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V. 16 n.2, 2019
DEPRESSÃO:
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA INFÂNCIA
DEPRESSION:
PHYSIOLOGICAL CHANGES IN CHILDHOOD
Bruno Miranda Ataíde1, Eduardo Minine Missi2, Mayara Silva Freitas3 Robertino Batista da Silva Junior4
Tatiana da Silva Lopes5
Resumo
A presente pesquisa teve por objeto a busca de informações capazes de orientar e permitir a
reunião de relevantes considerações que justificam ou esclarecem a depressão, como uma reação
do corpo humano, especialmente no caso das crianças, pois possuem maior sensibilidade
estrutural, recebendo influências de ordens exógenas como as questões sociais, e endógenas
como as orgânicas. Nessa linha, os estudos foram empreendidos por meio de análise das obras
consolidadas de outros estudiosos do tema, como livros e artigos publicados, de onde se extrai
os entendimentos díspares ou comuns que redundam sobre a ingerência de tudo que influencia
uma reação humana, diagnosticada como depressão infantil. Pautadas como objeto de maior
exploração científica estão as questões de ordem social, cuja influência origina-se extra-corpo,
mas desencadeia o movimento interno dos fatores que determinam a distribuição de substancias
capazes de deflagrar esse ou aquele resultado no corpo humano. A pesquisa pretende responder,
porque uma criança fica depressiva, como nasce a depressão infantil, quais as consequências
da depressão infantil, como reage o corpo de uma criança que sofre de depressão, quais aspectos
fisiológicos influenciam o aparecimento depressão infantil? Além dessas questões, a pesquisa
esclarece também, como a ciência já avançou até o presente momento para explicar a depressão
infantil, sua origem, consequências e propostas de tratamento, a partir da realidade fisiológica.
Em síntese, como proposta deste trabalho de pesquisa, a conclusão se faz por meio da conexão
dos fatores que desencadeiam na criança o comportamento depressivo, a fim de identificar de
que forma ocorre o processo que leva a tal resultado.
Palavras-Chave: Aspectos Fisiológicos; Depressão Infantil; Questões Sociais.
Abstract
The present research had as its object the search for information able to guide and allow the
collection of relevant considerations that justify or clarify depression, as a reaction of the human
body, especially in the case of children, since they have greater structural sensitivity, receiving
influences of exogenous orders such as social, and endogenous issues such as organic ones. In
this line, the studies were undertaken by means of analysis of the consolidated works of other
scholars of the subject, such as books and published articles, from which disparate or common
understandings are extracted that result in the interference of everything that influences a
human reaction, diagnosed as depression. Set as object of greater scientific exploration are social
issues, whose influence originates extra-body, but triggers the internal movement of the factors
that determine the distribution of substances capable of triggering this or that result in the
human body. The research aims to answer why a child becomes depressed, how is child
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depression born, what are the consequences of childhood depression, how does the body of a
child suffering from depression react, which physiological aspects influence the onset of
childhood depression? In addition to these questions, the research also clarifies how science has
so far advanced to explain childhood depression, its origin, consequences and treatment
proposals, based on the physiological reality. In summary, as a proposal of this research, the
conclusion is made through the connection of the aspects that trigger depressive behavior in the
child, in order to identify in what form the process that leads to that result occurs.
Keywords: Physiological Aspects; Childhood Depression; Social Questions.
1. Introduçã o
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A depressão é uma patologia que pode ser definida como uma perturbação
mental, na qual pode ser causada por razões biopsicossociais e espirituais,
desencadeando angústia, alterações no humor, causando perda de interesse,
vontade, prazer e energia para se viver, é o que afirma Teodoro (2009).
Segundo Ribeiro et al. (2007), a depressão pode ser definida como um
transtorno de humor, da qual agrega aspectos semelhantes a: aprendizagem,
funções orgânicas, econômicas, de cunho religioso, ambientais, tendo em vista
que se caracteriza em vários distúrbios emocionais.
Não obstante, para melhor resultado da pesquisa, revelou-se necessária a
delimitação do tema a ser enfrentado, onde apenas um extrato da realidade a
ser analisada já se mostra suficientemente rica de porquês a serem esclarecidos,
como no caso da depressão infantil, tema escolhido para orientar esse trabalho.
A depressão é um mal que pode se desencadear desde à infância até na
velhice, sendo uma das causas a disfunção dos neurotransmissores,
acarretando assim em uma falta de equilíbrio nas funções normais do cérebro,
segundo o que diz Nunes Filho (2005).
Nesta mesma linha, a depressão infantil poderá ser identificada como
resultado de um ou mais dos seguintes aspectos: condição nutricional da
criança, fatores hormonais e do excesso ou deficiência de determinado
neurotransmissor, ou ainda a herança genética e as de ordem ambiental, é o que
explica Teodoro (2009).
É nesse caminho que essa pesquisa pretende adentrar para obter
respostas para perguntas como: por que uma criança fica depressiva, como
nasce a depressão infantil, quais as consequências da depressão infantil, como
reage o corpo de uma criança que sofre de depressão, quais aspectos fisiológicos
influenciam ou desencadeiam a depressão infantil?
Além destas questões, a pesquisa esclarece como a ciência já avançou até
o presente momento para explicar a depressão infantil, sua origem,
consequências e propostas de tratamento, a partir da realidade fisiológica.
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2. Metodologiã
3. Resultãdo e Discussã o
Gatilho
Conceitua-se a depressão como doença clínica e estabelece-se na
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Aspectos Sociais
Constata-se que a depressão pode ser uma disfunção, na qual indivíduos
que tenha histórico familiar da patologia, tem também maior probabilidade de
apresentar a doença, por carregar uma carga genética vinculada a seus
ascendentes, hipótese em que pode incorrer no efeito denominado peristase, o
qual define a capacidade que um gene tem de ser influenciado pelo meio e
também por gatilhos presentes na vivência do indivíduo.
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Quadro Clínico
A depressão, como um quadro clínico, agrega fatores biopsicossociais,
desencadeando a comorbidade, onde a relação entre as patologias permite a
investigação por meio de outros quadros clínicos, associando os transtornos,
para identificação e tratamento.
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Fatores Biológicos
Para que possamos conhecer as causas, origens, consequências e até
mesmo tratamento da depressão infantil no olhar fisiológico é preciso que
façamos uma análise sobre os principais fatores que podem acarretar uma
depressão como alterações no funcionamento padrão dos neurotransmissores.
“Houve um crescente fortalecimento da importância atribuída ao papel do
neurotransmissor cerebral na fisiopatologia dos estados de humor” (JUSTO E
CALIL,2006, p.75).
Os neurotransmissores são substâncias químicas transmitidas de um
neurônio para outro através da sinapse, são responsáveis pelo estímulo ou
inibição da ação neural. Assim se houver uma falha na transmissão desses
neurotransmissores consequentemente irá comprometer todo o fluxo de
estímulos importantes para que ocorra a atividade cerebral (TEODORO, 2010).
Na depressão é exatamente essa falha na transmissão sináptica que
encontramos. São consideradas algumas hipóteses para essa falha, sendo elas
a baixa quantidade de neurotransmissores na sinapse, que acontece por baixo
nível na produção dos mesmos, destruição por meio de enzimas ou até mesmo
receptação precoce antes deles estimularem o outro neurônio;
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Fatores Psicossociais
Segundo Coutinho (2005), “todos os fenômenos que emergem do contexto
social são investidos simbolicamente, ou seja, recebem nomes e significados que
os avaliam, explicam e lhes dão sentido”. Desta forma, Coutinho quer dizer que
tudo o que o homem vive, todas as suas experiências, são transformadas em
afetos, que podem ser bons ou ruins.
No contexto da depressão, esta associação ocorre de modo que o indivíduo
começa a ver suas atividades cotidianas, presentes ou passadas, como algo sem
sentido e negativando suas vivencias futuras.
Ao sofrer de depressão, o indivíduo se depara com sentimentos de
pessimismo, desânimo, tristeza profunda, comprometimento cognitivo, ou seja,
ele se encontra sozinho e desamparado (LIMA COUTINHO, 2003).
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Sintomas e Diagnósticos
Os sintomas depressivos podem variar de acordo com a faixa etária da
criança e sendo importante a análise de sua linguagem não verbal, pois ela ainda
não consegue expressar de maneira clara o que sente, os principais aspectos a
serem observados são: mudança súbita de comportamento, postura corporal,
expressões faciais, produções gráficas entre outros fatores.
Aspectos cognitivos e relacionados a emoção podem ser fundamentais para
o reconhecimento dos sintomas. A criança começa a querer se isolar, apresenta
dificuldade comunicativa, retraimento e se sente muito desconfortável com
mudanças (BASTOS et al, 2019).
As crianças passam a se alto criticar de forma exagerada, apresentando
sentimento de culpa, vergonha, se considerando pessoas ruins que não merecem
ser felizes.
Neste contexto, ela se mostra agitada e com comportamento inadequado,
seu humor na maior parte do tempo é deprimido se tornando desinteressada.
Surgem também problemas fisiológicos como dificuldades de dormir, diarreia,
dores no abdome, falta de apetite, agressividade, choro “sem razão” e em alguns
casos ideias e comportamentos suicidas (CALDERARO et al, 2005).
Ao contrário do que ocorre com os adultos a depressão infantil é bem mais
difícil de se identificar e ser diagnosticada, pois a criança trata seus sintomas
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como se fosse algo normal para ela, assim diz Miranda (2013).
Há autores que fazem assimilação entre os sintomas presentes nos adultos
e nas crianças, dizendo assim que ambas devem receber o diagnóstico seguindo
os mesmos critérios.
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ter influenciadores do tipo biológico também, que apesar de, algumas vezes, não
serem determinantes para o surgimento desse transtorno, compõem uma
predisposição à tal patologia.
Em relação ao estudo desses determinantes biológicos, surge o fator
genético. Para melhor confiabilidade de resultados e verificação da veracidade
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Muitas crianças que detém essa patologia, não tem conhecimento inicial
sobre a gravidade do que estão enfrentando, nem de que é uma doença
psicológica. Por tal razão, é de responsabilidade parental a percepção da
depressão infantil através de mudanças do comportamento anterior do filho.
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4. Conclusã o
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5. Referenciãs
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