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Redação para Concurso

A DISSERTAÇÃO

O texto dissertativo-argumentativo é um gênero discursivo muito comum em


provas de concursos. Em resumo, trata-se de uma produção em que um autor defende seu
ponto de vista por meio de argumentos. Para produzir um bom texto dissertativo, é
necessário estar atento para as exigências que cada parte do texto - introdução,
desenvolvimento e conclusão – possui. Além disso, é importante se lembrar:

• do uso da norma-padrão da língua portuguesa;


• de fundamentar os argumentos a partir de conhecimentos de diversas áreas;
• de apresentar domínio dos elementos de coesão e coerência da língua;
• de respeitar os direitos humanos, estabelecidos na Declaração Universal redigida pela
ONU.

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COMO ESTRUTURAR O TEXTO?

1. INTRODUÇÃO

ESTE VÍDEO
PODE TE
AJUDAR!

ENTÃO, “SE LIGA”:

O termo saúde mental está relacionado à forma como se reage às


exigências, aos desafios e às mudanças da vida, sendo indispensável
para a harmonização de ideias e de emoções e, consequentemente,
para a qualidade de vida do indivíduo. No entanto, o bem-estar
psíquico foi historicamente negligenciado pela sociedade brasileira,
sendo constantemente associado a termos como "loucura" e outros
estigmas que dificultam o entendimento dos transtornos mentais como
uma questão de saúde pública. Assim, é necessário criar medidas
para combater os tabus associados às doenças mentais no Brasil.

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"Conforme dados divulgados pela OMS, a depressão é uma das


principais causas de afastamento das atividades laborais no Brasil.
Nesse contexto, embora as doenças mentais sejam tão recorrentes no
país, ainda há estigmas e preconceitos que impedem a prevenção e o
tratamento desses transtornos. Assim, é necessário pensar não só nas
razões que levam à criação de estigmas relacionados às doenças
psíquicas, mas também nos efeitos que elas causam na sociedade."

2. PROJETO DE TEXTO

Para concursos, há dois projetos de textos infalíveis:

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Nesses projetos de texto, o projeto de texto já deve ser definido na TESE, desde a
INTRODUÇÃO:

 PROJETO DE CAUSA X CONSEQUÊNCIA: ...Assim, a fim de resolver esse


problema, é preciso discutir não só as razões que levam à sua existência, mas
também seus efeitos na sociedade brasileira.
 PROJETO DE PROBLEMA 1 X PROBLEMA 2: ...Diante desse contexto, é
necessário analisar o “tema/assunto” não só por uma perspectiva política, mas
também por um viés social.

1. DESENVOLVIMENTO DO TEXTO

O desenvolvimento do texto é o espaço para o aprofundamento das ideias e a para se


apresentar os argumentos que fundamentam a tese mencionada na introdução. As
opiniões que embasam o seu texto devem ser, aqui, exemplificadas e reforçadas com fatos
e estratégias argumentativas.

Como dividir as ideias?

Cada parágrafo terá entre 6 e 9, 10 linhas, divididas em uma média de 4 frases que devem
garantir uma estrutura completa aos parágrafos, ou seja, que apresentem um argumento
principal, justifiquem-no, expliquem-no e o comprovem. Assim, para chegar a um texto
coeso e com boa progressão, é necessário definir uma estratégia argumentativa.

A escolha da estratégia argumentativa envolve: de que forma os argumentos serão


distribuídos, quais merecem maior aprofundamento, como desenvolvê-los de forma
coerente e quais os operadores argumentativos serão utilizados. Por isso, antes de se
escolher a melhor estratégia argumentativa, é necessário que se pense o tema como um
problema que precisa ser exposto em sua dimensão negativa, avaliando os impactos que
a questão traz para a sociedade. Após a problematização, pode-se partir para uma
elucidação dos avanços já alcançados, se houver, o que abre caminho para a solução
que será apresentada no final.

Então, serão seguidos os seguintes passos:

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PARA O PROJETO DE TEXTO CAUSAS X CONSEQUÊNCIAS:

 D1
A princípio, é importante ressaltar que PROBLEMA TRAZIDO PELO TEMA é
resultado, dentre outros fatores, de/do/da CAUSA. Isso ocorre, principalmente, porque
JUSTIFICATIVA - CAUSA DA CAUSA, já que EXPLICAÇÃO DA
JUSTIFICATIVA, assim como pode ser visto/comprovado por COMPROVAÇÃO
(dado/pesquisa/notícia). Dessa forma, retomar o tópico frasal.
 D2
Em decorrência disso, o corpo social passa a conviver com diversas consequências que
intensificam o problema. Dentre elas, destaca-se CONSEQUÊNCIA, que EFEITO
TRAZIDO PELA CONSEQUÊNCIA. Tal fato é decorrente, principalmente, de
JUSTIFICATIVA, já que EXPLICAÇÃO DA JUSTIFICATIVA, a exemplo do que
acontece com (Problema social decorrente da consequência citada). Diante disso, é
preciso pensar medidas para diminuir o problema e seus efeitos na sociedade.

Conclusão – pequena solução para as causas apresentadas no d1.


Atenção! Escolha a causa já pensando na solução:
- Causa: falta de fiscalização – solução: aumentar a fiscalização;
- Ineficiência das campanhas – implementar as políticas voltadas para a
conscientização...

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PARA O PROJETO DE TEXTO PROBLEMA 1 X PROBLEMA 2:

 D1
Primeiramente, é preciso entender que o PROBLEMA do TEMA é decorrente, dentre
outros fatores, da ineficiência de políticas públicas voltadas para sua solução. Isso
ocorre, principalmente, devido à negligência governamental no que diz respeito a
JUSTIFICATIVA, já que EXPLICAÇÃO DA JUSTIFICATIVA. Por conseguinte,
tem-se CONSEQUÊNCIA DO PROBLEMA 1 PARA A SOCIEDADE, assim como
pode ser percebido na/no/por... COMPROVAÇÃO.
 D2

Além disso, o comportamento social também influencia na manutenção do PROBLEMA


DO TEMA, uma vez que JUSTIFICATIVA. Nesse sentido, EXPLICAÇÃO DA
JUSTIFICATIVA, o que traz efeitos danosos para a sociedade, a exemplo de
PROBLEMA SOCIAL QUE EXEMPLIFICA esses efeitos danosos. Diante disso, é
necessário pensar medidas para mitigar o problema em questão e suas consequências
para a sociedade.

Conclusão – pequena solução para cada um dos argumentos.


Atenção! Escolha os argumentos já pensando na solução:
Portanto, a fim de resolver o argumento 1, é necessário solucão 1. Ademais, no que se
refere ao argumento 2 e aos desdobramentos negativos que ele traz para a sociedade, é
preciso solução 2. Assim, o problema do tema será, a curto e longo prazo, diminuído no
brasil.

ALGUNS TIPOS DE ARGUMENTO:

• Argumento de autoridade:

O argumento de autoridade consiste na citação de autores renomados ou de autoridades


no assunto para comprovar uma ideia, uma tese ou um ponto de vista. Seu emprego torna
o discurso mais consistente, pois outras vozes reforçam o que o produtor de um texto quer
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defender. Quando se discute um assunto ligado à educação, por exemplo, pode-se usar
citações de Paulo Freire, um nome reconhecido na área.
Ex.: Segundo Michel Foucault, nossa sociedade está fundamentada no ato da confissão.
Para o filósofo francês, a prática se desligou da religião e se embrenhou pela sociedade,
seja na medicina, seja na Justiça, seja nas relações interpessoais, tornando-se, dessa
maneira, uma forma de controle. Diante desse contexto, criam-se, no meio social, alguns
tabus que são, de certa forma, responsáveis por mensurar o valor dos indivíduos, a
exemplo dos estigmas que envolvem os soropositivos no Brasil. Como consequência, são
reproduzidos discursos preconceituosos que colocam os portadores de HIV na condição
de réus que devem se confessar para serem punidos ou perdoados, o que acaba por
reforçar, no imaginário social, a ideia de que a AIDS deve ser vista e julgada pelo crivo
da moral e da religião em vez de ser tratada como um problema de saúde pública.

• Argumento de provas concretas:


O argumento de provas concretas apoia-se em fatos, contextos históricos, dados
estatísticos, exemplos e ilustrações para comprovar a veracidade do que se diz. Ao se
afirmar, por exemplo, que uma determinada instituição oferece serviços de qualidade,
obtém-se maior aprovação do que é dito quando fatos concretos comprovam essa
afirmação.
Ex.: No entanto, conquanto o investimento em grandes produções, com efeitos especiais,
projeção 3D, tenha sido amplamente incentivado nas produções cinematográficas, sua
exibição tornou-se, principalmente devido à falta de uma estrutura inclusiva dos centros
urbanos, de certa forma, elitizada. Geralmente restritas a shoppings ou galerias de
compras, as películas são exibidas por um preço alto, cedendo mais ao universo do
mercado que à difusão da cultura em si. Por conseguinte, regiões periféricas
praticamente não têm acesso ao cinema, realidade retratada no filme Tapete Vermelho
e que coloca o Brasil na 60ª posição mundial na relação entre habitantes e salas,
conforme dados do Ministério da Cultura.
• Argumento de ilustração:
Consiste na apresentação de exemplos que ilustrem a tese do enunciador. Trata-se de
alusões históricas, manifestações artísticas - como livros, filmes, séries, músicas etc - ou
exemplos que deem esteio e sustentação ao ponto de vista defendido pelo candidato.

Ex: No romance gráfico Pílulas Azuis do escritor suíço Frederik Peeters, a personagem
Cati, ao se referir aos preconceitos que sofria por ser soropositiva, afirma que “a
ignorância leva ao medo”. De maneira análoga à realidade apresentada no livro, no
Brasil, a falta de informação é uma das principais causas da ineficácia das políticas de
combate ao HIV e tem como consequência a intolerância e o aumento dos novos casos
de infecção. Tal fato é decorrente da representação que se fez, principalmente nas
décadas de 70 e 80, do indivíduo doente de AIDS, a qual ajudou a formar, no imaginário
social, estereótipos como “peste gay” ou “doença de usuários de drogas injetáveis”.
Esses estigmas, além de serem uma manifestação de violência simbólica dirigida a

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determinados grupos sociais, afastam as pessoas de um diagnóstico mais precoce, pois


muitos ainda acreditam que só os grupos de risco clássicos estão ameaçados, o que leva
a um alto índice de diagnóstico tardio em nosso país: cerca de 30%, conforme a OMS.

3. A CONCLUSÃO

Pode ser uma reiteração do tema: Neste modelo, o autor retoma, resumidamente, aquilo
que explorou durante o texto.
Ex.: A partir disso, depreende-se o caráter egocêntrico e imediatista da sociedade
contemporânea. Trata-se de uma sociedade cujos valores mais profundos, como o
respeito e o altruísmo, que tornam a vida realmente humana, têm sido esquecidos,
abandonados e enterrados sob os escombros de uma “lógica moderna” na qual
prevalece o “eu”. Infelizmente, apenas a reeducação e o resgate de alguns desses
importantes valores sinalizam como soluções coerentes nesse mundo insensato,
caracterizado pelo acúmulo de equívocos, narcisos e imediatismos.
(Tema: O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo
contemporâneo?)

Pode ser uma solução: Neste modelo, o autor faz uma sugestão daquilo que deve ser feito
para transformar a realidade apontada durante o restante do texto.

Ex.: Dessa forma, o Poder Público deve, por intermédio da divulgação midiática e do
cumprimento e prática desses novos aparatos legais, promover a defesa dos direitos e o
exercício da cidadania do idoso, a fim de valorizar o envelhecimento e a qualidade de
vida. Assim, os idosos não perderão seu papel ou identidade, sentindo-se úteis e
integrados na sociedade.
(Tema: Valorização e defesa dos direitos humanos da pessoa idosa: uma questão de
cidadania)

AGORA, VEJA ALGUNS EXEMPLOS DE PARÁGRAFOS DE INTRODUÇÃO E DE


DESENVOLVIMENTO

Tema: A importância da prática de leitura e escrita para a capacitação dos cidadãos

No conto “O homem de cabeça de papelão”, João do Rio faz uma crítica às sociedades
que, sem capacidade de discernimento, tornam-se vítimas e algozes de si mesmas, alheias
aos problemas sociais e, consequentemente, individualistas e corruptas. O contexto do

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“país do Sol” narrado pelo autor não está muito distante da realidade do Brasil, uma
vez que, embora a leitura e a escrita possibilitem ao indivíduo a construção das relações
com as informações presentes no espaço global de uma forma dinâmica, crítica e
autônoma, o brasileiro lê, em média, apenas dois livros por ano, o que o afasta do
exercício da cidadania. Assim, é necessário repensar o papel da prática de leitura e
escrita para a capacitação dos cidadãos. (INTRODUÇÃO)

Tema: Os benefícios da responsabilidade social para o controle da pandemia de


coronavírus

No conto de Guimarães Rosa “Sorôco, sua mãe, sua filha”, a temática da solidariedade
é metaforizada pelo canto irracional entoado pelos personagens, o qual funciona como
símbolo da ligação entre as dores de todos os homens. Essa ligação – que nos permite
caminhar ombro a ombro – é fruto da alteridade e tem importante papel na manutenção
do bem-estar coletivo. Nesse viés, em contextos como o vivenciado pelo mundo em 2020,
devido à pandemia do coronavírus, o desenvolvimento da responsabilidade social ganha
bastante relevância, sendo crucial não só para a eficácia das políticas adotadas, a
exemplo do isolamento social, mas também para o enfrentamento das dores causadas
pelo luto coletivo. (INTRODUÇÃO)

Tema: O papel da educação alimentar e nutricional desde a infância

Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é uma estratégia que, articulada a outras


políticas públicas, visa à garantia de acesso adequado e igualitário às informações que
envolvem a alimentação como uma questão de saúde pública. Quando aplicada desde a
infância, com o auxílio de recursos lúdicos e pedagógicos, a exemplo dos quadrinhos da
Turma da Mônica sobre alimentação saudável, esse instrumento educativo cumpre o
importante papel de estabelecer hábitos saudáveis por toda a vida. Diante disso, é
preciso buscar mecanismos para que a Educação Alimentar e Nutricional seja
disponibilizada em todo o país. (INTRODUÇÃO)

Tema: A perda dos valores humanos no contexto capitalista atual

O ser humano é, em sua essência, um ser social, cujos comportamentos e valores são
moldados, de forma consciente ou não, a partir de processos de socialização. Com o
desenvolvimento de tais dinâmicas, em um sistema capitalista como o prevalente hoje em
grande parte do mundo, ocorre a perda do valor da pessoa humana, conforme retrata o
curta “Ilha das Flores”, em que os sujeitos são considerados, em uma cadeia
comunitária, inferiores aos porcos. Essa triste realidade, escancarada pelo filme, é

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resultado de um esvaziamento no âmbito coletivo, e precisa, pois, ser revista, a fim de se


conservar a dignidade dos indivíduos. (INTRODUÇÃO)

Tema: A precarização do trabalho em meio à crise: desafios e oportunidades para a


economia no contexto brasileiro

A crise econômica e a atual pandemia evidenciam desafios para os trabalhadores que


vão desde as dificuldades econômicas até a ausência de garantias de proteção de
emprego ou de benefícios de proteção social. Isso ocorre, dentre outros fatores, porque
as medidas neoliberais - que foram intensificadas com o objetivo de proteger o capital
durante a crise - ocasionam o fenecimento da qualidade de vida do trabalhador, uma vez
que concretizam a flexibilização das leis trabalhistas e a precarização do trabalho. Como
consequência desse contexto, a exemplo do que ilustra a música “Dom Quixote”, da
banda Engenheiros do Hawaii, os trabalhadores se assemelham a “borboletas no
aquário”, uma vez que, privados de suas garantias, se tornam mais vulneráveis à
exploração da mão de obra, sendo forçados a se sujeitarem a jornadas desgastantes de
trabalho e má remuneração, tal qual ocorre com as vítimas do processo de uberização,
como os entregadores de aplicativos deliverys, como o Ifood. (DESENVOLVIMENTO 1)

Tema: Caminhos para a promoção da igualdade étnico-racial na sociedade brasileira

A princípio, sabe-se que a igualdade étnico-racial é um assunto pouco discutido no país,


devido, sobretudo, à insuficiência de políticas públicas que proporcionem conhecimento
do assunto. Na ausência desse ensino quanto à diversidade étnica brasileira, a visão
estereotipada em relação a certos grupos, a exemplo de populações indígenas e negros,
perpetua-se, colaborando para o processo de exclusão. Nesse sentido, é habitual que
indígenas e negros sejam retratados e, consequentemente, sejam socialmente percebidos
a partir de estereótipos como o do índio preguiçoso, recorrente em programas de humor,
e do negro escravizado ou em posições subalternas, como as empregas domésticas das
novelas do autor Manoel Carlos. Essa situação dificulta a mudança do cenário e se torna
um desafio à promoção da igualdade étnico-racial no Brasil.
Por outro lado, ressalta-se o papel do acesso a informações de qualidade como método
para reverter quadros de exclusão e falta de representatividade. Nesse sentido, a
promoção da igualdade étnico-racial deve ser vista não apenas como a garantia de
alguns direitos a tais grupos, mas também como a mudança da visão social em relação
a eles a partir da quebra de certos estereótipos. Com isso, representações artísticas de
grupos excluídos em papéis heroicos, como o personagem Pantera Negra nos
quadrinhos, que mostra o negro em uma função de liderança em vez de escravizado, têm
colaborado para transformar a ideia de que o único papel a que estão relegados é o da
marginalização. Além disso, no Brasil, a atual discussão do Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos quanto à inclusão dessa pauta nas escolas pode ser um
primeiro caminho para uma mudança mais profunda. Diante disso, é preciso buscar

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meios complementares para estimular, ainda mais, uma mudança definitiva no panorama
atual. (DESENVOLVIMENTO COMPLETO)

Tema: Os atuais modelos de educação e o grave problema da evasão escolar no Brasil

Conforme Paulo Freire, a educação deve ser vista, acima de tudo, como uma tentativa
constante de mudança de atitude e de criação de disposições democráticas. No entanto,
conquanto seus benefícios instiguem participação e ingerência dos indivíduos na
sociedade, os investimentos nesse setor ainda não são suficientes para combater a evasão
escolar no Brasil. Isso ocorre, dentre outros fatores, devido ao modelo educacional
vigente no país, o qual, ainda moldado pela pedagogia tecnicista da década de 70, muitas
vezes, privilegia excessivamente a tecnologia educacional, transformando professores e
alunos em meros executores e receptores de projetos elaborados de forma autoritária e
sem qualquer vínculo com o contexto social dos alunos. Diante disso, cria-se um
distanciamento entre os educandos e a formação do conhecimento, porquanto a falta de
estímulo e de prazer pelo estudo cria jovens desinteressados e propícios à evasão escolar.
Em decorrência disso, surge a necessidade de se repensar os atuais modelos de escola
vigentes em nosso país, a fim de aproximar os alunos do conhecimento, por intermédio
de pedagogias interativas que valorizem instrumentos didáticos mais apropriados ao
contexto social dos jovens. Dentre esses instrumentos estão as HQs, que, desde 2006,
foram incorporadas ao programa governamental Biblioteca na Escola, proporcionando,
por meio da quadrinização dos Clássicos da Literatura Brasileira, um maior incentivo à
leitura e, consequentemente, um maior interesse pelos cânones literários. No entanto,
embora o estudo das HQs de cunho educativo já esteja previsto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais, ainda há resistência por parte dos educadores e dos pais quanto
ao uso dessas e de outras estratégias pedagógicas inovadoras – a exemplo do uso das
redes sociais para a promoção de debates escolares – nas salas de aula, o que corrobora
os altos índices de evasão escolar divulgados pelo MEC. (DESENVOLVIMENTO
COMPLETO)

Veja o tema do CFO dos Bombeiros MG de 2020:

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REDAÇÃO PRODUZIDA SOBRE ESSE TEMA:

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Conforme uma notícia veiculada pelo G1, em agosto de 2020, na cidade de São
João del Rei, um carro atrapalhou o combate a um incêndio por estar estacionado em
frente a um hidrante. Esse comportamento, por vezes recorrente na sociedade brasileira,
traz consequências graves à população, uma vez que pode interferir ou até mesmo
impedir a ação do Corpo de Bombeiros. Assim, é necessário pensar medidas práticas de
punição e de conscientização social a fim de diminuir o problema.
O Art. 181 do Código de Trânsito Brasileiro estabelece que estacionar junto a
hidrantes de incêndios, registros de água ou tampas de poços de visitas ou galerias
subterrâneas consiste em uma infração mediana, passível de penalização e de multa. No
entanto, embora seja previsto por lei, são comuns os casos em que o trabalho dos
militares do Corpo de Bombeiros é comprometido pelo comportamento de motoristas que
negligenciam o CTB, o que, muitas vezes, pode dificultar o controle de incêndios. Isso
decorre, dentre outros fatores, tanto da falta de consciência e de responsabilidade social,
no que diz respeito às consequências dessa infração, quanto da sensação de impunidade
advinda de uma cultura de desrespeito às leis de trânsito que predomina no Brasil.
Como consequência desse cenário, os profissionais da área se deparam com
diversas ocorrências que exigem deles uma conduta de agente de prevenção e de
conscientização da comunidade, uma vez que cabe a eles o papel de acionar a Polícia
Militar e informar a população dos riscos dessas infrações. Todavia, há situações em que
o momento de emergência impede que essa conduta seja seguida, o que pode resultar na
danificação dos veículos estacionados em frente aos hidrantes, o que, em grande parte
dos casos, causa revolta em vez de mudança de atitude. Logo, a falta de uma maior
rigidez e fiscalização das leis de trânsito sobrecarrega o trabalho dos militares do Corpo
de Bombeiros e atrapalha as campanhas de conscientização acerca das consequências
desse tipo de infração.
Portanto, é imprescindível que haja o recrudescimento das leis de trânsito e um
aumento de sua fiscalização, principalmente em casos de estacionamento em locais
proibidos, como em regiões em que há hidrantes, registros de água, poços de visitas ou
galerias subterrâneas. Além disso, é necessário que os agentes de trânsito conscientizem
a população dos riscos dessas infrações, uma vez que a melhor forma de diminuir um
problema é a prevenção e essa só existe se for estimulada nos indivíduos a noção de
responsabilidade social.

A COESÃO

A coerência depende das conexões lógicas entre cada uma das sentenças e entre
os parágrafos. Quem escreve poderá verificar se seu texto é coerente fazendo a si mesmo
a pergunta: por que redigir esta frase logo depois daquela? A resposta deve evidenciar a
conexão entre elas, que pode ser uma relação de causa e efeito ou de contiguidade (no
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tempo ou no espaço), uma explicação, um exemplo, uma generalização, um


desenvolvimento, uma atribuição, um contraste ou uma expectativa, entre outras. Por
mais que se busquem expressões prontas e que se queiram dar as expressões prontas para
se iniciar o parágrafo introdutório do texto, não aconselhamos o uso do lugar comum
porque acreditamos na liberdade para construir esse parágrafo. Já a coesão envolve a
capacidade de o participante demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos para
a construção da argumentação. Isso significa que, no critério coesão, analisa-se como o
participante se vale dos recursos coesivos para articular os enunciados do texto. Assim,
não basta que você conheça os conectivos e os empregue em seu texto, é preciso, também,
repensar as relações sintático-semânticas estabelecidas e as estratégias argumentativas
pretendidas em seu plano de texto.

“Se liga” nessas dicas:

• Na passagem do primeiro para o segundo parágrafo, apesar de a conexão poder ser feita
por uma retomada de palavra presente na tese, é mais recorrente o uso de palavras ou
expressões que dão ideia de prioridade, relevância: em primeiro lugar, em primeira
instância, em primeira análise, em princípio, primeiramente, precipuamente, como parte
precípua, primordialmente, a priori.
• Nas conexões entre os parágrafos do desenvolvimento, o conectivo é obrigatório e
depende muito do tema e das relações que as estratégias usadas exigem. Também, não
existem operadores distintos para ligarem parágrafos e ligarem sentenças.
Nas conexões entre o último parágrafo do desenvolvimento e a conclusão, o conectivo é
obrigatório e deve estabelecer relação de conclusão.

AS RELAÇÕES ESTABELECIDAS

• Adição, continuação: além disso, ademais, além do mais, também, não só... mas
também, não só... como também, não apenas... como também, outro fator importante,
ainda convém lembrar...
• Recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim,
dessa forma, dessa maneira, desse modo, dessarte, destarte, assim sendo, nesse sentido,
sob essa ótica, nesse viés, sob esse enfoque, ante esse quadro, sob esse ângulo, à luz dessa
constatação, nesse contexto, nesse cenário, sob essa égide, sob esse amparo, sob esse
arnês, sob esse arrimo, outrossim...
• Conclusão (último parágrafo) além dos operadores anteriores, ainda podem ser
usados: dado o exposto, por tudo isso, tendo em vista os aspectos observados, em virtude
dos fatos mencionados, em face aos dados apresentados, em face a essa realidade, por
todos esses aspectos...

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• Propósito, intenção, finalidade (inicia o EFEITO da proposta de intervenção): a fim


de, com o propósito de, com o objetivo de, com o intuito de, para que, com o fito de...
• Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, similarmente, do mesmo
modo, por analogia, de forma análoga, analogamente, segundo, conforme, sob esse
mesmo ponto de vista...
• Contraste ou concessão: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, em vez
de, por outro lado, ao passo que, embora, apesar de, malgrado, mesmo que, ainda que, em
contrapartida, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, não obstante, a despeito
de...
• Causa, consequência, explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado,
por isso,por causa de, em virtude de, de fato, com efeito, porquanto, já que, uma vez que,
visto que, de tal sorte que, de tal forma que, haja vista..
• Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então,
enfim, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, anteriormente, posteriormente,
em seguida, afinal, por fim, constantemente, às vezes, eventualmente, simultaneamente,
nesse ínterim, nesse hiato, enquanto, antes que, depois que, sempre que, nem bem, assim
que...

Obs.: Da mesma forma, podemos utilizar vários conectores para anteceder o processo
de citação textual: na opinião de, de acordo com, na visão de, do ponto de vista de,
segundo, como caracteriza, conforme esclarece, no dizer de, como alega, conforme
pontua...

VEJA ALGUNS TEMAS

TEMA 1
Leia os textos a seguir.

Texto I
Uma história em constante evolução. Assim tem sido escrita a cronologia do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). No momento em que a corporação
comemora 110 anos, uma viagem retrospectiva pelas décadas que formam essa instituição
centenária revela fatos históricos e ocorrências que reafirmam o compromisso de evoluir
para atender cada vez melhor os anseios do povo mineiro.
Desde a sua fundação, em 1911, o CBMMG mantém acesa a chama que alimenta a
vocação de salvar vidas. Algumas ocorrências marcaram não apenas a história do Corpo

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de Bombeiros, mas também a história de Minas, como em 1913, ocasião que a então
Força Pública combatia pela primeira vez um incêndio. A década de 1920 é notada pela
criação dos quadros de militares da saúde e a década seguinte tem como marco a criação
do primeiro Batalhão de Bombeiros.
No decênio de 1940, a luta contra as chamas na Imprensa Oficial foi um marco histórico
na proteção do patrimônio público. E acompanhando a evolução dos anos 50, a
corporação investiu na modernização dos equipamentos para endossar um melhor
atendimento.
Na década de 70, um desabamento na Gameleira instituiu o esforço de busca e resgate em
estruturas colapsadas. Já em 80, o Centro de Instrução de Bombeiros foi o alicerce para a
criação da Academia de Bombeiros Militar.
No final da década de 90, um grande incêndio florestal em Roraima começou a lançar os
bombeiros mineiros no cenário nacional. Nos anos 2000 um incêndio no Canecão Mineiro
exigiu o aprimoramento da legislação de prevenção contra incêndio e pânico, tornando-
se referência nacional no assunto.
Em 2019, no ápice da atuação do CBMMG, as experiências e conhecimentos adquiridos
ao longo das décadas foram fundamentais para a maior operação de busca e salvamento
da América do Sul. E ainda nesta década, a perspicácia dos militares do CBMMG figuram
nos cenários das grandes catástrofes ao redor do mundo como em Moçambique e Haiti.
Motivos mais do que suficientes para uma grande solenidade, realizada hoje (31), na
Academia de Bombeiro Militar (ABM), com direito a desfile de tropa, apresentação de
banda e grande celebração da outorga da Medalha da Ordem do Mérito Imperador D.
Pedro II, alusivo ao Dia Nacional do Bombeiros. A medalha foi concedida a 52 pessoas,
entre militares e civis, em reconhecimento a ações que colaboraram para a expansão da
corporação mineira.
Na solenidade, presidida pelo comandante-geral do CBMMG, coronel Edgard Estevo da
Silva, estiveram presentes o governador Romeu Zema; o vice-governador Paulo Brant; o
procurador-geral do estado, Jarbas Soares Júnior e o secretário nacional de Segurança
Pública Nacional, Carlos Renato Paim. Também marcaram presença, o procurador-geral
do estado; chefes das forças armadas estaduais; representantes do alto escalão da Justiça
Estadual e Militar; secretários de estado; deputados, comandantes das Forças de
Segurança e entidades de classe.
Em discurso, o coronel Estevo externou a satisfação e o peso de estar à frente de uma
corporação centenária: “ celebrar o aniversário de nossa estimada corporação,
testemunhar seu crescimento e seus feitos é um grande privilégio. Conduzir essa
centenária instituição em um horizonte de profundas mudanças sociais, revoluções
tecnológicas, desafios de gestão e governança é uma enorme responsabilidade. ”, afirmou
o comandante.
Um dos momentos mais interessantes do evento foi a homenagem feita aos bombeiros
militares veteranos que escreveram com desmedido empenho várias décadas dessa
história. Os experientes bombeiros desfilaram sob a La France, a mais antiga e tradicional

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viatura da corporação, fabricada nos Estados Unidos, em 1959, e que atualmente é


conservada como relíquia.
(Fonte: https://www.bombeiros.mg.gov.br/cbmmg-110-anos-de-constante-evolucao )

Texto II
CANÇÃO DOS BOMBEIROS
Letra: Sd PM Luiz Alberto Rocha
Música: Tem Cel PM José Ferreira de Abreu / Sd PM Luiz Alberto Rocha

Somos nós os audazes bombeiros


Cumpridores do nosso dever
Que no fogo voraz lutaremos
Para salvar ou morrer

Ao alarme, partiremos
A sirene nos apraz
No perigo estaremos
Levando momentos de paz

Nossa vida é lutar pelo povo


No incêndio e no salvamento
Se o destino está sempre em jogo
Só Deus nos dá seu alento

Com coragem seguiremos


Olhar franco e tenaz
Sempre unidos estaremos
Trazendo momentos de paz

Sempre alerta e altaneiros


O sinistro vamos combater
Orgulhosos de sermos bombeiros
Enfrentamos sem nunca o temer

Para frente companheiros


Vigilantes e leais
Ao estado nós bombeiros
Daremos momentos de paz

A partir da leitura dos textos motivadores, escreva um texto dissertativo-argumentativo


acerca do tema 110 anos do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais: o legado de uma
história em evolução. No seu texto, discorra sobre o papel do Corpo de Bombeiros para
a sociedade, o legado deixado durante os 110 anos sua atuação e sobre os desafios que
ainda precisam ser superados para que o Corpo de Bombeiros siga sempre em evolução.

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Redação para Concurso

TEMA 2

Leia o texto a seguir.


A dor e a alegria de "ser bombeiro"
No imaginário social, a palavra "bombeiro", na maioria das vezes, aparece carregada de um
sentido de heroísmo e salvação. De fato, ao ser tarefa de um bombeiro todo e qualquer tipo de
salvamento - entre eles o combate e resgate de vítimas em incêndios, primeiros socorros e resgate
em situação de acidentes de trânsito, buscas e salvamentos terrestres e aquáticos, ajuda em
situações de calamidades como destelhamentos e desabamentos, salvamento em altura, captura
de animais, corte de árvores, vistorias contra incêndios, palestras preventivas, e até mesmo partos
de emergência a caminho do hospital - fica subjacente ao título um certo brilho de "super-herói",
um "super-homem" invencível, a solução nas piores tragédias, quando tudo está perdido.
Quem nunca se emocionou ao ver pessoalmente, ou através da mídia, um salvamento envolvendo
os bombeiros? O caso é que a outra face da moeda é pouco vista, pouco entendida, pouco
trabalhada e até mesmo escondida pelos próprios bombeiros, pela força que carrega o "ser
militar". Como relatado por eles: "Ser bombeiro é servir, servir, sempre servir!" "Ser bombeiro é
ter amor à vida dos outros." Essa é uma profissão muito exigida: física, emocional, psicológica e
socialmente falando, e, através desse diagnóstico, percebemos o amor e o sofrimento envolvidos
no dia a dia desses trabalhadores, o que torna esse trabalho ora uma paixão, ora um verdadeiro
esforço pela sobrevivência, como atesta a fala de um bombeiro: "...
Faço de tudo para conseguir ajudar aquela pessoa que, naquele momento, precisa de mim. Mas
às vezes tudo aquilo que eu faço é pouco, e ela não resiste e acaba falecendo. É muito triste saber
que, por mais que eu tenha feito tudo o que era possível, ela não resistiu." Nesse aspecto, Dejours
(1949/1988) salienta que os trabalhadores podem padecer não só fisicamente em decorrência do
trabalho como também apresentar sofrimento mental. Este último é consequência da organização
do trabalho, que consiste na "divisão do trabalho, no conteúdo da tarefa (na medida em que ele
dela deriva), no sistema hierárquico, nas modalidades de comando, nas relações de poder, nas
questões de responsabilidade, etc". O sofrimento mental, então, é resultado do enfrentamento
entre o sujeito, detentor de uma história personalizada, com a organização do trabalho, que possui
uma "injunção despersonalizante." Aliado a isso, segundo Cruz (2005), freqüentemente
sobrecarga física e psicológica sinalizam dano que afeta a capacidade de controlar a intensidade
do sofrimento, seja esse dano percebido como uma inabilidade para lidar com a frustração no
trabalho, seja percebido como uma fadiga ou uma lesão. Normalmente, a carga horária de um
bombeiro que atua na "linha de frente do combate" é de 24 horas trabalhadas, com 48 horas de
folga.
Nessas 24 horas que permanecem na "guarnição", ou seja, no quartel, aguardando algum
chamado, a adrenalina é muito alta, pois sabem que, a qualquer momento, o alarme pode soar, e,
quando isso se efetiva, saem sem saber ao certo o que vão encontrar pela frente. Nesse momento,
muitas coisas podem 2 passar pela sua cabeça, pois só saberão o que os aguarda quando chegarem
ao local. As suas falas ilustram bem essa situação: "...Quando a sirene toca, acabo ficando
nervoso. É uma espécie de angústia, eu acho, porque não sei se vou encontrar um incêndio, um
atropelamento, um afogamento, ou apenas uma árvore que caiu e está atrapalhando o trânsito.
Sem falar na hipótese de ter vítimas... Eu só me acalmo quando chego ao local, se bem que a
tensão continua, só que de uma outra forma.." "Só trabalho quando sei que alguém está em
situação difícil, de sofrimento. Por isso prefiro ficar no quartel aguardando, mesmo que parado,
porque, se sou chamado, é porque alguém está passando um momento muito complicado".
Sabemos que todo o trabalho é investido de afetividade por parte do indivíduo que o realiza, sendo

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Redação para Concurso

que esta é a base do psiquismo, elemento essencial na conduta e nas reações individuais. Leontiev
(1978, citado por Cruz, 2005) considera que os sentimentos e as emoções são muito importantes,
visto estarem presentes no sistema motivacional que, levando à ação e à atividade, irão compor
as características próprias que identificam a individualidade. Assim, o profissional bombeiro lida
constantemente com uma forte carga afetiva em seu trabalho. Nas situações que envolvem
vítimas, os bombeiros podem, muitas vezes, estar face a face com a morte, ou com cenas muito
fortes. É importante ressaltar que, após a ocorrência, eles voltam ao quartel e ao trabalho, sem
nenhum suporte que os ajude a enfrentar tais situações, que, por mais cotidianas que sejam para
eles, nunca deixam de ser traumáticas. Precisam agir como se nada tivesse acontecido e estarem
prontos para novo chamado, como revela o seu depoimento:
"... Quando a vítima é um adulto, eu fico chateado, claro... Mas, com criança, a dor é maior... Às
vezes tenho vontade de chorar, mas tenho que ser forte...". "Não podemos nos envolver com a
situação, temos que ter autocontrole. Os colegas mais experientes dão força para os que ficam
mais abalados. Não podemos ser emotivos, somos obrigados a ser frios." "Seria importante um
acompanhamento psicológico pós-acidentes, pois, com o tempo, corremos o risco de "ficar meio
18"(gíria do quartel para designar os que ficam "meio loucos"). "É difícil lidar com a morte,
também somos humanos." A realidade do mundo do trabalho sempre nos impõe com frieza e
naturalidade a frase: "deixem suas emoções no portão e entrem para trabalhar".

A Organização Científica do Trabalho eliminou o afeto das relações de trabalho para que a
objetividade predominasse, empobrecendo a atividade mental e expondo o corpo a
conversões somáticas e sofrimento psíquico (Dejours et al., 1993/1994). Diante dessas
afirmações, redija um texto dissertativo-argumentativo no qual você discuta acerca da dor
e da alegria de ser bombeiro. Em seu texto, deixe claras as principais razões 3 que levam os
oficiais ao estresse e aborde a importância de se oferecer um suporte emocional para lidar
com vivências e situações traumáticas.

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