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TRADUTORES DOS WHILLS

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Índice
Capa
Folha de rosto
Direitos Autorais
Capítulo 1
Créditos
Sobre o Autor
O CÉU PARECE estranho esta manhã, pensou Trevik do Midli dos
Sétimos Vermelhos enquanto a comitiva da Rainha deixava a ala
residencial do palácio e começava a sua curta caminhada até a
Casa dos Visitantes. Talvez fossem nuvens, ele pensou: nuvens
muito altas e muito finas para seus olhos distinguirem através da
névoa que se erguia das Águas dos Sonhos que ficava ao norte da
Cidade Vermelha.
Mas ele já tinha visto o céu através das nuvens finas antes. O
mais provável é que tenha sido algo que o seu convidado tinha feito,
o chefe dos trinta seres que chegaram há um mês, criaturas com
olhos amarelos e cabelos da cor de uma nuvem de tempestade. Seu
chefe não disse que protegeria a Cidade Vermelha das forças do
mal que se reuniam entre as estrelas em Quethold?
– Bebida.
Trevik ergueu rapidamente o jarro ornamentada de néctar que
segurava contra o peito. A Rainha se inclinou em direção à tigela,
suas vestes bordadas movendo-se no ritmo do balanço rítmico de
sua liteira com dossel, seu longo abdômen esticado ao longo do
leito da ninhada.
– Mais alto – Borosiv do Círculo, do Primeiro Vermelho rosnou
laconicamente de sua liteira ornamentada mais distante atrás da
Rainha.
Estremecendo, Trevik esticou os braços, erguendo o jarro o mais
alto que pôde. A Rainha bebeu um longo gole e depois se endireitou
novamente, suas mandíbulas sacudindo as últimas gotas do
saboroso líquido, com os seus olhos examinando impassivelmente o
rosto de Trevik.
Trevik baixou o jarro novamente sobre o peito, sentindo as
batidas de seu coração dentro de seu torso. Ser escolhido para
atuar como copeiro da Rainha foi a maior honra que qualquer Midli
poderia alcançar. Era como se todos os Midlis em Quethold
estivessem com dele, assim como todos os Circulandos estavam
com Borosiv. A última coisa que ele queria no mundo era fracassar
e, por meio desse fracasso, envergonhar a sua família.
– Endireite-se, – Borosiv continuou na mesma voz baixa e
rabugenta. – Observe os Operários. Imite a postura deles.
Trevik engoliu em seco, um rápido rubor de vergonha cintilando
atravessou o seu coração. Claro que ele tinha ouvido tudo isso
antes, mas no calor do momento ele tinha esquecido.
Agora ele olhou para a fila de Operários carregando a liteira da
Rainha. Havia oito deles, com os seus torsos quase na vertical,
apesar do peso da liteira sobre os ombros. O abdômen de cada
Trabalhador se estendia atrás dele, perfeitamente nivelado com o
solo, com suas quatro pernas movendo-se em um ritmo de precisão
absoluta.
Engolindo novamente, Trevik tentou imitar postura e movimento
deles. Ele ouvira que a Rainha estava disposta a dar a um novo
copeiro um certo grau de liberdade em seu primeiro dia. Mas isso
não significa que ele não deveria tentar o seu melhor.
Principalmente porque Borosiv não parecia inclinado a dar ao
novo Midli essa mesma tolerância.
A casa de hóspedes era um edifício circular situado no centro do
pátio. Era pequeno, com apenas uma modesta área de reunião
central no andar térreo e dez pequenas salas de privacidade no
andar de cima. Dois dos alienígenas com cabelos tempestuosos
estavam na entrada sul, com as suas armas estranhas presas em
seus ombros enquanto observavam a rainha e sua comitiva se
aproximando.
Foi o mais próximo que Trevik já esteve desses alienígenas em
particular, e ele os olhou com curiosidade enquanto ele e as
ninhadas se aproximavam. Eles eram seres eretos, ao contrário dos
Quesoth, mas muito semelhantes aos aliados de Quesoth, os
Stromma. Eles tinham duas pernas, um torso sem abdômen
separado e uma cabeça coroada com cabelos pretos ondulados
como nuvens de tempestade. Ele uma vez os tinha ouvido serem
chamados de humanoides.
Mas pelo menos seus olhos eram adequados, multifacetados
como os do Quesoth, embora fossem de um amarelo brilhante em
vez do azul pálido de Quesoth. Talvez seus olhos tenham sido a
razão pela qual a Rainha tinha os escolhido para desafiar a antiga
aliança de Quedthold com os Stromma e aceitar as Cabelos-
tempestuosos como seus convidados na cidade Vermelha.
Ou talvez fosse por causa das armas que os Cabelos-
tempestuosos trouxeram com eles. Armas até mais compactas e
poderosas do as que dos Stromma.
Trevik se concentrou nas armas dos cabelos tempestuosos,
sentindo-se repentinamente tenso. Junto com os doze Operários
que carregavam as liteiras, a comitiva da rainha também incluía
doze soldados, e se os cabelos tempestuosos negligenciassem a
saudação adequada, a rainha poderia ordenar que os aliens fossem
disciplinados. Trevik não tinha visto as armas do Cabelos-
tempestuosos em ação, mas ele ouviu histórias suficientes para
saber que ele não queria especialmente. Especialmente de perto.
Felizmente, os Cabelos-tempestuosos sabiam do protocolo
correto.
– Salve, ó Rainha Vermelha – entoou um deles enquanto a
ninhada dava os cinco passos necessários para chegar mais perto.
– Vivemos para servir e morremos para servir.
A Rainha permaneceu em silêncio enquanto os alienígenas
abriam as portas e o grupo entrava em fila. Nessas circunstâncias,
decidiu Trevik, o seu silêncio provavelmente era uma coisa boa.
O chefe dos Cabelos-tempestuosos estava esperando no centro
da área de reunião. Foi a primeira vez que Trevik viu a área desde
que a Rainha lhes concedeu a Casa, e ele ficou impressionado com
o quão estranha ela se tornou. Mudanças na mobília eram
compreensíveis, afinal, a fisionomia dos Cabelos-tempestuosos não
se pareciam em nada com os de Quesoth.
Mas os Cabelos-tempestuosos tinham ido muito além do simples
conforto e conveniência. Eles haviam refeito a sala inteira, desde as
cortinas nas paredes até as esculturas de meditação sobre as
passarelas. Na verdade, até mesmo o padrão das passarelas havia
sido alterado. Era como se a Casa tivesse se transformado em uma
parte do próprio mundo dos Cabelos-tempestuosos.
– Bebida.
Trevik ergueu o jarro, com o seu coração novamente começando
a escurecer. Algumas das esculturas que os Cabelos-tempestuosos
removeram eram da própria sala de meditação da Rainha. Ela
ficaria ofendida por aqueles tesouros terem sumido de vista?
Talvez ela já tivesse. Erguendo o rosto do copo de néctar, ela
ergueu a voz nos uivos agudos da Língua dos Soldados.
Trevik ficou tenso. Mas as duas linhas de Soldados flanqueando
as duas liteiras não avançaram em direção ao chefe Cabelos-
tempestuosos. O comandante respondeu na mesma língua, e todos
os soldados se espalharam pela sala em direção às portas externas
da residência. Eles passaram e desapareceram no pátio, fechando
as portas atrás deles.
– Abaixem-me, – a Rainha ordenou.
Trevik deu um passo para o lado quando os oito Operários que
carregavam a liteira baixaram-na até o chão e então se ajoelharam
e se curvaram para o sinal de homenagem do Trabalhador. Atrás da
liteira da Rainha, Trevik ouviu um farfalhar mais suave de pano
enquanto os quatro Operários na parte traseira também baixaram a
liteira de Borosiv.
O Chefe Cabelo-tempestuoso curvou-se, com um gesto que era
quase uma caricatura da postura dos Operários.
– Salve, ó Rainha Vermelha, – ele disse.
Trevik franziu a testa. Era isso? Ele também não viveu e morreu
para servir, como fizeram os Quesoth e até mesmo os outros
cabelos tempestuosos?
– Bebida.
Apressadamente Trevik recuou para a liteira e ofereceu o copo.
Aparentemente, o chefe Cabelo-tempestuoso tinha realmente
terminado sua saudação. Ainda mais surpreendente, a Rainha não
parecia ofendida pela falta de uma promessa de morte. Era quase
como se ela o visse como um igual, do jeito que Trevik veria seus
irmãos do Sétimo como iguais.
Mas isso foi insano. A Rainha não tinha iguais.
A Rainha terminou a sua bebida e acenou para Trevik se
afastar.
– A ameaça permanece, O Nuso Esva, – disse ela, dirigindo-se
ao chefe Cabelos-tempestuosos. – Os meus Círculos viram as
cidades voadoras, negras contra as estrelas.
– A ameaça permanece, ó Rainha, – o chefe Cabelos-
tempestuosos, Nuso Esva, concordou. – Vamos nos aconselhar
mais sobre como podemos lidar com nosso inimigo em comum.
– Vamos falar sobre a destruição do Grão Almirante Thrawn.

Os outros cinco membros da sessão de estratégia já estavam


esperando na sala de conferências da ponte do Star Destroir
Imperial Admoestação quando o capitão Voss Parck chegou.

– Minhas desculpas, Almirante; senhores, – disse ele enquanto


circundava a mesa até a cadeira vazia à direita do Grão Almirante
Thrawn. – Houve um relatório de última hora do sistema Tantsor que
achei que poderia ser relevante para nossa discussão.
– Foi isso? – perguntou Nyama, o Conselheiro Liaison de
Stromma, com o pelo brilhando como grama nas luzes da sala, as
saliências da sobrancelha marcadas sobre os olhos negros e puros,
o tom normalmente sarcástico ainda mais insolente do que o
normal.
– Sim, – disse Parck, com longa prática permitindo-lhe não se
ofender com os modos de Nyama. A extrema beligerância era uma
qualidade universal e altamente apreciada entre a hierarquia
Stromma, e os profissionais militares da espécie não eram exceção.
– A atividade que se dizia não era nada além de um pequeno grupo
de contrabandistas. Os investigadores não encontraram nenhuma
conexão entre eles e Nuso Esva, e nenhum vestígio de naves de
guerra reais.
– E na sua visão, esse desperdício de esforço constitui num
progresso? – Nyama zombou.
– O que o representante do Conselho Liaison Nyama pretende
perguntar, – disse um jovem Stromma ao lado de Nyama em um
tom mais educado, – é se deve descartar um sistema realmente
estreito em busca do resto das forças de Nuso Esva, especialmente
quando tantas outras possibilidades permanecem.
– Mesmo informações negativas são úteis, – disse Thrawn
calmamente, com os seus olhos vermelhos brilhantes focados em
Nyama. – Principalmente porque os droides sonda que deixamos
para trás após cada busca nos garantem que as forças de Nuso
Esva não estão avançando atrás de nós.
Nyama deu um bufo de desprezo.
– Nós sabemos onde ele está, – ele disse, apontando um dedo
enfaticamente para baixo. – O que nos importa onde seus
remanescentes dispersos se escondem?
– Porque enquanto ele viver, eles continuarão sendo uma
ameaça, – disse Parck. – Você, mais do que ninguém, deveria ter
aprendido isso, sendo Conselheiro Liaison. Você estava ganhando a
luta contra essas forças até que ele voltou para assumir o comando
pessoalmente.
– A situação lá era muito diferente, – resmungou Nyama. – As
forças em Oristrom foram bem guarnecidas e bem entrincheiradas.
E eles eram muito mais numerosos. – Ele apontou para baixo
novamente. – Além disso, Nuso Esva não vai deixar Quethold. Já
não. Em qualquer caso, não vivo.
– Liaison Nyama tem um argumento válido, – disse o
Comandante dos Stormtroopers Balkin do outro lado da mesa. –
Onde quer que o seu remanescente esteja escondido, Nuso Esva
certamente não tem naves suficientes para romper o nosso
bloqueio.
– Concordo, comandante, – disse Thrawn. – Infelizmente, o
bloqueio muito em breve terá de ser levantado. Existem outros
assuntos que requerem a minha atenção com urgência, outras
ameaças a esta região e àqueles que se juntaram a Mão do Império.
– O Almirante está correto, – Parck apoiou. – Posso citar pelo
menos dez dessas ameaças agora, e haverá mais por vir.
– Então acabe com ele, – disse Balkin com firmeza. – Os
stormtroopers do 501º estão prontos para entrar e trazer a cabeça
dele.
Nyama bufou novamente.
– Você não faz ideia do que está dizendo, – disse ele com
desdém. – Vocês nunca enfrentaram os Soldados de Quesoth em
batalha. Nós, por outro lado, lidamos com eles tanto como aliados
quanto como inimigos. Eles são maiores até do que os Operários,
são quase tão altos quanto você ou eu e são imensamente fortes.
Eles também são ferozmente leais à sua rainha, obedecendo as
suas ordens sem questionar e sem nenhuma consideração para a
sua própria segurança. E há milhares deles na Cidade Vermelha.
– Já enfrentamos inimigos leais e numerosos antes, – disse
Balkin. – Estes cairão da mesma forma.
– Mas a um custo alto, – advertiu Nyama. – Você está pronto
para aceitar tais perdas, Grão Almirante Thrawn?
– Eu não aceito perdas desnecessárias de qualquer tipo,
Conselheiro Liaison, – disse Thrawn, com o seu rosto de pele azul
impassível. – Mas não sabia que você tinha lutado contra os
Quesoth antes.
– Foi há muito tempo, durante a arrogância tola que chamamos
de Período de Expansão, – disse Nyama. Pela primeira vez, Parck
notou com interesse, a voz beligerante era quase introspectiva. –
Mesmo com as armas cerimoniais primitivas que eles ainda usam,
sofremos muito antes de recuperar a nossa razão e fazer as pazes
com eles. – Suas narinas dilataram. – E você também vai sofrer se
continuar neste caminho de loucura.
– Talvez alguém do Conselho possa falar com a Rainha
Vermelha, – sugeriu Parck. – Se você pudesse fazer com que ela
visse a lógica...
– As Rainhas dos Quesoth criam a sua própria lógica, – disse
Nyama. – Qualquer que seja a sua lógica para aceitar Nuso Esva
sob seus cuidados, não pode mudar de ideia.
– Então ela vai sofrer, – advertiu Thrawn.
– Todos nós sofremos, – disse Nyama categoricamente. – Esse
é o modo de vida.
Parck fez uma careta. Os Quesoth realmene sofreriam, como as
vinte e mais espécies que já sofreram sob o reinado de terror de
Nuso Esva. Desde que o alienígena e seu povo, os guerreiros que
ele orgulhosamente chamava de Escolhidos, emergiram de um
planeta ainda não identificado nas Regiões Desconhecidas, eles
estavam abrindo caminho mortal através de povos, mundos e até
pequenas Federações. De todos os atacados, apenas Thrawn
mostrou a habilidade e determinação necessárias para bloquear a
expansão de Nuso Esva e, eventualmente, começar a empurrá-lo de
volta.
Mas a vitória veio com um custo terrível. Os Escolhidos lutavam
com um zelo fanático e forçaram os povos subjugados sob seu
controle a lutar ao lado deles com igual tenacidade.
Pior ainda, a cada retirada forçada, os Escolhidos seguiam a
política de solo arrasado de Nuso Esva de destruir tudo o que não
podiam levar consigo, não apenas armas de guerra, mas também os
meios para a população local sobreviver ao próximo inverno ou
período de seca. Milhões morreram nas conquistas de Nuso Esva, e
outros milhões morreram nas consequências de suas retiradas.
Incluindo centenas de milhares de Stromma que foram pegos no
fogo cruzado e nas terras arrasadas enquanto Thrawn finalmente
conseguiu empurrar Nuso Esva para fora dos seus mundos. O que,
para Parck, tornava a atitude de Nyama muito mais desconcertante.
Ele não queria ver os Quesoth, seus aliados declarados, libertos da
escravidão de Nuso Esva?
– No entanto, o nosso trabalho como seres civilizados é
minimizar esse sofrimento da melhor maneira possível, – disse
Thrawn. Se ele estava incomodado com a aparente falta de
compaixão de Nyama, isso não transparecia em sua expressão ou
voz. – Eu gostaria de ver os registros de suas guerras contra os
Quesoth. Com uma espécie insectóide, mesmo as batalhas antigas
podem podem nos esclarecer.
– Esses registros são antigos e fragmentados, – disse Nyama. –
Eles também seriam inúteis. No momento, é a estratégia e táticas
de Nuso Esva que eles usarão.
– Ele de fato estará planejando a sua estratégia geral, – disse
Thrawn, em tom pensativo. – Mas como os Soldados Quesoth ainda
usam suas armas antigas, eles também podem manter as suas
táticas antigas de campo de batalha.
Ao lado de Balkin, o comandante do Esquadrão de TIEs, barão
Soontir Fel, mexeu-se na cadeira.
– Esses escudos guarda-chuva que eles têm sobre a parte
central da cidade dificilmente são armas antigas, – ressaltou.
– De fato, – concedeu Thrawn. – O Liaison Nyama pode estar
certo. Podemos, de fato, enfrentar um conflito de táticas díspares,
uma mistura que será difícil de prever. – Ele olhou para Parck. –
Precisamos de informações, capitão. Mais e melhores informações.
Estamos trabalhando às cegas.
– Quão rápido o indomável Mestre Guerreiro tropeça, – Nyama
disse sarcasticamente.
– O que o representante do Conselheiro Nyama quer dizer – o
jovem conciliador falou novamente – é que a informação oportuna é,
obviamente, uma parte necessária da preparação do combate. –
Seus olhos pousaram brevemente em Nyama. – Ele também sugere
que pode haver uma maneira de obter as informações que você
procura.
Os olhos de Thrawn se estreitaram ligeiramente. – Continuar.
Nyama fez uma careta.
– Como já disse, somos aliados de Quethold há muitas
gerações. Como resultado, temos contatos entre os Quesoth dos
Vermelhos. Talvez eu possa falar com um deles por você.
– Você já disse que eles eram inquestionavelmente leais à
rainha. – Balkin o lembrou. – De que adiantaria falar com eles?
– Eu disse que os Soldados são leais, – retrucou Nyama. – Os
Soldados e Operários mal são inteligentes, quanto mais capazes de
tomar suas próprias decisões. Eu nunca disse que esse era o caso
dos Circulandos e dos Midlis.
– Mas eles ainda são leais, não são? – Balkin persistiu.
– Eu disse que eles podem pensar por si mesmos, – Nyama
quase berrou. – Você é surdo, seu careca, é...?
– O que significa que, o Conselheiro Nyama quer dizer, – o
conciliador interrompeu apressadamente, – é que há uma pequena,
mas crescente oposição à aliança da Rainha Vermelha com Nuso
Esva. Se pudermos contatá-los, talvez eles possam obter as
informações que você procura.
Nyama olhou feio para o conciliador, mas deu um aceno
relutante.
– Desde que você queira algo dentro de suas capacidades, – ele
rosnou.
– Quais são as suas capacidades? – Fel perguntou.
– Não muitas, – disse Nyama. – Os Circulandos são os
conselheiros da Rainha e os machos reprodutores da casta mais
elevada. Eles são os Quesoth mais inteligentes, mas lidam com
palavras e pensamentos, não com ações. Os Midlis estão
encarregados de supervisionar os Operários, então eles não são tão
espertos. Mas eles podem ser fundamentados e podem lidar com o
equipamento de forma limitada.
– A tarefa deve ser fácil, – Thrawn assegurou-lhe. – Tudo que eu
quero é que um deles contrabandeie uma holocâmera para os
aposentos de Nuso Esva.
– Uma holocâmera – Nyama ecoou incrédulo.
– Nuso Esva dificilmente carregava algumas de suas próprias
obras de arte com ele quando fugiu para Quethold, – explicou
Thrawn. – A maior parte do que ele tem será da coleção da Rainha.
Preciso ver quais peças ele escolheu.
Nyama bufou e balançou a cabeça.
– Sua obsessão pela arte, Grão Almirante Thrawn, é mais
perturbadora do que a sua obsessão pelo próprio Nuso Esva.
– A obsessão dele com os dois foi o que tirou Nuso Esva de
Oristrom e deu a você a liberdade de estar aqui hoje, – disse Fel.
Nyama olhou para ele. Mas ele não tinha resposta para isso, e
todos na sala sabiam disso.
– Você tem essa holocâmera com você? – ele rosnou, voltando-
se para Thrawn.
– Ele estará pronta assim que eu confirmar que um
dos Circulandos ou Midlis descontentes pode colocá-lo nas câmaras
de Nuso Esva, – disse Thrawn.
– E então poderei tirá-lo de novo, eu acho – Nyama rosnou. Ele
se levantou abruptamente. – Volto agora para a minha nave e
tentarei me comunicar com os dissidentes. Qual será o tamanho
desta holocâmera?
– Muito pequena, – disse Thrawn, erguendo a mão. – O tamanho
de uma das juntas do meu dedo. Podemos disfarçá-la de qualquer
maneira necessária para facilitar a entrada.
– Talvez pudesse até ser plantada em um dos Operários ou
Soldados que atendem a Rainha, – sugeriu Parck. – Acho que doze
de cada a acompanham aonde quer que ela vá.
– Você entendeu corretamente, – disse Nyama. – Vou perguntar
sobre a melhor maneira de atingir esse objetivo e irei me comunicar
com você quando tiver mais informações.
Com um aceno rápido para Thrawn, ele se virou e saiu da sala, o
jovem conciliador apressando-se para acompanhá-lo. A porta se
fechou atrás deles e Thrawn olhou ao redor da mesa.
– Algum comentário? – ele convidou.
– Pode funcionar, – disse Parck com cautela. – O número de
variáveis ainda é desconfortavelmente alto.
– E se a atitude de Nyama for típica dos Stromma, – acrescentou
Fel. – é melhor presumirmos que enfrentaremos Nuso Esva sem
eles.
– Afinal, eles são aliados dos Quesoth – murmurou Balkin. – Não
é fácil enfrentar seus amigos.
– Especialmente quando eles descobrem que podem
simplesmente ganhar tempo, – disse Fel. – Dois anos até que acabe
o tempo de Nuso Esva na Cidade Vermelha, não é?
– Sim, se os números de Nyama estiverem corretos, – confirmou
Parck.
– Os seus números estão corretos, mas o seu raciocínio está
errado, – disse Thrawn. – Nuso Esva pode causar uma enorme
quantidade de danos às pessoas da Cidade Vermelha nesses dois
anos. Esse não é um resultado que estou preparado para aceitar. –
Ele hesitou. – Tenha em mente, também, que o Liaison Nyama fala
pelo conselho de Stromma, e alguns desses membros ainda nos
culpam pela destruição que os seus mundos sofreram.
Fel murmurou algo sob sua respiração.
– Suponho que eles também culpem os seus cirurgiões por
danificar os pedaços de tecido bom quando estão removendo a
gangrena?
– Eu não defendo as suas opiniões, – disse Thrawn suavemente.
– Eu apenas declaro que essas opiniões existem. De qualquer
forma, não podemos permitir que as pessoas comuns da galáxia
sofram apenas porque os seus líderes às vezes se recusam a
enfrentar as realidades do universo.
– Bem, a realidade aqui é que podemos finalmente prender esse
filho da... que podemos prender Nuso Esva, – Fel corrigiu
apressadamente. – Nós o prendemos e não há nenhum lugar para
onde ele possa correr. E entendemos como ele funciona.
– Verdade. – Thrawn sorriu levemente. – O mais importante, ele
entende como eu trabalho.
– Esperançosamente, será o suficiente, – disse Parck.
Thrawn inclinou a cabeça.
– Veremos em breve.

O céu ainda parecia estranho quando Trevik deixou o palácio na


hora escura do crepúsculo e começou a descer a suave encosta da
colina da cidade e atravessar o amplo Casas dos Circulandos. Mais
abaixo, além do anel circular, ficava a área de Midli na cidade, onde
ficava sua própria Casa.

O céu parecia ainda mais estranho na área ao redor, ele notou


com interesse enquanto caminhava. Em alguns lugares, ele tinha a
mesma aparência estranhamente silenciosa que tinha nos jardins do
palácio. Mas em outros lugares pequenos, o céu estava tão claro e
azul como de costume. Ele o observou maravilhado enquanto
avançava, tentando imaginar o que tudo isso significava.
Talvez um dos Operários soubesse. Foram eles que construíram
tudo na Cidade Vermelha. O irmão de Trevik, Jirvin, era supervisor
de um dos grupos de Operários que criaram e prestaram
manutenção no equipamento de iluminação da cidade. Talvez ele
soubesse o que havia acontecido com o céu.
Uma lufada de ar saiu ao lado dele, trazendo consigo o cheiro de
um Circulando. Automaticamente, Trevik deu um passo para o lado,
fora do caminho do outro.
Uma mão se fechou em torno de seu braço.
– Ande, – o Circulando ordenou baixinho, conduzindo Trevik
para um ângulo diferente.
– Onde vamos? – Trevik perguntou, lutando para acompanhar os
passos mais longos do outro. – Minha Morada é diferente...
– Ande em silêncio, – a ajuda do Circulando o interrompeu.
Eles estavam bem dentro do Midli circular enquanto Trevik notou
que o céu tinha mudado novamente. Agora as áreas de estranheza
haviam se tornado uma colcha de retalhos de círculos distintos,
suas bordas quase se tocando, com céu adequado nas lacunas
entre elas. Além da área de Midli, Trevik podia ver que a estranheza
terminava completamente em toda a vasta extensão das Casas dos
Operários e dos Soldados.
Ele ainda estava surpreso com a visão quando o Circulando o
guiou até uma das Casas dos Midli. A porta se abriu quando eles se
aproximaram, e com o Circulando ainda o empurrando para frente,
Trevik passou por baixo do lintel.
Havia três outros Midlis esperando por eles na sala de
compartilhamento da Casa. Dois eram estranhos, o terceiro...
– Jirvin? – Trevik engasgou.
– Olá, meu irmão, – Jirvin, do Midli dos Sétimos Vermelhos,
cumprimentou-o com a sua voz solene. – Por favor, perdoe a
maneira como você veio. É vital que falemos com você
imediatamente.
– Você poderia simplesmente ter me ligado quando chegar em
casa, – disse Trevik.
– Foi igualmente vital falarmos com você de uma maneira que os
Cabelos-tempestuosos não pudessem ouvir, – disse Jirvin. – Por
favor, sente-se.
Por um longo momento, Trevik pensou em se virar e ir embora.
Mas o Circulando que o trouxe ali se plantou sob o lintel. Com uma
sensação desagradável subindo pelas pernas, Trevik lentamente
cruzou por um dos sofás e se abaixou cuidadosamente sobre ele.
– O que você quer dizer? – ele perguntou.
Ele viu Jirvin se preparar.
– Acreditamos, meu irmão, que a Cidade Vermelha está à beira
da destruição, – disse ele. – Acreditamos que a Rainha Vermelho foi
levada por engano a se aliar a Nuso Esva.
– Impossível. – A palavra explodiu da boca de Trevik sem
pensamento consciente. – A Rainha é onisciente e capaz de infinita
profundidade de pensamento. Nenhum ser estrangeiro poderia
influenciar a sua mente a tal ponto.
– No entanto, acreditamos que isso realmente ocorreu, – disse
Jirvin. – Acreditamos ainda que algo deve ser feito para evitar a
destruição iminente de nossa cidade. Talvez até do nosso mundo
inteiro.
Trevik olhou para ele.
– O que exatamente você está dizendo, meu irmão? – ele
perguntou com cuidado.
– Estou dizendo que o ser Thrawn do Primeiro do Chiss, Mão do
Império é o grande inimigo que Nuso Esva o nomeou, – disse Jirvin.
– Falamos com um dos Stromma, que nos revelou as verdadeiras
naturezas de Thrawn e Nuso Esva.
– E?
– E nós – Jirvin acenou com a mão para abranger toda a sala de
compartilhamento. – optamos por nos juntar aos nossos amigos
Stromma. Com eles e com Thrawn.
Furtivamente, Trevik olhou novamente para a porta. Mas o
Circulando ainda estava sob o lintel, bloqueando qualquer chance
de fuga fácil.
– Por que você está me contando tudo isso? – ele perguntou,
voltando-se para o seu irmão.
– Thrawn precisa urgentemente de informações se quisermos
derrotar Nuso Esva e libertar a nossa Rainha de suas garras, –
disse Jirvin. – Você, meu irmão, é o único que pode obter essa
informação.
– Impossível, – Trevik repetiu, a palavra novamente escapando
de sua boca sem pensar. – Eu sou um Midli leal. Mais do que isso,
sou o próprio copeiro da Rainha.
– Você é copeiro apenas um dia, – zombou um dos outros Midlis.
– Não faça parecer que todo o seu passado e a honra da família
estão em risco.
– Meu passado pode não estar em risco, mas a honra de minha
família certamente está, – insistiu Trevik. – Apesar de tudo, não
posso trair a minha Rainha dessa maneira.
– Ela não é mais a sua Rainha, – o Circulando na porta
retumbou. – Ela se tornou apenas uma ferramenta nas mãos do
Nuso Esva.
– Não posso e não vou acreditar nisso, – disparou Trevik. – A
Rainha busca apenas o que é melhor para o seu povo e para todo o
povo de Quethold. – Ele apontou dois dedos para o Circulando. –
Este Thrawn que é o inimigo. Já ouvi o Nuso Esva dizer isso.
– Você ouviu a própria Rainha dizer isso? – Jirvin perguntou.
Trevik se virou para ele, uma resposta rápida e mordaz fervendo
de dentro dele.
Então ele fez uma pausa, as palavras não ditas. A Rainha
realmente tinha dito tais palavras em sua presença? Agora que ele
pensava sobre isso, ele não conseguia se lembrar dela fazendo
isso.
– Não importa, – ele disse teimosamente. – Nuso Esva está aqui
e é o convidado da Rainha.
– Ele é seu captor, não seu convidado, – disse o Circulando. –
Você serviria melhor à rainha aliando-se a nós do que ficando de
braços cruzados enquanto ele a explora.
– Você não ofereceu nenhuma prova disso, – Trevik insistiu.
– Você não ofereceu nenhuma prova em contrário.
Trevik sibilou.
– Seu desafio é inútil. – Como você pode provar uma negação?
– Ao tomar o holocâmera que nossos amigos Stromma nos
deram, – disse Jirvin, sua voz baixa e séria. – Tirando fotos da
Rainha, e de Nuso Esva, e das obras de arte com que ele decorou
a Casa de Hóspedes, para que possamos saber a verdade.
Trevik piscou.
– As obras de arte?
– Thrawn é capaz de ler o que está oculto nos corações das
pessoas por meio de sua escolha de obras de arte, – disse Jirvin. –
Ou assim afirma os Stromma.
– As fotos também vão provar que a Rainha está com Nuso Esva
por vontade própria, – acrescentou o Circulando. – Se, de fato, ela
estiver.
– Se ela se aliou livremente a ele, então cessaremos os nossos
esforços aqui, – Jirvin assegurou a Trevik. – Como você, meu irmão,
buscamos apenas o que é melhor para nossa Rainha, para a nossa
cidade e para o nosso mundo.
Trevik baixou o olhar para o chão. A Rainha aceitara Nuso Esva
como seu convidado, ele tinha certeza disso. Mas não havia como
provar isso para Jirvin e os outros, exceto fazendo o que eles
pediram.
– Muito bem, – disse ele, as palavras ardendo em sua garganta.
– Onde está holocâmera?
Jirvin se levantou do sofá e puxou um objeto pequeno e plano de
um dos bolsos do colete.
– Aqui, – ele disse, colocando-o na mão de Trevik.
Trevik franziu a testa. O dispositivo era menor até do que o
menor de seus dedos.
– Isto é uma câmera?
– É, – Jirvin confirmou. – Você notará que tem a mesma textura
e as mesmas cores do colete oficial de copeiro. Depois de
configurá-lo, ele ficará invisível até para o observador mais
experiente.
Ele estava certo nisso, pelo menos, Trevik teve que admitir. A
câmera se encaixaria perfeitamente. Quem quer que fosse esse
Stromma, ele sabia exatamente como era o colete de um copeiro.
– Como faço para operá-lo?
– Você toca no canto superior direito ao chegar na Casa de
Hóspedes, – disse Jirvin. – A própria câmera fará o resto.
– E certifique-se de que ele fique voltado para cada peça da obra
de arte de Nuso Esva durante o tempo que você estiver na
residência, – acrescentou o Circulando.
– Eu vou. – Trevik se recompôs. – E irei trazer a prova de que a
Rainha realmente escolheu Nuso Esva como nosso aliado. Então
você vai parar com essa tolice?
– Se você trouxer tal prova, nós pararemos, – Jirvin prometeu. –
Mas se a prova vem de seu cativeiro sob o poder da mente de Nuso
Esva, então nossa oposição à sua presença continuará.
Trevik fez uma careta. Como provar uma negação? Mas estava
claro que isso era o melhor que ele conseguiria.
– Vou trazer a câmera de volta a esta hora amanhã, – disse ele,
levantando-se do sofá. – E então você vai parar.
– Tudo bem, – disse o Circulando, finalmente se afastando de
debaixo do lintel. – Adeus. Que você coma e durma profundamente.
– Que você coma e durma profundamente, – Trevik respondeu
com o coração apertado.
Um minuto depois, ele estava mais uma vez caminhando sob o
céu estranho, indo em direção a sua Casa. Certamente ele estava
certo. Certamente a Rainha havia escolhido Nuso Esva como seu
aliado por sua própria vontade e profundidade de pensamento.
Mas se ela não tivesse, o que isso significava para ela? O que
isso significaria para o resto dos Quesoth?
Mais imediatamente, o que significaria para Trevik se ele fosse
pego espionando para Thrawn?
Ele não tinha como saber. Mas ele tinha certeza de que não
seria agradável.

Trevik dormiu mal naquela noite e a sua comida era igualmente


insatisfatória. Ele acordou cedo, arrumou-se com cuidado extra e
certificou-se de que chegaria ao palácio alguns minutos antes do
necessário. Uma taça de néctar estava esperando por ele ao lado
da liteira da Rainha na câmara de boas-vindas, junto com os
Operários que carregariam as duas liteiras e a metade dos Soldados
que os acompanhariam. Borosiv chegou poucos minutos depois e
sem dizer uma palavra ocupou o seu lugar na liteira menor.

Sua sintonia foi perfeita, como era apropriado apenas para o


Circulando, que foi o criado escolhido para a Rainha. Quase um
minuto depois que Borosiv se acomodou, aas portas internas se
abriram e a Rainha entrou na sala de boas-vindas, flanqueada pelos
outros seis Soldados de sua guarda. Ele subiu em seu sofá e os
Operários colocaram as duas liteiras sobre os seus ombros.
E com Trevik tentando não parecer tão nervoso quanto se sentia,
o grupo saiu pela porta e atravessou o pátio para a Casa de
Hóspedes.
Depois de todas as preocupações à tarde e pouco sono à noite,
o dia acabou sendo agradavelmente anticlimático. Ninguém viu a
câmera aninhada no padrão do colete de Trevik, e foi mais fácil do
que ele esperava tirar as fotos que Jirvin queria. No momento em
que a Rainha instruiu os soldados a quebrar o anel defensivo fora
da residência e o grupo voltou ao palácio para a refeição do meio-
dia, ele conseguiu colocar o holocam na frente de cada uma das
obras de arte que Nuso Esva tinha escolhido. Depois da refeição,
quando voltaram à Casa para mais conversas com Nuso Esva, ele
fez questão de tirar mais algumas fotos.
Havia outra grande diferença entre o primeiro e o segundo dia de
Trevik como copeiro da Rainha. No dia anterior, a sua mente
estivera totalmente ocupada em manter-se imóvel e nivelado com
uma taça. Hoje, depois de todas aquelas coisas estranhas que Jirvin
disse, ele fez um esforço para ouvir a conversa.
Era confuso. Isso não surpreendeu Trevik, ela era a Rainha
Vermelho, afinal, junto com um alienígena que ela achou inteligente
o suficiente para passar horas conversando. A conversa deles
provavelmente estava acima até mesmo da sabedoria e inteligência
de um Circulando, muito menos de um mero Midli como ele.
Mas as partes que ele entendia eram perturbadoras. Falava-se
de naves espaciais e da construção de naves de combate e de
armas que estavam escondidas ou estariam em breve. Falou-se em
escudos guarda-chuva, armadilhas e mais armas escondidas.
E falou-se muito sobre a morte.
Mas nada disso era importante. O que importava era que a
Rainha claramente não era uma prisioneira de Nuso Esva e do resto
dos Cabelos-tempestuosos.
Mais tarde naquela noite, ao devolver a câmera a Jirvin, ele
disse exatamente isso ao irmão. Jirvin não disse nada, exceto para
reafirmar a sua promessa de que ele e os outros encerrariam a sua
oposição à Rainha se o registro corroborasse com as observações
do próprio Trevik. A sua missão inesperada e indesejada finalmente
terminou, Trevik voltou para Casa novamente.
E naquela noite, ele foi comer e dormir profundamente.
O gravador irrompeu com uma cacofonia confusa de guinchos e
cliques.

– Passem pelas portas da Casa, – Nyama traduziu, suas orelhas


tremendo de concentração enquanto ele ouvia a gravação que seu
contato Circulante havia entregue uma hora atrás. – Cerquem e
protejam os convidados.
Houve outro grito.
– Nós obedecemos à Rainha, – traduziu Nyama. Houve um leve
arrastar de pés, depois o som de portas abrindo e fechando. – E
eles se foram, – acrescentou Nyama, recostando-se na cadeira. –
Tudo o mais a partir de agora deve estar na língua comum Quesoth.
O que eu presumo que você entenda.
– Sim, – disse Parck, olhando para Thrawn na cabeceira da
mesa de conferência. Os olhos brilhantes do Grão Almirante se
estreitaram, com a sua atenção total aparentemente voltada para as
fotos da obra de arte da Casa de Hóspedes que o gravador secreto
também havia fornecido. – O que você sabe sobre o Língua dos
Soldados, Liaison Nyama? – Parck perguntou enquanto digitava
para uma busca rápida da faixa de áudio.
O Stromma bufou.
– Obviamente, posso entender, – disse ele. – O que mais há
para saber?
– O que o representante do Conselheiro Nyama quer dizer, –
acrescentou o conciliador, – é que não há nada mais que ninguém,
exceto uma Rainha de Quesoth e um Soldado, possa saber. É uma
linguagem altamente secreta.
– No entanto, você a conhece, – observou Parck. – Assim como
vários de nossos recrutas Stromma.
– Incluindo dois dos meus Stormtroopers, – disse Balkin.
– E a compreensão vai lhe render alguma coisa? – Nyama atirou
de volta. – Eu digo a você agora que não vai. Nós lutamos contra os
Quesoth, Capitão Parck. Tudo o que a compreensão da Língua dos
Soldados vai ganhar é a breve vantagem de saber qual de suas
tropas será a próxima a morrer.
– O que também pode ser útil, – disse Thrawn, erguendo os
olhos de seu datapad. – O mais importante, compreender um idioma
é o primeiro passo para falar ou reproduzi-lo de outra forma.
– Não, – disse Nyama categoricamente. – Não há reprodução da
Língua dos Soldados. Acredite em mim, Almirante Thrawn, nós
tentamos.
– Isso foi há muito tempo, – lembrou Thrawn. – Temos recursos
que não estavam disponíveis para você naquela época.
– Não há reprodução da fala dos Soldados, – Nyama repetiu,
seu tom mais nítido desta vez. – As rainhas têm um conjunto único
de cordas vocais e cavidades de ressonância, que nem os próprios
Soldados têm. Além disso, a linguagem dos Soldados utiliza pelo
menos cinco ressonâncias e variações de tom diferentes, sem
mencionar um vocabulário totalmente diferente da Língua Comum.
Os quatorze alto-falantes que eles instalaram sob a zona de
proteção do guarda-chuva devem ser especialmente projetados
para lidar com toda essa gama.
– Então eles não usam comunicadores em batalha? – Fel
perguntou.
– Você não estava ouvindo? – Nyama gritou. – Eu disse que eles
precisavam de alto-falantes especiais. Nenhum comlink jamais
construído pode sequer chegar perto de lidar com a faixa de
frequência necessária. Os seus alto-falantes são simplesmente
muito pequenos.
– Sim, nós ouvimos você, – Fel disse. – Então, se conseguirmos
desligar os alto-falantes, cortaremos todas as comunicações entre a
Rainha e as suas tropas.
– Por todo o ganho que isso vai trazer a você, – disse Nyama
com desdém. – Eles simplesmente continuarão a seguir suas
ordens anteriores. Provavelmente algo simples como: Mate todos os
atacantes.
– Pode haver outras maneiras de explorar esse tipo de sistema
de comunicação, – disse Thrawn.
Nyama bufou.
– Se você acha que...
– Espere, aí vem mais o Língua dos Soldados, – Parck
interrompeu quando o computador detectou as dicas de linguagem.
Ele aumentou o volume, fazendo uma careta enquanto os sons
estridentes atingiam os seus ouvidos novamente.
O monólogo foi curto.
– Liaison Nyama? – Parck convidando.
– Nada útil, – disse Nyama. – Soldados: Escoltem a sua rainha
ao Palácio
– Achei que todos os soldados estivessem do lado de fora, –
disse Fel.
– Há saídas de ar perto do teto, – disse Thrawn, seus olhos
voltados para as fotos que a holocâmera havia tirado. – Eles podem
ouvir os seus comandos por meio deles.
Mas agora Parck podia ver que as linhas de tensão no rosto de
seu comandante haviam se atenuado.
– Você encontrou algo, Almirante? – ele perguntou.
– Acredito ter encontrado a solução, – disse Thrawn, deixando o
datapad de lado. – A partir da obra de arte que Nuso Esva escolheu
para se cercar, prevejo que ele implantará a maior parte de suas
forças no limite oeste da cidade, agrupadas em torno da Avenida
Pôr do sol.
Discretamente, Parck olhou para Nyama. A capacidade única de
Thrawn de ler o núcleo psicológico mais profundo de uma espécie
estudando sua arte era uma de suas maiores forças, permitindo-lhe
antecipar os movimentos de seus oponentes até as suas prováveis
táticas de campo de batalha. Novos aliados, vendo-o demonstrar
pela primeira vez, inevitavelmente reagiram com surpresa,
admiração ou descrença.
Nyama aparentemente estava optando pela opção três.
– Esperado de forma brilhante, – disse o Stromma
sarcasticamente. – Claro que ele vai concentrar as suas forças lá,
esse é o único ponto no perímetro onde seus tanques pesados
gigantes podem entrar na cidade. Em todos os outros lugares, os
escudos de guarda-chuva de Nuso Esva são angulados nas bordas
para bloquear veículos de qualquer tamanho.
– O que sugere que Avenida Pôr do sol é a entrada para uma
armadilha, – sugeriu Balkin.
– De fato, – Thrawn concordou calmamente. – Porque a área
não será guardada apenas por Soldados Quesoth. Ele também terá
uma série de posições de armas pesadas escondidas ao longo da
rota, esperando por nossos juggernauts. Conforme as nossas forças
entram na cidade, ele irá inclinar os escudos de guarda-chuva para
baixo ao longo da rota, protegendo os geradores dos escudos do
fogo dos juggernauts, bem como evitando que os tanques se
desviem desse caminho. Assim que os juggernauts penetrarem a
uma distância predeterminada na cidade, ele explodirá o primeiro e
o último da fila, prendendo todos os outros. Nesse ponto, ele pode
destruí-los quando quiser.
Parck acenou com a cabeça, com um gosto amargo na boca.
Era uma tática que eles tinham visto Nuso Esva usar com um efeito
devastador em encontros anteriores contra alguns dos outros
aliados da Mão do Império.
– Então, como podemos contra-atacar? – ele perguntou.
– Primeiro, deixamos que ele pense que seu plano está
funcionando, – disse Thrawn. – Isso significa enviar a linha de
juggernauts como ele espera. – Os olhos dele brilhavam. – Mas
antes que ele possa lançar seu ataque, destruímos a armadilha.
– Permita-me adivinhar, – Nyama rosnou. – O comandante de
esquadrão Fel e seus pilotos de TIE muito experientes voam pelas
brechas entre os guarda-chuvas e explodem as armas escondidas.
– Você zomba, mas na verdade é bem possível, – disse Fel. –
Os escudos não se sobrepõem tão bem quanto deveriam. Existem
inúmeras lacunas entre eles, incluindo pelo menos uma ao longo de
uma das partes mais íngremes da colina principal da cidade, que é
grande o suficiente para voarmos se entrarmos no ângulo certo.
Assim que estivermos dentro e abaixo do nível dos escudos, tudo,
exceto o palácio e os terrenos do palácio, devem estar bem abertos
para nós.
– Isso pressupõe que os seus pilotos sejam capazes de inserir
no ângulo necessário, – rebateu Nyama. – No calor e na agitação da
batalha, tal precisão seria impossível.
Fel encolheu os ombros.
– O impossível é a especialidade do Esquadrão Cinza.
– E os canhões de laser espalhados pela cidade? – Nyama
persistiu. – Nós demos a você esses canhões, Comandante Fel,
anos antes da intrusão de Nuso Esva nesta região. Cada um deles é
uma arma de cano duplo, capaz de tiro rápido e potência suficiente
para derrubar um de seus tão alardeados TIE Fighters de tiro único.
E eles têm escudos dianteiros poderosos, tornando quase
impossível destruí-los de suas próprias linhas de fogo.
– Mas eles têm apenas segmentação manual, – lembrou
Thrawn. – E os próprios escudos que os protegem também os
tornam pesados e difíceis de manejar. Mesmo Nuso de ESVA
maioria dos especialistas Gunners terá problemas com velocidades
de ataque dos TIE.
– A menos que um TIE esteja vindo direto para eles, como é o
caso do cenário do Comandante Fel, – disse Nyama acidamente. –
Não, Almirante Thrawn. Acredite em mim: seus TIE Fighters serão
inúteis nesta batalha.
– Talvez, – disse Thrawn. – Veremos.
– Veremos? – Nyama ecoou. – Diga-me, Almirante: se os
turbolasers do Admoestação são incapazes de penetrar os escudos,
seus TIEs certamente não serão capazes de fazê-lo. O que então
você quer que eles façam? Destruir as Casas dos Operários e
Soldados que ficam fora da zona de escudo?
– Nós não travamos guerra contra civis, Liaison Nyama, – disse
Thrawn, sua voz repentinamente fria e quebradiça. – Um fato que
você bem conhece.
Por um segundo, o antagonismo de Nyama pareceu vacilar.
Imediatamente , ele se reafirmou na atitude natural de LIDERANÇA
típica de sua espécie.
– Então o que eles farão? – Ele demandou.
– Como o Comandante Fel já declarou, existem lacunas entre os
escudos, – disse Thrawn. – Enquanto os juggernauts se movem
para a cidade, os TIEs estarão atirando por essas fendas com o
objetivo de demolir um ou mais dos geradores de escudo.
– Geradores que são protegidos pelos próprios escudos que
criam? – Nyama zombou. – Você não pode atingir os geradores a
menos que já esteja sob os escudos.
– A menos que aconteça que uma lacuna entre os dois escudos
abra um vetor de mira para um terceiro, – apontou Thrawn. – Admito
que a probabilidade é baixa, mas como o Comandante Fel apontou,
a cobertura não é tão boa quanto teria sido se Nuso Esva tivesse
mais escudos disponíveis. E se tal ataque for bem sucedido, os TIEs
estarão em posição de tirar o máximo proveito da situação. Mas
não, a queda do plano de Nuso Esva não será com os nossos caças
TIE, mas com os nossos stormtroopers.
– Seus stormtroopers?
Do outro lado da mesa, Balkin mexeu-se com a leve insinuação
contra suas forças. A mão de Thrawn tremeu em um aviso e a outra
diminuiu.
– Nuso Esva terá instruído a Rainha a organizar a maior parte de
seus soldados ao longo da Avenida do Sol Poente para evitar uma
surtida dos juggernauts, – disse o almirante. – Portanto, vamos
encerrar uma pequena força de stormtrooper na cidade a sudoeste
do ataque principal, aumentar o ângulo em direção ao flanco sul da
linha do juggernaut e atacar os geradores de escudo da avenida por
trás.
Nyama balançou a cabeça.
– Nuso Esva não vai ficar de braços cruzados e deixar isso
acontecer. Nem a Rainha Vermelha. Os Soldados alinhados na rota
de ataque simplesmente darão meia-volta e atacarão as tropas de
choque.
– Claro que vão atacar, – disse Thrawn. – Quando isso
acontecer, os stormtroopers recuarão, puxando-os ainda mais para
longe dos juggernauts e dos escudos. – Ele sorriu levemente. – E
quando eles estiverem muito longe para responder, os
stormtroopers dentro dos tanques emergirão, abrirão caminho
através dos Soldados restantes e destruirão os escudos.
Nyama bufou.
– E tudo isso contra os Soldados Quesoth? Você confia demais
em seus humanos, Almirante Thrawn.
– Os Stormtroopers da 501º consistem em humanos e não
humanos, – Thrawn o lembrou calmamente. – Incluindo vários de
seu próprio pessoal.
– Não mais. – Abruptamente, Nyam a se levantou. Já ouvi o
suficiente. O Conselho de Stromma não arriscará seus guerreiros
neste ataque louco. Particularmente não um ataque contra os
nossos aliados. Eu, por meio deste, retiro todos eles do serviço
imperial, com efeito imediato.
Ao lado dele, a boca do conciliador caiu aberta em clara
descrença.
– Oque o representante do Conselho Nyama quer dizer...
– O Conselheiro Liaison Nyama quer dizer exatamente o que
disse, – interrompeu Nyama. – Dê as ordens, Almirante Thrawn. Ou
eu os darei para você.
Por um longo momento, a sala pareceu estremecer com o
silêncio da morte que se aproximava. Nyama pairava sobre o ainda
sentado Thrawn como uma montanha coberta de grama, com os
seus olhos negros rígidos, com a sua boca em um ângulo que
alertava contra discussões.
Thrawn se mexeu.
– Muito bem, Conselheiro Liaison, – ele disse. – Se você não
quiser ajudar a libertar os seus aliados da escravidão, ordenarei que
seu povo retorne aos transportes.
– O que não desejo é que meu povo morra por nada, – disse
Nyama. – E será em vão. Em dois anos, Nuso Esva e o resto de seu
Escolhidos se tornarão senhores de uma cidade deserta. Se
naquela época você ainda insiste em ter sua vingança, teremos
prazer em marchar ao seu lado e cantar uma canção em sua honra
enquanto você o destrói. Mas não vou desperdiçar meu povo em
uma batalha inútil e fútil.
Ele olhou para o conciliador, como se desafiasse o jovem
stromma a se atrever a suavizar as suas palavras. Mas o conciliador
aprendeu a lição e permaneceu em silêncio.
– Nuso Esva pode causar muitos danos nesses dois anos, –
disse Parck. Não era uma coisa particularmente política a se fazer,
ele sabia, falar palavras de contradição a um representante do
Conselho de Stromma. Mas ele não tinha intenção de deixar o seu
comandante levar todo o peso do desprezo de Nyama sozinho.
– E há fábricas abaixo da Cidade Vermelha que ele pode usar
com efeitos devastadores. Você está disposto a simplesmente ficar
de lado e assistir tudo isso acontecer?
– A Rainha Vermelha convidou Nuso Esva para sua cidade, –
disse Nyama, lançando um olhar ácido para Parck. – . O que
acontecer agora recai sobre sua cabeça e sobre a cabeça de seu
povo. – Ele se voltou para Thrawn. – Eu volto para minha nave,
Almirante Thrawn. Espero que todos os Stromma sob o seu
comando estejam reunidos no hangar do Admoestação dentro de
uma hora.
– Vou dar a ordem, – disse Thrawn.
Nyama sustentou o olhar do Almirante por mais dois segundos,
depois se afastou da mesa e saiu da sala.
O conciliador levantou-se com o rosto cheio de dor.
– Almirante...
– Vá com o seu superior – disse Thrawn, o rosto impassível.
O Stromma mais jovem olhou impotente para os outros ao redor
da mesa, então acenou com a cabeça e saiu sem dizer mais nada.
– Bem – Fel disse ropendo o silêncio. – Isso foi bem.
– Embora isso fosse esperado, – Parck concordou pesadamente.
– Verdade. – Fel ergueu uma sobrancelha para Thrawn. – Você
sabe, Almirante, que eu não estava exagerando sobre o tamanho de
essa lacuna. Você entra no ângulo errado e esbarra em um
daqueles escudos, e ele vai explodir aquela seção da ala e lhe dará
rotação suficiente para enviá-lo em espiral direto ao solo.
– Tenho plena confiança de que você e os seus pilotos farão com
que funcione, comandante. – Thrawn se voltou para Balkin. – Como
também tenho confiança de que você e os seus Stormtroopers farão
a sua parte nisso.
– Vamos, almirante – Balkin disse calmamente.
– Então o plano vai em frente? – Perguntou Parck.
– Isso mesmo, – confirmou Thrawn.
Parck sentiu seu lábio se contrair.
– Eu tenho falado com alguns dos outros Stromma que
entendem a Língua dos Soldados de Quesoth, – disse ele. – Eles
dizem que mesmo se não formos capazes de gravar ordens
suficientes da rainha durante a batalha, será impossível editar as
palavras para criar as nossas próprias contra-ordens.
– Meus estagiários Stromma dizem a mesma coisa, – confirmou
Balkin. – Há algum tipo de ritmo de afinação nas subharmônicas que
um conjunto de palavras costuradas aleatoriamente não serão
capazes de corresponder.
– Veremos, – disse Thrawn. – Há algum outro pensamento ou
preocupação?
Parck olhou em volta da mesa. Ninguém parecia inclinado a
dizer mais nada.
– Então vocês estão dispensados, – disse Thrawn formalmente.
– Façam os seus preparativos finais, então poupem as suas
energias e durmam.
Os olhos dele brilhavam.
– Amanhã, no meio da manhã, atacaremos.

Não era da natureza dos stormtroopers Imperiais se esconderem.


Toda a atitude e treinamento, sem falar na armadura branca e
brilhante, tendiam exatamente na direção oposta.
No entanto, o stormtrooper Lhagva da unidade dos Stromma
estava tentando ficar longe do olhar de todos.
Durante a primeira hora o fez, andando por uma estrada
tranquila, entre a área da cozinha principal das tropas
do Admoestação e da instalação de armazenamento de
equipamentos, escolhendo uma rota que os veteranos raramente
viajavam, a menos que tivessem um motivo para estar lá. Ele
manteve o ouvido em pé enquanto caminhava silenciosamente,
ouvindo vozes altas e passos severos e determinados.
Dez minutos depois da segunda hora se passaram quando sua
sorte acabou. Ao passar por uma pilha de caixas protegidas por
redes de segurança, ele ficou cara a cara com o tenente de linha
Dramos Sanjin, sentado casualmente no assento de um varredor de
reconhecimento Mobquet..
– Stormtrooper Lhagva, – disse Sanjin com um ar de casualidade
claramente artificial. – Você parece ter perdido a ordem para que
todos os Stromma subam a bordo do Admoestação e se
apresentassem ao convés do hangar Número Três de
desembarque.
– Minhas desculpas, tenente, – Lhagva disse, lutando pela
mistura certa de surpresa e pesar. – Tenho tido problemas auditivos
ultimamente.
– Sério, – disse Sanjin. – Você não pareceu ter nenhum
problema com a ordem do Comandante Balkin de se apresentar ao
campo de treino no início desta tarde.
Lhagva fez uma careta. Sanjin o pegou, e realmente não havia
sentido em continuar com a farsa.
– Ouvi um boato de que todos os Stromma estavam sendo
retirados antes do ataque, – disse ele. – Eu queria ficar.
– Você se sente no direito de ignorar ordens que não deseja
obedecer?
– Você precisa de mim, tenente, – disse Lhagva, dolorosamente
ciente de que estava caminhando sobre uma pedra extremamente
fina aqui. – Puriv e eu somos os únicos na força de assalto que
entendem a Língua dos Soldados Quesoth. Somos os únicos que
podem avisar com antecedência sobre o que a Rainha Vermelha
está ordenando que as suas forças façam.
– Mesmo assim, Puriv deixou o Admoestação como ordenado, –
disse Sanjin. – Você está dizendo que ele não tem a mesma
lealdade à unidade que você tem?
– Puriv tem uma família e uma forte honra familiar que ele deve
defender, – disse Lhagva. – Desobedecer às suas ordens
envergonharia todos eles.
– Considerando que você é um órfão que não tem ninguém para
envergonhar?
– Sou um órfão que só desonrará a mim mesmo, – corrigiu
Lhagva. – Estou disposto a aceitar essa vergonha.
– A disciplina dos Stromma pode ser dura, – advertiu Sanjin. – A
disciplina imperial pode ser ainda pior.
– Eu entendo, – disse Lhagva. – você deve ou me disciplina ou
me dar baixa, Tenente. Mas eu imploro, não faça nada até depois de
amanhã.
Sanjin estudou o rosto de Lhagva.
– Você acredita sinceramente nesta batalha?
– Os Quesoth são aliados dos Stromma, – Lhagva disse. – Mais
do que isso, passei dois anos no Enclave diplomático de Stromma,
nos arredores da Cidade Negra. Gosto dessas pessoas e não quero
vê-las destruídas.
– E você acha isso provável?
– Se Nuso Esva não for interrompido, é o único resultado
possível, – disse Lhagva. – Se ele conseguir manter a Cidade
Vermelha, será apenas uma questão de tempo antes que ele
também tome a Cidade Branca, depois a Cidade Negra e depois o
planeta inteiro.
– E você quer vê-lo detido.
– Sim, senhor, eu quero.
– Mesmo com o risco de sua própria vida e honra?
– Eu sou um Stormtrooper Imperial, Tenente, – Lhagva disse. –
Eu vivo ou morro de acordo com os meus superiores e meu
comandante.
– E se agrada a esses mesmos superiores que você fique de
fora?
Lhagva engoliu em seco, desejando poder ler o rosto de Sanjin.
Mas as expressões humanas sempre foram tão difíceis de penetrar.
– Então, renunciarei à minha unidade e acompanharei minha
antiga unidade à superfície como um civil, – disse ele. – Embarcarei
como clandestino a bordo do transporte, se necessário.
Por algum de segundos, Sanjin só olhou para ele.
– Esse seu problema de audição, – disse ele por fim. – Vai e
vem, não é?
Lhagva levou um momento para descobrir do que Sanjin estava
falando. E havia um olhar estranho no olho humano... – Sim, senhor,
parece, – disse ele. – Como eu disse anteriormente...
– Parece sério – Sanjin interrompeu. – É melhor você se
apresentar ao centro médico. VInformarei ao oficial de ligação do
Stromma que você permanecerá a bordo até que os droides de
diagnóstico apresentem uma leitura e um curso de tratamento. – Ele
inclinou a cabeça. – Tenho certeza de que você receberá ordens
para ficar na área médica até que todos os transportes de assalto
decolem amanhã no meio da manhã.
– Espero que minha audição funcione perfeitamente quando
receber esse comando. – Lhagva baixou a cabeça. – Obrigado,
tenente.
– Não me agradeça ainda, – advertiu Sanjin. – Melhor ainda, não
me agradeça. Se nós dois ainda estivermos vivos amanhã, o capitão
Parck provavelmente vai esfolar a nós dois vivos. Isto é, se o
comandante Balkin não chegar até nós primeiro. – Ele gesticulou. –
Vá para o convés médico e descanse um pouco. De uma forma ou
de outra, amanhã provavelmente não acabe bem.

Era o meio da manhã e Trevik estava mais uma vez segurando uma
taça de néctar ao lado da Rainha quando um dos Cabelos-
tempestuosos entrou inesperadamente na Casa de Hóspedes com
um relatório urgente.

As forças do Grão Almirante Thrawn haviam abandonado a


caravana estelar e estavam se movendo em direção aos limites da
Cidade Vermelha.
– Excelente, – disse Nuso Esva com uma satisfação quase
ansiosa na voz. – Está tudo preparado?
– Tudo está preparado, – o outro Cabelo-tempestuoso
confirmou.
Nuso Esva voltou-se para a Rainha.
– As suas forças também estão organizadas como eu ordenei, ó
Rainha?
Os olhos de Trevik desviaram-se para a ninhada da Rainha. Os
Soldados da Rainha, como Nuso Esva havia
ordenado? Havia ordenado?
Tal descaramento descarado deveria ter rendido a Nuso Esva
palavras de severa reprimenda, possivelmente até a morte nas
mãos dos Soldados que estavam de guarda do lado de fora da
Casa. Mas, para a surpresa ainda maior de Trevik, a Rainha não
respondeu.
– Eles estão tão organizados, – disse ela. – Você tem certeza de
que suas armas podem parar as forças invasoras?
– Elas farão mais do que simplesmente detê-los, ó Rainha, –
disse Nuso Esva com uma satisfação sombria. – Hoje é o início do
seu domínio final sobre este mundo.
Novamente, Trevik olhou de soslaio para a Rainha. Mas, desta
vez, seu olhar furtivo foi acompanhado por uma onda de desagrado
que o envolveu como uma nuvem de fumaça negra. O que Nuso
Esva quis dizer com domínio? Em dois anos, a Rainha Branca
surgiria, o ar mudaria e a Rainha Vermelha morreria. Os Circulandos
entrariam em hibernação na cidadela inferior do palácio, onde se
levantariam e criariam uma nova Rainha quando a sua parte do ciclo
voltasse. Assim que a cidadela fosse selada, Midlis, Soldados e
Operários iniciariam a longa jornada até a Cidade Branca; lá,
aqueles que sobrevivessem à provação se juntariam à
descendência da Rainha Branca. Dezoito anos depois, a Rainha
Negra surgiria, e o ciclo recomeçaria.
Mas a Rainha Vermelha, a atual Rainha Vermelha, ainda estaria
morta há muito tempo. O que Nuso Esva poderia querer dizer ao
falar com ela sobre domínio sobre Quethold?
Trevik não tinha ideia. Ele também não tinha dúvidas de que,
qualquer que fosse o significado, ele não iria gostar.

Os oito transportes pousaram na orla da Cidade Vermelha,


pousando em um semicírculo amplamente espaçado nos campos
próximos ao anel mais externo das Casas dos Operários. O arranjo
do semicírculo era tipicamente Thrawn, Fel viu quando ele e seus
três esquadrões de caças TIE voaram sobre o local de pouso. A
Avenida Pôr-do-sol, a estrada que levava ao leste da cidade, era o
ponto de entrada designado, e Fel conhecia comandantes que
teriam centralizado automaticamente a força naquele vetor de modo
a fornecer cobertura máxima de flanco para o impulso principal.

Mas Thrawn fazia as coisas com um pouco mais de sutileza.


Este semicírculo estava centrado em um riacho que fluía de oeste-
sudoeste pela cidade, cruzando a linha de transportes cerca de
meio quilômetro ao sul da Avenida Pôr do Sol. As margens
suavemente inclinadas do riacho ofereciam outro amplo ponto de
entrada, que um comandante inteligente e não convencional poderia
escolher explorar. Certamente era uma tática que Thrawn poderia
usar e que Nuso Esva certamente anteciparia.
Com certeza, Fel podia ver o movimento agora nas partes
internas da cidade, as áreas Midli e Circulando protegidas pelos
escudos de Nuso Esva. Alguns dos Soldados Quesoth que haviam
sido posicionados ali estavam deixando o centro da cidade e
descendo a colina ao longo do leito do riacho em direção ao
punhado de fortalezas naturais nas margens.
Fel sorriu com força. Nuso Esva não sabia que a maioria dos
transportes posicionados contra ele, inclusive os posicionados ao
longo do leito do rio, eram apenas para uma exibição.
– Comandante Fel? – A voz de Thrawn veio através do
comunicador do capacete de Fel.
– Nenhuma resistência até agora, almirante, – relatou Fel. –
Tenho soldados sendo redistribuídos para o riacho, mas até agora
todos estão bem dentro da zona de escudo.
– Algum dos canhões laser em evidência?
Fel levou um momento para olhar para o tabuleiro tático
compacto de seu caça, desejando brevemente estar em seu
TIE interceptor usual com o seu melhor conjunto de instrumentos.
Mas é claro, o interceptor mais novo e mais elegante não teria
funcionado tão bem com esta missão em particular.
– Nada visível, – disse ele. – Devo fazer uma passagem pelas
fendas maiores no conjunto de escudos e ver se consigo atrair
fogo?
– Ainda não, comandante, – disse Thrawn com aquela mistura
de respeito, paciência e diversão que Fel notou que o Grão
Almirante sempre parecia usar com ele. – Já estamos interceptando
alguma das ordens da Rainha?
– Negativo também, senhor, – disse Fel. – Provavelmente ainda
estamos muito longe para captar qualquer coisa nos alto-falantes.
– Fique atento – Thrawn o instruiu. – Eu quero saber o minuto
em que você começar a ouvir o Língua dos Soldados. Comandante
de artilharia.
– Comandante de artilharia, – disse uma voz monótona não
humana entrando no circuito.
– Os juggernauts estão prontos?
– Eles estão.
– Envie os juggernauts.
Fel virou o seu caça em uma curva fechada em direção ao
transporte que ficava na Avenida Pôr do Sol. A porta de acesso
deslizou para a parte superior curva do veículo e um juggernaut
apareceu, com vinte e dois metros de armas e blindagem pesada,
movendo-se um pouco desajeitadamente em suas dez rodas
enquanto manobrava para a estrada. Já havia se estabilizado e se
encaminhado para a cidade quando apareceu o segundo tanque,
seguindo nas marcas do primeiro. Ele também entrou na estrada no
momento em que o que estava atrás dele apareceu.
Fel acenou com a cabeça para si mesmo e virou em outra curva
em direção à cidade. Se os três primeiros juggernauts fizerem tudo
certo, ele não tinha dúvidas de que os seis restantes fariam o
mesmo.
Enquanto isso, os seus TIEs tinham outro trabalho a fazer.
– Esquadrão Cinza, formem-se ao meu redor – Fel chamou em
seu comunicador. – O cobertor varre a cidade. Vamos ver que tipo
de buracos podemos encontrar para atirar.

O quarto dos nove tanques gigantescos juggernauts emergiu à


distância quando o esquadrão de Lhagva saiu de seu transporte no
primeiro dos três veículos de transporte A-rack da força de ataque.

O A-rack era um dispositivo simples, que foi dito a Lhagva que


foi adotado de um dos outros mundos liberados de Thrawn. Parecia
muito com um A-frame, do tipo rolo de roupa dobrável que ele vira
sendo empurrado ou puxado em calçadas movimentadas no distrito
das roupas de sua cidade natal. O A-rack, porém, era muito mais
resistente do que aqueles, com rodas de grandes dimensões, com
um blaster de repetição pesado E-Web / M montado no topo, com
um motor montado no centro e espaço suficiente em cada lado para
cinco Stormtroopers ficarem de pé voltados para fora. Com o par de
assentos apertados na seção central para o motorista e o artilheiro,
o transporte poderia transportar um esquadrão de Stormtrooper
completo de forma rápida e eficiente em terrenos de médio
acidentado.
A desvantagem, aquela em que Lhagva sempre pensava quando
pilotava uma dessas coisas, era que também deixava os membros
do esquadrão amontoados e, portanto, vulneráveis a emboscadas.
Mas até agora o inimigo aqui não tinha feito nenhum desses
movimentos. As casas pelas quais os três A-racks passaram não
mostravam sinais de vida, nem mesmo a ocasional espiada furtiva
de um rosto curioso em qualquer uma das janelas. Os Operários
aparentemente estavam todos fora da cidade, como de costume, a
esta hora da manhã, trabalhando nos campos, florestas e minas que
se estendiam além da área urbana.
Quanto aos soldados, a maioria dos que Lhagva podia ver de
seu ângulo estavam reunidos em grupos ao longo da linha de
viagem dos juggernauts algumas centenas de metros ao norte. Eles
estavam de costas para os A-racks que se aproximavam, sem
nenhuma indicação de que estavam cientes de que três esquadrões
de Stormtroopers estavam vindo em sua direção do sul. Era como
se Thrawn tivesse pego de surpresa Nuso Esva e a Rainha
Vermelha.
Lhagva não acreditou por um minuto.
– Preparem-se, Troopers, – Sanjin gritou do assento do artilheiro
do A-rack. – As coisas estão prestes a esquentar.
Lhagva lançou um rápido olhar para cima. Eles haviam
alcançado o círculo externo das Casas dos Midli, e o céu acima
deles tinha ficado escuro e cintilante quando passaram sob o limite
da nova colcha de retalhos dos escudos guarda-chuva da cidade.
Deste ponto em diante, os TIEs do Comandante Fel seriam
incapazes de fornecer às tropas de choque qualquer fogo de
cobertura.
Reajustando o controle de seu rifle blaster BlasTech E-11,
Lhagva voltou sua atenção para as Casas e áreas abertas em seu
lado do A-rack. O que quer que Nuso Esva estivesse planejando,
ele sabia, a batalha estava prestes a começar.

– Excelente, – disse Nuso Esva, com os seus lábios curvados para


trás, os facetados olhos amarelos olham para a linha de oito
grandes monitores de outros Cabelos-tempestuosos tinham
montado uma área de reunião na Casa de hóspedes. – Se podemos
ter certeza de uma coisa com Thrawn é que ele sempre se mantém
dentro do prazo. – Ele gesticulou para um dos monitores. –
Observe, ó Rainha. Lá vêm os seus Soldados.

A Rainha se aproximou da imagem. Furtivamente, Trevik fez o


mesmo. Os Soldados de armadura branca dirigiam-se para o norte
através da parte sudoeste da cidade, cavalgando em três estruturas
de metal frágil e saltitante. Em um dos outros monitores, veículos
maiores e mais substanciais estavam entrando na cidade ao longo
da Avenida Pôr do Sol.
E, assim como os Soldados, os grandes veículos estavam se
movendo em linha reta. Trevik não sabia muito sobre táticas, mas
até para ele isso parecia uma tolice.
Aparentemente, também parecia assim para a rainha.
– Vou ordenar aos meus soldados que ataquem, – disse ela,
usando o telepatia especial que repousava ao lado de seu apoio de
braço, com os seus fios serpenteando pela sala até o cone na
parede. – Eles vão dar um jeito neles.
– Ainda não, – disse Nuso Esva, estendendo a mão. – Ainda
não.
Trevik se encolheu. A mão estendida era um sinal de comando,
um gesto que Trevik usara muitas vezes ao supervisionar os
Operários e que recebera por sua vez de Midlis veteranos e
ocasionais Circulandos.
Ninguém jamais havia feito tal gesto com a Rainha dos
Vermelhos. Nunca. O simples pensamento de tal insulto era
fantástico e inédito.
Mais uma vez, a rainha não deu nenhuma indicação de ultraje.
– Então quando? – ela simplesmente perguntou.
– Seja paciente, ó Rainha, – disse Nuso Esva. Para alívio de
Trevik, ele baixou a mão descortês novamente para o lado. – As
naves de caça inimiga estão prestes a fazer a sua primeira tentativa
de entrar pela minha armadilha. Quando o fizerem, os meus
Soldados abrirão fogo com os canhões blaster que armei para
esconder...
– As armas que os meus Operários colocaram para esconder, –
a Rainha o corrigiu.
Os olhos de Nuso Esva podem ter brilhado com um novo fogo.
Trevik não tinha certeza.
– Os canhões que os seus Operários instalaram, – ele emendou
friamente. – Assim que eles abrirem fogo, destruindo ou espalhando
a nave de caça, os canhões que eu – ele inclinou a cabeça – os
canhões que seus Operários armaram ao longo da Avenida do Sol
Poente destruirão o primeiro e o último juggernaut da linha. Então
você ordenará que os Seus soldados destruam os Stormtroopers.
Tudo está como eu previ.
Nuso Esva voltou os olhos para Trevik.
– Exatamente como eu previ, – ele acrescentou.
– Sim, – a Rainha disse, e com o canto do olho Trevik a viu se
virar para ele. Automaticamente, ele levantou uma taça enquanto da
mesma forma se virava para encará-la.
Mas, para a sua surpresa, ela não bebeu. Para sua surpresa
ainda maior, ela continuou a encará-lo.
– Ó Rainha? – ele perguntou, sem saber mais o que dizer.
– Nuso Esva, do Primeiro dos Cabelos-tempestuosos, de fato
previu tudo, – disse ela. – Você, Trevik dos Midli dos Sétimos dos
Vermelhos, me traiu.
Trevik congelou, uma onda horrível de medo e vergonha
explodindo dentro dele. Ela sabia. Ela sabia sobre o seu irmão Jirvin
e os outros que estiveram na Casa naquela noite. Ela sabia sobre a
câmera que Trevik trouxera para a Moradia de Visitantes. Ela sabia
que Trevik havia dado aquela câmera para seu irmão, que então a
deu para o inimigo Thrawn.
E Trevik sabia que ele estava morto. A Rainha chamaria seus os
Soldados de fora, e eles o matariam...
– Acalme-se, ó Rainha, – disse Nuso Esva calmamente. – Você
o está assustando. De qualquer forma, dificilmente é traição quando
as suas ações são uma parte deliberadas e necessárias de um
plano.
– As suas ações podem ter sido uma parte do seu plano, – a
Rainha disse, ainda olhando para Trevik. – Mas oculto em seu
coração, o Midli cometeu traição contra sua rainha.
– Nós pensamos que ele estava controlando você, – Trevik
respirou, finalmente encontrando a sua voz. – Disseram que ele
estava controlando a senhora.
– Ninguém controla uma Rainha de Quesoth, – a Rainha disse
sombriamente. – É ela quem controla.
– O que você deveria ter percebido desde o início, – disse Nuso
Esva. – De que outra forma você acha que o Circulando estava
realmente disposto a fingir traição? Ele agiu dessa forma sob as
ordens de sua Rainha para que pudesse persuadir você a tirar as
fotos que eu queria que Thrawn fizesse.
Trevik desviou o olhar do olhar da Rainha.
– Para persuadir…, – ele começou fracamente.
– Fotos disso, – disse Nuso Esva, acenando com a mão em
direção às paredes da área de concentração. Mesmo com o seu
rosto e voz alienígena, era impossível para Trevik perder sua
satisfação profunda e maliciosa. – Obra de arte cuidadosamente
selecionada para levar o nosso tão inteligente Grão Almirante às
conclusões erradas sobre a minha estratégia.
Trevik podia sentir a sua respiração vindo em suspiros curtos e
dolorosos. Jirvin também disse isso sobre Thrawn, que na arte ele
podia ler o oculto no corações das pessoas. Trevik aceitou a palavra
de seu irmão, mas ele nunca realmente acreditou nisso.
Agora, ao sentir o triunfo de Nuso Esva tomar conta dele, ele
sabia que era realmente verdade.
– Você não acredita, é claro, – continuou Nuso Esva. – Ninguém
acredita. Mas fique tranquilo, Thrawn é capaz de realizar essa
magia. O próprio confidente e aliado da Rainha permaneceu a bordo
da caravana estelar tempo suficiente para confirmá-lo. – Desta vez,
os seus olhos definitivamente brilharam. – Antes que ele tirasse a
todos os seus aliados Stromma para fora da batalha.
– O que ele ainda teria feito sem a traição dos Midli, – disse a
Rainha.
– Acalme-se, ó Rainha, – disse Nuso Esva novamente. – Vamos
assistir e saborear a derrota de nosso inimigo sem essas distrações
mesquinhas. Haverá muito tempo depois para executar este Midli e
seus amigos, se você assim escolher. – Ele se voltou para os
monitores. – Além disso, acho que Thrawn terá outro truque ou dois
esperando na retaguarda. Observe como eu antecipo e destruo a
cada um deles.

O sexto dos nove juggernauts havia passado por baixo da borda dos
escudos guarda-chuva, e a força de stormtrooper estava quase na
metade do caminho para seu alvo no flanco, quando a ordem
finalmente chegou.

– Comandante Fel, você pode iniciar seu padrão de ataque, –


disse Thrawn. – Vamos ver o que exatamente temos diante de nós.
– Entendido, almirante, – disse Fel, virando o seu caça em um
arco suave de volta para a parte oeste da cidade. A suposição de
Thrawn era que Nuso Esva fecharia todo o conjunto de escudos
guarda-chuva, exceto nas áreas oeste da cidade. Mas mesmo
suposições com 90 por cento de certeza precisavam ser verificadas,
e os TIEs de Fel eram os lógicos para fazer isso. Especialmente
quando eles não tinham nada melhor para fazer de qualquer
maneira.
Como de costume, Thrawn estava certo. A varredura do
Esquadrão Cinza confirmou que o resto da cidade estava
completamente coberto, com lacunas nem mesmo grandes o
suficiente para lançar um droide rato MSE. Apenas no setor oeste,
onde Nuso Esva havia armado suas armadilhas, havia algo que Fel
pudesse usar.
Com os juggernauts e os stormtroopers agora em perigo, era
hora dos TIEs persuadirem a Nuso Esva a começar a lançar essas
armadilhas.
No final das contas, o ex-Senhor da guerra não precisava ser
persuadido. Fel estava passando por cima do juggernaut principal e
começando a fazer sua volta quando a cidade abaixo dele explodiu
com tiros de canhão a laser.
– Ação evasiva! – Fel estalou, girando seu lutador quando um
parafuso passou por uma das brechas do escudo e passou
queimando sua asa de bombordo. Não que seus pilotos realmente
precisassem do aviso. – Mire nesses lasers e destrua.
Ele estava cortando perigosamente baixo através da floresta de
escudos de guarda-chuva quando avistou o enxame de Soldados
Quesoth aparecendo escondidos no anel das Casas dos Operários
diretamente atrás dos Stormtroopers do Tenente Sanjin.

O primeiro aviso foi uma explosão da Língua dos Soldados de um


alto-falante escondido a alguns quarteirões de distância.

– Soldados escondidos, – gritou Lhagva na tradução. –


Levantem-se e ataque os invasores de armadura branca.
– Vetor seis! – um dos outros stormtroopers estalou, apontando o
seu E-11 de volta para a borda da zona do escudo guarda-chuva. –
Parece que deve haver cem soldados saindo das Casas dos
Operários.
Lhagva sentiu a sua boca ficar seca. Cem soldados, contra trinta
e seis stormtroopers. Não é bom.
– Consegui mais cento e cinquenta no Vetor três, – alguém disse
tenso. – Acho que eles não querem que a gente vá em direção ao
palácio.
– Sorte que não queremos ir nessa direção de qualquer maneira,
– disse Sanjin com a sua calma habitual. – Aí vem o contingente do
vetor zero.
As palavras mal saíram de sua boca quando a metade oeste da
cidade de repente explodiu com fogo de laser quando uma dúzia de
canhões de laser ocultos se abriram contra os TIEs voando acima.
– Já era tempo, – Sanjin gritou por cima do barulho. – A-racks,
pare; artilheiros, peguem os E-Webs. Kicker, encontre-me alguns
imóveis úteis.
Lhagva deu as costas aos grandes seres insectóides que se
aproximavam de sua retaguarda, com as suas espadas curtas e
maças pesadas brilhando sob a luz do sol apagada pelo escudo, e
olhou através da paisagem à sua frente. Lá estava o contingente no
Vetor zero, exatamente como Sanjin dissera: outros cem ou mais
soldados que haviam deixado os seus esconderijos ao longo da rota
de inserção dos juggernauts e estavam indo em direção aos
stormtroopers.
E essa era a direção que a força de assalto de Sanjin deveria
tomar.
Lhagva olhou para o oeste. Até agora, essa área ainda estava
livre de Quesoth. Se Sanjin desse a ordem, e se eles girassem os A-
racks e os pressionassem até o limite, eles provavelmente poderiam
sair de baixo dos escudos guarda-chuva e entrar na cobertura dos
TIE à frente de todos os três grupos de soldados.
Mas isso significaria fugir. E os stormtroopers imperiais nunca
fugiam. Não quando eles tinham um trabalho a fazer.
Nem mesmo quando estavam em desvantagem numérica de dez
para um.
– Kicker? – Sanjin solicitado.
– Sim, senhor, – um stormtrooper de um dos outros esquadrões
gritou de volta, com os seus olhos no sensor portátil colocado sobre
o seu ombro. – Um dos geradores de escudo está lá. – Ele apontou
para uma casa modesta logo adiante e para o leste. – O próximo
mais próximo é ali, – acrescentou ele, apontando para outra casa a
noroeste. – Isso é o suficiente, ou você quer outro?
– Duas devem ser o suficiente para nós, – disse Sanjin, olhando
para frente e para trás entre os grupos de soldados que chegavam.
– Se conseguirmos destruir os dois geradores, deve abrir o céu o
suficiente para que os TIEs entrem por baixo do resto e acessem
toda a cidade. Esquadrão três, fique com a Casa leste. Esquadrões
um e dois, você está comigo no outro.
Houve outra explosão da Língua dos Soldados no alto-falante
próximo.
– Soldados do norte e do leste, convergir para o nordeste no
local das armas; defender e atacar de lá, – Lhagva traduziu. –
Soldados do Sul, sigam seu caminho atual.
– O que ela quer dizer com local das armas? – Sanjin perguntou.
– Um esconderijo de armas ou uma daquelas baterias laser?
– Não sei, – disse Lhagva. – O termo pode se aplicar a qualquer
um deles.
– Uma bateria laser faria mais sentido, – decidiu Sanjin. – Novo
plano: esquadrão três para casa do leste, esquadrão dois para
noroeste, esquadrão um comigo. VVamos nos estabelecer em
algum lugar, esperar que eles identifiquem o local das armas para
nós e tentaremos entrar. Granadas de fumaça; duas por força
inimiga. Todo mundo pronto? Granadas: lancem.

As granadas haviam acabado de atingir o solo quando, à distância,


o juggernaut Juggernaut da retaguarda que se arrastava pela cidade
explodiu.

Na luz fraca que banhava o centro tático de Terra


da Admoestação, uma segunda tela brilhou com força incomum e
depois escureceu.
– Juggernaut Um foi atingido, – relatou o General Tasse. – Cam
fora; dados de telemetria... ainda está se movendo, mas por pouco.
Outro golpe como esse e ficará tão morto na lama quanto o
Juggernaut Nove.
– Entendido, – disse Thrawn.
Parck olhou de soslaio para o Almirante. Thrawn estava parado
na frente do tabuleiro do jogo, com os seus olhos varrendo
metodicamente a miríade de telas e leituras da situação. Ao que
tudo indica, ele parecia tão calmo como sempre.
Mas Parck o conhecia melhor. A campanha do Grão Almirante
contra o senhor da guerra Nuso Esva tinha sido longa e sangrenta,
uma estrada cheia de traição e destruição, novos aliados e
genocídio mal frustrado. Agora, finalmente, o fim de Nuso Esva
estava finalmente à vista.
Ao menos, todos os indicadores apontavam nessa direção. O
outrora orgulhoso conquistador estava preso em Quethold, com
recursos limitados, não mais do que trinta de seus seguidores mais
leais e apenas um único navio de tamanho médio enterrado fora do
alcance fácil em uma das minas ao norte da Cidade Vermelha. Os
restos de sua outrora poderosa frota de batalha estavam
espalhados por provavelmente um milhão de anos-luz cúbicos de
espaço, onde, presumivelmente, murchariam e morreriam quando
Nuso Esva não estivesse mais lá para comandar.
E ainda...
Parck examinou o painel tático novamente. Preocupado com o
fluxo de relatórios dos batedores em busca dos naves restantes de
Nuso Esva, ele estava um tanto fora do ciclo de dados para o
planejamento do ataque à Cidade Vermelha. Sem dúvida, havia
algumas partes do plano de Thrawn que ele não conhecia.
Mas enquanto ele olhava para confusão refletida nos painéis, ele
podia sentir uma sensação desagradável começando a formigar
entre as suas omoplatas.
A Admoestação tinha seis esquadrões de TIEs a bordo, mas
Thrawn tinha o poder de implantar apenas três deles. Ele tinha mais
de três mil soldados disponíveis, sem contar as forças aliadas, mas
havia enviado apenas três esquadrões de tropas de choque contra
os Soldados da Cidade Vermelha. A linha de juggernauts agora sob
forte ataque era ainda mais uma aposta.
E o Liaison Nyama estava certo sobre o número de Soldados
que Nuso Esva tinha disponível. Os observadores e sensores
estavam registrando pelo menos quatro mil deles, dois mil ao longo
da rota dos juggernauts, algumas centenas atacando os Esquadrões
de tropas, o resto organizado em uma linha defensiva entre o
palácio e os transportes. Como Thrawn poderia ter subestimado
tanto a força de seu oponente?
Ou ele não tinha? Será que, em vez disso, essa longa e
cansativa guerra contra Nuso Esva havia denunciado a prudência
tática do Grão Almirante que ele estava determinado a derrotar o
seu inimigo com o mínimo de força possível?
Isso se tornou pessoal?
O pensamento fez correr um novo arrepio nas costas de Parck.
Quatro anos antes, o Imperador Palpatine havia viajado para Endor
ardendo de ódio pela Aliança Rebelde. Quatro anos antes disso, o
Grande Moff Tarkin também tornara o ataque a Yavin uma questão
de vingança pessoal.
Ambos os homens morreram nas cenas de seus esperados
triunfos, com as suas vitórias certas arrancadas dentre os seus
dedos. A Aliança Rebelde sobreviveu e passou a transformar
grande parte de seu Império na chamada Nova República.
Parck sempre presumiu que Thrawn sabia melhor do que deixar
a emoção turvar seu julgamento militar. Ele poderia estar errado?
– Paciência, Capitão.
Parck saiu de seus pensamentos.
– Sinto muito, Almirante? – ele perguntou com cuidado.
– Você está preocupado, – disse Thrawn, com a voz baixa o
suficiente para garantir que as suas palavras fossem apenas para
os ouvidos do capitão sênior. – Preocupado com a operação. –
olhou de soslaio para Parck. – e, por extensão, preocupado comigo.
Mas observe.
Ele apontou para uma das coberturas da cidade da tela tática.
Espalhados entre os pontos vermelhos brilhantes que marcam as
posições do canhão laser de Nuso Esva e os pontos amarelos
silenciados dos geradores do escudo guarda-chuva, havia uma
dúzia de luzes azuis brilhantes.
– Os alto-falantes da Rainha, – ele disse identificando-os. – Os
sensores nos TIEs, nos juggernauts e nos A-racks dos
Stormtroopers estão todos ouvindo o som distinto da Língua dos
Soldados. Cada ordem que ela dá às suas tropas nos deixa muito
mais perto de nosso golpe final.
– Sim, senhor, – disse Parck, tentando filtrar a dúvida em sua
voz.
Aparentemente, ele não foi capaz de eliminar toda ela.
– Paciência, capitão. – disse Thrawn com um leve sorriso. –
Paciência.

– Como eu previa, – disse Nuso Esva, sua voz cheia de satisfação


novamente. – Você notou, ó Rainha, que conforme a fumaça se
dissipava, os invasores de armadura branca não estão mais em
lugar nenhum à vista?

A Rainha fez um som grotesco que Trevik nunca tinha ouvido


falar dela antes.
– Os verdadeiros soldados não fugiriam de uma batalha, – disse
ela.
– Nem esses, – disse Nuso Esva. – Eles apenas se refugiaram
em algumas das casas, provavelmente a duas ou três mais
próximas que contêm geradores de escudo. Eles, sem dúvida,
esperam destruir ou desabilitar os geradores antes que sejam
oprimidos pelos Soldados que se aproximam, permitindo assim que
os caças entrem em sua cidade. Esperamos que as suas mortes
não sejam inúteis. – Os olhos dele brilhavam. – Mas é claro que eles
vão.
Trevik olhou para o monitor, sentindo uma onda inesperada e
desconcertante de tristeza pelos soldados invasores. Do discurso
anterior entre a rainha e Nuso Esva ajuntou que os seres humanos
eram como os Stromma, onde cada membro tinha as mesmas
escolhas livres que os Quesoth, Midlis e Circulandos possuiam. Ao
contrário dos Soldados de Quesoth, os atacantes de armadura
branca não estavam irrevogavelmente limitados por suas ordens e,
portanto, poderiam ter recuado para a segurança quando viram os
números se voltarem contra eles.
No entanto, eles não o fizeram. Que tipo de líder era esse
Thrawn, que o seu povo voluntariamente deu suas vidas sob seu
comando?
– Os geradores de escudo não devem ser danificados, – a
Rainha disse, levantando seu microfone. – Vou enviar mais
soldados.
– Não precisa, Rainha, – disse Nuso Esva. – Eu antecipei essa
mudança e me preparei para ela. Não, mantenha os seus Soldados
onde estão. A verdadeira batalha acontecerá na linha dos veículos
gigantes. Você vê como o mais recuado já foi desativado, impedindo
o resto de recuar? Assim que aquele que está na vanguarda for
detido, os seus soldados podem se mover contra o verdadeiro
prêmio.
– Sim, entendo, – a Rainha disse novamente. – Você não disse
que dois dos nove seriam destruídos.
– Eu disse que sacrifícios seriam necessários, – disse Nuso
Esva. – Nesse caso, a perda de dois garante que podemos capturar
os outros sete intactos.
– E sete serão suficientes?
– Mais do que suficiente, – disse Nuso Esva. – Eu vi a força da
cidadela inferior da Cidade Vermelha. Duvido que as defesas da
Cidade Branca sejam maiores. Sete juggernauts serão mais do que
suficientes para quebrar as barreiras.
– A Cidade Branca? – Trevik perguntou, as palavras saindo
antes que ele pudesse detê-los. – O que? Romper as barreiras? O
que é essa loucura de que você fala?
– Os velhos hábitos chegaram ao fim, Trevik dos Midli dos
Sétimos dos Vermelhos, – disse a Rainha, com a voz tão calma
como se estivesse pedindo um gole de néctar. – Por que eu deveria
aceitar a morte para mim e minha cidade simplesmente porque a
Rainha Branca despertou?
– Mas – Trevik olhou para ela. – Mas a velha Rainha sempre
morre quando a nova Rainha desperta e o ar muda. É ordem natural
do mundo.
– Você é um tolo ingênuo, – disse Nuso Esva com desdém. –
Uma Rainha, uma verdadeira Rainha, não simplesmente senta e
aceita a ordem natural do mundo. – Ele estendeu a mão para Trevik,
com os seus dedos fechando em punho. – Uma verdadeira Rainha
agarra o mundo pela garganta e arranca seu próprio destino dele.
Compreende?
– Não, – Trevik disse, o puro choque drenando toda emoção
dele como se uma veia tivesse sido cortada. – Mas eu entendo uma
coisa: a Rainha do Branco não pode se levantar se os Círculando
Branco estiverem mortos. – Ele olhou para a Rainha. – Se eles
forem assassinados.
– É uma questão de sobrevivência, – disse Nuso Esva. –
Sobrevivência do mais forte. É assim que o universo funciona, Midli.
Não tenho dúvidas de que a Rainha Branca, se tivesse essa mesma
escolha, tomaria a mesma atitude.
– Será para o bem de todos nós, – disse a Rainha. – Incluindo
você mesmo, Trevik dos Midli dos Sétimos Vermelhos. Você e os
outros Midlis e Circulandos não precisarão mais viajar longas
distâncias para uma nova cidade, com muitos de vocês morrendo no
caminho. Vocês permanecerão aqui, em um ambiente familiar,
vivendo as suas vidas em suas próprias casas.
– E quando você morrer? – Trevik perguntou.
A rainha sorriu.
– Eu não vou morrer, – ela disse, um tom desagradável em sua
voz. – Sem a mudança de ares, viverei para sempre.
Todas as coisas vivas morrem. Trevik queria dizer isso.
Mas ele não conseguiu. Não diretamente em seu rosto.
Não para a Rainha Vermelha, que deveria ser a líder de sua
cidade e a administradora de todos os Quesoth.
Ela os traiu. Ela traiu todos eles.
Mas ele também não podia dizer isso.
– Quando isso vai acontecer? – ele perguntou em seu lugar.
– Quando a batalha terminar e Thrawn perder, ele irá embora, –
disse Nuso Esva. – Ele não terá escolha. Sua derrota aqui pelos
primitivos prejudicará seriamente a reputação que mantém a sua
frágil coalizão unida, e ele e sua caravana estelar precisarão viajar
para outros conflitos para assumir o controle pessoal dessas
batalhas. Assim que ele for embora, levaremos nossos veículos
recém-capturados para a Cidade Branca. A Rainha Vermelha se
tornará a Rainha de Quethold – os seus olhos brilharam – e eu terei
livre acesso às instalações industriais sob a Cidade Branca. Lá,
construirei veículos nos quais eu e meus Escolhidos possamos
deixar este mundo e mais uma vez levar a guerra aos meus
inimigos.
Trevik assentiu, com o seu coração doendo dentro dele. Então
foi isso o que aconteceu. Quethold seria sacrificada, a sua
estabilidade e as vidas de seu povo perdidas, para que os Cabelos-
tempestuosos pudessem continuar com a sua sede de conquista
das estrelas.
E não havia nada que ele pudesse fazer para impedir. A Rainha
havia revelado sua própria sede, e não havia nada que um mero
Midli pudesse dizer que a mudasse de ideia. Ele também não era
um soldado, que poderia lutar contra os Cabelos-tempestuosos em
nome dela.
Não, tudo que Trevik podia fazer era ficar parado com seu copo
de néctar, observar e ouvir.
E espero que, de alguma forma, o Grão Almirante Thrawn seja
capaz de vencer.

Os Soldados Quesoth eram um dos grupos mais primitivos de


combatentes que Lhagva já enfrentou. Eles não usavam armadura,
não usavam blasters, nem mesmo armas de projétil, e suas táticas
pareciam limitadas a enxamear em torno de seus inimigos na
tentativa de derrotá-los por pura superioridade numérica.
Mas a natureza quitinosa de seus corpos era forte o suficiente
para suportar até mesmo um ou dois tiros de blaster, desde que não
atingisse diretamente um órgão vital, e eles empunhavam as suas
adagas e maças com uma força incrível. E a partir daí eles tinham
números suficientes para executar a estratégia escolhida.
Também ficou rapidamente claro que eles não iriam desistir da
localização do canhão laser que tinham recebido ordens de
defender. Não enquanto algum deles ainda fosse capaz de lutar.
– Flanco esquerdo – Sanjin gritou sobre o grito do disparo de
blaster dos Stormtroopers. – Lhagva, Shrinks... vão em frente.
– Certo. – Lhagva deu um tiro final pela janela do quarto de
dormir da casa em que eles se refugiaram, depois se virou e correu
porta afora, pelo corredor e para a sala de reunião, um dos outros
stormtroopers logo atrás dele.
Eles chegaram bem a tempo. A onda dos Quesoth havia
sobrevoado os três stormtroopers que guardavam aquela
abordagem, e um pequeno grupo de soldados havia feito todo o
caminho até a janela. Mesmo quando Lhagva derrapou até parar e
abriu fogo cuidadosamente sobre os ombros de seus camaradas,
um dos Soldados se inclinou e bateu com a sua maça no braço de
Bragger. O stormtrooper caiu com um chigamento abafado, e o
Soldado começou a subir pela abertura.
E caiu para trás, e fora de vista quando Shrinks abriu fogo do
lado de Lhagva com o E-Web/M de seu A-rack. Os dois, eles
expulsaram os atacantes.
Bragger estava de pé novamente quando os dois recém-
chegados o alcançaram.
– Você está bem? – Lhagva perguntou.
– Braço provavelmente quebrado, – disse Bragger calmamente
enquanto mudava seu E-11 para a mão esquerda e descansava o
cano no peitoril da janela. – Eu vou ficar bem.
Lá fora, o alto-falante estava tocando na Língua dos Soldados
novamente.
– Lhagva? – Sanjin chamou.
– Soldados do Pôr do Sol e Soldados da defesa: atacar e
capturar os veículos blindados, – traduziu Lhagva. – Eles devem ter
feito o juggernaut da liderança parar.
– Parece que sim, – disse Sanjin. – Espero que gostem do que...
– Espere aí, – Lhagva o interrompeu enquanto a Fala do
Soldado continuava. – Matem as tripulações e todos os invasores de
armadura branca lá dentro.
– Sim, boa sorte com isso, – disse Sanjin com um grunhido. –
Acabou o tempo, soldados. Volta para o trabalho.
– Flanco direito! – alguém avisou.
Lhagva disparou um último tiro pela janela no enxame de
Soldados e depois se virou para a porta.
– Estou cuidando disso, – ele chamou.

– Lá vão eles, – relatou o General Tasse com firmeza, apontando


para uma das telas. – Saindo da ocultação... devem ser dois mil
deles.

– A linha defensiva também está em movimento, – disse um dos


outros. – Outros mil e quinhentos, pelo menos. Parece que algumas
das tropas pessoais de Nuso Esva estão lá com eles.
Tasse resmungou.
– Parece que Nuso Esva decidiu que não temos mais nada nos
transportes que possamos usar contra ele, – disse ele. – Ele
imagina que quanto mais corpos ele joga no juggernaut, mais cedo
consegue vencer.
Parck estremeceu. Nuso Esva estava realmente certo a esse
respeito. Nem mesmo a escotilha blindada de um juggernaut
poderia resistir por muito tempo contra 3.500 soldados com maças.
– Almirante, dois dos escudos guarda-chuva caíram, – disse um
tenente do quadro técnico. – Setor sudoeste.
Então, o contingente da tropa de choque do tenente Sanjin havia
conseguido passar.
– Os TIEs podem passar pela violação? – Perguntou Parck.
– Não, senhor, – disse o tenente. – Os escudos adjacentes são
inclinados para baixo, como os que estão na parte externa da
cidade. Eles são muito baixos para permitir a entrada de qualquer
veículo.
– Como esperado, – disse Thrawn calmamente. – Se algo é
Nuso Esva, é consciencioso. Qual é a situação do tenente Sanjin?
– Ele relata duas perdas, – relatou o Comandante Balkin. – O
resto está aguentando por enquanto.
– Ordene que continuem pressionando o local do canhão a laser,
– disse Thrawn. – Quanto mais tempo Nuso Esva achar que
estamos seguindo o seu roteiro, mais tempo ele levará para reagir à
violação genuína.
Parck franziu a testa.
– Seguindo o roteiro dele?
– Claro. – disse Thrawn, franzindo a testa como se fosse óbvio. –
Por que mais você pensaria que eu permiti que você organizasse as
obras de arte na Casa dos Visitantes e então fazer parecer que eu
precisava ver? Eu queria que ele pensasse que havia manipulado a
nossa operação e a tinha sob seu controle.
Parck sentiu um sorriso se contrair em seus lábios. Ele deveria
saber de algo assim. Como Thrawn havia dito, Nuso Esva o
entendia. Ou pensou que sim.
– Quando você planeja deixar o roteiro dele?
– Agora mesmo. – Thrawn apontou para o tabuleiro tac. – O
décimo quinto alto-falante acaba de ser localizado. – Ele acionou o
seu comunicador. – Comandante Fel, você pode começar o seu
ataque. Boa sorte.

– Entendido, – disse Fel, mostrando os dentes em um sorriso tenso.


Finalmente. – Esquadrão Cinza, em suas posições. Stent, comigo.

Ele virou o seu TIE, ouvindo com meio ouvido o coro de


agradecimentos de seus pilotos enquanto observava a paisagem
urbana abaixo. Considerando algumas das armadilhas que Nuso
Esva havia armado no passado, ele refletiu, esta era quase simples.
Uma única abertura na cobertura do escudo guarda-chuva,
aparentemente ali por acidente, grande o suficiente para um caça
TIE escapar se vier no vetor certo. E, no mesmo vetor, um pesado
canhão de laser de dois canos à espreita, pronto para explodir um
piloto incauto.
Mas, como também era típico de Nuso Esva, o canhão laser não
estava lá apenas para selar a armadilha. Os pilotos do TIE tiveram
muito tempo para mapear os escudos e as posições das armas
naquela zona, e Fel avistou pelo menos oito outras aberturas
menores na barreira próxima por onde os lasers poderiam disparar.
Mesmo se um piloto se aproximando desviasse do vetor armadilha a
tempo de sobreviver ao primeiro tiro dos artilheiros, eles teriam
várias outras chances de terminar o trabalho enquanto ele voasse
para longe. Supondo, isto é, que os artilheiros fossem rápidos e
bons o suficiente.
É hora de descobrir os quão rápidos e bons eles eram.
No momento em que Fel trouxe o seu TIE para o vetor
armadilha, Stent estava em posição, se formando cinquenta metros
atrás de Fel a estibordo. Stent era um Chiss, um do povo de
Thrawn, que rompeu os laços com seu mundo natal para vir ali e
servir ao Grão Almirante. Ele também era um dos melhores pilotos
de Fel, e foi por isso que Fel o escolheu para este trabalho.
E ambos teriam apenas uma chance. Lançando o seu TIE com
força total, saltando para frente e para trás tanto quanto podia
enquanto ainda mantinha seu vetor de inserção, Fel entrou.
Ele estava a menos de cem metros da abertura da armadilha
quando percebeu o tremor revelador dos canhões laser quando eles
finalmente pararam em seu alvo. Instantaneamente, ele deu um
último puxão, empurrando seu lutador para estibordo. Lasers
dispararam e tiros gêmeos passaram zunindo por sua cabine.
Com uma explosão de fogo e metal estilhaçado, a sua asa de
bombordo começou a pegar fogo.
Puxando o manche com força, Fel girou para estibordo. Seu
ímpeto o estava levando diretamente para a colcha de retalhos
inflexível dos escudos guarda-chuva abaixo; ele desajeitadamente
escalou seu curso para fora da sua queda livre.
E ao fazer isso, ele voou direto para uma das outras aberturas
de disparo do canhão laser.
Seus músculos ficaram tensos em antecipação. Mas Thrawn
estava certo. Com a asa manipulada e seus falsos danos de fogo
faziam Fel parecer mortalmente ferido, e os artilheiros de Nuso Esva
não iam se incomodar com um combate que provavelmente iria
bater em segundos de qualquer maneira. Certamente não quando
eles tinham um alvo muito mais interessante se aproximando deles.
Porque enquanto Fel estava lutando contra sua nave em
chamas, Stent havia se alinhado com o vetor da armadilha e estava
se dirigindo para a entrada.
Fel continuou sua curva, perdendo altitude e lutando para evitar
que a sua oscilação ficasse fora de controle, enquanto seguia em
um caminho tortuoso em direção à abertura da armadilha. Ele
finalmente se endireitou em um curso mais ou menos nivelado sobre
a cidade e perpendicular ao vetor atual do próprio Stent. Do novo
ângulo de Fel, ele podia ver que Stent estava chegando com força
total, com a mesma manobra evasiva que Fel estava tentando
quando o canhão de laser se abriu sobre ele. Alternando sua
atenção entre o Stent, a abertura da armadilha e a superfície, Fel
levantou a tampa protetora na seção adicionada ao painel de
controle e segurou firme.
Por um instante, ele acreditou que Stent iria se afastar tarde
demais e que os artilheiros de Nuso Esva iriam fritá-lo de verdade.
Mas, no último segundo, o Chiss subiu, saindo de seu vetor de
aproximação no momento em que o canhão laser disparou. Os tiros
atingiram a barriga de seu TIE enquanto ele girava para cima,
buscando altitude ao passar por um dos outros buracos de tiro no
cano. O cano girou, disparando através da abertura, errando mais
uma vez por questão de milésimos de segundo, e então se virou
para buscar outro ângulo quando Stent passou pelo local e cruzou
na frente de outra abertura de disparo.
E pelos próximos três ou quatro segundos, enquanto os
artilheiros rastreavam ferozmente a retirada de Stent em movimento
aparentemente aleatório, disparando tiro após tiro através de vão
após vão, a abertura da armadilha estava completamente
desprotegida.
Como sempre, Nuso Esva foi astuto. O tamanho da armadilha foi
cuidadosamente projetado para permitir a entrada apenas de uma
direção.
Mas também, como de costume, ele não foi inteligente o
suficiente... porque ele assumiu que o intruso seria um caça TIE
completo, uma cabine equipada com o par padrão de grandes asas
solares hexagonais se projetava de cada lado.
Com um sorriso sinistro, Fel apertou o botão sob a tampa de
segurança aberta.
E quando os parafusos explosivos explodiram através dos
conctores das asas, ejetando ambas as asas e caindo para sua
destruição contra os escudos guarda-chuva abaixo, ele habilmente
deslizou a seção da cabine de seu TIE para o lado através da
abertura da armadilha.
Os artilheiros de Nuso Esva devem ter detectado
instantaneamente seu erro fatal. Mas já era tarde demais. Mesmo
quando eles tentaram girar o canhão novamente, Fel girou em seus
repulsores e disparou uma rajada dupla de perto de seus próprios
canhões de laser. Os parafusos estilhaçaram a plataforma rotacional
da posição, deixando as armas congeladas no lugar, apontadas
inutilmente para o céu.
Então, voando baixo sobre as Casas, mergulhando e
esquivando-se quando necessário para evitar as bordas dos
escudos de guarda-chuva, Fel começou a explodir as Casas onde
aqueles geradores de escudo estavam localizados. O resto do
Esquadrão Cinzento estava bem atrás dele, caindo pelo buraco
cada vez maior e juntando-se à tarefa de abrir sistematicamente o
belo covil seguro que Nuso Esva havia construído para si mesmo.
E enquanto o resto de seu esquadrão continuava destruindo os
geradores de escudo, Fel mudou para sua própria tarefa especial
atribuída. Voando amplamente pelos limites da cidade, ele começou
a eliminar os alto-falantes de comunicação da Rainha.
Todos eles, exceto um. Para aquele, o Grão Almirante Thrawn
tinha algo especial planejado.

– Há problemas, – disse a Rainha.

Por alguns segundos, Nuso Esva a ignorou enquanto continuava


a tagarelar em seu microfone particular em sua incompreensível
língua estrangeira. Trevik se preparou, imaginando o que a Rainha
diria ou faria com este último insulto a ela.
Mas ela sentou-se calmamente em sua liteira, esperando com
misteriosa paciência que Nuso Esva terminasse a sua outra
conversa. A conversa alienígena terminou e Nuso Esva enfiou o
microfone de volta em seu cinto.
– Há problemas, – repetiu a Rainha.
– Nada que não possa ser resolvido, – rosnou Nuso Esva, sua
voz mal dentro dos limites da civilidade. – Assim que seus Soldados
violarem os juggernauts...
– Há problemas, – a Rainha disse novamente, muito mais
enfaticamente. – Aeronaves inimigas voam livremente sobre a
minha cidade, destruindo as Casas dos Circulandos e dos Midlis.
Você disse que isso não aconteceria. Você disse que isso não
poderia acontecer.
Nuso Esva parecia se recompor.
– Acalme-se, ó Rainha, – ele disse, mais educadamente desta
vez. – Os caças podem ter violado as partes externas da cidade,
mas há outro limite em ângulo para o conjunto de escudos mais
adiante. Esse limite os manterá fora do terreno do palácio e longe
de nós.
– Mesmo assim, eles entraram em minha cidade, – a Rainha
persistiu. – Você disse que eles não iriam. Você mentiu.
– Eles não ficarão lá por muito tempo, – disse Nuso Esva. – Ao
contrário dos canhões primitivos com os quais os meus Escolhidos
foram forçados a trabalhar, o armamento dos juggernauts é
equipado com sensores de alvo computadorizados. Uma vez que
ganhemos o controle deles...
Um dos cabelos tempestuosos perto dos monitores chamou algo
na língua estrangeira.
– As escotilhas foram violadas, – anunciou Nuso Esva. – Agora
observe enquanto eu destruo os caças inimigos.
Trevik olhou para os monitores. Um deles mostrou uma imagem
que saltou vertiginosamente enquanto o Cabelo-tempestuoso
carregando o holocâmera corria atrás de um grupo de soldados
através da borda de metal irregular onde uma vez havia uma
escotilha. Os soldados correram para dentro, espalhando-se para
fora da vista da câmera.
De repente, a imagem parou. Muito imóvel. Por alguns
segundos, ele mostrou a visão de uma câmara compacta de metal,
vazia, exceto por luzes piscando, visores suavemente brilhantes e
algum tipo de objeto de metal de topo redondo na outra
extremidade. De repente, a imagem girou ao redor, parou, girou
novamente, parou novamente...
Nuso Esva cuspiu algo que soou mal.
– Não, – ele murmurou enquanto pegava seu microfone. – Não!
– O que foi isso? – a rainha exigiu. – O que aconteceu?
Nuso Esva a ignorou, rosnando mais de sua fala estranha em
seu microfone. A imagem no monitor começou a saltar novamente
quando o Cabelo-tempestuoso com a câmera correu para o final da
câmera de metal e parou ao lado do objeto de metal de topo
redondo. Havia uma visão de perto das luzes e monitores...
– O que aconteceu? – a Rainha berrou.
Trevik se encolheu de terror. Nunca em sua vida tinha ouvido a
Rainha gritar assim. Ele nunca tinha percebido que ela podia gritar
assim.
Nuso Esva mal percebeu. Ele continuou rosnando em seu
microfone, com a sua mão livre segurando a arma amarrada ao seu
lado. Ao redor da sala, os outros Cabelo-tempestuoso também
estavam com as mãos em suas armas. Trevik ficou tenso,
esperando a rainha gritar novamente.
Mas ela permaneceu calada. Um momento depois, Nuso Esva
baixou o microfone, os olhos amarelos brilhando de fúria.
– Os juggernauts não têm tripulação, – ele cuspiu fora. – Sem
tripulações e sem soldados. Seus motoristas nada mais são do que
droides. Operários mecânicos. – Ele assobiou algo que soou
vicioso. – E não há armas. Todos foram removidos.
Por um longo momento, a sala de reunião ficou em silêncio.
Trevik manteve os olhos em Nuso Esva, com medo de olhar para a
Rainha.
– Então você falhou, – ela disse finalmente.
– Eu não falhei, – disse Nuso Esva, voltando a cabeça para os
monitores. – Os juggernauts são inúteis para nós? Muito bem.
Existem outros alvos que servirão. – Ele olhou para trás para a
Rainha e fez o gesto de comando. – que ataquem os transportes
que aguardam fora da cidade. Capture os veículos e mate todos a
bordo.
– Esses transportes abrigam as armas que certamente lhe trarão
a vitória? – a Rainha rebateu. – Ou você simplesmente procura um
meio de abandonar Quethold e escapar de volta para as estrelas?
– Não perca um tempo precioso com tagarelice, – cuspiu Nuso
Esva. – Dê a ordem.
– Não posso. – A Rainha apontou para os monitores. – Os alto-
falantes foram silenciados. Não há como minha voz chegar aos
meus Soldados.
– O que? – Mais uma vez, Nuso Esva virou a cabeça na direção
dos monitores. – Então, – ele murmurou amargamente. – Vemos
agora a verdadeira estratégia de Thrawn. Ele atrai a maioria dos
soldados para os juggernauts, onde eles serão inúteis para mim,
então destrói os meios pelos quais eles poderiam ser encotrados em
outro lugar.
Ele se voltou para a Rainha.
– Mas, como sempre, sua estratégia tem uma falha. Se sua voz
não pode viajar para os soldados, então você, ó Rainha, deve viajar
até. – Ele gesticulou em direção aos Operários agachados ao lado
da liteira. – Ordene que seus trabalhadores assumam suas
posições. Vamos imediatamente para o juggernaut.
Trevik sentiu os seus olhos se arregalarem.
– Você não pode mandar a Rainha para a batalha, – ele objetou.
– Silêncio, traidor, – disse Nuso Esva, sem se preocupar em
olhar para ele.
– Talvez o Trevik dos Midli dos Sétimos Vermelhos não seja o
verdadeiro traidor aqui, – a Rainha disse sombriamente. – Talvez
seja você o traidor, Nuso Esva da Primeira dos Cabelos-
tempestuosos. Você nos prometeu a vitória. Você me prometeu a
vida eterna. Isso me fez você perder a fé em ambos.
– Você deseja a vida eterna? – Nuso Esva rebateu. – Então vá
para o juggernaut e ordene aos seus soldados que ataquem os
transportes.
A Rainha gesticulou em recusa.
– Não.
E então, de repente, a arma de Nuso Esva estava fora de sua
bainha e apontada diretamente para a Rainha.
– Dê a ordem aos seus Operários, – disse ele, com a voz
mortalmente tranquila. – Ou morra.

O único alto-falante restante estava a duzentos metros dos


juggernauts detidos e dos três mil e quinhentos soldados que
permaneciam rígidos ao lado deles. Fel observou-os com cautela
enquanto mantinha seu TIE pairando defensivamente sobre a
plataforma de suporte, se perguntando se eles decidiriam se
deveriam tomar algum tipo de ação contra a nave, da qual dois
técnicos estavam descendo para a plataforma ao lado dele. conjunto
de alto-falantes.

Mas eles não fizeram nada. Eles haviam recebido ordens para
atacar os juggernauts, eles fizeram isso, e agora estavam
esperando por mais instruções.
– Paciência, – Fel murmurou para eles.
Houve um movimento pela escotilha esmagada de um dos
juggernauts, e dois dos Escolhidos de Nuso Esva saíram, com os
seus olhos amarelos brilhando à luz do sol. Um deles apontou para
Fel, e eles ergueram as suas armas.
Fel acertou os dois com um único tiro. Novamente, os soldados
Quesoth não fizeram nada.
Fel deu ao resto das escotilhas do juggernaut uma verificação
rápida, então fez outra varredura da área para ter certeza de que
mais Escolhidos sobreviventes não estavam prontos para o ataque.
Como Thrawn havia ordenado, ele havia deixado este alto-falante
intacto, apenas cortando o controle, energia e cabos de
comunicação que levavam a ele. Isso significava que os técnicos
não apenas teriam que configurar a mensagem especial Língua dos
Soldados que Thrawn havia preparado, mas também teriam que
conectar a energia dos geradores do transporte espacial.
Com as tropas de choque de Sanjin ainda lutando por suas vidas
contra seu próprio grupo de soldados, Fel esperava que os técnicos
se apressassem.
Duas ruas adiante, outro par de Selecionados se aproximava
cautelosamente. Fel girou seu TIE alguns graus naquela direção e
esperou que eles saíssem da cobertura.
E então, abruptamente, os alto-falantes ganharam vida abaixo
dele, enchendo o ar com um volume e intensidade que ele podia
sentir bem na parte inferior do casco de seu TIE enquanto a
mensagem de Thrawn ecoava por esta parte da cidade. A
mensagem terminou e começou a se repetir.
Por um momento, nada aconteceu. Fel prendeu a respiração...
E então, de repente, os Soldados junto aos juggernauts
começaram a se mover. Fluindo ao longo do solo, mais como um
fluido escuro do que uma coleção de seres individuais, eles subiram
a colina em direção ao palácio.

Os Soldados mais uma vez pressionaram seu caminho para as


janelas da Casa, e Sanjin e os restantes Stormtroopers recuaram
para uma das salas internas para fazer sua resistência final quando
Lhagva ouviu o som fraco dos alto-falantes sobre o barulho de raios
de detonação e o baque de maças e espadas. Ele franziu a testa,
pensando na mensagem bizarra. E então, sem dizer uma palavra,
os Soldiers baixaram as armas. Virando-se, eles enfileiraram-se
rapidamente de volta pelas portas e pelos buracos que haviam feito
nas paredes, indo para a cidade.

Deixando os Stormtroopers ofegantes no meio de uma sala


vazia.
Sanjin encontrou sua voz primeiro.
– O que foi isso? – Ele demandou.
Com esforço, Lhagva colocou um pouco de umidade em sua
boca seca pela batalha.
– Você não ouviu o alto-falante, não é?
– Não, acho que uma maça estava martelando em mim naquele
momento, – disse Sanjin, esfregando cuidadosamente e com
eficácia a lateral de seu capacete. – Essas coisas não bloqueiam
esse tipo de golpe tão bem quanto eu esperava. O que aconteceu?
A Rainha se rendeu?
– Acho que não, – disse Lhagva. – Parecia algo que Thrawn
configurou.
– Eu pensei que você não se podia falcificar a Língua dos
Soldados, – um dos outros disseram que ele caiu de joelhos ao lado
de um stormtrooper caído, kit de campo nas mãos.
– Ele não fez isso, – disse Lhagva. – Parecia ser apenas uma
gravação direta, tirada direto da boca da Rainha.
– E o que ela disse? – Sanjin alertou.
– Passe pelas portas da Casa, – Lhagva traduziu. – Cerquem e
protejam os convidados.
– Mas essa não é uma ordem para os Soldados protegerem
Nuso Esva? – um dos stormtroopers objetou. – Como isso vai nos
ajudar?
– Porque, – disse Sanjin, e Lhagva pôde imaginar o sorriso
sombriopor trás de seu capacete, – Nuso Esva não sabe disso.

Nuso Esva ainda estava apontando asua arma para a Rainha


quando um dos outros Cabelos-tempestuosos de repente tagarelou
em sua língua estranha. Nuso Esva latiu algo em troca e deu um
passo à frente.

– O que você disse a eles? – Ele demandou. – Que ordens você


deu aos seus Soldados?
– Não dei ordens, – disse a Rainha. – Eu não posso dar nada...
– Não minta para mim! – Nuso Esva trovejou, dando mais um
passo à frente. – Foi dada uma ordem. Você é a única que pode dar
essas ordens. – Ele deu mais um passo em sua direção. – E agora
eles estão todos vindo para cá, – ele continuou, com a sua voz
repentinamente quieta. – Por que eles estão vindo aqui, Rainha
Vermelha?
– Não sei, – disse a Rainha. – Quando eles chegarem, vou
perguntar a eles.
Nuso Esva bufou.
– Não. Você não vai. – Abruptamente, sua arma cuspiu uma
labareda de fogo e, sem um som, a Rainha caiu.
Morta.
Trevik engasgou, o seu corpo enrijeceu enquanto ele olhava com
descrença e horror para a forma sem vida da Rainha. Essa não era
a maneira das Rainhas de Quethold morrerem. Nunca foi assim que
as rainhas morreram. Vagamente através do assobio de sangue
rugindo em seus ouvidos e cérebro, ele ouviu o som de mais tiros...
– Vocês. Traidores.
Trevik sacudiu a cabeça. Nuso Esva estava olhando para ele,
com a sua arma apontada diretamente para o rosto de Trevik.
E só então ele percebeu que havia corpos de Quesoth morto ao
seu redor. Os Operários, Borosiv dos Circulando dos Primeiros
Vermelhos, todos eles estavam mortos.
Todos eles foram assassinados.
– Você vai levar uma mensagem para Thrawn por mim, – disse
Nuso Esva, com a sua voz sombria e desafiadora.
E ainda, sob a determinação do senhor da guerra alienígena,
Trevik podia de alguma forma sentir uma melancolia amarga. Havia
quatro mil soldados marchando sobre o palácio, e ele sabia que a
sua própria morte marchava ao lado deles.
– Diga a Thrawn que ele pode pensar que ganhou, – continuou
Nuso Esva. – Mas com a minha morte, a dele não estará longe.
Meus seguidores ainda estão por aí e são mais numerosos do que
ele pode imaginar. Não importa aonde ele vá, não importa onde ele
tente se esconder, eles irão encontrá-lo. Você vai dizer isso a ele.
Com um esforço supremo, Trevik forçou as palavras em sua
boca.
– Eu direi a ele, – ele prometeu.
Por um momento, Nuso Esva manteve sua posição. Então,
finalmente, ele abaixou a sua arma.
– Vá, – ele ordenou.
Trevik estava na borda do terreno do palácio, tecendo seu
caminho através das linhas de soldados que se aproximavam,
quando os Cabelos-tempestuosos abriram fogo atrás dele.
Ele havia alcançado o grupo de espera de humanos com
armaduras brancas quando o disparo dos Cabelo-tempestuoso
chegou a um fim abrupto.

Parck ergueu os olhos do relatório.

– Então é isso, – disse ele.


– É isso, – confirmou Thrawn. – Um dos corpos na Casa de
Visitantes foi positivamente identificado como sendo o seu.
Parck acenou com a cabeça, sentindo um cansaço estranho
invadindo-o. Após dez anos de combates esporádicos, fugas
escorregadias e vitórias improváveis nas Regiões Desconhecidas, o
senhor da guerra Nuso Esva estava finalmente, finalmente morto.
– E agora? – ele perguntou, colocando o datapad de lado.
Thrawn encolheu os ombros vagamente.
– Há pouco que podemos fazer pelos Quesoth, exceto ajudar a
reparar aos danos da Cidade Vermelha, – disse ele. – Mas eles
devem fciar bem. Historicamente, houveram vários casos em que
Rainhas morreram prematuramente. Às vezes, isso induz a próxima
Rainha a se levantar antes do previsto; às vezes, a cidade afetada
tem que mancar sozinha até a hora normal dela nascer. Mas sejam
quais forem as lutas pelas quais a Cidade Vermelha acabe, o povo
de Quethold sobreviverá. É isso que é importante.
– Sim, – Parck reagiu com um calafrio. Especialmente
considerando o que o Midli, Trevik, havia dito a eles sobre os planos
de Nuso Esva para o planeta. Ele poderia ter destruído tudo e até
mesmo se libertado para espalhar mais do seu veneno pelas
Regiões Desconhecidas.
Mas ele não tinha. Ele estava morto, e realmente acabou.
– Na verdade, Almirante, eu quis dizer o que faríamos agora, –
disse ele.
– Você e o Admoestação estarão voltando para o Triângulo do
Caos para começar a limpar o legado que Nuso Esva deixou para
trás, – disse Thrawn. – Quanto a mim, agora posso finalmente voltar
a minha atenção para um problema ainda mais urgente do que Nuso
Esva. Ou seja, a restauração do Império.
Parck estremeceu. Thrawn havia retornado apenas
ocasionalmente ao espaço Imperial desde a morte de Palpatine.
Essas viagens geralmente eram curtas, sempre foram envoltas em
segredo e, invariavelmente, deixaram o Grão Almirante frustrado
com a crescente desordem ali. Entre a incompetência de sua própria
liderança e a pressão militar constante da Nova República, o
Império encolheu para apenas um quarto do tamanho que havia
alcançado sob o governo de Palpatine. – Você pode ter problemas
para persuadi-los a aceitar sua ajuda, – alertou. – Algumas de suas
experiências recentes com os Grandes Almirantes não foram tão
positivas.
– Há alguém lá que posso contatar, – Thrawn assegurou-lhe. –
Capitão Gilad Pellaeon, atualmente no comando do Destroier
Imperial de Classe Quimera. Já trabalhei com ele antes, quando
Nuso Esva fez a sua única incursão no espaço Imperial.
– Sim, eu me lembro, – Parck disse severamente. – Setor
Candoras. Também me lembro que foi pouco depois que Nuso Esva
lançou a campanha Braccio e acabou quase destruindo meia dúzia
de espécies.
– A sua memória está correta, – disse Thrawn, franzindo a testa
ligeiramente. – Seu objetivo?
– Esse Nuso Esva era um filho vingativo de uma lesma do
espaço, – disse Parck. – Não espero que os seus seguidores sejam
menos. Pode não ser um bom momento para você se reintroduzir na
política Imperial.
Thrawn balançou a cabeça.
– Não se preocupe, Capitão. Quaisquer seguidores que Nuso
Esva tenha deixado são poucos e dispersos. Sem a sua liderança,
eles vão se esconder de volta nas sombras, onde pertencem.
– Talvez, – disse Parck. – Ainda pode não ser uma má ideia você
tomar algumas precauções adicionais por aí.
– A sua preocupação é comovente, – disse Thrawn. –
Novamente, você não precisa se preocupar. O capitão Pellaeon é
um comandante competente e transformou a Quimera em uma dos
melhores naves de guerra da frota.
– O que eu quis dizer...
– E também providenciei para que um guarda-costas me
acompanhasse quando eu retornar ao Império, – continuou Thrawn.
– Qualquer que seja a vingança que Nuso Esva planejou, ou pensou
que planejou, nunca me alcançará.
– Espero que não. – Parck respirou fundo. Ele ainda não gostava
disso, mas ele sabia que era melhor não discutir quando Thrawn
estava decidido. – Com a sua permissão, Almirante, vou começar os
preparativos para entrar em contato com o Capitão Pellaeon e
devolvê-lo ao Império. – Ele sorriu levemente. – Para o seu Império.
– Obrigado, capitão. – disse Thrawn em voz baixa. – E não fique
tão taciturno. Este não é apenas o fim de Nuso Esva.
Ele sorriu com força.
– É também o começo. O começo da vitória.
STAR WARS / CRISE DE FÉ – TRILOGIA THRAWN
– EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO DE 30 ANOS
TÍTULO ORIGINAL:

Star Wars / Crisis of Faith


COPIDESQUE:

Tradutores dos Whills


REVISÃO:

Tradutores dos Whills


CAPA, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:

Desenho Editorial
ILUSTRAÇÃO:

Marc Simonetti/Tradutores dos Whills


DIREÇÃO EXECUTIVA:

Tradutores dos Whills


DIREÇÃO EDITORIAL:

Tradutores dos Whills


EDITORIAL:

Tradutores dos Whills

COMUNICAÇÃO: Luciana Fracchetta


Tradutores dos Whills
COMERCIAL:
Tradutores dos Whills
FINANCEIRO:

Tradutores dos Whills


LOGÍSTICA:

Tradutores dos Whills

COPYRIGHT © & TM 2014 LUCASFILM LTD.

COPYRIGHT © EDITORA ALEPH, 2014

(EDIÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA O BRASIL)


TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO, NO TODO OU EM PARTE, ATRAVÉS DE
QUAISQUER MEIOS.

HERDEIRO DO IMPÉRIO É UM LIVRO DE FICÇÃO. TODOS OS


PERSONAGENS, LUGARES E ACONTECIMENTOS SÃO FICCIONAIS.

EDITORA ALEPH
Rua Henrique Monteiro, 121
05423-020 – São Paulo – SP – Brasil
Tel.: [55 11] 3743-3202
www.editoraaleph.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Vagner Rodolfo CRB-8/9410

Z19h
Zahn, Timothy, 1951-
Cise de Fé / Timothy Zahn ; tradução de Fábio Fernandes. - São Paulo :
Aleph/Tradutores dos Whills, 2016.
480 p. ; 4,07 MB. - (Trilogia Thrawn ; Conto)

Tradução de: Star Wars: Crisis of Faith


ISBN: 978-85-7657-342-5

1. Literatura norte-americana. 2. Ficção científica. I. Whills, Tradutores


dos. II. Título.
2016-284 CDD: 813.0876
CDU: 821.111(73)-3

Índice para catálogo sistemático:


1. Literatura : Ficção Norte-Americana 813.0876
2. Literatura norte-americana : Ficção 821.111(73)-3
Sobre o Autor

Desde 1978, Timothy Zahn escreve aproximadamente setenta


contos e novelas, além de inúmeros romances e de organizar três
coletâneas de ficção. Foi vencedor do Prêmio Hugo de melhor
Romance e tem mais de quatro milhões de livros impressos, além
de ser um dos principais autores do Universo de Star Wars. Timothy
Zahn é mais conhecido por seus romances como Herdeiro do
Império, Força Sombria Ascende, O Último Commando, Spectre of
the Past, Visão do Futuro, Missão de Sobrevivência, Outbound
Flight e Allegiance.
Seus mais recentes livros foram a série de ficção científica são a
Série Cobra e a saga de seis livros juvenis Dragonback. Zahn é
Mestre em física pela Universidade de Illinois e hoje vive com a sua
família na costa do Oregon.
STAR WARS - GUARDIÕES DOS WHILLS
Greg Rucka
240 páginas

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Antes de Rogue One, no mundo do deserto de Jedha, na Cidade


Santa, os amigos Baze e Chirrut costumavam ser Guardiões das
colinas, que cuidavam do Templo de Kyber e dos devotos
peregrinos que adoravam lá. Então o Império veio e assumiu o
planeta. O templo foi destruído e as pessoas espalhadas. Agora,
Baze e Chirrut fazem o que podem para resistir ao Império e
proteger as pessoas de Jedha, mas nunca parece ser suficiente.
Então um homem chamado Saw Gerrera chega, com uma milícia de
seus próprios e grandes planos para derrubar o Império. Parece ser
a maneira perfeita para Baze e Chirrut fazer uma diferença real e
ajudar as pessoas de Jedha a viver melhores vidas. Mas isso vai
custar caro?

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Episódio VIII – Os Últimos Jedi – Movie Storybook
Elizabeth Schaefer
128 páginas

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Um livro de imagens ilustrado que reconta o filme Star Wars: Os


Últimos Jedi.

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Chewie e a Garota Corajosa
Lucasfilm Press
24 páginas

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Um Wookiee é o melhor amigo de uma menina! Quando Chewbacca


conhece a jovem Zarro na Orla Exterior, ele não tem escolha a não
ser deixar de lado sua própria missão para ajudá-la a resgatar seu
pai de uma mina perigosa. Essa incrível Aventura foi baseada na
HQ do Chewbacca… (FAIXA ETÁRIA: 6 a 8 anos)

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Star Wars Ahsoka
E.K. Johnston
371 páginas

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Esse é o Terceiro Ebook dos Tradutores dos Whills com uma
aventura emocionante sobre uma heroína corajosa das Séries de
TV Clone Wars e Rebels: Ahsoka Tano! Os fãs há muito tempo se
perguntam o que aconteceu com Ahsoka depois que ela deixou a
Ordem Jedi perto do fim das Guerras Clônicas, e antes dela
reaparecer como a misteriosa operadora rebelde Fulcro em Rebels.
Finalmente, sua história começará a ser contada. Seguindo suas
experiências com os Jedi e a devastação da Ordem 66, Ahsoka não
tem certeza de que possa fazer parte de um todo maior de novo.
Mas seu desejo de combater os males do Império e proteger
aqueles que precisam disso e levará a Bail Organa e a Aliança
Rebelde….
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Star Wars - Kenobi Exílio
Tradutores dos Whills
79 páginas

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A República foi destruída, e agora a galáxia é governada pelos
terríveis Sith. Obi-Wan Kenobi, o grande cavaleiro Jedi, perdeu
tudo… menos a esperança. Após os terríveis acontecimentos que
deram fim à República, coube ao grande mestre Jedi Obi-Wan
Kenobi manter a sanidade na missão de proteger aquele que pode
ser a última esperança da resistência ao Império. Vivendo entre
fazendeiros no remoto e desértico planeta Tatooine, nos confins da
galáxia, o que Obi-Wan mais deseja é manter-se no completo
anonimato e, para isso, evita o contato com os moradores locais. No
entanto, todos esses esforços podem ser em vão quando o “Velho
Ben”, como o cavaleiro passa a ser conhecido, se vê envolvido na
luta pela sobrevivência dos habitantes por uma Grande Seca e por
causa de um chefe do crime e do povo da areia. Se com o Novo
Cânone pudéssemos encontrar todos os materiais disponíveis aos
anos de Exílio de Obi-Wan Kenobi em um só Lugar? Após o Livro
Kenobi se tornar Legend, os fãs ficaram sem saber o que aconteceu
com o Velho Ben nesse tempo de reclusão. Então os Tradutores dos
Whills também se fizeram essa pergunta e resolveram fazer esse
trabalho de compilação dos Contos, Ebooks, Séries Animadas e
HQs, em um só Ebook Especial e Canônico para todos os Fãs!!
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Star Wars -Dookan: O Jedi Perdido
Cavan Scott
469 páginas

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Esse é o Quarto Ebook dos Tradutores dos Whills com uma
aventura emocionante sobre um Vilão dos Filmes e da Série de TV
Clone Wars: Conde Dookan! Mergulhe na história do sinistro Conde
Dookan no roteiro original da emocionante produção de áudio de
Guerra nas Estrelas! Darth Tyranus. Conde de Serenno. Líder dos
separatistas. Um sabre vermelho, desembainhado no escuro. Mas
quem era ele antes de se tornar a mão direita dos Sith? Quando
Dookan corteja um novo aprendiz, a verdade oculta do passado do
Senhor Sith começa a aparecer. A vida de Dookan começou como
um privilégio – nascido dentro das muralhas pedregosas da
propriedade de sua família, orbitada pela Lua Cemitério, onde os
ossos de seus ancestrais estão enterrados. Mas logo, suas
habilidades Jedi são reconhecidas, e ele é levado de sua Casa para
ser treinado nos caminhos da Força pelo lendário Mestre Yoda.
Enquanto ele afia seu poder, Dookan sobe na hierarquia, fazendo
amizade com Jedi Sifo-Dyas e levando um Padawan, o promissor
Qui-Gon Jinn – e tenta esquecer a vida que ele levou uma vez. Mas
ele se vê atraído por um estranho fascínio pela mestre Jedi Lene
Kostana, e pela missão que ela empreende para a Ordem: encontrar
e estudar relíquias antigas dos Sith, em preparação para o eventual
retorno dos inimigos mais mortais que os Jedi já enfrentaram. Preso
entre o mundo dos Jedi, as responsabilidades antigas de sua Casa
perdida e o poder sedutor das relíquias, Dookan luta para
permanecer na luz – mesmo quando a escuridão começa a cair.
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Star Wars – Discípulo Sombrio
Tradutores dos Whills
319 páginas
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Esse é o Quinto Ebook dos Tradutores dos Whills com uma
aventura emocionante sobre um Vilões e Heróis dos Filmes e da
Série de TV Clone Wars! Baseado em episódios não produzidos de
Star Wars: The Clone Wars, este novo romance apresenta Asajj
Ventress, a ex-aprendiz Sith que se tornou um caçadora de
recompensas e uma das maiores anti-heróis da galáxia de Star
Wars. Na guerra pelo controle da galáxia entre os exércitos do lado
negro e da República, o ex-Mestre Jedi se tornou cruel. O Lorde Sith
Conde Dookan se tornou cada vez mais brutal em suas táticas.
Apesar dos poderes dos Jedi e das proezas militares de seu
exército de clones, o grande número de mortes está cobrando um
preço terrível. E quando Dookan ordena o massacre de uma flotilha
de refugiados indefesos, o Conselho Jedi sente que não tem
escolha a não ser tomar medidas drásticas: atacar o homem
responsável por tantas atrocidades de guerra, o próprio Conde
Dookan. Mas o Dookan sempre evasivo é uma presa perigosa para
o caçador mais hábil. Portanto, o Conselho toma a decisão ousada
de trazer tanto os lados do poder da Força de suportar – juntar o
ousado Cavaleiro Quinlan Vos com a infame acólita Sith Asajj
Ventress. Embora a desconfiança dos Jedi pela astuta assassina
que uma vez serviu ao lado de Dookan ainda seja profunda, o ódio
de Ventress por seu antigo mestre é mais profundo. Ela está mais
do que disposta a emprestar seus copiosos talentos como caçadora
de recompensas, e assassina, na busca de Vos.Juntos, Ventress e
Vos são as melhores esperanças para eliminar a Dookan – desde
que os sentimentos emergentes entre eles não comprometam a sua
missão. Mas Ventress está determinada a ter sua vingança e,
finalmente, deixar de lado seu passado sombrio de Sith.
Equilibrando as emoções complicadas que sente por Vos com a
fúria de seu espírito guerreiro, ela resolve reivindicar a vitória em
todas as frentes, uma promessa que será impiedosamente testada
por seu inimigo mortal… e sua própria dúvida.
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Os Segredos dos Jedi
Tradutores dos Whills
50 páginas
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Descubra o mundo dos Jedi de Star Wars através desta experiência
de leitura divertida e totalmente interativa. Star Wars: Jediografia é o
melhor guia do universo Jedi para o universo dos Jedi,
transportando jovens leitores para uma galáxia muito distante,
através de recursos interativos, fatos fascinantes e ideias cativantes.
Com ilustrações originais emocionantes e incríveis recursos
especiais, como elevar as abas, texturas e muito mais, Star Wars:
Jediografia garante a emoção das legiões de jovens fãs da saga.
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Star Wars – Legado da Força – Traição
Tradutores dos Whills
496 páginas
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Esta é a era do legado de Luke Skywalker: o Mestre Jedi unificou a
Ordem em um grupo coeso de poderosos Cavaleiros Jedi. Mas
enquanto a nova era começa, os interesses planetários ameaçam
atrapalhar esse momento de relativa paz, e Luke é atormentado
com visões de uma escuridão que se aproxima. O mal está
ressurgindo “das melhores intenções” e parece que o legado dos
Skywalkers pode dar um ciclo completo.A honra e o dever colidirão
com a amizade e os laços de sangue, à medida que os Skywalker e
o clã Solo se encontrarem em lados opostos de um conflito
explosivo com repercussões potencialmente devastadoras para
ambas as famílias, para a ordem Jedi e para toda a galáxia.Quando
uma missão para descobrir uma fábrica ilegal de mísseis no planeta
Aduman termina em uma emboscada violenta, da qual a Cavaleira
Jedi Jacen Solo e o seu protegido e primo, Ben Skywalker, escapam
por pouco com as suas vidas; é a evidência mais alarmante ainda
que desencadeia uma discussão política. A agitação está
ameaçando inflamar-se em total Rebelião. Os governos de vários
mundos estão se irritando com os rígidos regulamentos da Aliança
Galáctica, e os esforços diplomáticos para garantir o cumprimento
estão falhando. Temendo o pior, a Aliança prepara uma
demonstração preventiva de poder militar, numa tentativa de trazer
os mundos renegados para a frente antes que uma revolta entre em
erupção. O alvo designado para esse exercício: o planeta Corellia,
conhecido pela independência impetuosa e pelo espírito renegado
que fizeram de seu filho favorito, Han Solo, uma lenda.Algo como
um trapaceiro, Jacen é, no entanto, obrigado como Jedi a ficar com
seu tio, o Mestre Jedi Luke Skywalkers, ao lado da Aliança
Galáctica. Mas quando os corellianos de guerra lançam um contra-
ataque, a demonstração de força da Aliança, e uma missão secreta
para desativar a crucial Estação Central de Corellia; dão lugar a
uma escaramuça armada. Quando a fumaça baixa, as linhas de
batalha são traçadas. Agora, o espectro da guerra em grande escala
aparece entre um grupo crescente de planetas desafiadores e a
Aliança Galáctica, que alguns temem estar se tornando um novo
Império.E, enquanto os dois lados lutam para encontrar uma
solução diplomática, atos misteriosos de traição e sabotagem
ameaçam condenar os esforços de paz a todo momento.
Determinado a erradicar os que estão por trás do caos, Jacen segue
uma trilha de pistas enigmáticas para um encontro sombrio com as
mais chocantes revelações… enquanto Luke se depara com algo
ainda mais preocupante: visões de sonho de uma figura sombria
cujo poder da Força e crueldade lembram a ele de Darth Vader, um
inimigo letal que ataca como um espírito sombrio em uma missão de
destruição. Um agente do mal que, se as visões de Luke
acontecerem, trará uma dor incalculável ao Mestre Jedi e a toda a
galáxia.
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Star Wars – Thrawn – Alianças
Timothy Zahn
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Palavras sinistras em qualquer circunstância, mas ainda mais
quando proferidas pelo Imperador Palpatine. Em Batuu, nos limites
das Regiões Desconhecidas, uma ameaça ao Império está se
enraizando. Com a sua existência pouco mais que um vislumbre, as
suas consequências ainda desconhecidas. Mas é preocupante o
suficiente para o líder imperial justificar a investigação de seus
agentes mais poderosos: o impiedoso agente Lorde Darth Vader e o
brilhante estrategista grão-Almirante Thrawn. Rivais ferozes a favor
do Imperador e adversários francos nos assuntos imperiais,
incluindo o projeto Estrela da Morte, o par formidável parece
parceiros improváveis para uma missão tão crucial. Mas o
Imperador sabe que não é a primeira vez que Vader e Thrawn
juntam forças. E há mais por trás de seu comando real do que
qualquer um dos suspeitos. No que parece uma vida atrás, o
general Anakin Skywalker da República Galáctica e o comandante
Mitth’raw’nuruodo, oficial da Ascensão do Chiss, cruzaram o
caminho pela primeira vez. Um em uma busca pessoal
desesperada, o outro com motivos desconhecidos... e não
divulgados. Mas, diante de uma série de perigos em um mundo
longínquo, eles forjaram uma aliança desconfortável – nem
remotamente cientes do que seus futuros reservavam. Agora,
reunidos mais uma vez, eles se veem novamente ligados ao planeta
onde lutaram lado a lado. Lá eles serão duplamente desafiados –
por uma prova de sua lealdade ao Império... e um inimigo que
ameaça até seu poder combinado.
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