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potências
DOI: 10.11606/9786587023175
Pirassununga - SP
FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS (FZEA)
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
2021
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Prof. Dr. Vahan Agopyan
Vice-Reitor: Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes
Esta obra é de acesso aberto. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte
e a autoria e respeitando a Licença Creative Commons indicada.
Dedico este livro a minha família.
AGRADECIMENTOS
olímpica com Geogebra para professores. Desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de ensino
copia Molecular (CNR), Bolonha, Itália em 1998-1999. Doutor em Física pela Universidade
Nacional (PROFMAT) pela UFSCar em 2019. Segue link para uma lista de publicações do
autor.
Título Curto
Prefácio
1 Introdução 10
2 Séries de Taylor e Maclaurin 11
2.1 Função denida por partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.6.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.1.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
bólicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.3.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.5.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.6.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.7.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.3.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.4.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.5.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.6.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.2.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.5.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.6.1 Tipo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.6.2 Tipo II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
5.7.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.8.1 Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
6 Referências Bibliográcas 99
10
Capítulo 1
Introdução
O conjunto de exercícios resolvidos, e a teoria associada, que aparecem neste livro eletrô-
nico teve sua origem nas notas das aulas do professor para o curso de Cálculo IV da FZEA-USP.
nharias. Motivo pelo qual se apresentam resoluções detalhadas de exercícios que outros autores
consideram simples.
Uma equação diferencial relaciona uma ou mais funções e suas derivadas. As funções
representam quantidades físicas, as derivadas das mesmas indicam suas taxas de mudança. É
por isso que as equações diferenciais desempenham um papel essencial na engenharia, biologia,
etc. O estudo de equações diferenciais consiste no procura de suas soluções e das propriedades
destas. Apenas as equações diferenciais mais simples podem ser resolvidas por fórmulas explí-
citas e exatas. As séries de potências (somas de polinômios com um número innito de termos)
auxiliam nos casos mais difíceis. Usualmente o resultado exato é aproximado por um número
nito de somandos. O assunto é muito amplo. Escolhemos discutir alguns exercícios, mas sem
Embora exista uma ampla gama de livros dedicados ao estudo de equações diferencias
foram seguidos principalmente o Boyce e Diprima [1], Zill [2], Guidorizzi [3] e Stewart [4].
O texto conta com 19 guras que facilitam acompanhar a resolução. A maior parte tem
como complemento links para os grácos interativos no site do GeoGebra e, vários, a resolução
de olimpíadas internacionais de Matemática para o Ensino Médio: [5], [6], [7] e [8]. Outros
trabalhos da área de Matemática são [9], [10], [11], [12], [13], [14], [15] e [16].
11
Capítulo 2
Séries de Taylor e Maclaurin
2.1.1 Solução
0
Iniciamos estudando um limite com indeterminação da forma e aplicando a regra de
0
L'Hôpital duas vezes:
" ∞
#
2n
1 − cos(x) X x
= x−2 1 − (−1)n ,
x2 n=0
(2n)!
" ∞
#
2n
X x
= x−2 − (−1)n ,
n=1
(2n)!
CAPÍTULO 2. SÉRIES DE TAYLOR E MACLAURIN 12
∞
X x2n−2 1 x2 x4
= (−1)n+1 = − + − ··· .
n=1
(2n)! 2 4! 6!
∞
X x2m 1 x2 x4
f (x) = (−1)m = − + − · · · , ∀x ∈ R.
m=0
(2m + 2)! 2 4! 6!
f (x) = cos(x3 )?
2.2.1 Solução
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n .
n=0
f (n) (x0 )
cn = ,
n!
∞
x2n
X
n
cos(x) = (−1) , ∀x ∈ R.
n=0
(2n)!
∞
x6n
X
3 n
cos(x ) = (−1) , ∀x ∈ R.
n=0
(2n)!
1 1 1 18
cos(x3 ) ≈ g3 (x) = 1 − x6 + x12 − x , ∀x ∈ R.
2 24 720
A Figura 2.2.1 mostra os grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x).
Para pontos longe de x0 = 0 precisam ser tomados mais somandos.
Figura 2.2.1: Grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x). Versão interativa
aqui.
Fonte: O autor.
2.3.1 Solução
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n .
n=0
f (n) (x0 )
cn = ,
n!
onde
k 1 · k · (k − 1) · (k − 2) · · · (k − n + 1)
cn = = .
n n!
A fórmula anterior deve ser entendida como a sequência de números iniciando com n = 0:
1 k k(k − 1) k(k − 1)(k − 2)
(cn ) = , , , ,··· . (2.3.2)
0! 1! 2! 3!
k
Quando k é um número natural,
n
é a quantidade de combinações (lê-se: k escolhe
n). Isto é, o número de grupos de k objetos (sem importar a ordem) escolhidos do total de n
objetos. A mesma pode ser calculado usando a função fatorial:
k k!
= .
n n!(n − k)!
∞ 1
− 12
X − 2 n
(1 + 2x) = (2x) , se |2x| < 1,
n=0
n
∞ 1
1 X −2 n n 1
√ = 2 x , se |x| < . (2.3.3)
1 + 2x n=0 n 2
− 21
k k(k − 1) k(k − 1)(k − 2)
= 1, , , ,··· .
n 1! 2! 3!
!
− 12 − 21 · − 32 − 12 · − 23 · − 52
− 21
= 1, , , ,··· ,
n 1! 2! 3!
1
−2 1 1·3 1·3·5
= 1, − , ,− ,··· .
n 1! · 2 2! · 22 3! · 23
Logo,
1
−2 1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
= (−1)n .
n n! · 2n
Voltando com o resultado anterior em (2.3.3) encontramos:
∞
1 n 1 · 3 · 5 · · · (2n − 1) n 1
X
√ = (−1) x , se |x| < .
1 + 2x n=0 n! 2
1
Como o resultado anterior é válido quando |x| < 2
o raio de convergência é R = 12 .
Podemos escrever explicitamente os quatro primeiros somandos:
1 3 3·5 3
√ ≈ g3 (x) = 1 − x + x2 − x + ··· .
1 + 2x 2! 3!
A Figura 2.3.1 mostra os grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x).
Quanto mais perto x estiver de x0 = 0 mais precisa a estimativa de f. As retas verticais em
azul são x = − 21 e x = 12 .
Figura 2.3.1: Grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x). Quanto mais
1 1
perto de x0 = 0 mais precisa a estimativa. As retas verticais em azul são x = − e x = .
2 2
Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
2.4.1 Solução
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n . (2.4.1)
n=0
f (n) (x0 )
cn = , (2.4.2)
n!
1
As derivadas de f (x) = x− 2 são:
1 3
f ′ (x) = − x− 2 ,
2
1 · 3 −5
f ′′ (x) = x 2,
22
1 · 3 · 5 −7
f (3) (x) = − x 2,
23
.
.
.
1 · 3 · 5 · · · (2n − 1) − 2n+1
f (n) (x) = (−1)n x 2 .
2n
Como a série de Taylor deve ser centrada em x0 = 9 temos:
1 1
f (9) = 9− 2 = ,
3
1 3 1
f ′ (9) = − 9− 2 = − ,
2 2 · 33
1·3 5 1·3
f ′′ (9) = 2 9− 2 = 2 5 ,
2 2 ·3
1 · 3 · 5 −7 1·3·5
f (3) (9) = − 3
9 2 =− 3 7,
2 2 ·3
.
.
.
1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
cn = (−1)n . (2.4.3)
2n · 32n+1 · n!
1·3·5···(2n+1)
cn+1 (−1)n+1 2n+1 ·32n+3 ·(n+1)!
= 1·3·5···(2n−1)
,
cn (−1)n 2n ·32n+1 ·n!
(
((((
1·3·5···(2n−1)(2n+1)
cn+1
(
2·n
2·32 ·32n+1
·
n!(n+1)
= (
(
1·3·5···(2n−1)
,
cn ( (
n
( (
2n+1
2·
3 ·
n!
cn+1 1 2n + 1
= .
cn 18 n + 1
cn+1 1 2n + 1 1
lim |x − 9| = |x − 9| lim = |x − 9| < 1,
n→∞ cn 18 n→∞ n + 1 9
|x − 9| < 9 = R.
∞
1 n 1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
X
n
f (x) = √ = (−1) (x − 9) , com R = 9.
x n=0 2n · 32n+1 · n!
1 1 1 1 5
f (x) = √ ≈ g3 (x) = − (x − 9) + (x − 9)2 − (x − 9)3 .
x 3 54 324 5832
A Figura 2.4.1 mostra os grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x).
As retas verticais são x = 0 , x = x0 e x = 18. Quanto mais perto x estiver de x0 = 9 mais
precisa a estimativa de f .
Figura 2.4.1: Grácos das funções f (x) e da aproximação até ordem 3, g3 (x). As retas verticais
são x = 0 , x = x0 e x = 18. Quanto mais perto x estiver de x0 = 9 mais precisa a estimativa
de f . Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
2.5.1 Solução
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n .
n=0
f (n) (x0 )
cn = ,
n!
∞
x2n+1
X
n
sen(x) = (−1) , ∀x ∈ R.
n=0
(2n + 1)!
Temos:
∞
Z (X )
x4n+2
Z
2 n
sen(x )dx = (−1) dx.
n=0
(2n + 1)!
Como a série anterior é convergente para todo número real podemos trocar os símbolos
de somatório e integral:
∞ Z
x4n+2
Z X
2 n
sen(x )dx = (−1) dx ,
n=0
(2n + 1)!
∞
(−1)n
Z X Z
2 4n+2
sen(x )dx = x dx ,
n=0
(2n + 1)!
∞
x4n+3
Z X
2 n
sen(x )dx = (−1) + C,
n=0
(2n + 1)!(4n + 3)
2.6.1 Solução
∞
X
f (x) = cn (x − x0 )n .
n=0
f (n) (x0 )
cn = ,
n!
∞
x2n+1
X
n
sen(x) = (−1) , ∀x ∈ R.
n=0
(2n + 1)!
∞
x2n+1
x X
n
sen( ) = (−1) 2n+1 , ∀x ∈ R.
2 n=0
2 (2n + 1)!
Segue que:
∞
x2n+1
x X
n
x · sen( ) = x · (−1) 2n+1 , ∀x ∈ R,
2 n=0
2 (2n + 1)!
∞
x2n+2
x X
n
x · sen( ) = (−1) 2n+1 , ∀x ∈ R.
2 n=0
2 (2n + 1)!
Capítulo 3
Resolução de equações diferenciais perto
de um ponto ordinário
3.1.1 Solução
Precisam-se realizar dois passos para juntar os somatórios. Primeiro, as potências iniciais
de x devem ser iguais. Segundo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais.
Como a segunda série em (3.1.1) não possui a potência x0 , então o termo em que esta aparece
∞
X ∞
X
2(2 − 1)C2 x0 + n(n − 1)Cn xn−2 + Cn xn+1 . (3.1.2)
n=3 n=0
Segundo passo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será
CAPÍTULO 3. RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PERTO DE UM PONTO
ORDINÁRIO 23
∞
X ∞
X
k
2C2 + (k + 2)(k + 1)Ck+2 x + Ck−1 xk . (3.1.3)
k=1 k=1
∞
X
2C2 + [(k + 2)(k + 1)Ck+2 + Ck−1 ] xk .
k=1
3.2.1 Solução
∞
X
y(x) = C n xn = C 0 + C 1 x + C 2 x2 + · · · + C n xn + · · · . (3.2.2)
n=0
Assume-se que a série em (3.2.2) seja convergente com algum raio de convergência R > 0.
Derivando (3.2.2) tem-se:
∞
X
′
y (x) = nCn xn−1 . (3.2.3)
n=1
∞
X
y ′′ (x) = n(n − 1)Cn xn−2 . (3.2.4)
n=2
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn x + Cn xn = 0. (3.2.5)
n=2 n=0
Como os inícios dos índices dos somatórios são diferentes, executa-se uma troca de variável
simultânea em (3.2.5):
Portanto,
∞
X ∞
X
k
(k + 2)(k + 1)Ck+2 x + Ck xk = 0. (3.2.6)
k=0 k=0
∞
X ∞
X
k
[(k + 2)(k + 1)Ck+2 + Ck ] x = 0 = 0 · xk . (3.2.7)
k=0 k=0
O lado direito da igualdade em (3.2.7) deve ser considerado como o polinômio identica-
mente nulo para todo x ∈ R. A partir da igualdade de polinômios, pode-se armar que
A equação (3.2.8) é chamada indicial. A partir dela é possível estabelecer uma lei de recorrência
C0 C0
C2 = − =− .
1·2 2!
C1 C1
C3 = − =− .
2·3 3!
encontramos:
C2 1 C0 C0
C4 = − =− (−1) = ,
3·4 3·4 2! 4!
C3 1 C1 C1
C5 = − =− (−1) = ,
4·5 4·5 3! 5!
C4 1 C0 C0
C6 = − =− · =− ,
5·6 5 · 6 4! 6!
C5 1 C1 C1
C7 = − =− · =− .
6·7 6 · 7 5! 7!
Dos resultados anteriores é possível conjecturar dois casos: i) k = 2n (par), então C2k depende
C0 C0 C0
C0 , C2 = − , C4 = , C6 = − , · · · .
2! 4! 6!
(−1)n C0
C2n = , n = 0, 1, 2, · · · . (3.2.10)
(2n)!
C1 C1 C1
C1 , C3 = − , C5 = , C7 = − , · · · .
3! 5! 7!
(−1)n C1
C2n+1 = , n = 0, 1, 2, · · · . (3.2.11)
(2n + 1)!
∞
X ∞
X
2n
y(x) = C2n x + C2n+1 x2n+1 . (3.2.12)
n=0 n=0
somatórios encontra-se:
∞ ∞
X (−1)n 2n
X (−1)n 2n+1
y(x) = C0 · x + C1 · x . (3.2.13)
n=0
(2n)! n=0
(2n + 1)!
Os somatórios em (3.2.13) são as séries de Maclaurin das funções cosseno e seno. Uma
propor uma solução de (3.2.1) na forma exponencial. Este exercício também está resolvido
A Figura 3.2.1 mostra os grácos das soluções básicas (y0 (x) = cos(x) em verde e y1 (x) =
sen(x) em azul) e sua soma (y(x) em vermelho). O ponto A ilustra que a série de potências foi
centrada em x = 0.
Figura 3.2.1: Gráco das soluções básicas (y0 (x) = cos(x) em verde e y1 (x) = sen(x) em azul)
e sua soma (y(x) em vermelho). Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
3.3.1 Solução
∞
X
y(x) = C n xn = C 0 + C 1 x + C 2 x2 + · · · + C n xn + · · · . (3.3.2)
n=0
Assume-se que a série em (3.3.2) seja convergente com algum raio de convergência R > 0.
Derivando (3.3.2) tem-se:
∞
X
y ′ (x) = nCn xn−1 . (3.3.3)
n=1
∞
X
y ′′ (x) = n(n − 1)Cn xn−2 . (3.3.4)
n=2
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn x − Cn xn = 0. (3.3.5)
n=2 n=0
Como os inícios dos índices dos somatórios são diferentes, executa-se uma troca de variável
simultânea em (3.3.5):
Portanto,
∞
X ∞
X
k
(k + 2)(k + 1)Ck+2 x − Ck xk = 0. (3.3.6)
k=0 k=0
∞
X ∞
X
[(k + 2)(k + 1)Ck+2 − Ck ] xk = 0 = 0 · xk . (3.3.7)
k=0 k=0
O lado direito da igualdade em (3.3.7) deve ser considerado como o polinômio identica-
mente nulo para todo x ∈ R. A partir da igualdade de polinômios, pode-se armar que
A equação (3.3.8) é chamada indicial. A partir dela é possível estabelecer uma lei de recorrência
C0 C0
C2 = = .
1·2 2!
C1 C1
C3 = = .
2·3 3!
encontramos:
C2 1 C0 C0
C4 = = · = ,
3·4 3·4 2! 4!
C3 1 C1 C1
C5 = = · = ,
4·5 4·5 3! 5!
C4 1 C0 C0
C6 = = · = ,
5·6 5·6 4! 6!
C5 1 C1 C1
C7 = = · = .
6·7 6·7 5! 7!
Dos resultados anteriores é possível conjecturar dois casos: i) k = 2n (par), então C2k
depende de C0 e ii) k = 2n + 1 (ímpar), então C2k+1 depende de C1 .
i) k = 2n (par), então C2k depende de C0 . Os primeiros coecientes são:
C0 C0 C0
C0 , C 2 = , C4 = , C6 = ,··· .
2! 4! 6!
C0
C2n = , n = 0, 1, 2, · · · . (3.3.10)
(2n)!
C1 C1 C1
C1 , C 3 = , C5 = , C7 = ,··· .
3! 5! 7!
C1
C2n+1 = , n = 0, 1, 2, · · · . (3.3.11)
(2n + 1)!
∞
X ∞
X
2n
y(x) = C2n x + C2n+1 x2n+1 . (3.3.12)
n=0 n=0
somatórios encontra-se:
∞ ∞
X 1 2n X 1
y(x) = C0 · x + C1 · x2n+1 . (3.3.13)
n=0
(2n)! n=0
(2n + 1)!
os somatórios em (3.3.13) são as séries de Maclaurin das funções cosseno e seno hiperbólicos.
∞
X xn x2 x3
ex = =1+x+ + + ··· . (3.3.14)
n=0
n! 2! 3!
∞
−x
X (−x)n (−x)2 (−x)3
e = =1−x+ + + ··· ,
n=0
n! 2! 3!
∞
−x
X (−1)n xn x2 x3
e = =1−x+ − + ··· . (3.3.15)
n=0
n! 2! 3!
ex + e−x
cosh(x) = ,
2
"∞ ∞
#
1 X xn X (−1)n xn
cosh(x) = + ,
2 n=0 n! n=0 n!
x2 Ax3 2@ 3
1 x x
cosh(x) = 1 +x+ + A + · · · + 1
−x
+ −@ + · · · ,
2 2! 3!A 2! 3!@
∞
x2 x4 X 1
cosh(x) = 1 + + + ··· = x2n . (3.3.16)
2! 4! n=0
(2n)!
ex − e−x
senh(x) = ,
2
"∞ ∞
#
1 X xn X (−1)n xn
senh(x) = − ,
2 n=0 n! n=0 n!
Ax2 x3 Ax2 x3
1
senh(x) = 1A + x + A + + · · · − 1A − x + A − + ··· ,
2 2!A 3! 2!A 3!
∞
x3 x5 X 1
senh(x) = x + + + ··· = x2n+1 . (3.3.17)
3! 5! n=0
(2n + 1)!
propor uma solução de (3.3.1) na forma exponencial. Um exercício similar a este está resolvido
aqui.
A Figura 3.3.1 mostra os grácos das soluções básicas (y0 (x) = cosh(x) em verde e
y1 (x) = senh(x) em azul) e sua soma (y(x) em vermelho). O ponto A ilustra que a série de
Figura 3.3.1: Gráco das soluções básicas (y0 (x) = cosh(x) em verde e y1 (x) = senh(x) em
azul) e sua soma (y(x) em vermelho). Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
3.4.1 Solução
Do modelo
segue que,
A(x) = 1
∞
X
y(x) = C n xn = C 0 + C 1 · x + C 2 · x 2 + C 3 · x3 + · · · , (3.4.2)
n=0
∞
X
y ′ (x) = nCn xn−1 = C1 + 2 · C2 · x + 3 · C3 · x2 + · · · . (3.4.3)
n=1
∞
X
′′
y (x) = n(n − 1)Cn xn−2 = 2 · C2 + 3 · 2 · C3 · x + · · · . (3.4.4)
n=2
∞
X ∞
X
n(n − 1)Cn xn−2 + x C n xn = 0
n=2 n=0
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn x + Cn xn+1 = 0. (3.4.5)
n=2 n=0
Precisam-se realizar dois passos para juntar os somatórios. Primeiro, as potências iniciais
de x devem ser iguais. Segundo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais.
Como a segunda série em (3.4.5) não possui a potência x0 , então o termo em que esta aparece
∞
X ∞
X
0 n−2
2(2 − 1)C2 x + n(n − 1)Cn x + Cn xn+1 = 0. (3.4.6)
n=3 n=0
Segundo passo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será
∞
X ∞
X
2C2 + (k + 2)(k + 1)Ck+2 xk + Ck−1 xk = 0. (3.4.7)
k=1 k=1
∞
X ∞
X
k
2C2 + [(k + 2)(k + 1)Ck+2 + Ck−1 ] · x = 0 = 0 + 0 · xk . (3.4.8)
k=1 k=1
O lado direito da igualdade em (3.4.8) deve ser considerado como o polinômio identica-
mente nulo para todo x ∈ R. A partir da igualdade de polinômios, pode-se armar que
C2 = 0 (3.4.9)
e também
Ck−1
Ck+2 = − , ∀k ∈ N, k = 1, 2, · · · . (3.4.11)
(k + 1)(k + 2)
C0
C3 = − .
2·3
C1
C4 = − .
3·4
encontramos:
C2
C5 = −= 0,
4·5
C3 1 −C0 C0
C6 = − =− · =
5·6 5·6 2·3 2·3·5·6
C4 1 −C1 C1
C7 = − =− · =
6·7 6·7 3·4 3·4·6·7
C5
C8 = −= 0,
7·8
C6 C0
C9 = − =−
8·9 2·3·5·6·8·9
Deixamos os denominadores sem calcular para facilitar a análise de três casos: i) k deixa
C0 C0 C0
C0 , C3 = − , C6 = , C9 = − ,···
2·3 2·3·5·6 2·3·5·6·8·9
(−1)n C0
C3n = , ∀n ∈ N, n = 1, 2, · · · . (3.4.12)
2 · 3 · 5 · 6 · · · (3n − 1)(3n)
C1 C1 C1
C1 , C 4 = − , C7 = , C10 = − ,···
3·4 3·4·6·7 3 · 4 · 6 · 7 · 9 · 10
(−1)n C1
C3n+1 = , ∀n ∈ N, n = 1, 2, · · · . (3.4.13)
3 · 4 · 6 · 7 · · · (3n)(3n + 1)
(C2 = 0, C5 = 0, C8 = 0, C11 = 0, · · · )
C3n+2 = 0, ∀n ∈ N, n = 0, 1, · · · . (3.4.14)
∞
X ∞
X ∞
X
y(x) = C3n x3n + C3n+1 x3n+1 + C3n+2 x3n+2 . (3.4.15)
n=0 n=0 n=0
∞
(−1)n C0
X
3n
y(x) = C0 + x +
n=1
2 · 3 · 5 · 6 · · · (3n − 1)(3n)
∞
(−1)n C1
X
3n+1
+C1 x + x .
n=1
3 · 4 · 6 · 7 · · · (3n)(3n + 1)
" ∞
#
X (−1)n
y(x) = C0 1 + x3n +
n=1
2 · 3 · 5 · 6 · · · (3n − 1)(3n)
" ∞
#
X (−1)n 3n+1
+C1 x + x .
n=1
3 · 4 · 6 · 7 · · · (3n)(3n + 1)
Ou por extenso
x3 x6 x4 x7
y(x) = C0 1− + − · · · + C1 x − + − ···
2·3 2·3·5·6 3·4 3·4·6·7
Têm-se então uma solução geral para a equação diferencial homogênea (3.4.1) da forma:
onde C0 , C1 ∈ R. Este exercício também está resolvido em três vídeos iniciando aqui.
A Figura 3.4.1 mostra os grácos das soluções básicas (y06 em verde e y17 laranja) e sua
soma (ygh7 azul) utilizando os três primeiros somando de cada série. O ponto A ilustra que a
Figura 3.4.1: Gráco das soluções básicas (y06 em verde e y17 laranja) e sua soma (ygh7 azul)
utilizando os três primeiros somando de cada série. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
3.5.1 Solução
segue que,
A(x) = 1
∞
X
y(x) = C n xn , (3.5.2)
n=0
Assume-se que a série em (3.5.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (3.5.2) temos
∞
X
′
y (x) = nCn xn−1 . (3.5.3)
n=1
Novamente, assume-se que a série em (3.5.3) seja convergente com algum raio de conver-
∞
X
′′
y (x) = n(n − 1)Cn xn−2 . (3.5.4)
n=2
∞
X ∞
X
n−2 2 2
n(n − 1)Cn x +k x C n xn = 0
n=2 n=0
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn x + k 2 Cn xn+2 = 0. (3.5.5)
n=2 n=0
Precisam-se realizar dois passos para juntar os somatórios. Primeiro, as potências iniciais
de x devem ser iguais. Segundo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais.
Como a segunda série em (3.5.5) não possui as potências x0 e x1 , então os termos em que estas
∞
X ∞
X
0 1 n−2
2(2 − 1)C2 x + 3(3 − 1)C3 x + n(n − 1)Cn x + k 2 Cn xn+2 = 0. (3.5.6)
n=4 n=0
Segundo passo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será
∞
X ∞
X
j
2C2 + 6C3 x + (j + 2)(j + 1)Cj+2 x + k 2 Cj−2 xj = 0. (3.5.7)
j=2 j=2
∞
X ∞
X
2
j 0 1
0 · xj .
2C2 + 6C3 x + (j + 2)(j + 1)Cj+2 + k Cj−2 x = 0 · x + 0 · x + (3.5.8)
j=2 j=2
O lado direito da igualdade em (3.5.8) deve ser considerado como o polinômio identica-
mente nulo para todo x ∈ R. A partir da igualdade de polinômios, pode-se armar que
C2 = 0, C3 = 0, (3.5.9)
e também
k 2 Cj−2
Cj+2 = − , ∀j ∈ N, j = 2, 3, · · · . (3.5.11)
(j + 1)(j + 2)
k 2 C0
C4 = − .
3·4
k 2 C1
C5 = − .
4·5
encontramos:
k 2 C2
C6 = − = 0,
5·6
k 2 C3
C7 = − = 0,
6·7
k 2 C4 k2 k 2 C0 k 4 C0
C8 = − =− · (−1) = ,
7·8 7·8 3·4 3·4·7·8
k 2 C5 k2 k 2 C1 k 4 C1
C9 = − =− · (−1) = ,
8·9 8·9 4·5 4·5·8·9
k 2 C6
C10 =− = 0,
9 · 10
k 2 C7
C11 = − = 0.
10 · 11
k 2 C8 k2 k 4 C0 k 6 C0
C12 = − =− · =− ,
11 · 12 11 · 12 3 · 4 · 7 · 8 3 · 4 · 7 · 8 · 11 · 12
k 2 C9 k2 k 4 C1 k 6 C1
C13 =− =− · =− ,
12 · 13 12 · 13 4 · 5 · 8 · 9 4 · 5 · 8 · 9 · 12 · 13
k 2 C10
C14 = − = 0,
13 · 14
k 2 C11
C15 = − = 0.
14 · 15
Deixamos os denominadores sem calcular para facilitar a análise de quatro casos: i) j
deixa resto 0 4 (j é múltiplo de 4) ou j = 4n, então C4n depende de C0 , ii)
na divisão por j
deixa resto 1
na divisão por 4 ou j = 4n + 1, então C4n+1 depende de C1 , iii) j deixa resto
k 2 C0 k 4 C0 k 6 C0
C0 , C4 = − , C8 = , C12 = − ,···
3·4 3·4·7·8 3 · 4 · 7 · 8 · 11 · 12
(−1)n k 2n C0
C4n = , ∀n ∈ N, n = 1, 2, · · · . (3.5.12)
3 · 4 · 7 · 8 · · · (4n − 1)(4n)
k 2 C1 k 4 C1 k 6 C1
C1 , C 5 = − , C9 = , C13 = − ,···
4·5 4·5·8·9 4 · 5 · 8 · 9 · 12 · 13
(−1)n k 2n C1
C4n+1 = , ∀n ∈ N, n = 1, 2, · · · . (3.5.13)
4 · 5 · 8 · 9 · · · (4n)(4n + 1)
C4n+2 = 0, ∀n ∈ N, n = 0, 1, · · · . (3.5.14)
C4n+2 = 0, ∀n ∈ N, n = 0, 1, · · · . (3.5.15)
∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
4n 4n+1 4n+2
y(x) = C4n x + C4n+1 x + C4n+2 x + C4n+3 x4n+3 . (3.5.16)
n=0 n=0 n=0 n=0
∞
X (−1)n k 2n x4n
1+
y(x) = C0 n=1
3 · 4 · 7 · 8 · · · (4n − 1)(4n) +
| {z }
y0 (x)
∞
X (−1)n k 2n x4n+1
1+
+C1 n=1
4 · 5 · 8 · 9 · · · (4n)(4n + 1) .
| {z }
y1 (x)
Têm-se então para k ̸= 0 uma solução geral para a equação diferencial homogênea (3.5.1)
da forma:
onde C0 , C1 ∈ R.
Podem-se escrever de forma explícita aproximações das funções y0 e y1 tomando, por
k 2 x4 k 4 x8
y0 (x) ≈ 1 − + ,
12 672
k 2 x5 k 4 x9
y1 (x) ≈ 1 − + .
20 1440
A Figura 3.5.1 mostra os grácos das aproximações anteriores para k =1 (em verde e
Figura 3.5.1: Gráco das aproximações para k =1 das funções y0 e y1 tomando termos dos
somatórios até n = 2 :. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
y ′′ (x) = 0,
cuja solução é
ygh (x) = C0 + C1 x, ∀x ∈ R,
3.6.1 Solução
segue que,
A(x) = 1
∞
X
y(x) = Cn (x − 1)n , (3.6.2)
n=0
Assume-se que a série em (3.6.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (3.6.2) temos
∞
X
y ′ (x) = nCn (x − 1)n−1 . (3.6.3)
n=1
Novamente, assume-se que a série em (3.6.3) seja convergente com algum raio de conver-
∞
X
′′
y (x) = n(n − 1)Cn (x − 1)n−2 . (3.6.4)
n=2
∞
X ∞
X ∞
X
n(n − 1)Cn (x − 1)n−2 − x nCn (x − 1)n−1 − Cn (x − 1)n = 0.
n=2 n=1 n=0
(x − 1) + 1:
∞
X ∞
X ∞
X
n(n − 1)Cn (x − 1)n−2 − [(x − 1) + 1] nCn (x − 1)n−1 − Cn (x − 1)n = 0.
n=2 n=1 n=0
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn (x − 1) − (x − 1) nCn (x − 1)n−1 −
n=2 n=1
∞
X ∞
X
n−1
− nCn (x − 1) − Cn (x − 1)n = 0.
n=1 n=0
∞
X ∞
X
n−2
n(n − 1)Cn (x − 1) − nCn (x − 1)n −
n=2 n=1
∞ ∞ (3.6.5)
X X
n−1 n
− nCn (x − 1) − Cn (x − 1) = 0.
n=1 n=0
Precisam-se realizar dois passos para juntar os somatórios. Primeiro, as potências iniciais
de (x − 1) devem ser iguais. Segundo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser
Como as primeira, terceira e quarta série em (3.6.5) não possuem as potências (x − 1)0 ,
então os termos em que estas aparecem devem ser removidos dos somatórios respectivos
∞
X ∞
X
n−2
2C2 + n(n − 1)Cn (x − 1) − nCn (x − 1)n −
n=3 n=1
∞ ∞ (3.6.6)
X X
n−1 n
−C1 − nCn (x − 1) − C0 − Cn (x − 1) = 0.
n=2 n=1
Segundo passo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será
∞
X ∞
X
j
(2C2 − C1 − C0 ) + (j + 2)(j + 1)Cj+2 (x − 1) − jCj (x − 1)j −
j=1 j=1
∞ ∞ (3.6.7)
X X
j j
− (j + 1)Cj+1 (x − 1) − Cj (x − 1) = 0.
j=1 j=1
(2C2 − C1 − C0 )+
∞
X (3.6.8)
+ (j + 1) [(j + 2)Cj+2 − Cj − Cj+1 ] (x − 1)j = 0.
j=1
C0 + C1
2C2 − C1 − C0 = 0 ⇒ C2 = , (3.6.9)
2
e também
Cj + Cj+1
Cj+2 = , ∀j ∈ N, j = 1, 2, 3, · · · . (3.6.11)
j+2
C1 + C2 (9) C1 + C0 +C
2
1
C0 + 3C1
C3 = = = . (3.6.12)
3 3 6
LÓPEZ LINARES, J. Exercícios de resolução de equações diferenciais com séries de
potências. Portal de Livros Abertos da USP, Pirassununga: Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos, 2021. 101 p. ISBN 978-65-87023-17-5 (e-book). Disponível em:
https://doi.org/10.11606/9786587023175.
CAPÍTULO 3. RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PERTO DE UM PONTO
ORDINÁRIO 45
C0 +C1
C2 + C3 2
+ C0 +3C
6
1
2C0 + 3C1
C4 = = = . (3.6.13)
4 4 12
encontramos:
C0 +3C1
C3 + C4 6
+ 2C012
+3C1
4C0 + 9C1
C5 = = = . (3.6.14)
5 5 60
Como a equação diferencial homogênea (3.6.1) é de segunda ordem a solução geral deve
ter a forma:
onde C0 , C1 ∈ R.
Têm dois casos: i) para encontrar y0 (x) coloca-se C1 = 0 em (3.6.9), (3.6.12), (3.6.13) e
(3.6.14) e ii) para encontrar y1 (x) coloca-se C0 = 0 em (3.6.9), (3.6.12), (3.6.13) e (3.6.14).
C0 C0 C0 C0
C0 , C1 = 0, C2 = , C3 = , C4 = , C5 = ,··· .
2 6 6 15
1 2 1 3 1 4 1 5
y0 (x) = C0 1 + (x − 1) + (x − 1) + (x − 1) + (x − 1) + · · · .
2 6 6 15
C1 C1 C1 3C1
C0 = 0, C1 , C2 = , C3 = , C4 = , C5 = ,··· .
2 2 4 20
1 2 1 3 1 4 3 5
y1 (x) = C1 (x − 1) + (x − 1) + (x − 1) + (x − 1) + (x − 1) + · · · .
2 2 4 20
Pode ser provado que as funções y0 (x) e y1 (x) encontradas anteriormente são linearmente
independentes. Este exercício está resolvido em dois vídeos iniciando aqui.
A Figura 3.6.1 mostra os grácos das soluções básicas (em verde e azul) e sua soma
(vermelho) até quinta ordem. O ponto A ilustra que a série de potências foi centrada em x = 1.
Figura 3.6.1: Gráco das soluções básicas (em verde e azul) e sua soma (vermelho) até quinta
ordem. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
3.7.1 Solução
segue que,
A(x) = 1
∞
X
y(x) = C n xn , (3.7.2)
n=0
série em (3.7.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0. Derivando (3.7.2)
temos
∞
X
′
y (x) = nCn xn−1 . (3.7.3)
n=1
Novamente, assume-se que a série em (3.7.3) seja convergente com algum raio de conver-
∞
X
′′
y (x) = n(n − 1)Cn xn−2 . (3.7.4)
n=2
∞
X ∞
X ∞
X
n−2 n
n(n − 1)Cn x − Cn x − x Cn xn = 0.
n=2 n=0 n=0
∞
X ∞
X ∞
X
n−2 n
n(n − 1)Cn x − Cn x − Cn xn+1 = 0. (3.7.5)
n=2 n=0 n=0
Precisam-se realizar dois passos para juntar os somatórios. Primeiro, as potências iniciais
de x devem ser iguais. Segundo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais.
segunda serie: n = 0 → xn → x0 ,
Como a terceira série em (3.7.5) não possui a potência x0 , então esta deve ser removida
∞
X ∞
X
2C2 + n(n − 1)Cn xn−2 − C0 − C n xn −
n=3 n=1
∞ (3.7.6)
X
− Cn xn+1 = 0.
n=0
Segundo passo, os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será
∞
X ∞
X
j
(2C2 − C0 ) + (j + 2)(j + 1)Cj+2 x − C j xj −
j=1 j=1
∞ (3.7.7)
X
− Cj−1 xj = 0.
j=1
(2C2 − C0 )+
∞
X (3.7.8)
+ [(j + 2)(j + 1)Cj+2 − Cj − Cj−1 ] xj = 0.
j=1
O lado direito da igualdade em (3.7.8) deve ser considerado como o polinômio de x iden-
ticamente nulo para todo x ∈ R. A partir da igualdade de polinômios, pode-se armar que
C0
2C2 − C0 = 0 ⇒ C2 = , (3.7.9)
2
e também
Cj−1 + Cj
Cj+2 = , ∀j ∈ N, j = 1, 2, 3, · · · . (3.7.11)
(j + 1)(j + 2)
C0 + C1
C3 = . (3.7.12)
6
encontramos:
C0
C2 + C3 (9),(12) 2
+ C0 +C
6
1
4C0 + C1
C5 = = = . (3.7.14)
20 20 120
Como a equação diferencial homogênea (3.7.1) é de segunda ordem a solução geral deve
ter a forma:
onde C0 , C1 ∈ R.
Têm dois casos: i) para encontrar y0 (x) coloca-se C1 = 0 em (3.7.12), (3.7.13) e (3.7.14)
C0 C0 C0 C0
C0 , C1 = 0, C2 = , C3 = , C4 = , C5 = ,··· .
2 6 24 30
1 2 1 3 1 4 1 5
y0 (x) = C0 1 + x + x + x + x + ··· .
2 6 24 30
C1 C1 C1
C0 = 0, C1 , C2 = 0, C3 = , C4 = , C5 = ,··· .
6 12 120
1 3 1 4 1 5
y1 (x) = C1 x+ x + x + x + ··· .
6 12 120
Pode ser provado que as funções y0 (x) e y1 (x) encontradas anteriormente são linearmente
independentes. Um exercício análogo está resolvido em dois vídeos iniciando aqui.
A Figura 3.7.1 mostra os grácos das soluções básicas (em verde e azul) e sua soma (em
Figura 3.7.1: Gráco das soluções básicas (em verde e azul) e sua soma (em vermelho) até
quinta ordem. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
Capítulo 4
Equação de Cauchy Euler
(x − x0 )0 e y(x).
Comparando (4.1.1) com o modelo
segue que,
A(x) = a(x − x0 )2 ,
b ′ c
y ′′ (x) + y (x) + 2 y(x) = 0. (4.1.3)
ax ax
ponto x=0 da mesma equação se classica como singular regular. Vídeo explicativo aqui.
CAPÍTULO 4. EQUAÇÃO DE CAUCHY EULER 52
Será mostrado que uma mudança de variáveis transforma (4.1.2) em outra equação dife-
Tem-se que
dt 1
= . (4.1.5)
dx x
Considera-se a função inversa de (4.1.4):
x(t) = et . (4.1.6)
dy dy dt dy 1
= = . (4.1.7)
dx dt dx dt x
Na última igualdade em (4.1.7) foi substituída a equação (4.1.5). Utilizando (4.1.7) para
d2 y
d dy d 1 dy
2
= = . (4.1.8)
dx dx dx dx x dt
d 1 dy 1 dy 1 d dy
=− 2 + . (4.1.9)
dx x dt x dt x dx dt
dy
dy
!
1 d dy 1 d dt 1 d dt dt
= = . (4.1.10)
x dx dt x dx x dt dx
d2 y 1 dy 1 d2 y
= − + . (4.1.11)
dx2 x2 dt x2 dt2
1 d2 y
2 1 dy 1 dy
ax − 2 + + bZ
x + cy(x(t)) = 0. (4.1.12)
x dt x2 dt2 Zx dt
d2 y dy
a 2
+ (b − a) + cy(t) = 0. (4.1.13)
dt dt
Ou seja, uma equação diferencial de segunda ordem, linear e homogênea, com coecientes
constantes. A mesma pode ser resolvida analiticamente pelos métodos estudados previamente
onde r1 ̸= r2 ∈ R e C1 , C2 ∈ R.
ii) A solução geral é da forma
onde r1 = r2 = r ∈ R e C1 , C2 ∈ R.
iii) A solução geral é da forma
onde r1,2 = α ± βi ∈ C e C1 , C2 ∈ R.
Pelas propriedades das funções exponenciais e logarítmica e a equação (4.1.4) pode-se
escrever:
r
ert = er ln x = eln x = xr . (4.1.18)
onde r1 ̸= r2 ∈ R e C1 , C2 ∈ R.
onde r1 = r2 = r ∈ R e C1 , C2 ∈ R.
Tipo III) A solução geral de (4.1.2) é da forma
onde r1,2 = α ± βi ∈ C e C1 , C2 ∈ R.
Operacionalmente, para resolver (4.1.2) deve-se começar propondo a existência de uma
solução da forma:
y(x) = xr , (4.1.19)
xr [ar(r − 1) + br + c] = 0. (4.1.23)
ar(r − 1) + br + c = 0. (4.1.24)
valores de r encontrados acontece a classicação nos três tipos. Para encontrar uma solução
para valores negativos de x basta trocar, em todas as equações, x por |x|. Três vídeos com
4.2.1 Solução
onde a, b, c, x0 são números reais conhecidos é denominada de Cauchy Euler. Segue que esse
y(x) = xr , (4.2.2)
xr [r(r − 1) + r + 1] = 0. (4.2.6)
r(r − 1) + r + 1 = 0,
r2 + 1 = 0 ⇒ r2 = −1. (4.2.7)
r1,2 = 0 ± i = α ± βi.
1
0
ygh (x) = x [C1 cos(ln x) + C2 sen(ln x)] ,
onde C1 , C2 ∈ C.
Em geral, para x ̸= 0 a equação (4.2.8) pode ser reescrita como:
Fonte: O autor.
y(1) = 1 e y ′ (1) = 4.
4.3.1 Solução
onde a, b, c, x0 são números reais conhecidos é denominada de Cauchy Euler. Segue que esse
Como as condições iniciais foram dadas em x = 1 procura-se solução para x > 0 da forma:
y(x) = xr , (4.3.2)
xr [2r(r − 1) + r − 3] = 0. (4.3.6)
2r(r − 1) + r − 3 = 0,
2r2 − r − 3 = 0. (4.3.7)
discriminante
∆ = (−1)2 − 4(2)(−3) = 25 = 52 ,
e as soluções (
3
−(−1) ± 5 2
r1,2 = = .
2·2 −1
Com os valores de r encontrados voltamos em (4.3.2). Este é o tipo I com r1 ̸= r2 ∈ R. A
3
ygh (x) = C1 x 2 + C2 x−1 , ∀x ∈ R, x > 0, (4.3.8)
onde C1 , C2 ∈ R.
Avalia-se a primeira restrição y(1) = 1 em (4.3.8):
3
y(1) = 1 = C1 · 1 2 + C2 · 1−1 ,
1 = C1 + C2 . (4.3.9)
′ 3 1
ygh (x) = C1 x 2 − C2 x−2 , ∀x ∈ R, x > 0, (4.3.10)
2
onde C1 , C2 ∈ R.
Neste ponto pode ser utilizada a segunda restrição y ′ (1) = 4 em (4.3.10):
3 1
y ′ (1) = 4 = C1 · 1 2 − C2 · 1−2 ,
2
3
4 = C1 − C2 . (4.3.11)
2
Somando (4.3.9) e (4.3.11) tem-se:
5
5 = C1 ,
2
C1 = 2. (4.3.12)
C2 = −1. (4.3.13)
3
yP V I (x) = 2x 2 − x−1 , ∀x ∈ R, x > 0. (4.3.14)
Um exercício análogo está resolvido em vídeo aqui. A Figura 4.3.1 mostra o gráco da
Fonte: O autor.
y(1) = 5 e y ′ (1) = 3.
4.4.1 Solução
onde a, b, c, x0 são números reais conhecidos é denominada de Cauchy Euler. Segue que esse
Como as condições iniciais foram dadas em x = 1 procura-se solução para x > 0 da forma:
y(x) = xr , (4.4.2)
xr [r(r − 1) − 3r + 4] = 0. (4.4.6)
r(r − 1) − 3r + 4 = 0,
r2 − 4r + 4 = (r − 2)2 = 0. (4.4.7)
onde C1 , C2 ∈ R.
0
y(1) = 5 = C1 · 12 + C2 · 12 ·
ln
1,
*
C1 = 5. (4.4.9)
x2
′
ygh (x) = 2C1 x + C2 2x ln x + ,
x
′
ygh (x) = (2C1 + C2 )x + 2C2 x ln x, ∀x ∈ R, x > 0, (4.4.10)
onde C1 , C2 ∈ R.
Neste ponto pode ser utilizada a segunda restrição y ′ (1) = 3 em (4.4.10):
0
y ′ (1) = 3 = (2C1 + C2 ) · 1 + 2C2 · 1 ·
ln
1,
*
3 = 2C1 + C2 . (4.4.11)
C2 = −7. (4.4.12)
Um exercício análogo está resolvido em vídeo aqui. A Figura 4.4.1 mostra o gráco da
Fonte: O autor.
y(1) = −1 e y ′ (1) = − 21 .
4.5.1 Solução
onde a, b, c, x0 são números reais conhecidos é denominada de Cauchy Euler. Segue que esse
Como as condições iniciais foram dadas em x = 1 procura-se solução para x > 0 da forma:
y(x) = xr , (4.5.2)
4r(r − 1) + 17 = 0,
4r2 − 4r + 17 = 0. (4.5.7)
discriminante
e as soluções
−(−4) ± 16i 1
r1,2 = = ± 2i = α ± βi.
2·4 2
1
Ou seja, α= 2
e β = 2. Este é o tipo III com r1 , r2 ∈ C. A solução geral de (4.5.1) é:
1
ygh (x) = x 2 [C1 cos(2 ln x) + C2 sen(2 ln x)] , ∀x ∈ R, x > 0, (4.5.8)
onde C1 , C2 ∈ C.
Avalia-se a primeira restrição y(1) = −1 em (4.5.8):
1 :0
:1
1
y(1) = −1 = 1 · C1 ·
cos
2
(2
· ln 1) + C2 ·
sen
(2· ln 1)
,
C1 = −1. (4.5.9)
Antes de utilizar a segunda restrição deriva-se (4.5.8). Deve-se usar a regra da derivada
′ 1 1
ygh (x) = x− 2 [C1 cos(2 ln x) + C2 sen(2 ln x)] +
2
1
+2x− 2 [−C1 sen(2 ln x) + C2 cos(2 ln x)] ,
′ 1 1 1
ygh (x) = x− 2 C1 + 2C2 cos(2 ln x) + −2C1 + C2 sen(2 ln x) . (4.5.10)
2 2
Neste ponto pode ser utilizada a segunda restrição y ′ (1) = − 21 em (4.5.10):
1 1
− = C1 + 2C2 . (4.5.11)
2 2
C2 = 0. (4.5.12)
1
yP V I (x) = −x 2 cos(2 ln x), ∀x ∈ R, x > 0. (4.5.13)
Um exercício análogo está resolvido em vídeo aqui. A Figura 4.5.1 mostra o gráco da
Fonte: O autor.
y(2) = 32 e y ′ (2) = 0.
4.6.1 Solução
onde a, b, c, x0 são números reais conhecidos é denominada de Cauchy Euler. Segue que esse
Como as condições iniciais foram dadas em x = 2 procura-se solução para x > 0 da forma:
y(x) = xr , (4.6.2)
xr [r(r − 1) − 5r + 8] = 0. (4.6.6)
r(r − 1) − 5r + 8 = 0,
r2 − 6r + 8 = (r − 2)(r − 4) = 0. (4.6.7)
(
2
r1,2 = .
4
onde C1 , C2 ∈ R.
Avalia-se a primeira restrição y(2) = 32 em (4.6.8):
y(2) = 32 = C1 · 22 + C2 · 24 ,
8 = C1 + 4C2 . (4.6.9)
′
ygh (x) = 2C1 x + 4C2 x3 , ∀x ∈ R, x > 0, (4.6.10)
onde C1 , C2 ∈ R.
Neste ponto pode ser utilizada a segunda restrição y ′ (2) = 0 em (4.6.10):
C2 = −2. (4.6.12)
C1 = 16. (4.6.13)
Este exercício está resolvido em vídeo aqui. A Figura 4.6.1 mostra o gráco da função em
Fonte: O autor.
Capítulo 5
Resolução de equações diferenciais perto
de um ponto singular regular
B(x) ′ C(x)
y ′′ (x) + y (x) + y(x) = 0. (5.1.2)
A(x) A(x)
maior ordem de (5.1.1) ou que produzem uma singularidade no segundo e terceiro somandos
de (5.1.2).
CAPÍTULO 5. RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PERTO DE UM PONTO
SINGULAR REGULAR 69
A(x0 ) ̸= 0 ⇒ ponto ordinário
(
regular
A(x0 ) = 0 ⇒ ponto
singular
irregular
No caso em que os termos entre colchetes da equação (5.1.5) podem ser escritos como
Quando existem os limites em (5.1.3) e (5.1.4) as equações (5.1.6) e (5.1.7) podem ser
aproximadas como:
B(x)
(x − x0 ) ≈ a0 , (5.1.8)
A(x)
C(x)
(x − x0 )2 ≈ b0 . (5.1.9)
A(x)
Ou seja, utilizando (5.1.8) e (5.1.9) em (5.1.5) encontra-se uma equação de Cauchy Euler:
A equação (5.1.10) é uma aproximação de (5.1.5) que serve de ponto de partida. Isto
justica separar aos pontos singulares regulares. Um vídeo explicativo destas classicações está
disponível aqui.
5.2.1 Solução
Logo, a equação (5.2.1) possui dois pontos singulares que satisfazem A(x) = 0: i) x0 = −2 e ii)
x0 = 2.
Reescreve-se (5.2.1) na sua forma padrão:
′′ 3 ′ 5
y (x) + y (x) + y(x) = 0. (5.2.2)
x+2 (x − 2)(x + 2)
i) x0 = −2.
Multiplicam-se o primeiro e segundo termo entre colchetes da equação (5.2.2) por (x + 2) e
2
(x + 2) , respectivamente:
3
lim
(x+2)
= 3, (5.2.3)
x→−2 (x+2)
" 1
#
2 5 5(x + 2)
lim (x + 2)
= x→−2
lim = 0. (5.2.4)
x→−2 (x − 2)
(x+2) (x − 2)
equação (5.2.1).
ii) x0 = 2.
Multiplicam-se o primeiro e segundo termo entre colchetes da equação (5.2.2) por (x − 2) e
2
(x − 2) , respectivamente:
3
lim (x − 2) = 0, (5.2.5)
x→2 (x + 2)
" 1
#
2 5 5(x − 2)
lim (x − 2) = lim = 0. (5.2.6)
x→2 (x−2)(x
+ 2) x→2 (x + 2)
5.3.1 Solução
Logo, no domínio dos números reais a equação (5.3.1) possui dois pontos singulares que satis-
fazem A(x) = 0: i) x0 = −2 e ii) x0 = 2. As outras duas soluções complexas iii) x0 = −2i e iv)
′′ 3 ′ 5
y (x) + y (x) + y(x) = 0. (5.3.2)
(x + 2)2 (x − 2) (x + 2)2 (x − 2)2
i) x0 = −2.
Multiplicam-se o primeiro e segundo termo entre colchetes da equação (5.3.2) por (x + 2) e
(x + 2)2 , respectivamente:
3 3
lim
(x+2)
1
= lim ≠ ∃, (5.3.3)
x→−2 x→−2 (x + 2)(x − 2)
(x + 2)2(x − 2)
2 5 5 5
lim
(x+2) = lim = .
(5.3.4)
2
(x+ 2) (x − 2)2 (x − 2)2 16
x→−2 x→−2
Embora exista o limite em (5.3.4), devido ao limite em (5.3.3) não existir o ponto x0 = −2
é classicado como singular irregular para a equação (5.3.1).
ii) x0 = 2.
Multiplicam-se o primeiro e segundo termo entre colchetes da equação (5.3.2) por (x − 2) e
2
(x − 2) , respectivamente:
3 3 3
lim (x−2)
2
= lim 2
= , (5.3.5)
(x + 2) (x− 2) x→2 (x + 2) 16
x→2
2 5 5 5
lim (x−2) = lim = .
(5.3.6)
2 2 2
(x + 2) (x−2) x→2 (x + 2) 16
x→2
equação (5.3.1).
onde r é uma constante a ser determinada. A série será convergente em algum intervalo
|x − x0 | < R, com R um real positivo.
O teorema anterior não garante que possam ser encontradas as duas soluções da base,
apenas uma. Além dos coecientes an deve ser encontrado r. A demonstração é complexa e
5.5.1 Solução
1 ′ 1
y ′′ (x) + y (x) − y(x) = 0.
3x 3x
Como os limites
1 1
lim x· = ,
x→0 3x 3
−1
lim x2 · = 0,
x→0 3x
existem, o ponto x0 = 0 é singular regular.
∞
X
y(x) = an xn+r , (5.5.2)
n=0
Assume-se que a série em (5.5.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (5.5.2) tem-se
∞
X
y ′ (x) = (r + n)an xr+n−1 . (5.5.3)
n=0
Também assume-se que a série em (5.5.3) seja convergente com algum raio de convergência
∞
X
′′
y (x) = (r + n)(r + n − 1)an xr+n−2 . (5.5.4)
n=0
∞
X ∞
X ∞
X
n+r−2 n+r−1
3x an (n + r)(n + r − 1)x + an (n + r)x − an xn+r = 0.
n=0 n=0 n=0
∞
X ∞
X ∞
X
3an (n + r)(n + r − 1)xn+r−1 + an (n + r)xn+r−1 − an xn+r = 0.
n=0 n=0 n=0
∞
X ∞
X
an (n + r)(3n + 3r − 2)xn+r−1 − an xn+r = 0.
n=0 n=0
" ∞ ∞
#
X X
xr an (n + r)(3n + 3r − 2)xn−1 − an xn = 0.
n=0 n=0
Para que a potência inicial de x nos dois somatórios seja a mesma o elemento correspon-
" ∞ ∞
#
X X
xr a0 r(3r − 2)x−1 + an (n + r)(3n + 3r − 2)xn−1 − an xn = 0.
n=1 n=0
Os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será feito através de
Assim tem-se:
" ∞ ∞
#
X X
xr a0 r(3r − 2)x−1 + ak+1 (k + r + 1)(3k + 3r + 1)xk − ak xk = 0.
k=0 k=0
Unicando os somatórios:
" ∞
#
X
xr a0 r(3r − 2)x−1 + [ak+1 (k + r + 1)(3k + 3r + 1) − ak ] xk = 0.
k=0
∞
X
r−1
a0 r(3r − 2)x + [ak+1 (k + r + 1)(3k + 3r + 1) − ak ] xk+r =
k=0
∞
X
= 0 = 0 · xr−1 + 0 · xk+r .
k=0
a0 r(3r − 2) = 0, (5.5.5)
ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.5.7)
(k + r + 1)(3k + 3r + 1)
se transforma em:
ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.5.8)
(k + 1)(3k + 5)
Em (5.5.8) avaliam-se os primeiros valores de k:
a0 a0
k = 0 → a1 = = ,
1·5 1! · 5
a1 1 a0 a0
k = 1 → a2 = = · = ,
2·8 2 · 8 1! · 5 2! · 5 · 8
a2 1 a0 a0
k = 2 → a3 = = · = ,
3 · 11 3 · 11 2! · 5 · 8 3! · 5 · 8 · 11
a3 1 a0 a0
k = 3 → a4 = = · = .
4 · 14 4 · 14 3! · 5 · 8 · 11 4! · 5 · 8 · 11 · 14
Dos resultados anteriores conjetura-se:
a0
an = , ∀n ≥ 1.
n! · 5 · 8 · 11 · · · (3n + 2)
2
Colocando a0 = 1 e lembrando que neste caso r= 3
volta-se em (5.5.2):
∞
2
X a0 2
y1 (x) = x 3 + xn+ 3 . (5.5.9)
n=1
n! · 5 · 8 · 11 · · · (3n + 2)
2 1 5 1 8 1 11
y1 (x) = x 3 + x 3 + x 3 + x 3 + ··· . (5.5.10)
5 80 2640
se transforma em:
ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.5.11)
(k + 1)(3k + 1)
Em (5.5.11) avaliam-se os primeiros valores de k:
a0 a0
k = 0 → a1 = = ,
1·1 1! · 1
a1 1 a0 a0
k = 1 → a2 = = · = ,
2·4 2 · 4 1! · 1 2! · 1 · 4
a2 1 a0 a0
k = 2 → a3 = = · = ,
3·7 3 · 7 2! · 1 · 4 3! · 1 · 4 · 7
a3 1 a0 a0
k = 3 → a4 = = · = .
4 · 10 4 · 10 3! · 1 · 4 · 7 3! · 1 · 4 · 7 · 10
a0
an = , ∀n ≥ 1.
n! · 1 · 4 · 7 · · · (3n − 2)
∞
X 1
y2 (x) = 1 + xn . (5.5.12)
n=1
n! · 1 · 4 · 7 · · · (3n − 2)
1 1 3
y2 (x) = 1 + x + x2 + x + ··· . (5.5.13)
8 168
A solução geral da equação diferencial homogênea (5.5.1) é uma combinação linear das
onde C1 , C2 ∈ R.
A Figura 5.5.1 mostra as aproximações das funções em (5.5.10) e (5.5.13).
Figura 5.5.1: Gráco das soluções básicas do exercício com quatro somandos cada um. Versão
interativa aqui.
Fonte: O autor.
A solução será procurada usando uma série de potências centrada em um ponto singular
A(x0 ) ̸= 0 ⇒ ponto ordinário
(
regular
A(x0 ) = 0 ⇒ ponto
singular
irregular
B(x)
lim (x − x0 ) = a0 ,
x→x0 A(x)
2 C(x)
lim (x − x0 ) = b0 .
x→x0 A(x)
A equação (5.6.1) pode ser aproximada por uma de Cauchy Euler:
∞
X
r
y(x) = (x − x0 ) Cn (x − x0 )n ,
n=0
para x > 0:
∞
X
y(x) = Cn xr+n ,
n=0
∞
X
y ′ (x) = (r + n)Cn xr+n−1 ,
n=0
∞
X
′′
y (x) = (r + n)(r + n − 1)Cn xr+n−2 .
n=0
drática em r):
r(r − 1) + a0 r + b0 = 0. (5.6.3)
A equação (5.6.3) apresenta duas soluções que podem ser números complexos. Nossa
analise será restrita a três casos em que as soluções de r são números reais.
5.6.1 Tipo I
5.6.2 Tipo II
" ∞
#
X
r1 n
y1 (x) = x 1+ Cn (r1 )x ,
n=1
" ∞
#
X
y2 (x) = Ey1 (x) ln x + xr2 1 + Cn (r2 )xn ,
n=0
onde C0 (r2 ) ̸= 0. Quando o coeciente E = 0, então a segunda solução será da mesma forma
que no Tipo I.
A equação Bessel, discutida em quatro vídeos iniciando aqui, é um exemplo em que aparece
1
o Tipo II nas duas variantes: ν= 2
⇒E=0 e ν = 1 ⇒ E ̸= 0.
" ∞
#
X
y1 (x) = xr 1 + Cn (r)xn
n=1
" ∞
#
X
y2 (x) = y1 (x) ln x + xr d n xn .
n=1
vídeo aqui.
5.7.1 Solução
1+x ′ 1
y ′′ (x) + y (x) + y(x) = 0.
2x 2x
Como os limites
1+x 1
lim x· = ,
x→0 2x 2
2 1
lim x ·
= 0,
x→0 2x
existem e são nitos, o ponto x0 = 0 é singular regular.
∞
X
y(x) = an xn+r , (5.7.2)
n=0
Assume-se que a série em (5.7.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (5.7.2) tem-se
∞
X
y ′ (x) = (r + n)an xr+n−1 . (5.7.3)
n=0
Também assume-se que a série em (5.7.3) seja convergente com algum raio de convergência
∞
X
y ′′ (x) = (r + n)(r + n − 1)an xr+n−2 . (5.7.4)
n=0
∞
X ∞
X ∞
X
n+r−2 n+r−1
2x an (n + r)(n + r − 1)x + (1 + x) an (n + r)x + an xn+r = 0.
n=0 n=0 n=0
Utiliza-se a lei distributiva para escrever o segundo somatório como outros dois:
∞
X ∞
X
n+r−2
2x an (n + r)(n + r − 1)x + an (n + r)xn+r−1 +
n=0 n=0
∞
X ∞
X
n+r−1
+x an (n + r)x + an xn+r = 0.
n=0 n=0
O 2x e o x na frente dos somatórios primeiro e terceiro são escritos dentro dos mesmos:
∞
X ∞
X
n+r−1
2an (n + r)(n + r − 1)x + an (n + r)xn+r−1 +
n=0 n=0
∞
X ∞
X
+ an (n + r)xn+r + an xn+r = 0.
n=0 n=0
∞
X ∞
X
n+r−1
an (n + r)(2n + 2r − 1)x + an (n + r + 1)xn+r = 0.
n=0 n=0
" ∞ ∞
#
X X
xr an (n + r)(2n + 2r − 1)xn−1 + an (n + r + 1)xn = 0.
n=0 n=0
Para que a potência inicial de x nos dois somatórios seja a mesma o elemento correspon-
" ∞
X
r −1
x a0 r(2r − 1)x + an (n + r)(2n + 2r − 1)xn−1 +
n=1
∞
#
X
+ an (n + r + 1)xn = 0.
n=0
Os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será feito através de
Assim tem-se:
" ∞
X
xr a0 r(2r − 1)x−1 + ak+1 (k + r + 1)(2k + 2r + 1)xk +
k=0
∞
#
X
+ ak (k + r + 1)xk = 0.
k=0
Unicando os somatórios:
" ∞
#
X
xr a0 r(2r − 1)x−1 + (k + r + 1) [ak+1 (2k + 2r + 1) + ak ] xk = 0.
k=0
∞
X
r−1
a0 r(2r − 1)x + (k + r + 1) [ak+1 (2k + 2r + 1) + ak ] xk+r =
k=0
∞
X
= 0 = 0 · xr−1 + 0 · xk+r .
k=0
a0 r(2r − 1) = 0, (5.7.5)
−ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.7.7)
2k + 2r + 1
se transforma em:
−ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.7.8)
2(k + 1)
Em (5.7.8) avaliam-se os primeiros valores de k:
−a0 −a0
k = 0 → a1 = = 1 ,
2 2 · 1!
−a1 −1 −a0 a0
k = 1 → a2 = = · = 2 ,
2·2 2·2 2 2 · 2!
−a2 −1 a0 −a0
k = 2 → a3 = = · 2 = 3 ,
2·3 2 · 3 2 · 2! 2 · 3!
−a3 −1 −a0 a0
k = 3 → a4 = = · 3 = 4 .
2·4 2 · 4 2 · 3! 2 · 4!
Dos resultados anteriores conjetura-se:
(−1)n a0
an = , ∀n ≥ 1.
2n · n!
1
Colocando a0 = 1 e lembrando que neste caso r= 2
volta-se em (5.7.2):
∞
1
X (−1)n 1
y1 (x) = x +
2 xn+ 2 , x > 0. (5.7.9)
n=1
2n · n!
1 1 3 1 5 1 7
y1 (x) = x 2 − x 2 + x 2 − x 2 + · · · , x > 0. (5.7.10)
2 8 48
se transforma em:
−ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.7.11)
2k + 1
Em (5.7.11) avaliam-se os primeiros valores de k:
−a0
k = 0 → a1 = ,
1
−a1 −1 −a0 a0
k = 1 → a2 = = · = ,
3 3 1 1·3
−a2 −1 a0 −a0
k = 2 → a3 = = · = ,
5 5 1·3 1·3·5
−a3 −1 −a0 a0
k = 3 → a4 = = · = .
7 7 1·3·5 1·3·5·7
(−1)n a0
an = , ∀n ≥ 1.
1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
∞
X (−1)n a0
y2 (x) = 1 + xn , x > 0. (5.7.12)
n=1
1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
1 1
y2 (x) = 1 − x + x2 − x3 + · · · , x > 0. (5.7.13)
3 15
A solução geral da equação diferencial homogênea (5.7.1) é uma combinação linear das
onde C1 , C2 ∈ R.
A Figura 5.7.1 mostra as aproximações das funções em (5.7.10) e (5.7.13).
Figura 5.7.1: Gráco das soluções básicas do exercício com quatro somandos cada um. Versão
interativa aqui.
Fonte: O autor.
5.8.1 Solução
6ex
y ′′ (x) + 2y ′ (x) + y(x) = 0.
x
Como os limites
lim (2x) = 0,
x→0
x
2 6e
lim x = lim (6xex ) = 0,
x→0 x x→0
coecientes que acompanham as derivadas precisam ser potências de x. Mas esse não é o caso
∞
x
X xn x2 x3
e = =1+x+ + + ··· . (5.8.2)
n=0
n! 2! 3!
∞
X
y(x) = an xn+r , (5.8.4)
n=0
Assume-se que a série em (5.8.4) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (5.8.4) tem-se
∞
X
′
y (x) = (r + n)an xr+n−1 . (5.8.5)
n=0
Também assume-se que a série em (5.8.5) seja convergente com algum raio de convergência
∞
X
′′
y (x) = (r + n)(r + n − 1)an xr+n−2 . (5.8.6)
n=0
∞
X ∞
X ∞
X
x an (n + r)(n + r − 1)xn+r−2 + 2x an (n + r)xn+r−1 + 6 an xn+r = 0.
n=0 n=0 n=0
∞
X ∞
X ∞
X
n+r−1 n+r
an (n + r)(n + r − 1)x + 2an (n + r)x + 6an xn+r = 0.
n=0 n=0 n=0
" ∞ ∞ ∞
#
X X X
xr an (n + r)(n + r − 1)xn−1 + 2an (n + r)xn + 6an xn = 0.
n=0 n=0 n=0
" ∞ ∞
#
X X
r n−1 n
x an (n + r)(n + r − 1)x + [2an (n + r) + 6an ] x = 0.
n=0 n=0
Para que a potência inicial de x nos dois somatórios seja a mesma o elemento correspon-
" ∞
X
r −1
x a0 r(r − 1)x + an (n + r)(n + r − 1)xn−1 +
n=1
∞
#
X
n
+ [2an (n + r) + 6an ]x = 0.
n=0
Os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será feito através de
Assim tem-se:
" ∞
X
r −1
x a0 r(r − 1)x + ak+1 (k + r + 1)(k + r)xk +
k=0
∞
#
X
+ [2ak (k + r) + 6ak ]xk = 0.
k=0
Unicando os somatórios:
" ∞
#
X
xr a0 r(r − 1)x−1 + [ak+1 (k + r + 1)(k + r) + 2ak (k + r) + 6ak ] xk = 0.
k=0
∞
X
r−1
a0 r(r − 1)x + [ak+1 (k + r + 1)(k + r) + 2ak (k + r + 3)] xk+r =
k=0
∞
X
r−1
=0=0·x + 0 · xk+r .
k=0
a0 r(r − 1) = 0, (5.8.7)
−2(k + r + 3)ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.8.9)
(k + r + 1)(k + r)
se transforma em:
−2(k + 4)ak
ak+1 = , ∀k ≥ 0. (5.8.10)
(k + 1)(k + 2)
−2 · 4 · a0
k = 0 → a1 = ,
1·2
−2 · 5 · a1 −2 · 5 −2 · 4 · a0 (−2)2 · 4 · 5 · a0
k = 1 → a2 = = · = ,
2·3 2·3 1·2 1·2·2·3
−2 · 6 · a2 −2 · 6 (−2)2 · 4 · 5 · a0 (−2)3 · 4 · 5 · 6 · a0
k = 2 → a3 = = · = .
3·4 3·4 1·2·2·3 1·2·2·3·3·4
Dos resultados anteriores conjetura-se:
(−2)n · 4 · 5 · 6 · · · (n + 3) · a0
an = , ∀n ≥ 1.
1 · 2 · 2 · 3 · 3 · 4 · · · n(n + 1)
∞
X (−2)n · 4 · 5 · 6 · · · (n + 3) n+1
y1 (x) = x + x . (5.8.11)
n=1
1 · 2 · 2 · 3 · 3 · 4 · · · n(n + 1)
20 3 20 4
y1 (x) = x − 4x2 + x − x + ··· . (5.8.12)
3 3
Como este é o tipo II e r2 = 0 a segunda solução deve ser procurada com a forma:
" ∞
#
X
y2 (x) = Ey1 (x) ln x + 1 + Cn (0)xn ,
n=0
iniciando aqui.
Quando x é um número real positivo é calculada por uma integral imprópria convergente
Z ∞
Γ(x) = tx−1 e−t dt, (5.9.1)
0
Z b Z b
udv = uv|ba − vdu.
a a
Para a integral em (5.9.2) consideramos u(t) = tx e dv(t) = e−t dt. Derivando e integrando em
0 −0 1 Z ∞
x −t x
tx−1 e−t dt,
Γ(x + 1) = lim −t e −
0 ·
e +x
>
>
t→∞
|0 {z }
x*0
−t
Γ(x + 1) = lim t + xΓ(x).
t→∞
e
Na última linha utilizou-se que a exponencial cresce muito mais rápido que a função potência
e a equação (5.9.1).
Z ∞ 1
* −t
Z ∞
1−1
e−t dt,
Γ(1) = t e dt =
0 0
Z δ h i
−t −t δ
Γ(1) = lim e dt = lim −e 0 ,
δ→∞ 0 δ→∞
1
" #
−δ 0 1
Γ(1) = lim −e − (−1)e = lim − δ + 1 ,
δ→∞ δ→∞ e
1
Γ(1) = lim − δ + lim [1] = 0 + 1 = 1.
δ→∞ e δ→∞
Figura 5.9.1: Função Gama de Euler para x > 0. Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
circular na como um tambor, problemas de difusão, entre outras. Na solução de problemas em
equação diferencial. Para saber se é regular ou irregular reescreve-se (5.10.1) na sua forma
padrão:
1 x2 − ν 2
y ′′ (x) + y ′ (x) + y(x) = 0.
x x2
Como os limites
1
lim x· = 1,
x→0 x
2 2
2 x −ν
lim x · 2
= −ν 2 ,
x→0 x
existem, o ponto x0 = 0 é singular regular.
∞
X
y(x) = an xn+r , (5.10.2)
n=0
Assume-se que a série em (5.10.2) seja convergente com algum raio de convergência R1 > 0.
Derivando (5.10.2) tem-se
∞
X
′
y (x) = (r + n)an xr+n−1 . (5.10.3)
n=0
Também assume-se que a série em (5.10.3) seja convergente com algum raio de conver-
∞
X
y ′′ (x) = (r + n)(r + n − 1)an xr+n−2 . (5.10.4)
n=0
∞
X ∞
X
2 n+r−2
x an (n + r)(n + r − 1)x +x an (n + r)xn+r−1 +
n=0 n=0
∞
X
+ x2 − ν 2 an xn+r = 0.
n=0
∞
X ∞
X
2 n+r−2
x an (n + r)(n + r − 1)x +x an (n + r)xn+r−1 +
n=0 n=0
∞
X ∞
X
2 n+r 2
+x an x −ν an xn+r = 0.
n=0 n=0
∞
X ∞
X
n+r
an (n + r)(n + r − 1)x + an (n + r)xn+r +
n=0 n=0
∞
X ∞
X
+ an xn+r+2 − ν 2 an xn+r = 0.
n=0 n=0
∞
X ∞
2 2
n+r X
an xn+r+2 = 0.
an (n + r) − ν x +
n=0 n=0
"∞ ∞
#
X X
xr an (n + r)2 − ν 2
xn + an xn+2 = 0.
n=0 n=0
Para que a potência inicial de x nos dois somatórios seja a mesma os elementos corres-
pondentes a n=0 e n=1 no primeiro devem ser escritos explicitamente fora do mesmo:
" ∞
X
xr a0 r2 − ν 2 + a1 (r + 1)2 − ν 2 x + an (n + r)2 − ν 2 xn +
n=2
∞
#
X
+ an xn+2 = 0.
n=0
Os valores iniciais dos índices dos somatórios devem ser iguais. Isto será feito através de
Assim tem-se:
" ∞
X
r 2 2 2 2
ak (k + r)2 − ν 2 xk +
x a0 r − ν + a1 (r + 1) − ν x +
k=2
∞
#
X
+ ak−2 xk = 0.
k=2
Unicando os somatórios:
" ∞
#
X
x r a0 r 2 − ν 2
+ a1 (r + 1)2 − ν 2
ak (k + r)2 − ν 2 + ak−2 xk = 0.
x+
k=2
a0 r2 − ν 2 = 0,
(5.10.5)
a1 (r + 1)2 − ν 2 = 0,
(5.10.6)
ak (k + r)2 − ν 2 + ak−2 = 0, ∀k ≥ 2.
(5.10.7)
−ak−2
ak = , ∀k ≥ 2. (5.10.8)
(k + r)2 − ν 2
se transforma em:
−ak−2
ak = , ∀k ≥ 2. (5.10.9)
(k + ν)2 − ν 2
Substituindo r = r1 = ν em (5.10.6) encontra-se:
a1 (ν + 1)2 − ν 2 = 0,
a1 (2ν + 1) = 0.
(5.10.9) chega-se a:
a2n+1 = 0, ∀n ≥ 0. (5.10.10)
se:
−ak−2
ak = , ∀k ≥ 2. (5.10.11)
k(k + 2ν)
Para simplicar o estudo, no que segue serão feitas três mudanças de variáveis. Primeira,
−an
an+2 = , ∀n ≥ 0. (5.10.12)
(n + 2)(n + 2ν + 2)
Segunda, como procuram-se coecientes de subíndices pares será feita a troca de variáveis
n + 2 = 2s em (5.10.12):
−a2s−2
a2s = , ∀s ≥ 1, s ∈ N. (5.10.13)
22 s(s + ν)
Terceira, retornamos a letra n como subíndice. Isto é, n = s. Com isto (5.10.13) muda
para:
−a2n−2
a2n = 2
, ∀n ≥ 1, n ∈ N. (5.10.14)
2 n(n + ν)
Em (5.10.14) avaliam-se os primeiros valores de n:
−a0
n = 1 → a2 = ,
22 · 1 · (ν + 1)
−a2 −1 −a0
n = 2 → a4 = = 2 · 2 =
22 · 2 · (ν + 2) 2 · 2 · (ν + 2) 2 · 1 · (ν + 1)
a0
= 4 ,
2 · 2! · (ν + 1)(ν + 2)
−a4 −1 a0
n = 3 → a6 = = 2 · 4 =
22 · 3 · (ν + 3) 2 · 3 · (ν + 3) 2 · 2! · (ν + 1)(ν + 2)
−a0
= 6 ,
2 · 3! · (ν + 1)(ν + 2)(ν + 3)
Dos resultados anteriores conjetura-se:
(−1)n a0
a2n = , ∀n ≥ 1. (5.10.15)
22n n!(ν + 1)(ν + 2)(ν + 3) · · · (ν + n)
O valor de a0 é uma constante arbitrária. Porém, devido a simplicações que serão feitas
adiante é dado um valor especíco para a0 relacionado com a função Gama de Euler:
1
a0 = . (5.10.16)
2ν Γ(ν + 1)
(−1)n
a2n = , ∀n ≥ 1. (5.10.17)
22n+ν · n! · Γ(ν + 1) · (ν + 1)(ν + 2)(ν + 3) · · · (ν + n)
(−1)n
a2n = , ∀n ≥ 0. (5.10.18)
22n+ν · n! · Γ(ν + n + 1)
Pela denição feita para a0 em (5.10.16) o mesmo também pode ser calculado usando
∞
X ∞
X ∞
X
n+r 2n+r+1
y(x) = an x = a2n+1 x + a2n x2n+r , (5.10.19)
n=0 n=0 n=0
Pode ser provado usando o Teste da Razão que as séries que denem Jν (x) e J−ν (x) são
linearmente independentes.
Figura 5.10.1: Aproximações das funções J0 (x) e J1 (x). Versão interativa aqui.
Fonte: O autor.
1
A seguir resumem-se os casos quando i) ν=0 ii) ν= 2
e iii) ν = 1.
∞
X (−1)n Hn x 2n
y2 (x) = J0 (x) · ln(x) + , x > 0,
n=1
(n!)2 2
onde
1 1 1
Hn = 1 + + + ··· + .
2 3 n
O Hn é a soma parcial enésima da Série Harmônica.
Porém, com mais frequência é utilizada outra representação para a segunda solução básica
da equação (5.10.1):
2
Y0 (x) = [y2 (x) + [γ − ln(2)]J0 (x)] , x > 0. (5.10.23)
π
1 1 1
γ = lim 1 + + + · · · + − ln(n) ≈ 0, 5772.
n→∞ 2 3 n
onde C1 , C2 ∈ R.
Quando x → +∞ podem ser encontradas aproximações assintóticas de (5.10.22) e (5.10.23):
12
2 π
J0 (x) ≈ cos x − , x → +∞
πx 4
12
2 π
Y0 (x) ≈ sen x − , x → +∞.
πx 4
1
5.10.2 ν= 2 , Tipo II, sem termo logarítmico
∞ x 2n+ 12
X (−1)n
y1 (x) = J 1 (x) = . (5.10.24)
2
n=0
n! · Γ( 32 + n) 2
∞ x 2n− 12
X (−1)n
y1 (x) = J− 1 (x) = . (5.10.25)
2
n=0
n! · Γ( 12 + n) 2
12
2
J 1 (x) = sen (x) ,
2 πx
12
2
J− 1 (x) = cos (x) .
2 πx
A Figura 5.10.2 mostra as funções J− 1 (x) e J 1 (x).
2 2
Fonte: O autor.
1
A solução geral para a equação diferencial de Bessel quando ν = 2
é uma combinação
onde C1 , C2 ∈ R.
Aqui as funções J−1 e J1 (x) não são linearmente independentes e a segunda solução tem um
termo logarítmico.
∞
X (−1)n x 2n+1
y1 (x) = J1 (x) = . (5.10.26)
n=0
n!(n + 1)! 2
Utilizo-se que Γ(n + 2) = (n + 1)!. A segunda solução é escrita com um termo logarítmico
adicional:
" ∞
#
1 X (−1)n [Hn − Hn−1 ] x 2n
y2 (x) = −J1 (x) · ln(x) + 1− , x > 0,
x n=1
n!(n − 1)! 2
Porém, com mais frequência é utilizada outra representação para a função anterior:
2
Y1 (x) = [−y2 (x) + [γ − ln(2)]J1 (x)] , x > 0. (5.10.27)
π
A função Y1 (x) é chamada função de Bessel, de segunda especie, de ordem um. A solução
geral para a equação diferencial de Bessel quando ν = 1 é uma combinação linear das funções
(5.10.26) e (5.10.27):
onde C1 , C2 ∈ R.
A discussão anterior está disponível em quatro vídeos iniciando aqui.
Capítulo 6
Referências Bibliográcas
páginas.
[3] Hamilton Luiz Guidorizzi, A.L. Um Curso de Cálculo. Editora LTC; 6ª edição (2018),
636 páginas, ISBN-10 : 8521635435, ISBN-13: 978-8521635437.
[4] James Stewart, Cálculo vol.II, Editora: Cengage Learning, quarta edição (2017),
2021.
[11] LÓPEZ LINARES, J.; BRUNO-ALFONSO, A.; BARBOSA, G. F. Três problemas sobre
out. 2021.
[12] LÓPEZ LINARES, J.; BRUNO-ALFONSO, A.; BARBOSA, G. F. Três problemas sobre
out. 2021.
out. 2021.
[14] LÓPEZ LINARES, J.; SANTOS, J.P.M.; FIRMIANO, A. Cinco problemas sobre
out. 2021.
[15] LÓPEZ LINARES, J.; SANTOS, J. P. M.; JESUS, A. F. Baricentro ou centroide: cinco
[16] JESUS, A. F.; SANTOS, J. P. M.; LÓPEZ LINARES, J. Capítulo 14: Investigando
Fatores Primos com Trincas Pitagóricas. Livro: Conhecimentos pedagógicos e