Você está na página 1de 2

PRODUÇÃO DE TEXTO

Leia os textos a seguir

Texto I

De que é feita a infância?

De cabana no meio da sala, embaixo da mesa


De pular corda, amarelinha
Esconde-esconde, pega-pega
Corre cotia, batata quente

De rituais de celebração
Aniversário, São João, Natal
De irmãos, primos e amigos
De sonhos, imaginação e descobertas

A infância é feita de calor, amor, presença


Brincadeiras, histórias, canções
Natureza, encantamento, fantasia
Experimentos, hipóteses e muitas perguntas

MACHADO, Ana Lúcia. Educando Tudo Muda.


Disponível em: http://www.educandotudomuda.com.br/antidoto-para-o-estresse-infantil/. (Fragmento)

Texto II

Algumas reflexões sobre a infância frente à patologização e medicalização da vida

Vivemos em um mundo onde é exigido da criança


atividades e comportamentos que não pertencem à infância.
Aliás, é frequente, nos dias de hoje, vermos questões do mundo
infantil sendo negadas e não são aceitas (desobediência, choros,
birras, medos, etc.) por muitos adultos, que exigem da criança
atitudes que não condizem com sua idade e respectiva
maturidade. Crianças sem tempo livre para brincar, criar e
elaborar suas vivências. Com tantos comportamentos sendo
generalizados e rotulados, perdemos e deixamos de levar em
consideração a singularidade de cada criança.
Essa normatização nos conecta ao patológico, fato este
que pode contribuir para o adoecimento de crianças e adultos. A
medicina acaba por nos encarcerar dentro de diagnósticos bem
detalhistas e, o mercado farmacológico, vem de encontro com
necessidades de não sofrermos, seja física ou emocionalmente.
Ao mesmo tempo em que vivemos na “onda do saudável”,
privilegiando uma alimentação e hábitos de vida que priorizam
a promoção de saúde, temos o aumento do uso de medicamentos,
principalmente de pílulas que oferecem às pessoas um conforto
e a crença de que os problemas da vida e dos relacionamentos
podem ser resolvidos com a ingestão de tais comprimidos. Fato
este que se estende às crianças.

Veronica Esteves de Carvalho, 09 Junho 2014


Disponível em: https://temosquefalarsobreisso.wordpress.com/2015/10/05/infancia-patologizacao-e-medicalizacao-da-
vida/. (Adaptado)

1
PRODUÇÃO DE TEXTO

Texto III Texto IV

A partir da década de 1950, os psicotrópicos modificaram


a concepção de loucura, esvaziaram os manicômios e
substituíram a camisa-de-força e os tratamentos de choque
por uma redoma medicamentosa. Embora estes não curem as
denominadas “doenças mentais”, eles revolucionaram as
representações do psiquismo e fabricaram um novo homem.
Receitado tanto por clínicos gerais quanto por especialistas
em psicopatologia, os psicotrópicos têm como efeito
normalizar comportamentos e eliminar os sintomas mais
dolorosos do sofrimento psíquico sem buscar significação.
Dessa maneira, a clínica na atualidade, com os impasses e
impossibilidades que se delineiam em seu campo, se impôs
como um problema.

AZEVEDO, Luciana Jaramillo Caruso. Mal-estar na


infância: por uma perspectiva da desmedicalização do
sofrimento infantil. CADERNOS UniFOA | Dezembro 2019

Disponível em: https://mundotexto.files.wordpress.com/

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Impactos da
medicalização excessiva no desenvolvimento infantil, apresentando proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.

Você também pode gostar