diretoria da biblioteca, e desde
então nada mais se soube a respeito dos bibliotecários.
Destruição
NÃO HÁ CONSENSO SOBRE QUEM E COMO A BIBLIOTECA
FOI DESTRUÍDA. HÁ ALGUMAS HIPÓTESES E NENHUMA
CERTEZA SE FORAM OS ROMANOS, OS CRISTÃOS, OS
MULÇUMANOS, OU O DESCASO.
SEGUNDO BAEZ (2006 P. 69-73) AS ULTIMAS HIPÓTESES
SÃO:

Romanos Terremoto Negligência


Pelo menos 23 terremotos assolaram
Alexandria entre 320 e 1303. O Instituto Europeu
Durante uma rebelião em Alexandria em 215, as tropas Embates políticos e militares resultaram em
de Arqueologia Submarina encontrou no fundo
romanas de Caracala saquearam o museu. Em 272, a falta de orçamento e interesse pelas atividades
das águas do porto, centenas de objetos de
rainha Zenóbia de Palmira atacou Alexandria e as na biblioteca. Os bibliotecários saíram em
colunas que demonstram parte da cidade
perseguições contra bibliotecários e livros foram busca de cidades mais tranquilas como Roma e
submersa.
impiedosas. Depois de Zenóbia, o imperador Diocleciano o trabalho de cópia foi abandonado.
promoveu o desaparecimento de todos os escritos de
magia e alquimia até 297. Também perseguiu cristãos e
destruiu os livros sagrados com fogo, além de ter
mandando destruir todos os livros do mercado.
Vestígios?

É frustrante, mas não existem vestígios nem do Museu nem da Biblioteca, e os


arqueólogos só podem conjeturar sobre onde eles se encontravam. Não deviam
ficar muito longe do porto, pois se sabe que o fogo ocasionado pelo incêndio
dos navios por César, que aconteceu em 48 a.C., destruiu parte dos prédios.
Provavelmente, situavam-se onde hoje está a Universidade; em outras palavras,
a pouca distância do local escolhido para a nova Biblioteca Alexandrina. Nova Biblioteca de Alexandria desde 2002
Infelizmente para a posteridade, toda a área do Bruquíon afundou abaixo do
nível do mar e foi assoreada, antes de ser edificada no século 19 com prédios de
apartamentos e escritórios. Assim, não resta praticamente nada da cidade
antiga, por isso temos de confiar em descrições feitas por historiadores,
especialmente as de Estrabão, que visitou Alexandria no final do século I a.C.,
para termos uma ideia do plano e do funcionamento geral do Museu e da
Biblioteca. (FLOWER, 2008).
Para Campbel, não há duvida que a biblioteca existiu pois é mencionada em
muitos testemunhos (2016, p.46)
Para Crostini, a memória da Biblioteca de Alexandria é muito mais influente do
que sua própria existência:

"Seu impacto cultural parece indelével, o trauma de sua perda substituído por
tentativas repetidas e extenuantes de supor as causas de tal perda e o conteúdo
do que poderia ter estado lá. O mito da Biblioteca Alexandrina provou ser muito
mais poderoso e duradouro do que sua realidade" (2020, p. 58).
Biblioteca de
Pérgamo
Os ginásios gregos possuíam bibliotecas, mas nenhuma ruína foi
identificada. As poucas ruínas de bibliotecas gregas são do período
, e as mais significativas são da biblioteca em Pérgamo
helenístico,
(atual Turquia).

A Biblioteca de Pérgamo foi fundada na dinastia Atálida por


Eumenes II ( 197-159 a. C.). Era admirada pelo tamanho e
importância, perdendo apenas para a Biblioteca de Alexandria.
Diferente desta, registros arqueológicos foram encontrados e
mostram a estrutura de um prédio com 4 cômodos, acoplado ao
santuário da deusa Atena (CAMPBEL; PRYCE, 2016, p. 44)
Lendas da Biblioteca de Pergamo

Rapto de Bibliotecário A lenda do pergaminho


A monarquia Atálida procurou, à Ptolomeu V se assustou com a
imagem do que estava força que a biblioteca de Pérgamo
acontecendo em Alexandria, atrair estava adquirindo, proibiu a
estudiosos e intelectuais para a exportação de papiros para aquela
biblioteca. cidade, o que forçou a imaginação
Foi transmitida a lenda que os dos bibliotecários e do povo de
monarcas Atálidas conspiraram Pérgamo, que substituíram o
Museu de Pérgamo - Berlin
raptar um bibliotecário de papiro por peles processadas por
Alexandría para organizar a meio de um preparo especial https://cutt.ly/ZgGtIIt
biblioteca de Pérgamo. Ao saber (couro), que eram chamados de
dessa trama no Egito, os faraós da pergaminhos, levando o nome da
dinastia ptolomaica chegaram a cidade.
trancar seu bibliotecário como
sistema de proteção. (GRACIA,
2016, p. 97)
Considerações gerais
Apesar da falta de ruínas físicas, a Biblioteca de
Alexandria ainda é um símbolo do empenho
enciclopédico, da vontade humana de conquistar
conhecimento debaixo de um único teto. (Campbell,
2016),

As bibliotecas podem ter mudado desde a biblioteca


de Alexandria, mas a missão das bibliotecas não
mudou: permitir que as comunidades preservem e criem
conhecimento. (Murray, 2019),
BÁEZ, F. História universal da destruição dos livros: das tábuas sumérias à guerra do
Iraque. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
_____. Los primeros libros de la humanidad: el mundo antes de la imprenta y el libro
electrónico. Madrid: Fórcola, 2013
BARBIER, F. História das bibliotecas: de Alexandria às bibliotecas virtuais. São Paulo:
Edusp, 2018.
_____. História do livro. São Paulo: Paulistana, 2008.
CAMPBEL, J. W; PRYCE, W. A biblioteca: uma história mundial. São Paulo: Sesc, 2016.
CASSON, L. Bibliotecas no mundo antigo. São Paulo: Vestígio, 2018.
CROSTINI, B . Bysantium. In: RAVEN, J. The oxford illustrated history of the book. UK: Oxford
University Press, 2020.
FLOWER, D. A., Biblioteca de Alexandria: as histórias da maior biblioteca da Antiguidade.
São Paulo: Nova Alexandria, 2010.
MURRAY, S. A. P. Bibliotecas: una historia ilustrada. Madrid: La esfera de los libros, 2014.
PEDRAZA GRACIA, M.; REYES GOMES, F. Atlas histórico del libro y las bibliotecas. Madrid:
Síntesis, 2016.

Bibliografia PUCHNER, M. O munda da escrita: como a literatura transformou a civilização. São


Paulo: Companhia das Letras, 2017
SUAREZ, M. F. ; WOUDHUYESEN, H. R. The Book: a global history. UK: Oxford University
Press, 2013.

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