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2/ 2013
RESUMO ABSTRACT
Na Psicologia existem poucas referências sobre a In Psychology few references exist on playing between
brincadeira entre crianças com deficiência. O objetivo children with deficiency. The general objective of this
geral desta pesquisa foi identificar a importância do research was to identify the importance of playing for
brincar para estas crianças em seus aspectos these children in their psychological aspects, that
psicológicos, que evidenciam vantagens para o seu evidence advantages for their physical, social and
desenvolvimento físico, social e emocional, através de emotional development, through a bibliographical
uma pesquisa bibliográfica em artigos, livros e textos research in scientific articles, books and texts. When
científicos. Ao se desenvolver, a criança passa do develop itself, the child passes from experience to think
experienciar para o pensar e nesta transição a and in this transition playing is basic. Through it is
brincadeira é fundamental. Através dela adquire-se a acquired the necessary experience for sensorial, motor,
experiência necessária para o desenvolvimento perceptual, cognitive, affective and cultural the
sensorial, motor, perceptual, cognitivo, afetivo e development. The act of playing also facilitates the
cultural. O ato do brincar também facilita o processo de learning process, since through it the child explores its
aprendizagem, já que por meio dele a criança explora body and its environment. The children with deficiency,
seu corpo e seu ambiente. As crianças com deficiência, however, many times are private of playing. These
no entanto, muitas vezes são privadas de brincar. Essas privations are based in beliefs of that the child with
privações são embasadas em crenças de que a criança deficiency can’t play and that this activity is only a form
com deficiência não consegue brincar e de que esta to pass the time. However, all child is capable to play,
atividade é apenas uma forma de passar o tempo. No with no importance for how severe is its deficiency. The
entanto, toda criança é capaz de brincar, não importando playful act assists in its healthful development and
quão severa é a sua deficiência. O ato lúdico auxilia em through it, the deficiency is left away and remembers of
seu desenvolvimento saudável e através dele, deixa-se that it is a child. The psychologist, in its practical, must
de lado a deficiência e lembra-se de que ela é uma mobilize itself so that the child with deficiency right to
criança. O psicólogo, em sua prática, deve mobilizar-se play fulfills. Thus, this research raised evidences of how
para que o direito de brincar da criança com deficiência playing is basic for the child with deficiency
se cumpra. Assim, esta pesquisa levantou evidências de development, as well as indicated ways to guarantee
como o brincar é fundamental para o desenvolvimento such practical.
da criança com deficiência, bem como indicou meios Key words:playing, deficiency, development, rights.
para garantir tal prática.
Palavras-chave:brincadeira, deficiência, desenvolvi-
mento, direitos.
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interagir socialmente, possibilitando com que ela está inserida, fazendo-a viver e experienciar
não seja tida como incapaz. A deficiência não possibilidades diversas de ser apenas e
determina a incapacidade e, por isso, a pessoa com exclusivamente criança, além de favorecer o
deficiência deve interagir com o seu meio, no qual autoconhecimento e o fortalecimento da
irá imprimir a sua marca pessoal, mostrando-se autoestima que ajuda a criança descobrir que sua
singular e estabelecendo relações por meio de suas vida é cheia de possibilidades e de sucesso
experiências (TAKATORI, 2003). Essa (LEMOS, s/d). Essas possibilidades ultrapassam a
importância foi retomada por Bruner que acredita forma como as crianças andam, se comunicam,
que o brincar possui um papel fundamental no veem e compreendem o mundo e a autoestima
desenvolvimento infantil e que a brincadeira é a fortalecida traz conquistas tanto físicas, sociais
oficina da criança. Porém, antes mesmo de Bruner, quanto psicológicas, que a fazem deixar de olhar
Vigotsky e Leontiev, dedicaram-lhe atenção por para a deficiência e ir além das limitações que
considerá-la uma oportunidade inestimável de oferecem condições de descobrirem que são parte
aprendizagem. Piaget, nesse mesmo período, importante do todo (LEMOS, s/d). Portanto, para
apresentou uma outra leitura, na qual há o Takatori(2003),
surgimento do símbolo e o desenvolvimento do na assistência com crianças, o brincar e os
comportamento moral (ROSE e GIL, 2003). brinquedos sempre devem estar presentes.
Desta forma, o ato lúdico traz uma outra O brincar faz parte do processo evolutivo
dimensão para a sua vida, ou seja, deixa-se de neuropsicológico da criança, auxilia-a na
organização das realidades interna e
lado a deficiência e lembra-se que ela é uma
externa, estabelece uma comunicação,
criança, visto que muitas vezes ela se prende introduz a criança no universo sócio-
numa rotina desgastante de tratamentos, trazendo histórico-cultural e favorece o processo de
privações de oportunidades que acabam por ensino aprendizagem. Ao brincar, a criança
dispensar não só a necessidade, como também o põe seu corpo em movimento, elabora seu
seu direito de brincar. Essas privações são pensamento, investe afetivamente naquilo
embasadas em crenças de que a criança com que está fazendo e desenvolve a capacidade
deficiência não brinca e que brincar é apenas uma de estabelecer relações com o outro sujeito.
forma de passar o tempo, porém toda criança A importância de considerar o sujeito no
brinca, não importando quão severa é a sua seu contexto fica ainda mais evidente se
deficiência, sendo ainda uma atividade que a lembrarmos que a deficiência e as
auxilia a se desenvolver (SILVA, 2003, p. 54). incapacidades dela decorrentes por si só não
impedem o desenvolvimento e a vida
É necessário ainda que ela tenha saudável, mas a deficiência secundária,
possibilidades de intervenções como a da relacionada com as dificuldades de
psicologia, da fisioterapia, da terapia ocupacional, participação social (TAKATORI, 2003),
da educação, entre outras, com as quais deverá “pode impedir esse desenvolvimento e essa
entrar em contato com os aspectos lúdicos, como a vida plena, ao aprisionar a pessoa numa
brincadeira e o brincar que a faça servir-se de sua rede (...) constituída e constitutiva de
imaginação e criatividade. Dessa forma, torna-se barreiras atitudinais” (AMARAL, 1995
importante que ao intervir, o psicólogo apud TAKATORI, 2003, s/n).
proporcione um espaço para a brincadeira, pois ela Desta forma, Takatori (2003, p. 9) afirma
oferece à criança com deficiência uma visão que essas crianças
diferente do que lhe é oferecido. Sendo que na encontram-se privadas das experiências
maioria das vezes a deficiência toma proporções do brincar em virtude das barreiras físicas,
sociais, pessoais e ambientais, o que pode
que a fazem ser e vivê-la intensamente,
levá-las à aquisição de outras incapacida-
esquecendo que é apenas uma criança. O recurso des de ordem social e emocional. A
lúdico dá possibilidade ao psicólogo de explorar necessidade de ajuda (...), posicionamento
tanto a imaginação quanto a criatividade, além de ou acesso ao brinquedo implica a pre-
fazê-la desenvolver as suas capacidades e sença de um adulto (...) que estruture o
potencialidades por meio do brincar. meio, física e socialmente, facilitando o
O brincar possibilita ao psicólogo o brincar da criança.
conhecimento do cotidiano em que essa criança
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telefone. O contexto de brincar, contudo, 72). Entretanto, para que isso ocorra é
era enriquecido por diferentes objetos fundamental que os pais e professores tenham
como o pente, almofada, andador, pilha, criatividade, além de se apoiarem em materiais
entre outros (TAKATORI, 2003, p. 42). que exemplifiquem e facilitem as adaptações. Esse
Nessa situação foi presenciado por várias material para apoio está disponível nos Parâmetros
vezes, que durante a brincadeira, a irmã mais nova Curriculares Nacional do MEC (2003).
de Frederico queria pegar seus brinquedos e ele se O espaço ocupado pela brinquedoteca pode
via na necessidade de se colocar e defender com ser simples ou sofisticado. O importante é
os seus próprios recursos, o seu espaço que, através das instalações, móveis,
(TAKATORI, 2003). decoração e disposição dos brinquedos, as
Como não consegue agarrar os objetos crianças sintam vontade de brincar e de se
numa disputa com outra pessoa, ele utiliza expressar, individualmente ou em grupos.
o movimento do corpo – um movimento Ou seja, deve estimular a criatividade e as
aprendido a partir de um controle de um práticas sociais (VAZ, 1994).
reflexo patológico, tônico cervical “Tornar-se capaz de brincar envolve a
simétrico, que se tornou funcional. O que aquisição de competências que parecem abrir um
antes o impedia de realizar movimentos, amplo espectro de possibilidades de adquirir e
hoje é utilizado em seu proveito, nem refinar capacidades e habilidades sociais, aqui
sempre com sucesso, como ocorre com analisadas na forma do controle instrucional
qualquer criança que ora vence ora perde
presente na brincadeira conjunta” (ROSE e GIL,
nas diversas situações. (...). Através do
brincar, Frederico parece viver de modo 2003, p.388). Dessa forma, pode-se pensar que as
fértil e criativo, exercitar suas crianças com deficiência além de serem
potencialidades e enfrentar suas incentivadas a brincar, devem ter a oportunidade
dificuldades; ele explora os brinquedos e de acreditar que são capazes dentro de suas
tudo o que encontra no caminho, com um potencialidades e capacidades de construir um
investimento de tempo e envolvimento mundo de imaginação e diversão. Por isso, ela
como se, naquele instante, o resto não ousa tentar novas alternativas, toma iniciativas, se
tivesse importância. (...). A dificuldade mostra mais ativa, não se prendendo a
não paralisa Frederico; ele utiliza os preocupação de alcançar um resultado, mas sim de
recursos que possui para obter ou
experimentar e vivenciar novas situações (SILVA,
preservar uma situação que deseja. Ele
2003, p.56). Deixa-se, no entanto, de focalizar e
recorre tanto à linguagem corporal quanto
à fala para comunicar-se e relacionar-se explicitar a sua deficiência dando lugar às
com o mundo, muitas vezes uma vontades e desejos de crescerem por meio da
comunicação silenciosa baseada no gesto brincadeira e ainda compreender as razões que
que expressa a necessidade e a resposta motivam o seu brincar (SILVA, 2003, p.56).
que resulta num efeito: a confiabilidade
(TAKATORI, 2003, p. 44). O BRINCAR E CRIANÇA COM
Além das experiências de brincar diretas e DEFICIÊNCIA
individuais de crianças com deficiência, é O ato de brincar é fundamental não
importante salientar que as brinquedotecas podem somente para as crianças sem deficiência, mas
ser uma outra alternativa que possibilita, incentiva também para aquelas com deficiência, pois
e valoriza o ato lúdico. Desta maneira, uma mesmo que precise ser mediada, a ação lúdica traz
brinquedoteca deve conter brinquedos adaptados uma gama de benefícios a elas.
às necessidades de crianças com ou sem O brincar é importante para aproximar a
deficiência (VAZ, 1994). Como no caso da criança com deficiência do seu meio e fazê-la
criança com deficiência visual, é necessário que os interagir socialmente, possibilitando que ela não
materiais tenham texturas diferentes e em alto se sinta ou tenham-na como incapaz
relevo e formas bem definidas e para a criança Além de preparar pais, familiares e todas
com comprometimento na coordenação motora é as pessoas que convivem com essa criança,
preciso que os brinquedos sejam grandes para que conscientizando-os, que há a necessidade de
facilite a sua manipulação (SIAULYS, 2003, p.
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estimular e apoiar o ato de brincar (UNICEF que se percebe é que ela continua sendo subordinada
BRASIL, 2001, p. 11). ao adulto, que tem como pretensão fazê-la passar
A seguir, serão relatados trechos do livro pela infância o mais rápido possível, no entanto, a
Brincando a Brincadeira com a Criança criança é um ser de direito desde que nasce. Ela é
Deficiente – Novos rumos terapêuticos. Essa um ser que já é e que necessita ter o seu direito de
experiência foi realizada pela fisioterapeuta participação (NASCIMENTO, 2006).
Marlene Lorenzini (2002), tendo como No Brasil, esse direito de participação foi
participantes crianças com deficiência. instituído pelo Estatuto da Criança e do
Esse relato demonstra as contribuições do Adolescente (ECA), que assegura uma doutrina de
brincar para a criança com deficiência e o auxilio proteção integral, reconhecendo a criança como
em seu desenvolvimento global. cidadã e também como sujeito de Direito, que é
A Associação Brasileira de Brinquedotecas explicitado no Art. 15:
(ABB) conceitua brinquedotecas como A criança e o adolescente têm direito à
espaços mágicos destinados ao brincar das liberdade, ao respeito e à dignidade como
crianças e alerta para o fato de que não pessoas humanas em processo de
podem ser confundidas com um conjunto de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
brinquedos ou depósito de crianças, pois a civis, humanos e sociais garantidos na
criação de uma brinquedoteca está sempre constituição e nas leis (MARCÍLIO, s/d,
ligada a objetivos específicos tais como s/p; BRASIL, 1990, p. 7).
sociais, terapêuticos, educacionais, lazer, etc. Para ter o seu direito de cidadã garantido,
(RAMALHO e SILVA, 2003/2004, p. 2). ela primeiramente tem de ser vista como uma
Essas instituições garantem a criança um criança, que para se engajar no mundo dos adultos
espaço facilitador do ato lúdico, no qual há um necessita experenciar e vivenciar as diversas
conjunto de brinquedos, jogos e brincadeiras que situações que lhes são apresentadas. Essas
proporcionam um ambiente agradável, alegre e situações serão experimentadas através do ato de
colorido, tendo como objetivo o aflorar da brincar, que a faz elaborar e encontrar soluções no
ludicidade por meio dos brinquedos. Esse ambiente âmbito do imaginário, transportando-a para o real.
é criado especialmente para estimular a criatividade, Por isso, o ato de brincar é mais um direito
o desenvolvimento da imaginação, a comunicação e adquirido e que está garantido no ECA, no Art. 16
a expressão, como também incentivar a brincadeira parágrafo IV - “O direito à liberdade compreende
de faz-de-conta, a dramatização, a construção, a os seguintes aspectos: brincar, praticar esportes e
solução de problemas, a socialização e o desejo de divertir-se;” (BRASIL, 1990, p. 7). Assim, pode-
inventar (RAMALHO e SILVA, 2003/2004, p. 1). se compreender que toda criança independente da
Estes espaços devem, através de seus mó- sua condição física, psíquica ou cognitiva tem o
veis, cores, decoração e disposição dos brinquedos, direito de brincar, ou mesmo, de ser simplesmente
estimular a vontade da criança brincar, se expressar, criança (SILVA, 2003, p. 54). Isso se aplica
ser criativa e interagir com outras crianças. As também ao Art. 31, da Convenção sobre os
brinquedotecas têm fundamental importância Direitos da Criança de 1989, que reassegura á
quando instaladas em hospitais e centros de criança o direito de brincar (MARCÍLIO, s/d).
reabilitação, locais que muitas vezes relacionam-se Diversas organizações governamentais e
ao medo e a dor (VAZ, 1994). não-governamentais têm como objetivo fazer
É fundamental para que a criança possa valer os direitos da criança. Nasce em 1990, após
brincar e que os brinquedos e brincadeiras sejam a promulgação do ECA a Fundação Abrinq pelos
adaptados às suas necessidades. Direitos da Criança e o Adolescente, que é uma
organização “amiga da criança”, sem fins
O DIREITO DE BRINCAR E O NOVO lucrativos, visando promover a defesa dos direitos
OLHAR DA PSICOLOGIA e o exercício da cidadania da criança. Há o
Ao se falar de brincar é importante sempre reconhecimento da criança como sujeito de suas
lembrar que ele traz para a criança com deficiência própria história e que possui o direito de viver
contribuições inestimáveis para o seu dignamente, com respeito e liberdade, com saúde,
desenvolvimento global e psicológico. Contudo, o com alimentação adequada, com educação de
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qualidade, acesso ao esporte, ao lazer, à cultura e à deficiência uma parte importante do seu
profissionalização. (FUNDAÇÃO ABRINQ, s/d). tratamento médico (UNICEF BRASIL, 2006).
As ações práticas realizadas pela Fundação Algumas das ações da UNICEF se baseiam
Abrinq têm como foco a melhoria da Educação, no apoio a projetos, como os que fizeram parte da
para que toda criança tenha o direito de frequentar agenda nacional nas eleições 2006, promovendo
uma escola pública de qualidade, que promova o um debate das questões relativas aos direitos da
aprendizado, a brincadeira, o crescimento e a criança nos programas de partidos políticos, para
convivência. Além, de possuir professores que haja um acompanhamento do orçamento
capacitados, instalações e equipamentos limpos, público na área da infância. Essa ação faz com que
completos e modernos, dando-lhes recursos Os principais instrumentos dessa
necessários para desenvolver o conteúdo mobilização são a capacitação e a oferta
pedagógico adequado às necessidades e à regular de informações e subsídios para
realidade de cada criança (FUNDAÇÃO jornalistas sobre os direitos das crianças
(...), políticas públicas voltadas para a
ABRINQ, s/d).
infância e os principais desafios do Brasil,
Já no que se refere à proteção, toda criança (...). Constam ainda do projeto o acompa-
tem o direito de uma vida digna e saudável, tendo nhamento e análise das propostas e
como primeira iniciativa à luta pela erradicação do programas de governo dos candidatos à
trabalho infantil, através de parcerias com presidência da República e o monitora-
empresas que se comprometem a não contratarem mento da cobertura jornalística sobre
e ainda a criar ações e apoiarem projetos que se infância e adolescência, especialmente no
empenham em defender os direitos da criança. A que se refere às matérias que exerçam
Fundação Abrinq defende os Direitos da criança, efetivamente o papel de controle social
apoiada no ECA, ao qual obriga a sociedade, a sobre os agentes governamentais. (...)
família e os governos a protegerem a criança e a (UNICEF BRASIL, s/d, s/p).
promoverem o seu bem-estar físico, mental, Desenvolvem ainda, o Projeto Juventude
moral, espiritual e social. Para que isso se Positiva, que promove ações formativas e
concretize, essa organização busca desenvolver informativas entre crianças que vivem e não
políticas públicas municipais, respaldadas pelos vivem com o vírus da Aids, que visa à educação
Estados e pela União que priorizam o bem-estar de pares dentro de instituições escolares atendidas
da criança (FUNDAÇÃO ABRINQ, s/d). pelo projeto. Esse projeto faz com que possam
Da mesma forma, a UNICEF, uma perceber as suas potencialidades, se tornando
organização internacional que atua no Brasil conhecedores e formadores de opinião frente aos
(Fundo das Nações Unidas para a Infância), trata problemas atuais que envolvem as drogas, as
especificamente do direito de brincar da criança DSTs e a Aids. Além disso, há também o Projeto
com deficiência, visto que brincando com outras Tecer o Futuro, que desenvolve ações que
crianças, ela aprende e se desenvolve, além de contribuem para a inclusão de crianças soro-
deixar de lado o preconceito e a discriminação positivas na sociedade. Para a sua efetivação, são
(UNICEF BRASIL, s/d). Entretanto, para esta criadas atividades que objetivam proporcionar a
organização a “brincadeira é coisa séria, busca pelos direitos, informação e proteção da
principalmente para a formação do caráter, da criança (UNICEF BRASIL, s/d).
personalidade e da vida social da criança, além do O direito de brincar da criança, em
desenvolvimento do seu cérebro” (UNICEF especial da criança com deficiência, deve ser
BRASIL, 2006, p. 2). A brincadeira também ajuda estendido ao trabalho do psicólogo. Para isso é
“a criança a movimentar-se, relacionar-se, necessário que os profissionais de Psicologia
expressar-se, aprender sobre o ambiente, dominar estejam cientes de que esse direito deve ser
o espaço, conhecer a si própria e aos outros, cumprido no que tange a sua intervenção, tendo
desenvolver a sua afetividade e autoestima, tornar- como base a importância do ato lúdico, que faz
se criativa, participante e ativa” (SIAULYS, 2003, parte do processo de desenvolvimento e educação
p. 73). Com isso, o hábito de brincar desenvolve da criança (SIAULYS, 2003). Para tanto, além de
suas potencialidades, sendo para a criança com conhecer os direitos relativos ao brincar e sua
importância para o desenvolvimento da criança,
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